Capítulo Dois

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- Então você quer dizer que vocês ficaram o dia inteiro com joguinhos de insinuações, e ele falou sobre sua tatuagem? – Isa perguntou assim que entramos em seu carro, já que ela me daria uma carona até em casa.

- Você acredita?! – eu disse colocando o cinto no seu Citröen C3. – Confesso que os primeiros minutos eu estava esperando aparecer alguma câmera falando que era pegadinha.

- Você sabe que pode denunciar ele por assedio né? Não é só porque ele é o Príncipe gostosão de Oxford, que pode sair por aí observando as babás dos sobrinhos. Que filho da puta descarado! – ela bradou.

- Quem sabe eu mesma tenha me enfiado nesse buraco? Não deveria ter dormido sem sutiã.

-A culpa nunca é da vitima, Emm! – ela disse me olhando antes de ligar o carro. – Você estava dormindo, ele não tinha o direito.

- Também não é pra tanto. Ele não tocou em mim. E além do mais eu sei que ele não faria nada do que eu não quisesse. Confesso que no começo eu fiquei assustada, mas depois acabei instigando ele a fazer isso. – assumi. – Quando ele me deixou aqui na frente em sua moto envenenada, eu falei pra ele que a tatuagem era só um começo.

- Eu estou custando a acreditar nisso. Você só pode ser retardada em vir em meio a uma cidade congelada de moto. – ela disse enquanto entrava na avenida. – Olha você nunca foi muito certa, mas está me surpreendendo. Eu sabia que você era atirada, mas você está de parabéns. Só me falta você ir trabalhar de blusa branca sem sutiã para ele ver seu piercing.

- Fala sério né Isa! – revirei os olhos – Tudo tem limite, foi engraçada a cara dele, mas pra mim deu. Vou evita-lo e se ele vier com gracinhas vou jogar a verdade na cara dele.

- Deixa claro para ele que você é um espírito livre e que não é capturada com facilidade assim, e não perde tempo com bobeira. Porque você tem consciência que ele é uma bobeira né? Que isso faz parte do joguinho dele pra te comer né?

- Estou achando que você está com ciúmes de mim. – disse irônica.

- É claro que estou! – ela revirou os olhos. – Você que é bitolada, e eu tenho que colocar juízo nessa sua cabeça oca.

- Diz à mulher que acabou de dar um beijo em um professor. – eu falei rindo, porque a cara de irritação dela era impagável.

- Olha Emma, só não te deixo de a pé, porque amo sua mãe, e ela me mataria. – ela disse ligando o som, uma indireta pra eu ficar quieta.

Isabelle tinha uma personalidade um pouco complicada, filha única de um empresário de sucesso dono de uma empresa com várias sucursais em vários países, acaba vivendo mais sozinha do que com a família. A mãe dela é um pouco fútil e segue o pai dela para onde ele for, sendo assim Isa acaba morando sozinha em um condomínio de luxo.

Ela tem valores diferentes dos meus, mas temos uma personalidade parecida. Espirito livre e coração selvagem. É isso que nos define, somos solteiras e não devemos nada a ninguém, porém diferente do que nosso rostinho de anjo mostra somos duas mulheres maduras o suficiente para sair com um homem só para nos satisfazer, sem compromisso ou amarras.

Isa já me convidou inúmeras vezes para irmos morar juntas, e por mais tentadora que fosse a proposta, eu não conseguia desgarrar da minha família. Por mais que eu fosse um "espirito livre" era neles que eu encontrava minha segurança.

Quem Foi Que Disse? (Standby)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora