Algo em meu corpo dói, na verdade lateja. Tento me mexer, mas essa parte queima mais ainda.
Droga, o que está acontecendo aqui?
Louisa — Você nem faz ideia.
Abro com cuidado os olhos por causa da luz forte do sol que entra pela janela de vidro. Por que ninguém se lembra de fechar a merda da cortina? Assim que meus olhos conseguem se acostumar com a luz, encontro duas poças azuis me encarando, parecendo um mar calmo e sereno. Mas o questionamento que se segue é de como eu vim para novamente nesta cama.
— Bom dia. - ouço Christian dizer de forma delicada e calma.
Ouvir sua voz assim é um bálsamo.
— Bom dia. O que aconteceu?? Minhas costas doem. - ouço minha voz dizer de forma falha não entendendo o que houve comigo.
Em poucos segundos flashes se passam por minha cabeça. Cenas em que rolo com um enorme lobo preto no chão de uma floresta densa e escura, e por fim, vejo ele me acertando no dorso. Lembro-me da briga com Christian e o momento em que ele me feriu em um lado das costas.
— Você. - pausa - Você me feriu. - digo com a voz triste. - Como pôde fazer isso comigo?!
Em meio a calma dos seus olhos, vejo uma tempestade se aproximar em seus olhos, que se tornam tristes e dolorosos. Arrependimento?
— Me perdoe, Fernnanda. Eu fui me defender de você e acabei te ferindo. Eu não queria ter feito aquilo. Eu juro que não foi minha intenção. - ele diz com uma voz abatida.
— Está bem, por isso eu te perdoo, mas uma coisa que nunca irei te perdoar foi o fato de você ter trazido aquela mulher à esta casa. - fecho os olhos me lembrando com amargura. - Você me traiu, Christian. Eu sentia que estava começando a confiar em você, que você era um bom homem, mas no fim você me decepcionou.
Louisa — Não se esqueça de que você o tem negado dia após dia, Fernnanda. Cuidado para não pedir satisfações a alguém na qual você esnoba.
Abaixo os olhos para não olhar em seus olhos. Sinto meus olhos esquentarem e uma vontade enorme de chorar. Para tentar fugir dele, tento me sentar na cama e me levantar, mas a dor ainda é insuportável.
— Shiiu! Quietinha, não se mexa e nem faça movimentos bruscos. - Christian diz calmo me segurando na cama.
Me ajeito na cama e busco uma posição confortável e acabo ficando de lado virada de frente para ele.
— Tente me explicar, o porquê de você ter trazido uma humana em sua casa, ainda mais comigo aqui. - pergunto com a voz dolorosa olhando para a janela que aparenta que o dia está quente e o sol a pino.
Ele se senta na cama e cruza as pernas, mas mantém o olhar abaixado como quem sente vergonha.
— Como posso te dizer isso?! - ele pergunta, mas para si mesmo do que para mim. - Bem, aquele dia eu estava irritado por você ficar fugindo de mim e também nesta época os lobos ficam mais irritados com a falta de sua companheira, porém, ficam com os nervos à flor da pele e já que você não me aceita, eu decidi tentar liberar a raiva com aquela humana. Eu sabia que fazendo aquilo iria te deixar com raiva, mas não sabia que ficaria enciumada.
— Eu não estou com ciúmes. - digo convicta, mas duvido até de mim mesma.
— Que seja. Então eu transei com ela na escada mesmo. Juro que quando você passou por nós e disse aquilo, no mesmo momento minha cabeça pesou e então dispensei a moça para casa. - ele diz parecendo uma criança quando faz coisa errada e é obrigado a assumir o seu erro.
Não acredito que ele fez tudo isso por raiva?! Se ele soubesse como me senti quando vi aquilo. A dor que minha loba sentiu por ter sido traída com uma humana foi sem tamanho.
O observo sem nenhuma reação, não sei o que dizer sobre isso. Tá, talvez eu esteja sendo egoísta e hipócrita.
