O tempo é um inimigo invencível.
Maxon já deveria saber disso, afinal, ele tolamente acreditou mesmo que dando um tempo para colocar os pingos nas interrogações, seriam o suficiente para acabar com suas dúvidas, e voltar aos eixos.
Eixos esses que nem lembra mais quais sãos.
Ele rendeu a cabeça na mesa, cansado. Respirou fundo diversas vezes.
Tentou não pensar novamente na sua ultima conversa com Carter, que só serviu para enlouquece-lo ainda mais.
- Pra que eu pago um psicólogo, se eu saio de lá pior que eu entrei? - riu, de si mesmo, e voltou sua concentração a seu notebook.
Estalou o pescoço, e continuou a preencher os formulários que faltavam para serem enviados a viagem, que seria no próximo dia dez.
Encarou o calendário, a princípio seu cérebro deu um grande nó. Ele espantou-se ao constatar no seu notebook que dia era.
- Oh meu Deus. - exclamou, alarmado - Como os dias passaram tão rápidos assim?
Levantou-se chocado, apressou-se, recolheu suas coisas desesperado.
Desligou o notebook, colocou em baixo do braço, o celular no bolso, pegou sua pasta rápido.
Seu celular começava a tocar, chamando sua atenção.
- Alô? - perguntou alto demais, conferindo seu havia esquecido algo importante.
- Maxon sou eu! - exclamou, America, achando-o nervoso demais. - Você não se esqueceu que dia é hoje, não é? - falou, já adivinhando que sim.
- Você podia ter me avisado, America! - descontou sua falta de noção nela, ela revirou os olhos irritada.
- Eu te enviei dois e-mails, três mensagens no whatsapp, e ainda deixei dos post-its no seu notebook, ontem! - exclamou, na defensiva.
- America, agora não é hora de você reclamar! - esbravejou-o. - Oh! Merda! Onde está meu celular? Estava com ele quase agora.
Abaixou a cabeça, procurando no chão.
- Maxon, sua mão! Você está usando ele! - zombou, Ames, gargalhando. - Você tem quatro horas ainda, apresse-se! - aproveitou a oportunidade de desligar na sua cara, pela primeira vez.
- Finalmente realizei meu sonho de vida! - exclamou, entusiasmada, America pulando de alegria.
- Você tá parecendo que vai acampar, Ames! - riu, Marlee, que usava um disfarce se escondendo dos paparazzo, ajudava a levar suas setes malas até o saguão principal do aeroporto de Angelis. - Pra que tanta coisa?
America, deixou as cinco malas que carregava no chão.
- Shut up! - apontou o dedo, - Você levou apenas duas malas, e são as mais leves! Não reclame, hein.
- Eu tenho que te amar muito mesmo. - provocou, Mar.
- ONWN! - riu, America - Isso tudo é saudades já? - brincou, puxando para um abraço apertado.
- Claro que terei saudades, oras! - falou, Mar, apertando-a ainda mais forte.
- Relaxa, serão apenas duas semanas! Você não irá morrer...
- Eu sei... - fez bico, Marlee - Mas só de pensar que Maxon está arruinando nossa festa de despedida! - choramingou.
America apertou sua bochecha.
- Oras! Não combinamos que nas próximas duas semanas que faltarão para meu casamento ficaremos coladinhas uma na outra? - lembrou-a, Ames.
- Ah! - exclamou, animada, Mar - Mal posso esperar! Nem acredito que seremos só nos duas nas próximas semanas, ninguém vai estragar! Nem Maxon... Nem Aspen!
- Isso ai! - sorriu feliz, Ames - Duas semanas passam rápido, e agora que minhas coisas estão no seu apartamento ficará bem melhor para quando eu voltar!
Elas pularam de mãos dadas, como duas adolescentes que descobrem que o professor de física faltou, e não terá o teste.
- Me abraça de novo. - falou, Ames, rindo.
As duas continuaram a traçar suas metas, e futuros planos para a volta de America a Angelis.
Enquanto isso do outro lado do mundo.
Sra. Park Shin, uma clarividente que morava nos altos das montanhas no sul da Nova Ásia, oferecia suas oferendas a Sua Senhoria, por muitos anos manteve-se longe da sociedade, recolheu-se no interior da floresta, no seu casebre de madeira.
- Eu não posso fazer isso. - reclamou, irritada, Park Shin, ela ajoelhou-se em frente a Santidade pela milésima vez, implorando para que desistissem dessa missão que foi dada a ela.
- Tudo bem, eu entendo que tenho esse dom de ver espíritos. - continuava a conversar com Sua Senhoria.
- Não! Claro que isso não é uma reclamação... - tentou se defender. - Mas por favor, não! Realmente não quero me envolver nisso... - ela acenou, frenética.
- Ah! É claro que não sou digna deste poder! - reverenciou. - Mas por favor, não me faça isso. OKAY! ENTENDI! ENTENDI! ENTENDI! ME RENDO! EU VOU AJUDAR ESTE MALDITO CASAL! Mas vou cobrar isso, hein! Deixem na minha mão. Eles aprenderam a lidar um com o outro, por bem ou por mal... Mas saiba só faço isso porque você é meu amigo de longa data... Shalom... Espero que seu espírito possa descansar após isso.
America mordeu o lábio, nervosa demais, sentindo as pernas tremerem.
- Você nunca andou de avião? - ele riu da sua cara de espanto.
Ela acenou repetidas vezes.
- Inúmeras vezes... - tremeu o maxilar, - Mas sempre que o avião acelera, até a decolagem, meu estomago resolve mostrar que tem vida própria. - sorri, envergonhada.
- Relaxa... - ele disse simples, como se fosse fácil aliviar a tensão.
- Vamos falar sobre qualquer coisa por favor... Não coloque o fone, por favor. - implorou, histérica.
Ele olhou ao redor, e viu que a aeromoça vinha na sua direção.
- Se importa de trazer uma garrafa de Vodka... - pediu descontraído, chamou-a com um dedo para mais perto, e falou baixo para apenas ela escutasse - E um saco de vomito.
Levantou-se e se sentou na cadeira a frente America.
Esperou a aeromoça trazer seu pedido, junto com aperitivos, e dois sacos.
- Vamos beber... - falou, sério, America balançou a cabeça negando.
- America um copo, - ofereceu o copo, ela negou novamente, ele arqueou a sobrancelha, irritado.
Ela aceitou, contra sua vontade.
Mas era verdade o que Maxon disse, apenas um copo foi o suficiente para derruba-la.
Ela nem sentiu quando o avião decolou, acordou quatro horas depois com uma dor de cabeça terrível.
- Ai minha cabeça - choramingou, abriu um olho, e viu o remédio a sua frente, junto com um copo de agua. Ela sorriu, acanhada. - Obrigada.
Maxon apenas acenou com a cabeça, com sua atenção em seu notebook, redigindo documentos que ficaram de ultima hora.
O remédio fez o efeito que Maxon imaginou que faria: fez ela dormir novamente.
- Já deve ser difícil lidar com o voo, imagino que com o pouso deve ser mais difícil... Me perdoe por ter feito você dormir... - ajeitou o lençol a volta de America, aquecendo-a.
Ela dormia profundamente, seus sonhos como sempre a levavam a um mundo paralelo, onde sempre, papai estava lá.
Por isso, quando ela acordou pela segunda vez, foi pelo susto...
Pois ela estava sendo levada no colo, por um desconhecido, ela demorou a reconhecer a Maxon.
- Por por-por-que... es-es-tou no seu colo? - gaguejou, nervosa.
Ele colocou a no chão.
- De nada, America! - zombou, Maxon.
- Não se faça de sonso! - ela apontou o dedo, acusando-o. - O que houve comigo? Eu dormi?! Mas por quê?
Ele pegou as bagagens, colocou no carrinho, e ignorou-a.
- São todas suas? - perguntou.
- Você me dopou? - insistiu, Ames. Ele continuou a ignora-la.
- Pra que tantas malas, hein? - ele reclamou, recolhendo as malas dela.
- Maxon não se faça de desentendido... - falou, brava. - Eu não... Lembro... Você me deu um copo de vodka... Dormi...
- Você vai ficar para trás, se continuar nesta lerdeza. - apressou-a.
- Você está me fazendo de idiota!!! - ela esbravejou, tentando-se lembrar. - Espera! O COPO! O REMEDIO! VOCÊ ME SEQUESTROU! - ela gritou alto o suficiente para que todo o saguão do aeroporto olhasse para os dois alarmados.
- America! Não fale merda! - irritou-se, tentando não chamar ainda mais atenção dos curiosos. - É claro que eu não te sequestrei! - falou alto.
- O QUE ERA AQUILO? - ela gritava irritada. - Ah você me dopou! A partir de hoje não bebo mais nada que você me oferecer, seu idiota! - deu o dedo do medo, furiosa, e saiu andando na frente.
Maxon demorou a juntar os pauzinhos, e gargalhou da atitude dela.
- Então é assim que eu fico quando tomo este calmante? - ele riu, achando graça. - Vou matar Carter quando eu voltar a Illea.
- America! Espera! Espera! - ele gritava ainda rindo da cena. Ela continuava com seu péssimo humor.
Ela demorou a perceber que por causa de sua raiva, acabou se perdendo de Maxon.
NOSSA! Parabéns, me perdi na terra dos xinguilim!
Cadê você, Maxon seu imprestável?
