Quem Foi Que Disse? (Standby)

Capítulo Quinze

Ponto de Vista Henrique

Ficar longe de Emma, era cada vez mais difícil. Tudo em nós se encaixava, a cumplicidade, as crises de ciúmes desnecessárias, o apego desmedido. Mas hoje tudo que eu queria é que ela não estivesse aqui quando minha avó chegou. Eu amo Emma. E tenho certeza que ela ainda não está preparada para lidar com a Rainha Carlota II.

Minha avó se tornou rainha aos vinte e cinco anos, quando seu pai o Rei George II morreu de câncer pulmonar. Ela não estava preparada para assumir. Ela não foi criada para assumir e se tornar a mulher mais influente do mundo. Mas ela teve que fazer, fez e faz até hoje com maestria. Ela abriu mão de ser mãe e mulher, para ser a Mãe de uma nação inteira que precisava dela. Meu avô, Duque Philip, viveu a sombra de minha avó durante sua vida inteira.

Obrigados a casar por causa de um acordo comercial, Philip que era um Príncipe da Grécia, que estava sem casa e sem uma nação se viu obrigado a casar com até então Princesa Elizabeth. Ele ficou subjugado a saia de uma mulher, e não pode dar nem seu sobrenome aos filhos.

Ela tem tudo que quer. Ela não vai até ninguém. As pessoas que vão até ela. Então, assim que a ouvi na minha porta enquanto eu ainda sentia os efeitos de um orgasmo, me fez ver que ela não estava satisfeita. E que estava aqui por um motivo.

Assim que abri a porta e vi seu olhar azul claro me sondando eu sabia que estava ferrado, e não era pouco. Ela havia descoberto sobre Emm, e como eu esperava dela ela já tinha um dossiê sobre a vida dela. Algo que nem eu havia me preocupado em procurar, mas ela já sabia tudo, os nomes dos pais de Emma, sabia sobre sua vida, sua infância e provavelmente tinha o antecedente criminal de toda família.

- Você tem que me explicar algumas coisas. – ela disse entrando sem ao menos me cumprimentar com um beijo como sempre fazia.

- Agora não vó. – fui firme.

- E quando? Eu achei que essa história da Srta. Laham tivesse acabado. Eu deixei claro não foi?

- Ela está aqui.

Seu olhar era acusador, mas ela sorriu. Uma coisa que só ela conseguia fazer, matar com um olhar mas sorrir para ganhar o mundo na fofura e simpatia.

- Ótimo. – ela se encaminhou até o sofá e se sentou. – Me traga um chá.

Emma e eu sempre tínhamos pouco tempo juntos, mas especialmente hoje eu estava louco que ela fosse embora. Mas minha avó com toda sua "realeza" foi a mais querida possível com Emma, e gentilmente a convidou para um jantar que não aceitaria o não como resposta. Quando a Rainha saiu senti como se uma bigorna tivesse saído de cima de mim, e lá estava Emma olhando para o nada sentindo toda a sensação Rainha Carlota. Eu sabia que comigo ainda não havia acabado, e nós nos enfrentaríamos em breve. Mas pelo visto nossos problemas não acabariam facilmente, já que Emma teria que contar aos seus pais.

Assim que Emma saiu, meia hora depois com Jeffrey para o trabalho, o meu celular tocou.

- Sim.. – eu atendi sentando no sofá, e levando minhas mãos na testa.

- Alteza, é o Martin, secretário da Rainha. Ela está esperando você para um reunião.

- Porra! – blasfemei baixinho.

- Sim Alteza? – Martin o braço esquerdo de minha avó perguntou.

- Estou a caminho. – levantei entrando no corredor que levava ao quarto. – Em alguns minutos estou aí.