— Me perdoe por favor, eu não sei o que fiz. Você controla tudo a sua volta, me deixando incapaz de fazer as coisas seguirem do meu jeito e isso é muito frustrante. - ele diz puxando os cabelos da cabeça frustrado.
Nos seus olhos há um sentimento que não entendo. Eu estou louca ou isso é ternura, arrependimento?! Não pode ser, está para chegar o dia em que Christian será tão doce assim. Mas também há um sentimento que conheço muito bem. Desejo.
Christian hesita um pouco e se aproxima de mim na cama. Não tenho para onde fugir, infelizmente me sinto debilitada. Encaro os seus olhos azuis e então ele se apoia nos cotovelos até manter o rosto a altura do meu. Ele encara os meus lábios, seus olhos estão escuros. Reconheço esse tipo de olhar em qualquer lugar. Sinto meu coração acelerar com a sua repentina aproximação.
Com uma das mãos, ele coloca uma mecha solta do meu cabelo atrás da minha orelha e volta a olhar para o meu rosto. Ainda com a mesma mão, ele acaricia o meu rosto, o que me faz fechar os olhos e suspirar sobre o seu toque forte e ao mesmo tempo delicado.
Abro os olhos e ele está a poucos centímetros do meu rosto, inclinado para mim, posso até sentir o seu hálito de hortelã, mesmo que ele ainda nem fez a sua higiene matinal, fico inebriada com o seu doce aroma. Ele se aproxima de mim delicadamente me olhando nos meus olhos e depois para a minha boca, então ele se abaixa e...
— Fernnanda?! Você já está acordada?! - Nathália grita do outro lado da porta fazendo com que Christian pare do outro lado da cama. - Vim lhe trazer um analgésico caso esteja com dor.
Olho para Christian e ele não me olha, ele apenas se levanta e vai em direção ao banheiro. Após alguns segundos ouço o barulho da ducha ser ligada.
— Eu estou acordada sim, Nathália. Daqui a pouco peço para Christian buscar para mim, está bem?! - grito novamente para ela.
— Está bem, não se esqueça. - ela responde no mesmo tom e então tudo fica em silêncio, ela já deve ter saído.
Após alguns minutos, Christian sai do banheiro com apenas uma toalha enrolada na cintura definida e as gotículas de água escorrendo sobre o seu corpo.
Meu Santo Lobo, que homem, gente.
Louisa chega a dar um uivo de satisfação com o que vê.
Ele anda até o closet e não o vejo mais. Alguns minutos depois ele volta já vestido com uma camiseta pólo preta e uma bermuda jeans escura, o seu Rolex no pulso e o cabelo loiro jogado de lado.
— Eu vou ver o que posso te trazer de café da manhã, está bem. - ele diz calmo mudando o olhar como se não quisesse me encarar.
Ele atravessa o quarto e sai pela porta, me deixando a sós com os meus pensamentos.
O que foi aquilo?! Ele está fora da sua sanidade ou o quê?!
Louisa — Não nega sua safada, eu sei que você queria muito bem aquele beijo. - Louisa acusa sarcástica na minha cabeça.
Será que eu queria mesmo aquele beijo?! Por que iria querer se eu nem o amo para o querer e assim como ele a mim? Só estamos unidos pelo laço de companheirismo que está a fim de se partir. Mesmo assim só irei o aceitar somente se ele conseguir me conquistar e o fato dele pedir perdão já é um grande passo. Ou ele só pediu perdão por ter me ferido e dar uma trégua nessa briga toda?! E será também por que a Lua de Sangue se iniciará depois de amanhã?!
Provavelmente.
Ele não quer me conquistar porque sente algo por mim e sim por causa dessa maldita Lua de Sangue. Tudo por causa dela.
E agora porque o rejeito, sinto minha loba ficando fraca. Veja só, já mal consigo me recuperar do corte que Christian fez. Aliás qual foi a gravidade de tudo isso?!
