Capítulo Quinze - Parte Dois

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Ponto de Vista EMMA

Quando desligamos a ligação eu já estava vestida em um dos meus moletons confortáveis, e nada sexy e já estava embaixo das cobertas. O frio estava intenso, e além de todo cansaço físico, tinha o cansaço mental. Tranquei a porta do quarto, porque hoje eu não queria enfrentar mais ninguém, só queria dormir e acordar para trabalhar. Amanhã eu daria a noticia para meus pais do jantar na casa de Henrique e veria como eles se comportariam.

Coloquei em um canal de séries, e antes que o primeiro episódio terminasse, eu já havia pegado no sono. Acordei atordoada, com o despertador tocando e com a tevê ligada. Desliguei o despertador e fui para o banho rápido, só parar acordar. Coloquei uma calça jeans preta, uma camisa social preta, e peguei um casaco de caxemira cinza.

Calcei minhas botas de cano alto pretas, e sai para a cozinha para controlar a fome que estava sentido. Assim que entrei na cozinha minha mãe já estava sentada na bancada com uma xicara de café nas mãos.

- Bom dia mãe! – disse indo ao encontro dela e dando um beijo.

- Bom dia! – ela respirou fundo. – Falei com seu pai ontem quando ele chegou.

- Aé? – disse me servindo de café. Assim que dei o primeiro gole, senti meu estomago revirar.

- Sim. Ele ainda está dormindo, chegou tarde do plantão de ontem. Mas como você mesma disse: Ele vai sobreviver.

- A senhora falando assim até parece que sou uma filha sem coração. – disse pegando uma fatia de pão e passando manteiga.

- E é! – ela bufou. – Você já pensou em toda a maldita barra que eu tive que passar nas ultimas semanas no trabalho? Foi o inferno. E você nem pra me avisar. Era o mínimo que eu esperava de você, que fosse sincera e se abrisse comigo. Eu estava aguentando toda a merda por você. Não me arrependo, jamais. Você é minha filha, e eu amo você. Mas você deveria ter sido sincera comigo, nós iriamos discutir mas iriamos conseguir passar por isso.

Enquanto minha mãe abria seu coração, eu tentava comer o pão, mas quanto mais eu mordia mais meu estomago se revirava, e um mal estar se alocava no meu peito. Eu estava querendo vomitar. Desisti do pão e tomei mais um gole do café.

- Mãe... – eu disse por fim, controlando a respiração. – Eu amo você. Amo tudo que você faz por mim, e fico muito feliz por ter uma família que fica do meu lado quando eu preciso. Mas eu amo o Henrique. Amo mesmo, amo de verdade. Com cada tantinho de mim. Amo o quanto ele é caridoso, humilde, e me faz feliz. Mas eu não suporto viver escondida, só que fui obrigada, eu conheço a senhora.

- Emma! – ela levou a mão aos cabelos. – Enfim, nada que eu falar vai mudar né?!

- Não. – fui sincera.

- Então tá. Agora nós temos que ir jantar com a Rainha?

- Sim. Mas Henrique vai promover um jantar na sexta-feira nada muito chique, só para vocês se conhecerem, na casa dele.

- Senhor! – ela levou as mãos aos cabelos. – Ao menos sejam discretos, e não me deem mais trabalhos.

- Nos manteremos discretos. – disse indo ao encontro dela, e dando um beijo no seu rosto. – Prometo não dar mais trabalho pra senhora, amo amo amo amo vocês.

- Por favor! – ela sorriu, e me abraçou. – Também te amo, sua pimpolha.

Não consegui mais comer nada, porque o enjoo ainda estava presente e toda essa conversa havia acabado com meu apetite. Passei o restante do dia a base de chá de erva doce, e bolachinha de agua e sal. Não sai para almoçar e fiquei trabalhando. Provavelmente era uma gripe tentando se apossar de mim, já que a dor no corpo e o cansaço haviam me pego de jeito.

Quem Foi Que Disse? (Standby)Where stories live. Discover now