Involved

Von InvolvedCamren

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Na Universidade Yale, tudo se envolve por um motivo. Camila Cabello, uma jovem de 18 anos busca apenas focar... Mehr

Metanóia
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Von InvolvedCamren

Olá meninas, tudo bom? Brincadeira galeras, capítulo novo aqui pra vocês. Estou afim de responder comentários então comentem. Um aviso: TRETAS. Beijos

/jenny

_______________________

Lauren POV

Após Camila sair do alojamento, Lana não demorou muito para tomar o mesmo rumo. A leitura estava pesada e maçante. Cada parágrafo era lido mais de duas vezes para uma tentativa falha de total entendimento. Bufei com aquele cansaço mental e fui tentei aliviar tomando um banho gelado.

Os barulhos das mensagens no meu celular conseguiam me deixar cada vez mais irritada e estressada. Aqueles desgraçados estavam sugando todas as minhas energias e o pior de tudo, eu estava sozinha nessa.

Deixei o celular no quarto e tentei retornar a leitura. Não deu certo. Decidi trocar de roupa e descer para a tal festa dos calouros.

Em Yale você poderia ir para vários tipos de festa durante todo o ano, mas ouvi dizer que essas de boas-vindas sempre tinham algo de especial. Eu já sabia disso. Foi em uma delas que eu conheci o amor da minha vida.

Com um sorriso leve, porém um pouco acanhado ao lembrar da primeira vez que tive um diálogo decente quando conheci a Camila naquela noite que poderia ter sido trágica, terminei de amarrar o meu coturno e peguei minha jaqueta jogada no sofá antes de sair do alojamento.

Da porta do bloco E eu já conseguia ouvir o barulho da música alta vinda do pátio principal do Pierson onde ocorria a festa.

Enquanto caminhava em direção à música, notei que faltava pouco paras as 22 horas da noite. Notei um palco consideravelmente grande onde um DJ tocava músicas meio esquisitas enquanto pessoas posicionavam instrumentos para uma provável apresentação. Foi quando avistei Lana na lateral do palco.

- Que bela coroa de flores, Dona da Bad.

- Sua namoradinha que colocou pra mim. Riu - Achei que fosse engolir aqueles textos, Laurenzo. Mas, veja. Chegou a tempo de me ver cantar. – Lana falou rodando o vestido elegante que usava.

- Que sorte a minha, não é mesmo? – começamos a rir com o meu tom bobo. – E as meninas? Você viu as meninas?

- Você quer saber se eu vi a Camila ou as meninas? – Lana me cutucava a barriga enquanto zombava de mim.

- Para, Lana. Fala de uma vez, sua idiota. Você viu? – perguntei ajeitando uma mecha de cabelo um pouco tímida.

- Eu passei por ela há um tempo atrás, mas já deve fazer quase meia hora. Acho que foi beber com as meninas. Dá uma olhada nos stands de bebidas, talvez ainda estejam lá. – Lana apontou a direção pra mim, eu a desejei boa apresentação e segui rumo os stands.

No caminho esbarrei em várias pessoas, provavelmente calouros super animados com a festa. Se eles soubessem o que os esperavam durante o semestre...

Quando consegui passar pela multidão e chegar perto dos stands eu avistei Lucy e Vero em uma possível discussão. Pelos rostos delas e pelos gestos não pareciam nada amigáveis. O coração apertou só em pensar no motivo da briga. Eu não podia me meter, não mais do que já estava.

Continuei andando e encontrei Normani em um dos stands esperando a bebida.

- Ei, Mani! – tentei chamar a atenção dela que parecia no mundo da Lua. – Mani! – toquei em seu ombro ao chegar mais perto.

- Oi, Lauren. Pensei que não viesse. – se virou segurando um copo com uma bebida meio verde.

- É, eu também pensei que não.

- Não quer beber nada? – eu não tive nem tempo de responder. – Adam, me dá mais uma dessa aqui pra minha amiga, - Normani pediu gentilmente ao rapaz que atendia no stand que entregou a bebida rapidamente.

- E o que é isso? – cheirei a bebida que aparentava ser muito forte pelo cheiro.

- Eu não sei. – ela deu um grande gole. – Mas é muito bom.

Eu comecei a rir e dei um gole pra ver qual era a da bebida. E sim, era muito forte, mas tinha um gosto de hortelã bem marcante no final.

- Ahm, Mani. Você viu a Camila? – perguntei dando mais um gole na bebida.