Com a mão esquerda tateio por baixo da camiseta até encontrar fios presos a minha carne. Pontos de sutura. Retiro a mão e passo por cima de minha omoplata que, possui os mesmos pontos e depois na base da minha coluna. Suponho eu que o corte tenha de 30 a 40 pontos. Então foi grave.
A porta se abre e Christian entra com uma bandeja nas mãos. O aroma é delicioso, claro, misturado junto com o seu próprio aroma de hortelã. Ele põe a bandeja sobre o criado mudo e cuidadosamente ajuda-me a sentar na cama com as costas sobre o travesseiro. Seu toque é delicado e ele aparenta ter medo de me machucar novamente, e assim como sempre, sinto aquela corrente de choque se passa pelos nossos corpos. Será que ele sentiu a mesma corrente que eu?! Não é possível.
— Obrigada. - agradeço olhando para ele.
Ele nada diz, apenas se vira e coloca a bandeja sobre as minhas pernas.
Na bandeja há um mamão, um copo de suco natural de laranja, pão, requeijão, uma xícara de café e um comprimido que só pode ser o analgésico que Nathália falou. Mas noto que tem comida para dois ali. Olho para ele confusa e ele apenas dá de ombros.
— Irei tomar café com você. Não comi nada ainda, estava esperando você acordar. - Se senta ao meu lado e pega a metade de um pão e começa a passar requeijão no mesmo. - E este é o analgésico que Nathália disse para você tomar.
Pego o comprimido e o jogo na boca. Faço uma cara feia. O gosto é péssimo. Vejo no rosto de Christian um sorriso de escárnio pela minha reação ao remédio amargo. Ignoro e pego uma colher que há ao lado e começo a comer o mamão. Hmmm, está docinho. Amo mamão.
Christian pega a xícara de café e toma um gole, a colocando sobre a bandeja em seguida. Após um café da manhã silencioso Christian pega a bandeja e diz que já iria voltar para me ajudar a tomar banho.
— Você não irá me dar um banho, Christian. - nego.
Ele me olha paciente e deixa a bandeja sobre o criado mudo novamente.
— Você precisa de um banho e trocar este curativo. E eu vou fazer isso sim. - ele diz sério cruzando os braços. - Aliás, eu já te vi nua.
— Haha você não pode me obrigar a deixar você me dar banho. Chame Nathália para mim, por favor. - digo perdendo a paciência não lidando com o pensamento de Christian passar uma esponja por meu corpo.
Louisa — Fernnanda, eu faço parte de você e sei que está doidinha para Christian te dar banho. Para de fazer cú, mulher, aceita logo.
— Posso como devo, e aliás sua amiga acabou de sair com Andrew. - ele diz sério. - E agora?! O que você vai fazer?!
Ele pergunta com os olhos cerrados e os braços cruzados sobre o peito forte, o que deixa a camiseta mais justa ao seu corpo.
Senhora Lua, que distração.
Louisa — Coloca distração nisto.
Droga.
— Está bem, mas se tentar alguma coisa, eu juro que te mato. - digo séria para ele que mantém um enorme sorriso vitorioso no rosto. - Idiota, me ajude a levantar.
Ele se aproxima e me ajuda a levantar da cama com cuidado. O desconforto nas costas ainda é enorme. Vai levar certo tempo até o analgésico fazer efeito. Com cuidado e firmeza, ele me segura pela cintura e me ajuda a andar até o enorme banheiro.
Ele para, vira para mim e começa a desabotoar os botões da camisa, um por um revelando o meu corpo nu. Sinto meu rosto ficar vermelho como um tomate e me cubro com os braços.
Christian para e me olha arqueando a sobrancelha.
— Por que está se tampando?! Não é a primeira vez que te vejo nua, e não se preocupe, você é linda. - diz calmo e retira o meu braço diante do meu corpo o deixando de lado.
Linda. Ele disse que sou linda. Meu rosto fica corado diante ao repentino elogio. Com todo o cuidado possível, ele puxa a camisa para trás a fazendo escorregar pelos meus braços e cair diretamente no chão amontoada. Agora a situação é muito embaraçosa. Estou diante dele somente de calcinha.
