5inco | ✓

Autorstwa nicolescreve

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(Sobre Amores e Amizades, #1) Quando o último ano do ensino médio começou, Maria Luísa Alves teve certeza que... Więcej

Sobre amores e amizades:
Central de informação ao leitor:
Personagens:
Playlist:
Introdução:
1: Bem vindo ao Basso
2: Conversas estranhas
3: Saia justa
4: Retornos
BÔNUS: RAFAEL CUNHA
5: Kia e Lia, Lia e Kia
6: Revanche
7: Blecaute
8: Flash, Mozart, Snow e Zeus
9: Conspiração
10: Espelho de classe
11: Quem não cola...
12: OTP
13: Metáfora
14: Qual é o time?
15: Choque de realidade
16: Escolhas
BÔNUS: RAFAEL CUNHA
17: Dia do chiclete
18: Anna em: o retorno maldito
19: Ariel
20: Carrossel
21: Augusto é o coelhinho
22: Ciúmes
BÔNUS: RAFAEL CUNHA
BÔNUS: AUGUSTO MARQUES
23: Surtando
BÔNUS: RODRIGO CASTRO
24: Olha a explosão
25: Maravilhosa confusão
26: Fim?
27: Bad blood
BÔNUS: THOMAS BASSO
28: Novas sensações, doces emoções
30: Fofoqueiros
31: Sem chance
32: Descobertas
33: Perto
BÔNUS: RAFAEL CUNHA
BÔNUS ESPECIAL: DIA DO AMIGO
34: Compatibilidade
35: Raiva
36: Cartas na mesa
BÔNUS: FELIPE ALVES
THE ARTISTS AWARDS
37: Família
38: Adeus para a foto
39: Sobre vestibulares, faculdades e o futuro
40: Respiração cachorrinho
41: Surpresa? Surpresa!
42: 5inco
43: Sentimentos x distância
44: Até o fim...
Agradecimentos:

29: Só diga sim, sim, sim

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Autorstwa nicolescreve

"Um casamento sem barraco não seria um casamento de verdade. Ainda mais o casamento da matriarca Espíndola. Vamos lá, cara, esse casamento pedia por um barraco daqueles. ── Bruna."

Eu realmente não consigo acreditar que isso finalmente aconteceu.

A voz de Rafael não passou de um sussurro já que meus lábios ainda estavam colados nos dele. E eu sorri contra eles quando entendi do que ele estava falando. Sorri verdadeiramente e me afastei um pouco, apenas para contemplar um sorriso lindo nos seus lábios e seu rosto de tão perto. Apenas para voltar a beijar Rafael no segundo seguinte e sentir todas aquelas sensações dançando no meu corpo.

Ele me puxou para ele novamente, me apertando e reivindicando tudo que nos foi negado durante tanto tempo. E eu entreguei tudo para ele, sem nem ao menos pensar. Deixei que cada sensação que dançava no meu peito fosse repassada para Rafael durante aquele beijo e durante todos os outros que vieram a acontecer.

Poderia jurar que apenas minutos haviam passado, mas quando percebi, já era noite. Ótimo, além de me fazer perder o senso de direção, Rafael agora também me fazia perder a noção do tempo.

─ A gente precisa realmente voltar agora. ─ dei mais um beijo nele antes de me afastar. ─ Já anoiteceu.

Ele levou alguns segundos até parecer entender e então olhou meio que assustado ao nosso redor, apenas se dando conta de que a noite realmente já havia caído naquele momento. Bom, pelo menos eu não era a única perdida.

─ Acho que a gente perdeu a noção do tempo.

Rafael e eu voltamos para casa de mãos dadas em meio de risadas, conversas leves e beijos sendo roubados. Eu nunca imaginei que momentos como esse fossem acontecer justamente aqui, na fazenda. Quando minha avó dizia que esse pedaço de terra era realmente mágico ela, pelo visto, estava sendo o mais verdadeira possível.

─ Tudo bem, eu realmente preciso entrar agora.