- Da última vez que eu vi, ela saiu com o Austin e um rapaz magrelo que eu não lembro o nome. O Mahone pediu pra ela ajudar com alguma coisa de foto ou algo assim. A música estava meio alta, não ouvi direito. – deu mais um gole.

- E em que direção eles foram? – perguntei e Normani tratou de apontar rapidamente.

- Ah, antes de você ir. Eu posso perguntar uma coisa um pouco pessoal? – afirmei com a cabeça estranhando a pergunta. – Aconteceu alguma coisa entre você e a Camila? É que eu nunca vi ela beber como hoje. Sabe, não é normal dela.

- Não, não aconteceu nada, Mani. Talvez ela estivesse animada, não sei. Mas obrigada pela ajuda. – abracei Normani pela última vez na noite e comecei a caminhar rapidamente em direção a qual ela apontou.

Camila era uma pessoa muito centrada e cuidadosa consigo mesma e com as coisas. Saber que ela bebeu mais do que o normal, foi algo que me preocupou bastante.

Saquei o celular do bolso da jaqueta e comecei a ligar para o número da latina. Chamei uma, duas, três, e nada.

Eu já estava começando a ficar muito nervosa quando avistei o Austin conversando com um cara de uma das stands e me aproximei as pressas.

- Mahone, você viu a Camila? – tentei não parecer desesperada.

- Ah, oi. Você está bem? Não parece bem. – Austin perguntou pegando um copo com água e me oferecendo.

- Não precisa, obrigada. Estou bem, só estou procurando a Camila. É que eu já tentei ligar pra ela algumas vezes e não consegui.

- Ah, a Mila tá com o Peter. Ela está ajudando ele um pouco com as fotos da festa. O Peter é um pouquinho enrolado, sabe...

- Entendi. Sabe pra onde eles foram?

- Da última vez que vi eles estavam lá pra trás onde ficam os staffs.

- Obrigada, Mahone. – agradeci e ele apenas sorriu balançando a cabeça.

A minha implicância com o Austin diminuiu com o tempo, mas ainda não engulo a amizade dele com aquele imbecil do Mendes.

Continuei a procura pela minha namorada sumida no meio daquela multidão e nela por fim acabei esbarrando no coitado do Peter.

- Peter! Você é o Peter, não é? Eu sou a Lauren, Lauren Jauregui. Estamos fazendo aulas de comunicação visual juntos, se lembra de mim? – o rapaz balançou a cabeça afirmativamente e um pouco assustado. - Que bom te encontrar. – olhei ao redor e não vi quem procurava. – Fiquei sabendo que a Camila está te ajudando com as fotos. Onde ela está? – continuei olhando ao redor e nem sinal.

- Ela disse que ia beber água, só que não voltou até agora. Eu também estou procurando por ela. – Peter parecia preocupado. – Ela não parecia estar muito bem.

- Merda! – peguei o celular de novo e disquei novamente o número dela e ninguém atendia. – Me dá o seu celular.

O rapaz tirou o celular do bolso e me deu rapidamente.

- Eu anotei o meu número aí, se você a encontrar me ligue na hora, entendeu? – o rapaz afirmou novamente com a cabeça e saímos andando em direções opostas a procura da mesma pessoa.

Cadê você, Camila? Atente! Atende! Atende! Merda!

Olhei o celular e mais mensagens chegavam. Já eram quase onze horas da noite.

- Foda-se, eu não vou nessa merda sem antes encontrar a Camila. – disse para mim mesma enquanto andava feito uma louca olhando para todos os lados.

Quando eu já estava um pouco distante da multidão acumulada, a cena que eu acabava de ver gelou a minha espinha e colocou a minha cabeça em chamas.

- EU VOU TE MATAR, SEU DESGRAÇADO!

Não deu tempo nem do Mendes me ver chegando. O meu punho acertou em cheio seu queixo o fazendo cambalear pra trás.

Antes mesmo que houvesse alguma reação dele, eu o empurrei fazendo com que ele caísse sentado em frente ao carro que estava. Abri a porta do carona e vi Camila desacordada, com uma câmera fotográfica pendurada no pescoço e com a roupa um pouco bagunçada. Toquei o seu rosto e ela estava bastante gelada.

- VOCÊ ESTÁ MALUCA, SUA VAGABUNDA? – Shawn gritou se levantando ainda um pouco tonto.

– EU VOU QUEBRAR A SUA CARA! – retribui o grito e avancei contra o rapaz mais alto que facilmente me empurrou na direção do carro me fazendo cair sentada no capô.

Tentei sair de cima do carro com rapidez, mas Shawn me cercou e me colocou contra a lateral do carro.

Notei a marca do meu soco na lateral do seu rosto. As veias da sua testa e pescoço saltavam mostrando o quanto ele estava irritado e agressivo. Naquele momento eu temi.

Temi não por mim ou pela minha integridade física. Temi em não ser forte o suficiente pra ajudar a minha namorada.

Shawn segurou os meus braços e começou a apertar com força. Eu já soltava gemidos de dor. Aquilo deixaria marcas.

E deixou.

- Não devia ter feito isso, Jauregui. Além de cometer essa loucura, está atrasada para o seu encontro com o Brad. – ele continuava apertando o meu braço.

- Que se dane, esse encontro! – tentei falar o mais alto possível, mas fui abafada pela dor. – Eu não vou sair daqui sem a Camila. Não vou deixar você machucá-la. Eu nunca deixaria nada de mal acontecer com ela. – conforme eu falava, ele apertava mais, e era uma pressão terrível contra meus braços. – Pode foder com a minha vida, Mendes. Você pode fazer o que quiser comigo. Pode me bater, passar por cima de mim com esse carro, pode jogar a merda toda no ventilador, mas eu nunca vou deixar você machucar a Camila.

Ele só deu um sorriso. Aquele maldito sorriso que fez todas as novatas se derreterem por ele e me jogou novamente contra o carro. Foi então que outro soco bem mais forte que o meu o acertou em cheio outra vez fazendo com que ele batesse contra o carro fortemente.

- EU SEMPRE QUIS FAZER ISSO! – Lana gritou respirando intensamente e sacudindo sua mão.

- Lana? – perguntei assustada sem pensar.

- Ele te machucou, Lauren? – Lana veio em minha direção e me puxou para um abraço rápido e logo se colocou na minha frente.

- Um pouco, mas não é nada demais. A Camila tá dentro do carro e está meio apagada, preciso da sua ajuda pra carregá-la. – falei um pouco nervosa com medo dos próximos passos do Mendes.

- Até que para uma mulher você bate forte, Del Rey. – disse Shawn se levantando apoiado no carro com uma das mãos no maxilar.

- O que você fez com a Camila? Por que ela está dentro desse carro nesse estado, garoto? Responde agora ou eu vou chamar os guardas. – Lana rosnou. - Lauren, pega ela.m

Nesse momento, Camila tentava abrir os olhos com certa dificuldade.

- Ela estava se sentindo mal e eu só tentei ajudar. Só ia levá-la para dar uma volta, pegar um ar. Você sabe, Lana. Já levou muitas garotas do campus pra dar uma voltinha naquele seu carro velho. Fiquei sabendo que até gente importante você já levou. – disse o rapaz alto em tom debochado.

- Cala essa boca, Mendes. Não invente besteiras! Vamos embora, Lauren.

- Eu nunca vou deixar ninguém te machucar, meu amor. Nunca! – falei baixo perto do rosto de Camila enquanto a puxava contra mim para que ela conseguisse se levantar e Lana tratou de segurá-la do outro lado.

- O que é seu tá guardado, Del Rey. Pode esperar.

- Tá bom, querido. Boa noite! Dorme bem!

Uma coisa eu não podia negar. Lana tinha coragem. Muita coragem. Talvez um dia eu possa ser que nem ela.

Carregamos Camila até o seu alojamento e após deitá-la na cama notamos que tinha algo de errado. Saquei o celular com rapidez e liguei para Ally pedindo que ela viesse rápido nos encontrar.

- Você está nos ouvindo, Camila? – Lana perguntou passando a mão em frente o rosto da latina como se estivesse acenando.

Camila balbuciou algumas coisas inaudíveis e balançou a cabeça bem lentamente em forma afirmativa. Por mais que ela tivesse bebido mais que o habitual, ela não tinha bebido o suficiente para ficar dessa forma e pelo olhar de Lana, ela tinha percebido a mesma coisa.

Não demorou nem 5 minutos e Ally chegou ofegante no alojamento já acariciando Camila com total cuidado.

Ally era um anjo.

- Vocês têm uma lanterna? – perguntou Ally que rapidamente recebeu meu celular com a lanterna ligada.

Ally examinou os olhos de Camila com cuidado e respirou fundo.

- Meninas, a Camila não está bêbada. – Lana se levantou com raiva da cama e passei a mão no rosto já sabendo o que ela diria a seguir. – Ela está drogada.

- Eu devia ter batido mais naquele desgraçado! – rosnei com os punhos serrados.

- E eu te ajudaria com o maior prazer! – Lana completou.

- Bater em quem? Meninas o que está acontecendo? – Ally questionou nervosa ajeitando o travesseiro de Camila.

- O Mendes a drogou. Aquele infeliz! – falei tentando segurar as lágrimas de raiva. – E sabe-se lá o que ele iria fazer com ela se eu não a encontrasse. E sabe-se lá o que ele faria comigo se Lana não tivesse chegado. – completei mostrando as marcas que as mãos de Shawn tinham feito no meu braço.

Ally entrou em contato com Dinah e Normani que quase derrubaram a porta ao entrarem desesperadas para encontrar Camila. Lana e eu começamos a contar a história desde o início até o momento atual.

A reação de Dinah, que não estava muito sóbria foi um caos. Quase não conseguimos segurá-la, ela queria ir atrás do Mendes de qualquer jeito e reformular o rosto dele como ela mesma disse.

Já passava da meia noite quando eu recebi outra mensagem.

''Ou você vem até o ginásio de basquete em 10 minutos ou algumas fotos vão aparecer espalhadas pelo chão do Pierson amanhã bem cedinho. Você decide.'' – Número desconhecido

Eu não queria deixar Camila sozinha. Ela finalmente tinha dormido e parecia estar em um sono bem profundo. Ally havia me tranquilizado após examiná-la melhor. Dinah e Normani tinham me prometido cuidar dela a noite toda. Fingi cansaço e disse que precisava dormir, mas a verdade é que eu tinha que correr para o ginásio de basquete o mais rápido que dava.

Uma parte do Pierson ainda estava cheia de alunos na festa de boas-vindas para os calouros. Driblei alguns guardas e cheguei ao ginásio como no combinado na mensagem. Tudo estava apagado, usei a lanterna do meu celular para andar pelos corredores até a quadra.

Quando cheguei à quadra que também estava apagada, tomei um susto com o barulho dos refletores sendo ligados e com a imagem de Brad no meio da quadra com uma bola de basquete na mão e Shawn ao lado dos disjuntores sorrindo.

- Eu estou aqui, o que querem dessa vez?

- Que apressada, vamos jogar um pouco antes. – Brad arremessou a bola na minha direção, mas eu desviei não dando moral para as suas brincadeiras e colocando as mãos no bolso da minha jaqueta.

- Poxa, Jauregui. Era só segurar a bola. – Brad falou fingindo estar chateado.

- Eu faria uma piada em relação a isso, mas não quero perder mais tempo do que já perdemos hoje. – o rapaz alto se aproximou e pude ver algumas marcas roxas que se formaram em seu rosto após os socos de mais cedo. Prendi o riso que tentou nascer. – Você e a Lana foram muito insolentes hoje, Jauregui. Aqui está o seu castigo. – completou me entregando um envelope.

Meu coração começou a acelerar gradativamente conforme eu abria o envelope.

Apenas fiquei olhando por longos segundos e pensando em como teria coragem de entregar uma pessoa como ela. Todos nós tínhamos pecados, até mesmo ela. Respirei fundo várias vezes ao ver as fotos que comprometiam seriamente a Ally.

Merda!

- Você tem até o final das aulas amanhã para entregar isso para a coordenadora Issartel ou então já sabe o que acontece. – foi a última coisa que ouvi Shawn falar antes de seguir em direção a porta.

- É eu sei. – respondi baixo ainda olhando para as fotos do envelope.

- O último que sair apaga a luz! – Brad passou correndo por mim e arremessou a bola fazendo uma cesta de 3 pontos.

Quando os dois finalmente sumiram eu pude sentar no chão e chorar. Eu me sentia a pior pessoa do mundo por ter que entregar as minhas amigas dessa forma horrenda, mas eu não tinha saída. Eu não tinha saída se não jogasse conforme eles queriam.

Não era só o meu pai e toda a sua sujeira envolvendo as fraudes com os impostos. Eu tinha em minhas mãos o futuro da minha família por causa do imbecil do Mike e tinha a casa dos Cabello também. Se eles perdessem a casa, isso acabaria interferindo no futuro da Camila. Eu tinha o sonho dela em minhas mãos e não poderia estragar isso.

Eu a amava demais e não hesitaria em sofrer no lugar dela.

[...]

