Capítulo Três

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Assim que a banda de rock entrou, o som alto da guitarra invadiu o lugar. Meu corpo involuntariamente dançava na batida de "Sweet Child O' Mine – Guns n' Roses". As cervejas que eu havia ingerido, junto com algumas doses de tequila, faziam meu corpo ficar leve e os movimentos fluírem naturalmente.

Isa e Ollie dançavam remexendo os quadris enquanto berravam a todo pulmão o refrão da música, eu as acompanhava em uma coreografia engraçada enquanto rodávamos com os braços pra cima, em plena pista de dança.

Depois de brindarmos a algumas horas atrás, foi como se tivéssemos pego um carrinho ladeira abaixo. A cada nova cerveja ou dose de tequila as coisas pioravam, e nós pirávamos ainda mais. Toda aquele "vou me conter porque Henrique é irmão do meu chefe" havia sumido, claro que junto com ele o próprio Henrique para minha sorte.

Eu estava a algum tempo tentando encontra-lo sem sucesso. A ultima vez que o vi, foi quando ele brindou com o ar numa forma de deixar claro que estávamos no mesmo lugar, mantivemos contato visual durante alguns segundos, e depois foi só tempo de eu olhar pro lado e não encontrar mais ele.

Porém, não me surpreenderia encontra-lo agarrado a alguma super modelo internacional. Então, na tentativa frustrada de não vê-lo mais, eu continuava a beber e dançar, dando meu show particular para quem estivesse vendo.

Quando a banda iniciou os acordes de "With Arms Wide Open – Creed" meu coração começou bater mais rápido. Era uma música que falava sobre recomeço, sobre encarar as coisas com os braços abertos e aceitar tudo que estivesse vindo por aí. E esse era o momento que eu estava passando na minha vida no momento. Era essa a nova batalha que eu teria que percorrer e com os braços abertos.

- Isa.. – eu chamei ela que estava de olho fixo no loiro cabeludo que estava cantando. – Vou pegar uma água quer alguma coisa?

- Não, obrigada. – ela disse sem desviar o olhar do menino da banda.

Sai sorrateiramente, me espreitando entre as pessoas e indo até o bar. A banda estava instalada em um palco do lado oposto do bar, então para chegar até lá tive que me espremer entre as pessoas.

Quando cheguei no bar, pedi ao barman uma dose de tequila e uma garrafa de água. Virei a tequila em um gole só assim que ele me entregou. Abri a garrafa de água e estava tomando um gole, quando como num filme, a música trocou começou a tocar uma "Audioslave – Like a Stone", e do meio do pessoal envolto de uma fumaça Henrique apareceu me olhando sério, bem na hora que aquele cantor cabeludo e absurdamente sexy, cantava com a voz arrastada o refrão:

"In your house I long to be

Room by Room patiently

I'll wait for you there

Like a Stone I'll wait for you there,

Alone"

Ele parou do meu lado, fez sinal para um segurança que estava na sua cola e fez sinal para ele ficar por perto. Ficou parado olhando pra banda, enquanto tomava um gole da sua cerveja. Ficamos em silencio até a banda trocar de música, e começar tocar os clássicos do Green Day.

- Para um homem que vive perseguindo as pessoas, até que você demora bastante pra aparecer. – eu disse me virando e escorando no balcão dando um gole na água.

- Para uma babá sem graça até que você bebe bem. – ele sorriu de lado, levando novamente a garrafa na boca.

- Para uma babá sem graça, até que você ta correndo bastante atrás né? – arqueei uma sobrancelha o olhando inquiridora.

Quem Foi Que Disse? (Standby)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt