Quem Foi Que Disse? (Standby)

By adeboramay

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Ela, psicologa, vinte e três anos, e trabalha como babá para Família Real Alberton. Babá a três anos, dos peq... More

Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis - Primeira Parte
Capítulo Seis - Segunda Parte
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove - Primeira Parte
Capítulo Nove - Segunda Parte
Capítulo Dez
Capítulo Onze - Primeira Parte
Capítulo Onze - Segunda Parte
Capítulo Doze
Capítulo Treze - Primeira Parte
Capítulo Treze - Segunda Parte
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Quinze - Parte Dois
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete (Part. 1)
Capítulo Dezessete (Parte Dois)
Capítulo Dezoito (Parte Um)
Capítulo Dezoito (Parte Dois)
Capítulo Dezenove
AVISO
Capítulo Dezenove (Part. Dois)
Capítulo Vinte - Parte Um
Capítulo Vinte e Um - Parte Dois
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte Um - Parte Dois

Capítulo Três

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By adeboramay

Assim que a banda de rock entrou, o som alto da guitarra invadiu o lugar. Meu corpo involuntariamente dançava na batida de "Sweet Child O' Mine – Guns n' Roses". As cervejas que eu havia ingerido, junto com algumas doses de tequila, faziam meu corpo ficar leve e os movimentos fluírem naturalmente.

Isa e Ollie dançavam remexendo os quadris enquanto berravam a todo pulmão o refrão da música, eu as acompanhava em uma coreografia engraçada enquanto rodávamos com os braços pra cima, em plena pista de dança.

Depois de brindarmos a algumas horas atrás, foi como se tivéssemos pego um carrinho ladeira abaixo. A cada nova cerveja ou dose de tequila as coisas pioravam, e nós pirávamos ainda mais. Toda aquele "vou me conter porque Henrique é irmão do meu chefe" havia sumido, claro que junto com ele o próprio Henrique para minha sorte.

Eu estava a algum tempo tentando encontra-lo sem sucesso. A ultima vez que o vi, foi quando ele brindou com o ar numa forma de deixar claro que estávamos no mesmo lugar, mantivemos contato visual durante alguns segundos, e depois foi só tempo de eu olhar pro lado e não encontrar mais ele.

Porém, não me surpreenderia encontra-lo agarrado a alguma super modelo internacional. Então, na tentativa frustrada de não vê-lo mais, eu continuava a beber e dançar, dando meu show particular para quem estivesse vendo.

Quando a banda iniciou os acordes de "With Arms Wide Open – Creed" meu coração começou bater mais rápido. Era uma música que falava sobre recomeço, sobre encarar as coisas com os braços abertos e aceitar tudo que estivesse vindo por aí. E esse era o momento que eu estava passando na minha vida no momento. Era essa a nova batalha que eu teria que percorrer e com os braços abertos.

- Isa.. – eu chamei ela que estava de olho fixo no loiro cabeludo que estava cantando. – Vou pegar uma água quer alguma coisa?

- Não, obrigada. – ela disse sem desviar o olhar do menino da banda.

Sai sorrateiramente, me espreitando entre as pessoas e indo até o bar. A banda estava instalada em um palco do lado oposto do bar, então para chegar até lá tive que me espremer entre as pessoas.

Quando cheguei no bar, pedi ao barman uma dose de tequila e uma garrafa de água. Virei a tequila em um gole só assim que ele me entregou. Abri a garrafa de água e estava tomando um gole, quando como num filme, a música trocou começou a tocar uma "Audioslave – Like a Stone", e do meio do pessoal envolto de uma fumaça Henrique apareceu me olhando sério, bem na hora que aquele cantor cabeludo e absurdamente sexy, cantava com a voz arrastada o refrão:

"In your house I long to be

Room by Room patiently

I'll wait for you there

Like a Stone I'll wait for you there,

Alone"

Ele parou do meu lado, fez sinal para um segurança que estava na sua cola e fez sinal para ele ficar por perto. Ficou parado olhando pra banda, enquanto tomava um gole da sua cerveja. Ficamos em silencio até a banda trocar de música, e começar tocar os clássicos do Green Day.

- Para um homem que vive perseguindo as pessoas, até que você demora bastante pra aparecer. – eu disse me virando e escorando no balcão dando um gole na água.

- Para uma babá sem graça até que você bebe bem. – ele sorriu de lado, levando novamente a garrafa na boca.

- Para uma babá sem graça, até que você ta correndo bastante atrás né? – arqueei uma sobrancelha o olhando inquiridora.

- Touche, Srta. Laham – ele deu uma risadinha rouca. – Você não é tão sem graça assim.

- Ufa, depois dessa vou conseguir dormir até melhor.

- Para você dormir bem, eu tenho uma receita... Você sabe. – ele deu uma piscadinha e mordeu o lábio inferior.

O desgraçado conseguia ser intensamente e fodidamente sexy só mordendo o lábio inferior, e mantendo aquele olhar castanho conectado com o meu.

- Vamos conversar francamente, então Sr. Alberton. Quais são suas intenções comigo? Porque não estou entendo todo esse frisson pra cima de mim.

- Você quer que eu seja sutil e contido, ou sincero e super realista?

- Estou com medo. Mas seja sincero e realista.

- Desde o dia que eu te vi malditamente sexy, naquela regata surrada do Arsenal, eu não consegui parar de imaginar você sendo fodida de diversas formas utilizando só aquela maldita camisa.

- Sou uma pessoa, graças a Deus, madura suficiente e muito bem resolvida, porque se não eu poderia te dar um belo de um tapa no rosto por causa dessa sua falta de tento. Eu sou a babá dos seus sobrinhos, porra. Não uma vadia pra você me tratar assim.

- Desculpa, de verdade. – ele disse tocando no meu rosto e causando um arrepio por todo meu corpo. – Mas é algo mais forte do que eu.

- Isso é ridículo, e infelizmente, não vou poder te desculpar. E saiba que na segunda-feira eu vou pedir demissão, e a culpa é sua. – disse firme tirando a mão dele do meu rosto.

- Emm por favor, não faça isso. – ele disse pegando minha mão, de um modo meio desesperado. – Eu vou me controlar, mas as crianças não tem culpa de o tio delas ser uma idiota.

- Nisso você tem razão, você é um belo de um idiota.

- Obrigado pelo belo. – ele deu uma risadinha, já tirando o foco da minha ameaça – Minha beleza é algo que não pode ser contestado.

- E nem o seu ego tamanho do mundo. – disse tirando minha mão da dele. – O primeiro passo querido é que eu nunca sairia com você. Nem só pra dar uma rapidinha em um canto, nem que você fosse o ultimo homem da face da terra. Porque você é muito arrogante, petulante, e porque você não faz meu estilo.

A gargalhada dele foi tão alta, e foi naquele momento em que a banda troca de música, que as pessoas que estavam ao nosso redor começaram a olhar e perceber quem estava ao lado deles.

- Ai Emma, essa tensão que se instala entre nós não é só eu que sinto. O que me prova isso, é que por mais que você diga que não, você nunca consegue sair e sempre deixa um toque enigmático no ar me atiçando ainda mais. – ele saiu do meu lado e veio para minha frente, colando seu corpo no meu, fazendo um calor se alastrar sob minha pele. – Esse, frisson¸ como você mesmo diz que eu sinto por você é tudo culpa sua, que começou com esse joguinho sobre suas tatuagens. – ele falou isso tão calmo e arrastado no meu ouvido, que eu poderia chegar sentir todos os pelos do meu corpo se eriçar.

Quando eu ia abrir a boca pra falar, o cretino tomou meu lábio inferior dando uma mordida, uma coisa que foi profundamente sensual.

- Por acaso eu tenho cara de idiota? – disse empurrando ele para longe de mim

- Não, bem pelo contrário, você tem uma puta cara bonitinha. – disse fazendo meu esforço ser em vão, colando seu corpo no meu de novo e segurando meu rosto em suas mãos. – Eu só não te dou um beijo aqui, porque já estamos dando um showzinho suficiente para os tablóides de amanhã.

- Ótimo! Era só o que faltava pra minha mãe pirar. – eu bufei por ser tão burra e ter esquecido disso.

- Janta comigo amanhã?

- Não. – respirei fundo. – O que você quer pra me deixar em paz?

- É tão ruim minha companhia assim? É só um jantar, podemos até comer um food truck na rua se você preferir algo mais impessoal. Só queria te conhecer melhor.

- Eu não estou afim de me envolver com ninguém, nem casualmente. Então não. – bufei. – Se você quer saber o que mais eu escondo pra me deixar em paz eu te falo, e você some pode ser?

- Saiba que estou com o orgulho extremamente ferido, por você se recusar tanto a sair comigo. – ele disse falando isso no meu ouvido, e dando leves beijos ao redor. – Mas quem sabe se você falar vai me deixar um pouco mais controlado.

- Você pode me levar pra sua área vip? – eu disse fazendo sinal sutil com a cabeça para um paparazzo que passou.

- Vamos lá. – disse fazendo sinal a um segurança que estava por perto.

Ele segurou minha mão, e nós fomos em direção as escadas que ficavam em um canto próximo ao palco. A área vip, continuava com o mesmo estilo de espelhos e uma iluminação branca de led, a única diferença era os diversos sofás espalhados, o bar e o banheiros que eram privativos da área vip.

Ele me puxou para um canto onde ficávamos em um lugar mais a vontade, longe das outras pessoas que estavam ali.

- Vamos lá, me diz então o que você esconde.

- Pra quem está tentando me conquistar até que você é bem desajeitado. Porque você não me oferece uma bebida? – eu disse sorrindo, postergando ainda mais o sofrimento.

- Eu não sabia que precisaria impressionar você, mas vamos lá. – ele disse fazendo sinal para um garçom que estava passando. – Querido, vê uma das suas melhores garrafas de Dom Perigdon que você tiver. – o garçom assentiu e saiu.

- Você é louco? – eu disse sabendo que havia garrafas desse champanhe que custavam mais do que meu salário.

- Você merece o melhor, querida. – ele disse sorrindo, e sentando em uma das banquetas próximas. – Vamos lá, agora me conte.

- É sério isso? – eu ri. – Fico até sem graça, mas esse drama todo é por causa de uma tatuagem de frase ao redor do meu seio, e um piercing no mamilo.

- O que? – ele disse espantado. – A babá sem graça dos meus sobrinhos tem um piercing no mamilo? E eu achando que você beber assim já era incrível. Mulher você sabe que agora eu vou precisar ver né?

- Hey amigo, o combinado era eu falar não te mostrar.

- Eu prometo que não vou tocar. – ele disse erguendo os dedos e jurando. – Eu só quero ver, eu nunca vi um seio com piercing.

- Você não pode ser normal. – eu ri. – É obvio que não vou te mostrar.

O garçom trouxe a garrafa de champanhe e meio a risos, nós começamos tomar. Henrique não desistia, e queria a todo custo ver. Eu estava me esquivando, mas confesso que toda essa sua insistência me deixava um pouco excitada. Ele era tão bonito, e fazendo aquela carinha de cachorro sem dono não há quem resista. Imagina, depois de algumas garrafas de cerveja, doses de tequila e algumas taças de champanhe?

- Se você prometer que não vai tocar, eu deixo você ver. – cedi. – Eu vou ao banheiro, sorrateiramente você vai atrás.

- Ta bom. – ele disse meio eufórico.

Fui ao banheiro e verifiquei se não havia ninguém em nenhuma das duas cabines. O banheiro era luxuoso, trabalhado em tons beges, e pedras de mármore rose. Quando Henrique entrou no banheiro e trancou a porta eu senti meu coração acelerar e começar bater mais rápido.