Eram 6:12 da manhã quando cheguei na porta da sala da coordenadora Issartel. O corredor estava vazio como a maioria do prédio. Olhei para os lados mais uma vez para me certificar de que não tinha ninguém e deixei o envelope na caixa de sugestões que ficava do lado da porta e me retirei com rapidez. Eu ainda não estava acreditando no que tinha feito quando desci as escadas correndo.

Abri a porta do prédio e corri, corri, continuei correndo até quando não aguentei mais e parei aos poucos caindo de joelhos. As lágrimas começaram a rolar sem nenhum controle e soltei um sussurro triste.

- Eu espero que um dia você me perdoe, minha amiga.

[...]

As aulas ocorreram de forma arrastada a cansativas, a minha produtividade estava perto do zero.

Eu estava pronta para voltar para o alojamento no final do dia acadêmico quando Brad passou por mim sorrindo com alguns caras da sua fraternidade e acenou com a cabeça para o lado. Acompanhei o seu movimento e vi Shawn que estava encostado em uma das árvores do Pierson me fazer outro sinal sutil com a cabeça pedindo para que eu o seguisse. Eles eram realmente cuidadosos o tempo todo.

O encontrei nas costas do bloco G de braços cruzados com aquele sorriso sonso.

- Então... você fez?

- Sim. – engoli seco sem o encarar.

- Mesmo? Então diga isso olhando nos meus olhos.

- Eu fiz. – bufei e o encarei. – Deixei naquela caixa de sugestão que fica ao lado da porta dela.

- O que? Você é idiota ou algo do tipo? O que foi que eu disse pra você fazer? Entregar para a coordenadora Issartel, não colocar na porra daquela caixa que sabe-se lá quando ela vai lembrar de mexer. – mais uma vez suas veias do pescoço pularam.

- Ela não estava lá! Não tinha para quem entregar. – tentei rebater.

Shawn passou as mãos no rosto que ainda estava marcado de ontem e respirou fundo antes de dar a próxima ordem.

- Você vai lá agora antes que ela vá embora e vai fazer a denuncia pessoalmente.

- O que? Isso era pra ser anonimamente. – tentei não elevar o tom de voz.

- Você vai na frente e eu vou depois. Quero ter a certeza de que você fez isso.

Não o questionei mais do que já tinha feito para que as coisas não piorassem e só segui em passos pesados até o prédio onde a sala da coordenadora ficava. Fiz o mesmo caminho sujo de hoje cedo e finalmente parei em frente a porta dela. Olhei para os lados e vi o rapaz alto no final de um dos corredores vindo na minha direção. Meu coração disparou junto com as minhas batidas na porta.

Foram poucos segundos de espera e a bela mulher abriu a porta pra mim com um lindo sorriso.

- Senhorita Jauregui, o que te trouxe até aqui? – Keana perguntou docemente.

- Provavelmente a mesma coisa que eu, coordenadora. – Shawn apareceu por trás de mim fazendo com que a mulher mudasse sua expressão doce para uma expressão surpresa. – Podemos entrar?

- Claro!

Keana deu passagem para que entrássemos e eu já comecei a montar um pedido de socorro na cabeça mesmo que fosse suicídio. Desisti da ideia assim que ela sentou a nossa frente do outro lado da mesa.

- Então, o que houve? Outro problema envolvendo vocês e as alunas do dormitório 10 e 5? – Keana começou.

Olhei para Shawn que preservava uma expressão suave e totalmente despreocupada.

- Bom, coordenadora. Eu vim aqui com a Lauren para ter certeza de que a senhora checou o envelope que foi enviado para a senhora hoje cedo.

- O que estava na caixa de sugestões? – a bela mulher agora nos encarava séria.

- Sim. – Shawn abriu um leve sorriso. – A senhora sabe que é o nosso dever como alunos e cidadãos manter a moral e os bons costumes em dia com a instituição que estudamos.

- O senhor está certo. – Keana agora sustentava um olhar mais sério sobre nós. - Enfim, saibam que todas as medidas administrativas serão tomadas em relação ao conteúdo daquele envelope. Não precisam se preocupar. –

- Muito obrigada pela sua atenção, coordenadora Issartel. Contamos com a sua colaboração para fazer de Yale um lugar melhor e decente. – Mendes sorriu mais uma vez e se levantou indo em direção até a porta, e eu fui tão rápida quanto ele.

Sem olhar pra trás.

Quando chegamos no corredor, Shawn se atravessou na minha frente, me fazendo parar imediatamente.

- Bom trabalho, Jauregui. Gosto quando você é boazinha e se comporta. Facilita muito mais as coisas. Continue assim e talvez eu ainda te deixe ser amiga da Cabello...

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