Ele faz menção de que vai tirá-la, mas eu não deixo. Já basta estar com os seios todos a mostra para ele.
— Não, você não irá encostar um dedo nessa parte, então não tem para que tirá-la. - digo séria com a mão sobre minha calcinha de algodão branca.
Ele revira os olhos, me vira de costas, começa a retirar as gazes e a jogar dentro do cesto de lixo. Ele liga a ducha de água quente, regula a temperatura e me empurra com cuidado para baixo da água.
A água é morna e está deliciosa. Fecho os olhos apreciando a sensação da água caindo sobre o meu corpo. Sinto Christian atrás de mim passar o lado macio da esponja sobre as minhas costas. Com delicadeza ele passa a esponja ao lado dos pontos para não os tocar. Após enxaguar a espuma, calmamente ele derrama um shampoo de baunilha sobre o meu couro cabeludo e massageia. A sensação é deliciosa. Depois ele enxagua o cabelo e passa o condicionador e retorna com aquela massagem deliciosa.
Consigo nem descrever. É tão boa a sensação de se sentir cuidada por alguém, pena que não há sentimento envolvido. Sou virada de frente para ele e noto sua expressão de que ele está concentrado na sua missão de me dar banho. Como quem cuida de uma criança, ele cuida de mim. O banho é totalmente sem malícia, e ele não tentou nada, como prometido.
— Eu vou deixar você terminar de se banhar sozinha e vou pegar uma roupa para você. – diz, vira as costas e me deixa sozinha no enorme banheiro fechando a porta.
Termino o banho após ter lavado minhas partes íntimas. Vou até a pia com certa dificuldade e pego uma escova nova que achei no armário e escovo os dentes. Com cuidado saio do banheiro vestindo o roupão de Christian que estava sobre o balcão da pia. Em cima da cama há um vestido soltinho lilás com bojo, e uma calcinha de renda rosa.
Fico vermelha só de imaginar Christian mexendo nas minhas roupas e procurando uma calcinha confortável em meio as minhas roupas íntimas.
Como vou vestir tudo isso?! Eu preciso fazer movimentos com a parte superior do corpo. Droga, vou precisar da ajuda dele novamente. Inferno, isso vai ser muito tenso.
— Christiian! Eu preciso da sua ajuda para me vestir. – grito por seu nome e o espero aparecer.
Louisa — Essa eu quero ver.
A porta se abre e eu rapidamente me cubro. Christian entra no quarto com uma maleta de pronto-socorro nas mãos. Ele me olha e abre um sorriso. Se aproxima pega primeiro a calcinha rosa, se ajoelha em minha frente, e deixo que ele coloque cada lado da calcinha em cada perna. Sinto a sua respiração soprar pela abertura do roupão enquanto delicadamente ele sobe a calcinha e a ajusta em meu quadril. Merda! Fico arrepiada principalmente em vê-lo ajoelhado diante de mim.
— Vou repor o seu curativo. - ele explica sério. - Vou precisar que se deite de costas na cama, por favor.
Ele pede com uma certa autoridade na voz e eu faço o que ele pede. Deito-me na cama assim como ele pediu. Christian pega um lenço seco e passa em cima dos pontos secando a umidade. Depois ele pega um spray de Rifamicina© e espirra sobre os pontos.
— Onde aprendeu que tinha que fazer tudo isso? - pergunto de boca aberta enquanto ele cuida de minhas costas com facilidade.
— Hmm, boa parte eu aprendi vendo Nathália fazer ontem à noite. - responde enquanto coloca as gaze novas no lugar.
Após terminar o curativo, eu me sento na cama com o roupão tampando a frente de meu corpo.
— Agora venha que eu irei vestir a roupa em você. - pede terno e demonstrando muita atenção e paciência.
Meu Lobo amado, de onde ele está tirando toda essa calma?! Abduziram o homem grosso, ignorante e arrogante e me mandaram esse que amanheceu doce, calmo, todo cuidadoso e solidário.
Ele me observa atento e eu novamente faço o que pede. Me levanto e fico a sua frente, e então ele retira o roupão de meus braços e o deixa cair no chão. Christian olha nos meus olhos a todo instante. Ele pega o vestido e me ajuda a colocá-lo com todo o cuidado para não esbarrar em meus pontos ou os seus dedos em meus seios.
Após ter terminado, ele pega outra toalha seca no banheiro e seca o meu cabelo me deixando um pouco descabelada. Ele se dirige até o banheiro novamente e volta com uma escova de cabelos nas mãos.
— Não precisa disso tudo. - digo quando ele se aproxima de mim.
— Sim precisa, estou tentando me redimir por tudo o que fiz. - ele diz calmo. - Eu farei de tudo para te conquistar, Fernnanda.
No mesmo instante me arrepio toda, minha loba dá cambalhotas de felicidade e o meu coração para por um segundo. Será que ele é capaz?! E se tudo acabar como aconteceu há alguns anos com Ana?! Será que tudo isso é só por causa da Lua de Sangue??
Louisa — Você não irá saber enquanto não der uma chance a ele.
Decido deixar as coisas acontecerem. Tudo só depende do tempo. E estou ansiosa para saber como ele irá me conquistar. Não posso dizer que estou apaixonada por ele ou não, mas eu posso tentar, porque estou presa a ele para o resto da vida mesmo. E se for para estar, que seja da forma correta.
Após me ajudar a vestir, Christian deposita um beijo em minha testa. Um gesto bem estranho para as atitudes que ele vem tendo ultimamente. Mas eu senti algo apertar o meu peito com o pequeno gesto de carinho. Nunca imaginei que Christian poderia ser um homem carinhoso e cuidadoso como foi hoje. Me deu total apoio na hora do banho e no momento de me vestir. Talvez tudo isso seja realmente o remorso.
Louisa — Se continuar pensando assim, você nunca vai saber se é remorso mesmo ou o homem está realmente tentando mudar.
— Fernnanda, eu estou indo na sede da alcateia e no aeroporto buscar um amigo. Eu prometo que volto para almoçar com você, está bem. - ele diz calmo indo em direção a porta do quarto. - Você precisa de alguma coisa antes que eu vá? !
— Você poderia trazer para mim o livro O Melhor de Mim que está na terceira prateleira da primeira estante na biblioteca, por favor. - peço a ele que assente e sai.
Após alguns minutos, Christian entra no quarto, se dirige até a mim quando estou sentada na cama e me entrega o livro. Então me lembro de uma dúvida que me surgiu alguns dias atrás.
— Por que você tem um livro de romances guardado em sua biblioteca? – tento tirar a minha dúvida.
— Comprei em 2011, mas nem lembro o porquê, talvez seja porque eu conheci Sparks na Carolina do Norte e passei a admirar as suas obras. Então comprei algumas delas. – dá de ombros.
— Eu nunca imaginaria que você gostaria de romances. – rio.
— Tem muitas coisas sobre mim que você não imagina, minha cara. – dá uma piscadela. - Nathália está lá embaixo e mandou avisar que daqui a pouco virá conversar com você para não a deixar sozinha. - ele diz sério, se abaixa e dá outro beijo calmo em minha testa. - Até mais tarde.
— Até mais. - digo embasbacada com a repetição do seu gesto.
Ele vira as costas, sai do quarto e fecha a porta em silêncio me deixando ali de boca aberta com a continuidade de seus gestos delicados e carinhosos.
Não sei descrever a forma como estou agora. Não sei lhe descrever o misto de euforia e confusão que surge dentro de mim. Não há necessidade de ele ser tão atencioso a mim e nem ter que me dar satisfações. Algo está muito estranho com ele. Ou ele realmente está convicto em me conquistar. Se continuar assim, logo ele consegue.