Tive que rir da expressão desolada de Rafael. Ele estava tratando daquele breve boa noite como se uma despedida oficial.

─ Um último beijo? ─ ele pediu. ─ Por favor, esse vai ser o nosso primeiro beijo de boa noite e o último de hoje.

Tudo bem, mais alguns minutinhos não iriam fazer diferença nas minhas horas de sono. Mas é claro que aquele não foi o nosso último beijo da noite, mas foi sim, o primeiro de boa noite depois de algum tempo.

[...]

Acordar cedo em um domingo não era algo fácil. Ainda mais se você passa boa parte da madrugada trocando beijos as escondidas com alguém. Só de lembrar sobre o dia anterior... Ai, ai, se controla, Maria Luísa.

Nesse momento, por mais vividas as sensações estejam no meu corpo, preciso focar no casamento. Focar no casamento e não nas sensações. Foco, Malu, você precisa de foco e disciplina.

Percebia as pessoas se movimentando dentro de casa e fora da fazenda, ajustando os últimos detalhes do casamento e coisas do tipo. As gêmeas gritando a cada cinco minutos também eram notadas pelo meu cérebro, assim como eu sabia que Marco deveria estar quase entrando em parafuso em algum quarto.

Tudo isso porque o casamento era no fim daquela tarde.

Acho que todo mundo estava entrando em parafuso, preciso confessar que até eu estava. Minha mãe saiu super cedo de casa e deixou que Felipe e eu cuidássemos da organização das coisas que faltavam; Isso incluía também receber os convidados e brigar com alguém que fizesse algo de errado vulgo Thomas que queria dormir até o meio dia naquele dia. Clara tinha saído com ela, não dava nem para cogitar a hipótese de pedir ajuda a Marco e logo isso significa: não temos nenhum adulto para ajudar com qualquer coisa.

Ok, não que sejam muitas coisas, mas é sempre bom poder contar com alguém para situações como essa onde várias coisas podem dar errado.

Até que foi fácil separar as tarefas. Felipe ficou encarregado de auxiliar com a organização na parte externa e eu tinha que receber o bufê, os garçons e o todo mundo que fosse fazer parte desse casamento. Decidimos que iríamos nos dividir quando o assunto era Lia e Kia, aquelas duas mais pareciam duas noivas nervosas do que qualquer outra coisa.

Todo mundo estava pirando por causa de um casamento.

Nunca gostei de casamentos. Não gosto mesmo, qual a finalidade? A pessoa vai lá casa e no final ainda recebe uma chuva de arroz? Exatamente, era o que meu cérebro dizia e me apoiava, por outro lado, meu coração soltava suspiros apaixonados por conta da cerimônia e tudo que ela significava. Afinal, não era apenas uma cerimônia qualquer, era o casamento da minha mãe e toda a aversão que criei sobre cerimônias matrimoniais, pareceu se dissipar de uma hora para outra. Era algo engraçado até. Conseguia sentir todo aquele clima de casamento me envolvendo e, ao invés de ficar enjoada como em todas às vezes, apenas conseguia imaginar o tamanho da felicidade que minha mãe sentiria ali.

Ela era a pessoa mais importante do meu mundo, merecia toda a felicidade existente e se a felicidade dela era assim, casando na fazenda cercada de amigos e familiares, essa era a minha felicidade.

Minha mãe merecia tudo aquilo e um pouco mais.

[...]

Ok, certo, estava quase na hora.

Na verdade, estava na hora marcada já, mas a noiva ainda não tinha aparecido. Ela me mandou uma mensagem avisando que iria se atrasar meia hora, então mesmo que estivéssemos na hora combinada naquele momento, ela iria chegar na hora que havia acabado de combinar. Tudo bem, Malu, vai dar tudo certo. Já deu tudo certo até agora, não tem como dar errado justamente agora.

Todos já estavam no local em que a cerimônia seria realizada, mas como naquela parte da fazenda não tinha sinal, resolvi me afastar alguns metros e estava ali, parada ao lado de uma gigantesca árvore e tendo uma visão privilegiada tanto de onde todos estavam até do local que o carro com a minha mãe ia chegar. Escutei o último áudio que ela me enviou, avisando que ia terminar o cabelo e depois colocar o vestido, e respondi, preocupada demais em pela primeira vez na minha vida não ser a pessoa atrasada.

Meu erro foi esse, suponho.

Fiquei tão concentrada em trocar mensagens com a minha mãe e Clara que não notei certa movimentação à minha frente. Ou posso ter percebido, mas como a fazenda estava cheia, não achei estranho alguém por ali, ainda mais sendo aquele o único lugar que tinha sinal para o celular. O fato é que apenas fui perceber a presença de Pedro e Augusto no momento em que os dois soltaram gritos no meu ouvido, me fazendo pular de susto e derrubar meu celular no chão.

Qual era o problema desses dois? Eles não tinham coisa mais interessante para fazer? Realmente tinham que ficar assustando as pessoas apenas por diversão?

─ Você tinha que ter visto a sua cara, Malu. ─ Pedro disse e depois apontou para Augusto. ─ Espera, você pode ver! Augusto gravou esse momento épico.

─ Vocês não têm nada de mais interessante para fazer, hein? ─ dei um tapa na mão de Augusto no momento em que ele me estendeu o seu celular para ver a minha cara de apavorada. ─ Eu sei que a futura namorada do Pedro não está aqui, mas a sua, Augusto, deve estar esperando você lá dentro.

Contrariando tudo o que eu esperava, Pedro não resmungou nada e apenas ficou em silêncio enquanto Augusto recolhia meu celular do chão e me entregava, e já ia saindo provavelmente indo atrás de Bruna. Tudo bem, nós sabemos que alguma coisa está errada quando o Pedro fica mais de dois minutos em silêncio e parado. Pedro é a personificação de energia e ele ficar de boca fechada e parado no mesmo lugar durante tanto tempo não é normal.

─ Como você... Como você sabe que gosta de alguém? Mas não é aquele gostar de paixão, Malu. ─ ele torceu as mãos de maneira nervosa. ─ É aquele gostar de amar alguém.

Pisquei um tanto quanto atônita com as palavras dele, sem ao certo saber como responder ao que Pedro estava me perguntando. Era um choque muito grande, em partes, justamente ser Pedro a pessoa a perguntar sobre algo do tipo já que é o Pedro, mas também era reconfortante em saber que ele tinha vindo me procurar para falar sobre algo do tipo.

Algo do tipo que eu realmente não tinha como responder já que o carro em que minha mãe estava havia chego e porque não tinha uma resposta concreta a dar para ele.

─ Sério que você quer falar sobre isso agora? Tipo, a minha mãe acabou de chegar e você quer falar sobre a Fernanda bem agora.

Pedro olhou para o local que eu apontava, percebendo que o carro da noiva havia finalmente chego. Ele soltou algo como uma risada abafada junto de um suspiro de insatisfação, mas deu de ombros e sorriu para mim.

─ Eu acho que esse não é o melhor momento, não é? ─ ele disse.

Enlacei meu braço contra o dele e fomos juntos até a entrada do local em que a cerimonia seria realizada. Pedro me deu um beijo na bochecha e disse que iria se comportar e controlar o Augusto para que tudo fosse perfeito e começou a se afastar. Foi nesse momento em que a luz da sabedoria me atingiu e então percebi que eu poderia ajudar Pedro de alguma maneira. Não era uma resposta maravilhosa, mas já era alguma coisa.

E por isso, segurei seu braço e o impedi de continuar andado.

─ Pedro. ─ ele me encarou meio confuso. ─ Você só sabe. Não tem nenhuma fórmula mágica ou matemática, sabe? A gente simplesmente sente e sabe que aquela pessoa é a pessoa.

A expressão do meu amigo foi iluminada e Pedro voltou a ser Pedro naquele mesmo momento. Ele me encheu de beijos e soltou vários "você é sensacional demais! " antes de começar a correr em direção de Augusto enquanto batia palmas. É, aquele era definitivamente o Pedro Ferreira que todos conhecíamos e amávamos.

─ Posso saber o porquê de Pedro ter saído dessa maneira daqui?

Me virei pronta para responder a minha mãe que toda aquela animação de Pedro ─ que não era nenhuma novidade ─ era devido a mais nova descoberta dele que envolvia Fernanda, mas no momento em que meus olhos repousaram sob a minha figura materna, eu apenas consegui ficar sem palavras. E no segundo seguinte as lágrimas de emoção já rolavam pelos nossos rostos e eu agradeci mil vezes por Júlia ter usado uma maquiagem a prova d'água no meu rosto.

No meio daquela pequena confusão de lágrimas e risadas, meus irmãos chegaram até onde nós estávamos e Clara disse que o grande momento havia finalmente chego. Ela trocou um abraço apertado com a minha mãe e então se dirigiu ao seu lugar no altar como a madrinha principal, nos deixando os cinco sozinhos.

Kia e Lia se posicionaram a nossa frente enquanto Felipe ficava ao lado direito da minha mãe e eu ao esquerdo.

─ Preparada?

Felipe perguntou para ela, mas eu senti que aquela pergunta era feita a todas nós. E talvez por isso e pensando o mesmo, minhas irmãs soltaram animados "sim" e eu apenas balancei a cabeça em concordância, mantendo o meu olhar preso na última pessoa ─ e na mais importante ─ que teria que responder aquela pergunta. A hora finalmente chego; Era agora o momento do felizes para sempre da minha mãe.

─ Como nunca estive antes.

E então a marcha nupcial começou e mais uma nova fase foi iniciada em nossas vidas.

[...]

Observava em um canto da festa os movimentos suaves que minha mãe e Marco realizavam na pista de dança. A felicidade deles era refletida em cada pequeno movimento que ambos realizavam. No final das contas, o casamento foi lindo e um dos momentos mais emocionantes da minha vida. A aversão por eles ainda continuava, mas o casamento da minha mãe foi apenas alegria e boas lembranças.

Meu esconderijo logo foi descoberto e mais uma vez fui arrastada para a pista de dança.

Alguém precisava seriamente estudar Bruna porque não era possível uma pessoa ter tanta energia no corpo acumulada.

E, sim, eu realmente estava me escondendo dela.

─ Casamentos são legais, mas as festas.... Ah cara, elas que deixam tudo mais animado. ─ Bruna me empurrou mais uma vez de um lado para o outro, uma tentativa falha de me fazer dançar. ─ Disse besteira?

Ela não disse nenhuma besteira, mas eu não aguentava mais dançar.

Bruna parecia ter um estoque de pilhas Duracell porque estava fazia horas e mais horas na pista de dança, nunca parecendo cansada e apenas animada. Ela conseguiu cansar o Pedro! Sim, o Pedro, aquela criatura que é energia pura. Mas Bruna era sempre assim, essa alegria pura e contagiante em festas e sempre agitada. O problema é que eu realmente não conseguia seguir o ritmo dela. E nem mesmo Augusto conseguia já que ele estava sentado no bar que ficava afastado da pista de dança, com Rafael.

─ Ai não, não, não e não. ─ parei de me movimentar e suspirei, cansada. ─ Desculpa B, mas não aguento mais dançar.

Ela me chamou de fraca uma porção de vezes, mas consegui, enfim, fugir para longe da pista de dança.

Não era minha intenção ficar fugindo dos convidados, mas fiquei com aquela sensação de estar meio que fugindo de Rafael e, por isso, fui em direção até o bar onde eles estavam. Ainda tentava entender o motivo do bar ficar tão afastado quando cheguei até eles. Augusto continuou distraído, falando alguma coisa sobre a decoração e a música que tocava naquele momento enquanto Rafael olhava para mim, com aquele sorriso nos lábios.

─ Estávamos brincando de esconde-esconde e eu não sabia? ─ ele brincou quando parei na sua frente.

Os braços de Rafael agarraram a minha cintura, me puxando para perto dele e eu sorri feito uma boba por causa disso. A sensação de poder tocar nele sem precisar me reprimir ou pensar era maravilhosa. Poder ter Rafael da forma que eu sempre quis ter era algo fora de série. Era como um presente na noite de natal.

Ainda sorrindo, encostei nossos lábios em um beijo suave, mas Augusto pigarreando falsamente quebrou todo aquele clima.

─ Cara, isso é muito nojento. ─ Rafael parou de me beijar no momento em que a voz ultrajada de Augusto chegou aos nossos ouvidos. ─ É a primeira vez que vejo vocês se beijando, eu sei, mas acho que nunca vou me acostumar em ver vocês dois trocando beijos.

Até pensei em falar que demorei um bom tempo em me acostumar em ver ele e Bruna trocando beijos, mas no momento em que fui brincar com Augusto sobre isso, Felipe apareceu onde nós estávamos, pisando duro e parecendo verdadeiramente pronto para cuspir fogo em cima de alguém. E, por conta disso, resolvi ir em sua direção ─ sendo seguida por Rafael e Augusto ─ e o parei. Felipe primeiramente olhou para a minha mão que segurava o seu braço levemente para depois me olhar.

─ Felipe? Está tudo bem? ─ ao invés de me responder como uma pessoa normal, Felipe apenas arrancou seu braço de forma brusca da minha mão. ─ Por que você fez isso?

Eu esperava ouvir qualquer coisa, sério, estava até mesmo pronta para escutar Felipe reclamando da gravata que estava o apertando ou das músicas que estavam tocando porque a verdade e nada mais do que a verdade era que Felipe é um reclamão de primeira. Então, ele estar com aquela cara não era nenhuma novidade. Novidade foi o que ele disse. Ou praticamente gritou na minha cara.

─ Você é a pior irmã que existe!

Um minuto de silêncio recaiu entre todos nós que estávamos ali enquanto meu cérebro tentava absorver o que Felipe havia falado.

─ Mas que merda você acabou de dizer, Felipe? ─ Augusto riu nervoso e tentou fazer alguma piada quando percebeu o clima pesado. ─ Acho que as bebidas que ele tomou escondido subiram pela cabeça e dissipou o único neurônio que funcionava nessa cabeça dele. ─ quando Felipe dirigiu seu olhar irritado para Augusto, ele apenas colocou as mãos para cima e recuou um passo. ─ Caramba, cara, eu estou brincando!

─ Alguém pode me explicar, por favor, porque sou a pior irmã que existe?

Mas no momento em que Felipe voltou a abrir a boca, provavelmente pronto para ser mais uma vez apenas grosso comigo e não explicar nada, Júlia apareceu junto com Thomas. E Felipe voltou a se calar com a presença dele, mas continuou parado ali. Olhei para Júlia sem entender nada daquela situação e talvez ela tenha entendido que alguma coisa estranha estava acontecendo ali. Na verdade, Júlia já sabia exatamente o que estava acontecendo ali, pelo visto. E as minhas suspeitas foram confirmadas no segundo seguinte quando ela começou a explicar a situação.

─ Ele veio falar comigo, Malu e... ─ ela parou de falar um momento. ─ Acabei contando que se não fosse por você provavelmente eu ainda estaria sendo feito de otário por ele. Só que provavelmente seu irmão deve ter vindo acusar você de algo já que o clima aqui não é um dos melhores. ─ Júlia parou de me encarar e então voltou sua atenção para Felipe. ─ Chega de cena, Felipe, é o casamento da sua mãe e isso nem é lugar para vocês discutirem isso.

─ Chega de cena? Chega de cena o caramba. ─ ele voltou a falar de maneira irritada e jogou os braços para cima. E então voltou a falar diretamente comigo. ─ Você é a culpada por tudo que aconteceu, Maria Luísa! Por sua causa eu acabei tendo que levar uns pontos e Thomas perdeu a cabeça. Se você tivesse me deixado conduzir essa situação... Mas não! Claro que não, não é mesmo? Você tinha que salvar a pátria e dar uma de heroína, indo se meter em assuntos que não são da sua conta.

Salvar a pátria? Dar um de heroína? Eu não tinha feito nada daquilo por causa disso! Eu apenas havia aconselhado Júlia que estava desesperada e sem saber o que fazer! Nunca que eu iria querer sair como a salvadora da história, mas Felipe estava alegando isso com tanta convicção que foi impossível não ficar abalada por conta disso.

Era dessa maneira que ele me enxergava então no meio disso tudo? Meu irmão realmente achava que eu tinha sido a causadora de toda aquela confusão? E, parando para pensar, se a minha boca tivesse ficado fechada, talvez as coisas tivessem sido diferentes. Talvez Felipe tivesse tomado uma dose de consciência e tivesse ido atrás de Thomas e aquela confusão poderia ter sido evitada. E se...E se a culpa realmente fosse toda minha?

─ Cala a boca, Felipe. ─ foi Júlia quem me defendeu. ─ Quando você vai crescer e admitir que a culpa disso tudo é sua? Sua irmã não tem culpa de nada, Thomas não tem culpa de ter perdido a cabeça, eu não tenho culpa de ter contado... A culpa é sua! Única e exclusivamente sua.

─ Eu não fiz por mal, eu só... Eu só quis ajudar.

─ Grande ajuda, não é? Acabei saindo com um corte na sobrancelha e você fez com que Thomas parasse de falar com todo mundo por duas semanas. ─ ele me respondeu. ─ Me lembre de nunca procurar você quando precisar de ajuda, maninha.

Arregalei meus olhos com a agressividade contida nas palavras dele.

Imaginava que quando Felipe ficasse sabendo que a ideia de contar havia sido minha ele fosse ficar chateada, mas toda essa agressividade e hostilidade... Eu realmente não esperava isso. Ele me culpava por aquilo com tanta convicção que estava me convencendo que a culpa era realmente minha.

Naquele momento, eu estava me sentindo a vilã de toda a história.

─ Droga, para de falar desse jeito! ─ Júlia voltou a repetir. ─ Ela não fez por mal, Felipe! Quantas vezes a gente vai precisar falar isso para você? Quando você vai colocar a mão na sua consciência e admitir a sua culpa?

─ Cara, relaxa, você está de cabeça quente e nada que a gente fala de cabeça quente é bom. ─ Thomas o aconselhou, mas Felipe não queria escutar.

E quando Felipe não queria escutar, ele realmente não iria escutar.

─ Esquece, já vi que ninguém nunca fica do meu lado. ─ ele nos deu as costas, pronto para ir embora, mas resolveu virar novamente e falar mais algumas coisas. ─ Até parece que vocês são perfeitos e nunca erraram, né? Ficam apenas aí, apontando os meus erros, como se vocês nunca tivessem feito merda também.

─ A diferença é que a gente faz merda e assume elas, Felipe, ninguém fica atirando a culpa para cima de outras pessoas.

Felipe fez um gesto negativo com a sua cabeça e se afastou, mas Júlia foi atrás dele e Thomas foi atrás da namorada que parecia um pouco descontrolada. E eu apenas continuei parada no mesmo lugar, tentando entender toda aquela confusão e não deixar que as palavras de Felipe continuassem entrando na minha cabeça. Mas já era tarde demais e tudo aquilo já estava dentro de mim, me corroendo e me fazendo questionar. Eu realmente fui a culpada de toda aquela confusão?

─ Malu, a culpa não foi sua. ─ Rafael repousou suas mãos nos meus ombros, os apertando levemente. ─ A culpa não foi sua.

Será mesmo?

─ Eu vou procurar as minhas irmãs.

Dei um beijo na bochecha de Rafael e tentei sorrir minimamente para Augusto antes de sair daquele local. Mas antes mesmo de conseguir dar dez passos, minha mãe apareceu na companhia de Clara e parecia realmente assustada. Ótimo, e lá vamos nós novamente.

─ Quer me explicar o que acabou de acontecer aqui? ─ minha mãe me parou no meio do caminho. ─ Por que você parece prestes a chorar? E porque seu irmão parecia tão transtornado?

A culpa era definitivamente minha.

Não, a culpa não é sua, pare de pensar dessa maneira.

─ Não é nada, mãe. Juro. ─ lancei um sorriso para ela e beijei o seu rosto. ─ É só a emoção pelo casamento.

Não dei mais tempo para que ela continuasse com a sua inspeção porque eu sabia que se a minha mãe continuasse me olhando daquela maneira por mais algum tempo, eu começaria a chorar. Então apenas lancei um último sorriso para ela antes de seguir em direção até as minhas irmãs.

Eu precisava me distrair e tirar todas aquelas palavras de Felipe da minha cabeça.

Eu só precisava parar de pensar naquilo e de algum tempo. A festa iria me ajudar e as outras pessoas também.

Mas o grande problema foi que as horas passaram e a festa continuou e todas aquelas palavras de Felipe continuaram na minha cabeça.

Será que ele tinha razão e a culpa de tudo aquilo era minha mesmo, no fim das contas?

#

MEU OTP É REAL, MEU OTP É REAL E EU TO (!!!!!!!!!!!!!)

Ois, gal, tudo bem com vocês?

Ao mesmo tempo que to berrando por Maria Luísa e Rafael, não consigo tirar o foco que Felipe culpou a Malu por algo que é totalmente culpa dele. Ainda estou tentando absorver a raiva ehehehe

Acho que a partir do próximo vai dar para entender muitas coisas ainda não compreendidas em 5inco. A começar pelo lance todo da Malu já que coisas me dizem que o embuste do pai dela volta no próximo. Não vai ser fácil lidar com isso, não mesmo. Felipe em algum momento da história vai crescer? Fica aí o questionamento. Eu queria, né, mas o personagem não faz muito pra crescer aí fica complicado. Felipe é sempre mais emoção do que razão e ele tem problemas em falar as coisas, uma cortesia do pai deles. Não é protegendo, mas é proteger de certa forma HUAHUA A única pessoa que realmente não tem como proteger em 5inco é o embuste do Guilherme, acho

Eu não sei se tem como defender ele mesmo

Gal, o Pedro que apareceu e foi citado nesses últimos capítulos é o personagem principal de 30 Coisas Para Fazer Antes da Faculdade, a segunda história da série "Sobre Amores, Amizades e Amenidades". Se alguém quiser conhecer mais do Pedro e do pessoal de 30 Coisas, aqui o link > https://www.wattpad.com/story/85596921-30-coisas-para-fazer-antes-da-faculdade

Enfim, obrigado pelos comentários, estrelinhas e todo apoio de vocês gal! Vocês são maravilhosas e não canso de dizer isso 💜 E também nunca consigo agradecer vocês à altura, mas tento por meio desses spoilers compensar sempre 💜

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"─ Depois de tudo que contei a única coisa que quer saber é sobre isso? Não senti nada com aquele beijo. Quer dizer, eu senti sim, mas foi uma sensação estranha de estar beijando um dos meus melhores amigos. Aquela fase foi muito estranha. Foi bem no momento que vocês foram embora e eu descobri que gostava de você. Gostava de você de verdade.

─ Demorou para descobrir isso, hein? Bastante tempo.

─ Desde quando sabia que gostava de mim?

Rafael se aproximou ainda mais, pegando uma mecha do meu cabelo e a enrolando no próprio dedo.

─ Sempre soube que gostava de você. ─ ele confessou. ─ Desde sempre."

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Tô pensando seriamente em criar um grupo no facebook para aumentar a interação entre a gente, então me digam o que acham sobre isso, certo? Ia ser sensacional ter um cantinho para dividir com vocês 💜

Se quiserem bater um papo comigo no twitter > shhhnic

Até a próxima semana, gal 💜

Um beijão!

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