Asp. - Hiatus

Av IsaOliv

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Você é o som da minha canção, é a calma dos seus braços, a dor das minhas feridas. Você é o meu sol. Seja o... Mer

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
.
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
A Trilogia - fragile
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Oi
Capítulo 28
Capítulo 29

Capítulo 06

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Av IsaOliv

"Os abraços foram feitos para expressar o que palavras deixam a desejar."
- Anne Frank


Narrado por Alyce

 Alyson me disse uma vez que eu choro mais que o normal, que faço isso por motivos bobos. Depois de chorar (eu tinha oito anos) por isso, eu concordei. Concordei porque sabia que ninguém chorava tanto como eu, e ninguém era triste como eu nem se desesperava por poucas coisas... Como eu. Então eu prometi a mim mesma (e à Alyce) que não choraria por besteiras nunca mais.


  Nós estamos dentro do carro que Alan e Alyson dividem, sendo meio que arrastados pelo guincho (se isso for um guincho) de Zack, o amigo do amigo de Owen (que, a propósito, se chama Ian). Finalmente chegamos em casa e eu pulo do carro para o meio-fio, procurando Owen.

Vou oferecer um band-aid a ele.

  Quando paro de pensar em como manter ele comigo, percebo que o nosso carro já está onde deveria e Zack está dando partida no automóvel grande. Arregalo os olhos e corro até o lado de uma das portas do caminhão.

- Espera! - Zack para imediatamente com o que fazia e os três me olham. Ian está no meio e os três dividem o mesmo banco - Você não pode... ir assim. A sua testa está sangrando. - ele se apoia no braço, que está repousado na janela aberta. Sorri para mim e ergue uma sobrancelha.

- O sangue é seu, Alyce. Veio do seu cotovelo. - eu tento ver o machucado no meu braço e é um pouco complicado.

- Você tem certeza? Acho meio difícil o sangue do meu cotovelo ter parado aí.

- Eu também não entendi muito bem, mas pelo menos eu tenho um pouco de você em mim. - ele sorri outra vez, galanteador, e um braço forte contorna os meus ombros me apertando com firmeza.

- Obrigado, Zack. - o que Owen disse foi tão estranho que mesmo que Alan não tivesse nos interrompido, eu não saberia o que dizer.

- Tchau, Girassol. - Ian diz para Alyson e eu o vejo sorrir pela primeira vez. Minha irmã o ignora e eles buzinam antes de sair.

"Pelo menos eu tenho um pouco de você em mim", não sei se isso me deixa assustada ou mais encantada.

  Segundos depois que eles saem, os meus pais aparecem na porta de casa e veem o carro amassado.

- O que aconteceu? - minha mãe arregala os olhos. Quando me vê suja de sangue solta um grito agudo e corre até mim, soltando o telefone sem fio nas mãos do meu pai.

- Alyce não quer fazer faculdade online. - Alyson diz, forçando um sorriso.

~~~*~~~


  Depois que a minha mãe conferiu seis vezes o estado físico dos meus irmãos e eu, meu pai e Alan ficaram do lado de fora resolvendo os problemas do carro e eu e as duas mulheres entramos.

- Quero fazer academia. - digo debaixo do chuveiro para as duas, que me esperavam na cama. Estou tomando banho no banheiro do quarto dos meus pais, enquanto ouço Alyson falar mal de Ian.

  As duas aparecem na porta do banheiro e me olham do outro lado do box.

- Quer estudar numa universidade e fazer academia?

- A minha vida é resumida em grupo de apoio e o meu quarto. Eu nem considero o curso de astronomia uma faculdade. E eu... gosto de esportes.

  Eu mal tenho coordenação motora, só estou obcecada em Owen. A minha irmã ia me dizer algo, mas para porque sabe que o que quer que fosse, me magoaria.

- Eu vou falar com o seu irmão sobre a academia que ele frequenta.

- Não! - eu paro de enxaguar meu corpo e olho para a minha mãe com o cabelo atrapalhando minha visão. Minha mãe se encosta na porta e ergue uma sobrancelha. Paro de pensar no quanto ela se expressa de forma parecida com Alyson, e foco no assunto da conversa.

- Como assim não?

- Você sabe que ele ficaria com ciúmes e não me deixaria em paz. Não pode ser em outra?

- Uma outra o quê? - Alyson franze o cenho e reviro os olhos.

- Uma outra academia. - uma que Alan já tenha frequentado com Owen...

- Quer ir numa academia sozinha?

  A minha irmã olha revoltada para Louise, a minha mãe.

- Qual o problema nisso? - a mais velha abre a boca para se pronunciar, mas vê algo em mim que a impede.

- Eu vou pensar. - ela revira os olhos. Sorrio, porque sei que isso provavelmente é um "sim, só vou convencer o seu pai antes".

  Estou no meu quarto vendo o céu, quando ouço o meu celular vibrar em cima da minha cama. Quando a cor rosa finalmente vai embora, eu me deito em cima da colcha macia e vejo qual a notificação. Uma nova mensagem no WhatsApp, vinda de um número desconhecido. Desbloqueio o celular e abro a conversa, antes querendo ver quem é. A pessoa não tem foto de perfil e nem status, e a última vez que entrou no aplicativo foi quinze minutos atrás, quando me mandou a mensagem.

                                     "Como está o seu cotovelo?" - Número desconhecido, às 19h25.


  Num estado melhor que o meu coração, penso, desconfiando de quem possa ser.


"Quem é?" - Alyce Baker, às 19h41. Eu respondo e espero ansiosamente a resposta.

"Um cara que quer saber sobre o seu cotovelo." - Número desconhecido, às 19h43.

"Qual o seu nome?" - Alyce Baker, às 19h43.

"Me chamam de Atlas." - Número desconhecido, às 19h45.

"Owen?" - Alyce Baker, às 19h45.

"Eu não me lembro de ter te falado o meu nome." - Número desconhecido, às 19h46. Eu não o respondo, mas ele fica online por cinco minutos, antes de me responder.

"Sim." - Owen Atlas, às 19h51. Não sei descrever como me sinto.

"Como conseguiu o meu número?" - Alyce Barker, às 19h52.

"Até agora você me mandou quatro mensagens e todas elas foram perguntas que eu respondi, mas não respondeu a única que te fiz." - Owen Atlas, às 19h53.

"Está bem, eu acho.- Alyce Baker, às 19h53.

"Eu perguntei pra todo mundo se tinham o seu número, e encontrei uma pessoa." - Owen Atlas, às 19h55. Eu me acomodo melhor na cama, sorrindo. Em outro momento eu perguntaria quem tem o meu número, mas não me importo.

"Por quê?" - Alyce Baker, às 19h56.

"Queria saber como está seu cotovelo." - Owen Atlas, às 19h56.

"Obrigada por se preocupar, Owen." - Alyce Baker, às 19h56.

"Não tem que agradecer." - Owen Atlas, às 19h57.


  Sem saber como não deixar a nossa conversa acabar, eu, sem pensar, tiro uma foto do meu cotovelo e envio.


"Como o meu cotovelo está." - Alyce Baker, às 20h00.

"Uou... Obrigado pela foto." - Owen Atlas, às 20h01.

"Não quero te deixar preocupado." - Alyce Baker, às 20h01.

"Obrigado por se preocupar, Alyce." - Owen Atlas, às 20h03.

"Não tem que agradecer." - Alyce Baker, às 20h03.


  Desvio o meu olhar do celular para a porta que acaba de ser aberta.

- O jantar está pronto. - meu irmão diz.

  Na mesa eu não consigo parar de checar a situação do meu celular, para ver se recebi uma resposta.

- Vamos viajar. - finalmente levanto o olhar para os meus pais.

- Como assim?

- É o nosso aniversário de casamento amanhã e decidimos que vamos comemorar de verdade dessa vez.

  Eu sorrio, feliz por finalmente terem parado de pensar que não posso ficar sem os dois por mais que algumas horinhas.

- Por quanto tempo? Quando irão? - Alan pergunta.

- Pra onde? - Alyson está animada.

- Por uma semana, amanhã cedo, e nós vamos à Paris. - arregalo os olhos ouvindo o meu pai.

- Quero presentes. - digo e meus irmãos concordam.

   Passamos o resto do jantar conversando sobre a tal viagem e os cuidados que vamos ter que tomar nesse período. Os gêmeos discutiram querendo decidi sobre quem comandará a casa e no fim meus pais resolveram que será Alan, por ser o mais velho (por nove segundos). Enquanto ajudávamos a minha mãe a arrumar as suas malas e as do meu pai (que foi ao supermercado comprar o que precisaríamos nessa semana), Alyson bufou sete vezes, por causa da raiva.

- O que você tanto olha nesse celular? - minha mãe pergunta, com um sorriso malicioso.

- E-Eu estou vendo vídeos no Youtube. - ela franze o cenho, antes de rir.

  Nós ficamos alguns minutos juntos, antes de decidirmos que já era hora de dormir, considerando que levantaremos cedo amanhã para levar os dois até o aeroporto.

  Eu demoro um pouco para conseguir soltar o celular e começar a cochilar, e quando finalmente consigo, a escuridão do meu quarto é iluminada pela tela do meu celular anunciando uma mensagem nova, me fazendo pular da cama e o pegar no criado mudo.

"Alyce?" - Owen Atlas, às 23h35. Eu o respondo imediatamente.

"Oi?" - Alyce Baker, às 23h35.

"Achei que já estivesse dormindo..." - Owen Atlas, às 23h36.

"Estava quase." - Alyce Baker, às 23h36.

"Te acordei? Perdão." - Owen Atlas, às 23h36.


O meu combinado com Alyson não durou nem uma semana, porque um tempo depois eu já estava chorando por causa de uma brincadeira de Alan no dia da mentira. Eu continuei chorando por coisas insignificantes, mas isso diminuiu um tempo depois. Às vezes eu não consigo evitar, e esse é um sintoma da Síndrome de Asperger. O problema é que mesmo não percebendo muito bem, algo me dizia que de agora em diante eu choraria mais do que quando eu me sentia mal por tudo o que acontecia. Não por causa da síndrome, mas por Owen.

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