- Agora você não tem pra onde fugir. – ele disse caminhando lentamente com as mãos no bolso ao meu encontro.

- E quem disse que eu quero fugir? – caminhei na direção dele.

- Se eu soubesse que você cedia fácil depois de uma garrafa de champanhe eu já tinha pedido antes. – ele falou rindo.

- Idiota! – dei um tapinha no braço dele.

No banheiro havia uma sofá próximo a um espelho enorme de corpo inteiro. Fiz sinal para ele sentar, e assim que ele sentou comecei a dançar uma música imaginaria na minha cabeça.

- Como combinado você não vai poder tocar em mim, mas eu vou te mostrar tudo que você quer ver. – disse enquanto começava a mexer o quadril de um lado para o outro. Tirei sensualmente meu casaco jogando pra cima dele, depois continuei mexendo meus quadris de um lado para o outro enquanto ia tirando os braços do collant o deixando na minha cintura.

- Assim vai ser bem difícil eu deixar você sair daqui. – ele disse se ajeitando no sofá.

Tirei as duas mangas do collant e fiquei com os peitos amostra, para o bel prazer dele. Fui andando sensualmente até o sofá onde ele estava sentando e sentei no colo dele, colocando uma perna em cada lado seu quadril, sentindo sua ereção contra minha coxa.

- Oh merda! – ele praguejou quando ia com a mão para tocar os meus seios, e eu as peguei no caminho.

- Você não vai tocar. Você vai só olhar. E como combinado vai memorizar bem porque vai ser a única vez que você vai ver. – disse empinando bem os seios, quase colocando no rosto dele.

- Puta que pariu Emma! – ele blasfemou de novo. – Deixa eu colocar um mamilo na boca então? Assim você vai me matar de tesão.

- Talvez a intenção seja essa. – eu ri. – Gravou bem? – disse segurando suas mãos com só uma de minhas mãos. Eu sabia que ele tava cooperando e que estava sendo um bom menino. Com a outra mão livre eu levei até meus seios e comecei a balançar eles e apertar os mamilos.

- Só pra você ter uma ideia eles são originais de fabrica. – apertei novamente meu mamilo. – E são deliciosamente macios, e pesados. – disse enquanto apertava mais um pouco os mamilos. – Então príncipe, é isso que eu escondo embaixo do meu sutiã. – eu sorri, e levantei do seu colo, claro que não sem antes dar uma rebolada em seu colo só pra ver ele sofrer.

Coloquei minha blusa novamente e peguei meu casaco. E ele ainda estava parado com a mão no pênis me olhando.

- É sério que você vai dar seu showzinho e vai embora assim? – disse com aquela cara sensual.

- Sim. - eu sorri. – Espero que tenha sido bom pra você, porque vai ser a única vez.

- Ah Emma, querida... Ao invés de vocês saciar meu desejo você aumentou ainda mais. Estou louco para te foder, enquanto fico com esses seus mamilos na boca, chupando com bastante vontade, enquanto você fica berrando por mim e pedindo por mais.

- Isso, vai sonhando Henrique quem sabe você não consegue chegar ao orgasmo mais rápido? É sempre bom ter com o que imaginar.

Falei isso e abri a porta e saí. Quando eu saio do corredor que levava ao banheiro feminino, duas meninas passaram indo em direção a ele. Provavelmente elas se assustariam vendo ele lá dentro.

Não vou mentir e dizer que Henrique não me afetou. Foi uma experiência inusitada e incrivelmente excitante. Mas para o bem dele e o meu nós pararíamos por aqui.

***

O enjoo e a náusea faziam morada dentro de mim, e não importava a quantidade de água ou sal de frutas que Isa me desse, eu sempre corria para o banheiro para vomitar.

Quando sai da área vip em direção a pista andei por todos os lados, e não a encontrei. Depois de alguns minutos, ela apareceu com Lisa e Ollie em seu encalço, berrando que estava me procurando em todo lugar e que já estava quase tendo um treco com o meu sumiço. Inventei uma desculpa que ela não acreditou, e fomos embora.

E desde que entrei no carro a caminho de casa, que eu não consigo parar de enjoar e vomitar, a cada curva que o carro fazia eu sentia meu estomago balançar, e aquele excesso de água se formar na boca.

Agora estou deitada na cama de Isabelle, depois de ela me enfiar embaixo de uma ducha de água gelada, enquanto prepara um café forte, que segundo ela e o Dr Google é bom para enjoo.

O arrependimento de ter bebido demais cai sobre mim como uma bigorna, e eu tenho uma vontade imensa de ficar chorando. Se o problema não fosse só ter bebido, eu ainda me comportei como uma vadia com o Henrique. A ideia era só ignorar ele, mas bem pelo contrário, eu fui lá e esfreguei meus peitos na cara dele.

É claro que esse fato eu não iria dividir com ninguém, a não ser que eu quisesse que a Isabelle me jogasse da sacada abaixo. Já estava me sentindo mal o suficiente, e seria humilhante demais contar a ela que me portei a esse papel, e receber seu julgamento.

- Emma? – ela disse entrando no quarto com uma bandeja com o café. – Toma tudo o café e tente dormir um pouco.

- Farei isso... – disse me sentando na cama, e pegando a xicara de café e dando um gole me certificando que além de forte estava incrivelmente doce.

- Você pode achar que eu sou boba, mas onde você se enfiou quando disse que foi buscar água?

- Porra Isa! – revirei os olhos. – Eu já te disse, fiquei andando por lá e depois fiquei na sacadinha de fumante curtindo um vento porque eu já tava enjoando.

- Você acha que eu não procurei lá?!

- Só nos desencontramos. – bufei. – E que história é essa de você ficar com o cara da banda?

- Você deve ter notado quando saiu o quanto ele me olhava né?!

- Aham, ele que olhava você né?

- Enfim, cala a boca e deixa eu continuar. – ela me repreendeu. – Depois que a banda parou de tocar ele veio me procurar. Nós conversamos, e Lian me roubou um beijo.

- Hummmm, e ele te deu o telefone?

- Obvio que não! Eu que dei o telefone pra ele. – ela piscou. – Toma logo essa merda aí, que eu quero ir dormir.

- Tá bom... – disse virando todo conteúdo da xicara.

- Vou dormir do lado de cá, qualquer coisa você sai correndo pelo outro lado para ir vomitar tá?

- Acho que não vou mais vomitar agora..

- Também, não deve ter nada dentro de você. – ela riu, e deitou puxando a coberta até o pescoço.

Não demorou muito para que a respiração dela acalmasse e um ronco de leve começasse. E embalada no sono dela eu encontrei o meu.

Acordei com o som de um celular tocando incessantemente. Estiquei-me e peguei conferindo e vendo que era meu pai, e que já eram quase onze da manhã.

- Alô? – disse tentando arrumar a voz.

- Oi filha! Estou aqui na frente... Vamos tomar um café na Bella Gusta? Vem com a Isa.

- Oi pai... só me dá uns minutinhos que vou me arrumar, ok?

- No seu tempo... – ele disse desligando.

Acordei a Isa, sob protestos que queria dormir mais. Mas mesmo que meu pai não tivesse a convidado eu a forçaria ir comigo, pois eu precisava dela para ter forças para expor a nossa ideia para meu pai.

Nós nos arrumamos correndo, coloquei uma calça jeans, botas e um moletom. Isa fez o mesmo que eu, e em menos de vinte minutos estava com cara amassada, e ela com um mal humor do cão indo em direção a cafeteria que eu pai sugeriu.

- Vocês saíram ontem? – ele disse passando o braço por cima do meu pescoço e entrando na cafeteria.

- Nós demos uma saidinha ontem a noite, mas nem ficamos até tarde. – eu disse sorrindo.

