Ponto de Vista EMMA
Quando desligamos a ligação eu já estava vestida em um dos meus moletons confortáveis, e nada sexy e já estava embaixo das cobertas. O frio estava intenso, e além de todo cansaço físico, tinha o cansaço mental. Tranquei a porta do quarto, porque hoje eu não queria enfrentar mais ninguém, só queria dormir e acordar para trabalhar. Amanhã eu daria a noticia para meus pais do jantar na casa de Henrique e veria como eles se comportariam.
Coloquei em um canal de séries, e antes que o primeiro episódio terminasse, eu já havia pegado no sono. Acordei atordoada, com o despertador tocando e com a tevê ligada. Desliguei o despertador e fui para o banho rápido, só parar acordar. Coloquei uma calça jeans preta, uma camisa social preta, e peguei um casaco de caxemira cinza.
Calcei minhas botas de cano alto pretas, e sai para a cozinha para controlar a fome que estava sentido. Assim que entrei na cozinha minha mãe já estava sentada na bancada com uma xicara de café nas mãos.
- Bom dia mãe! – disse indo ao encontro dela e dando um beijo.
- Bom dia! – ela respirou fundo. – Falei com seu pai ontem quando ele chegou.
- Aé? – disse me servindo de café. Assim que dei o primeiro gole, senti meu estomago revirar.
- Sim. Ele ainda está dormindo, chegou tarde do plantão de ontem. Mas como você mesma disse: Ele vai sobreviver.
- A senhora falando assim até parece que sou uma filha sem coração. – disse pegando uma fatia de pão e passando manteiga.
- E é! – ela bufou. – Você já pensou em toda a maldita barra que eu tive que passar nas ultimas semanas no trabalho? Foi o inferno. E você nem pra me avisar. Era o mínimo que eu esperava de você, que fosse sincera e se abrisse comigo. Eu estava aguentando toda a merda por você. Não me arrependo, jamais. Você é minha filha, e eu amo você. Mas você deveria ter sido sincera comigo, nós iriamos discutir mas iriamos conseguir passar por isso.
Enquanto minha mãe abria seu coração, eu tentava comer o pão, mas quanto mais eu mordia mais meu estomago se revirava, e um mal estar se alocava no meu peito. Eu estava querendo vomitar. Desisti do pão e tomei mais um gole do café.
- Mãe... – eu disse por fim, controlando a respiração. – Eu amo você. Amo tudo que você faz por mim, e fico muito feliz por ter uma família que fica do meu lado quando eu preciso. Mas eu amo o Henrique. Amo mesmo, amo de verdade. Com cada tantinho de mim. Amo o quanto ele é caridoso, humilde, e me faz feliz. Mas eu não suporto viver escondida, só que fui obrigada, eu conheço a senhora.
- Emma! – ela levou a mão aos cabelos. – Enfim, nada que eu falar vai mudar né?!
- Não. – fui sincera.
- Então tá. Agora nós temos que ir jantar com a Rainha?
- Sim. Mas Henrique vai promover um jantar na sexta-feira nada muito chique, só para vocês se conhecerem, na casa dele.
- Senhor! – ela levou as mãos aos cabelos. – Ao menos sejam discretos, e não me deem mais trabalhos.
- Nos manteremos discretos. – disse indo ao encontro dela, e dando um beijo no seu rosto. – Prometo não dar mais trabalho pra senhora, amo amo amo amo vocês.
- Por favor! – ela sorriu, e me abraçou. – Também te amo, sua pimpolha.
Não consegui mais comer nada, porque o enjoo ainda estava presente e toda essa conversa havia acabado com meu apetite. Passei o restante do dia a base de chá de erva doce, e bolachinha de agua e sal. Não sai para almoçar e fiquei trabalhando. Provavelmente era uma gripe tentando se apossar de mim, já que a dor no corpo e o cansaço haviam me pego de jeito.
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Quem Foi Que Disse? (Standby)
РомантикаEla, psicologa, vinte e três anos, e trabalha como babá para Família Real Alberton. Babá a três anos, dos pequenos John e Carlota, leva uma vida normal sem grandes aventuras, e coisas que façam seu coração palpitar e as borboletas voarem em seu esto...