- Na minha época essas olheiras, e essa cara amassada significavam ter ficado até de manhã na balada e ainda por cima ter bebido todas.

- Mas não chegamos tarde não tio. – ela disse fazendo sinal para um garçom que passava.

Fizemos nossos pedidos depois que sentamos em uma mesa encostada na janela. Meu pai estava sério, me olhando e olhando para Isa. Como se estivesse escondendo algo de nós.

- A mãe ficou bem ontem? Ela nem me ligou.

- Consegui controlar ela... – ele sorriu. – Enfim, eu estive pensando umas coisas...

- Nós também. – Isa o interrompeu.

Isa sem qualquer consentimento meu, começou a falar para meu pai a ideia que ela teve, e como estruturaríamos tudo, mas não foi algo como se tivesse pedindo a opinião dele, e sim como se tivesse dando um recado.

- Emm.. – ele pegou minha mão. – Eu realmente acho que você precisa tomar essa atitude e ter essa independência. Acho que morar em Gilford, é bom porque é perto e sua mãe não vai pirar tanto quando precisar te ver. Ia ter sugerir algo parecido, mas ficando na mesma cidade. Acho que precisamos conseguir estabelecer esse limite entre vocês para ela conseguir discernir que você já é maior de idade e responde pelas próprias escolhas.

- Isso mesmo pai. – arfei – Às vezes parece que ela não consegue entender isso, eu me sinto sufocada. Às vezes é difícil até mesmo de me encontrar. Ela está tão impregnada em mim, que as minhas escolhas já não sei mais, se fui eu quem fez ou foi ela.

- Teremos um trabalho pra contar a ela... – ele respirou fundo. – Mas eu vou fazer o meio campo, e a noite no jantar vocês duas reafirmam. Só peço que ao menos a incluam nesse processo... A deixem ajudar a decorar ou fazer a compra do mês de vocês.

- Acho que vamos ter que pensar em como vamos lidar com isso e com ela. – Isa bufou, já pensando que Kiara Laham ia querer montar um quarto para ela na nossa futura casa.

Tomamos o nosso café em meio a uma conversa descontraída, contando os projetos e sonhos de Isa e meu para a futura casa. Meu pai se disponibilizou a nos levar a Gilford para ver o apartamento e as instalações, mas como não tínhamos a chave marcamos para outro final de semana.

Estávamos voltando para casa de Isa, para deixa-la e buscar minhas coisas, quando Isa dá um berro que quase fez meu pai bater o carro.

- O que houve Isa? – Perguntei virando do banco do carona para ela que estava atrás.

- Vi uma coisa aqui na Cosmopolitan que fez meu queixo cair. – ela me olhou com o olhar inquisidor. – Você acredita que o Príncipe Henrique estava na Maddox ontem a noite?

- Ele não é solteiro? Qual a surpresa nisso? – meu pai se intrometeu.

- Nenhuma... Só achei estranho. Ele nunca está pela região. – ela disse me olhando com cara que iria me matar.

- Me deixa ver a reportagem? – disse sentindo meu coração bater descompassado.

- É claro, amiga. – deu ênfase na ultima palavra, descarregando nela toda sua raiva momentânea.

Assim que peguei o celular senti meu estomago se revirar, e todo o café que eu havia tomado tentar fazer o caminho e volta. A chamada do site já era sensacionalista e esdruxula:

"Príncipe Henrique, flagrado em um momento constrangedor com desconhecida na balada".

Na noite de sexta-feira, o Príncipe da Devassidão Henrique Alberton, esteve em uma das mais badalas boates de Londres a Maddox. Passou a noite sozinho na área vip, porém quando os deuses da Other Side, entraram no palco ele se misturou com a galera para curtir a banda. Meados da festa ele se pegou com uma morena, de uma maneira meio indecente contra o balcão do bar. (confira foto abaixo)

A foto era de um momento em que o desgraçado mordia minha boca. Sua mão estava espalmada na minha cintura, me trazendo contra sua cintura. Graças a Deus e meus cabelos revoltos, que tampavam minha cara não daria para me reconhecer. Só dava pra ver uma cena ousada. E que se não fosse eu, iria dizer que os dois eram bastante ousados.

Mas eu sabia que Isa havia me reconhecido, além do mais ela sabia que roupa eu havia vestido, e como eu sumi alguns minutos não tinha muito como me desculpa. E pela cara que ela estava me olhando quando entreguei o celular a ela, eu iria ouvir, e não era pouco.

- E aí, filha surpresa com a matéria também?

- Nem tanto, conhecendo ele como eu conheço, sei que ele é capaz de tudo. – eu desconversei.

- Me deixa ver essa matéria também Isa... – ele disse estacionando o carro em frente a casa dela.

Isa entregou o celular ao meu pai um pouco resignada, e eu fiquei esperando o momento que ele berraria, me xingando e querendo me arrastar pra casa pelos cabelos. Mas não, ele leu tudo e no fim ainda riu.

- Esse cara se acha um gostosão só porque tem esse titulo de príncipe aí. Mas aí dele se um dia se metesse com uma filha minha, comigo homem assim não se cria não. Tem que ter mais do que dinheiro pra ser homem de verdade, tem que ter caráter. Acho que esse aí não tem.

- Eu também acho tio! – Isa dizia me olhando com uma mensagem subliminar. – Esse desgraçado abusa do poder que essa "coroazinha" que ele tem pra se aproveitar das meninas, ingênuas e iludidas. Mas no fundo é um devasso que não vale nada.

- Isso aí Isa! – meu pai disse rindo.

Eu estava fodida.

E não era pouco.

Entramos na casa de Isa enquanto meu pai me esperava no carro. Assim que fechamos a porta de entrada, Isa parou onde estava e colocou ambas as mãos na cintura e me olhou de cima a baixo.

- Quando você pensou em me contar?

- Contar o que? – me fiz de desentendida e continuei andando subindo a escada a caminho do quarto.

- Contar que você cedeu aquele filho da mãe.

- Eu não cedi a ninguém.

- Você acha que eu sou idiota? – ela bradou. – Era você na foto. E vocês estavam quase transando em frente ao barman. E na People está falando que ele foi visto saindo do banheiro feminino, e uma morena foi visto saindo antes com isso é obvio que era você. Além do mais eu te procurei em toda porra daquele lugar e eu não te encontrei. Só não te procurei na área vip, porque eu não tinha permissão pra entrar lá. Porque você não me contou?

- Hey Isa! – eu disse a segurando pelos ombros, já que ela estava andando de um lado para o outro e falando sem parar. – Você já pensou que eu não te contei porque você ia dar esse piti? Ou porque realmente não aconteceu nada? E aquela foto foi uma coisa de fotografo certo na hora errada?

- Ah sim, eu sua amiga de anos, que dividimos a mesma tatuagem, e que vamos morar junta. E você não confia em mim pra contar que ficou com Príncipe Devasso Henrique porque eu ia dar "piti"?

- Isabele! – bradei. – Você está sendo dramática como minha mãe. E eu não estou com paciência pra isso. Mas eu já disse que não aconteceu nada. Foi só uma foto errada, na hora errada. Se você quer confiar em mim, tudo bem.

Dei de ombros e fui até o lado da cama pegando minhas roupas, e colocando na mala. Ela estava parada de braços cruzados me olhando.

- Estou indo, te espero para o jantar lá em casa.

- Vou ficar torcendo para sua mãe não te reconhecer, se não esse jantar vai ser incrivelmente divertido.

Eu não a respondi, era algo que infelizmente eu estava torcendo também para que minha mãe não me reconhecesse, porque se não ao invés desse jantar seria o inicio do apocalipse. 

***


Espero que tenham gostado! Se sim, não esqueçam de votar. 

Nos vemos na quarta-feira! 


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