Olhou ao redor a procura do vacilão.
- Olá sra... - começou no seu péssimo mandarim.
A mulher deu as costas a ela, ignorando-a.
Tentou novamente com um outro senhor que apenas deu de ombros.
Ela suspirou frustrada.
- Calma, America... - falava para si mesma, como se assim pudesse convencer a si que não estava ferrada. - O Maxon vai aparecer... Ele vai aparecer... É claro que vai... - riu, nervosa.
Tentou novamente, com uma senhorinha de meia idade, que tentou entende-la, mas foi em vão.
- Eu vim para um país que não sei falar a língua nativa... Que maravilha! - bateu palmas, feito louca. Chamando atenção de olhares tortos.
- Maxon... Por favor... Não me abandona no país da falsificação, por favor... - ela continuava a choramingar procurando-o, tirou o celular do bolso, a procura de sinal. Mas não havia nenhum. - Maldita Vivo com sua cobertura de merda! Como eles podem não funcionar do outro lado do mundo? Af!
Maxon levantou os olhos, já enfurecido. Por não conseguir encontra-la.
Ele entendia mandarim perfeitamente, afinal ele sempre fez negócios com os Chineses. Por isso quando ouviu uma senhora fofocar com outra sobre uma garota ruiva muito suspeita na frente do banheiro feminino, ele sabia que falavam dela.
Ele empurrou o carrinho, apressado, até o banheiro, e tomou um susto ao ver a cena a sua frente. Um policial segurava America pelo pulso, chamando-a de ladra. Ela que não entendia nada, balançava a cabeça, chorando.
- O QUE? EU NÃO TE ENTENDO! - ela continuava a chorar, desesperada. - PELO AMOR DE DEUS, EU QUERO SÓ ENCONTRAR O MAXON. OKAY? AGORA ME SOLTA.
- Senhorita... A senhora da loja afirma ter visto você assaltando, teremos que leva-la até a delegacia.. - ele falava em mandarim, America o encarava perdida.
- Não! O nome dele é Maxon! - ela o consertou, irritada, puxando seu braço de volta - Me solta! Solta! IMBECIL! - ela gritou a única palavra que sabia em mandarim.
O policial se irritou, puxou as algemas.
Maxon que finalmente havia conseguido passar pela multidão que assistia a cena.
- America vou te matar. - falou entre os dentes, irritado.
- Maxon! Maxon! - gritava America quando finalmente encontrou-o. - Me ajuda! - ela o abraçou com força, chorando muito.
- Olá senhor. - falou Maxon - O que houve?
- A sra da loja de doces afirma que está menina não pagou. - disse o policial.
Arqueou a sobrancelha descrente, rindo.
- Ela? - falou, Maxon, se divertindo. - Não pagou, e você acha que só por causa disso pode colocar uma algema nela? - falou rude demais com o policial.
- Ela roubou. - acusou, o policial irritado. - Por acaso você quer ir a delegacia junto com ela?
- Você terá que ter provas! - esbravejou, Maxon.
- O bolso dela. - apontou o policial.
Maxon olhou para os bolsos da calça de America, balançou a cabeça negando não acreditando no que via.
- O que tá acontecendo Maxon? - perguntou, preocupada. - Por que tá todo mundo nos encarando?
- America você comprou estes doces...? - perguntou, esfregando o olho, já sentindo uma dor de cabeça que estava por vir.
- Uma senhorinha me deu... - falou sem graça. - Por que? O que foi?
- Está senhorinha não estava te dando America! - respirou fundo, irritado. - Isso é um costume dos comerciantes daqui!
- Sr. Policial isso tudo foi um mal entendido... Minha am-amiga... Não está acostumada com a costume oriental. - falou, dessa vez gentil.
Mas foi tarde demais, porque o policial balançou a cabeça negando.
- Aqui nos temos leis! Teremos que resolver isso na delegacia... - disse puxando America, pelas algemas.
- Maxon... ME FALA O QUE TÁ ACONTECENDO PELO AMOR DE DEUS, PRA AONDE ESTE CARA TÁ ME LEVANDO?
- America acalma... - tentou tranquiliza-la.
- E se eu pagar pelo que ela pegou? - ele tentou, o policial se irritou, empurrou para longe.
- Chega disso rapaz. Nos iremos levar essa delinquente. - puxou com força America, que gritou de dor, por causa das algemas apertadas.
Isso foi o suficiente para enfurecer Maxon. Sem pensar muito, empurrou o policial.
- Não machuca ela! - esbravejou, alterado.
O policial partiu para cima de Maxon, com um soco, que foi desviado, Maxon rápido esmurrou o rosto do policial.
America com medo do policial machucar Maxon, aproveitou a deixa de vê-lo agachado, e colocou as algemas em torno do pescoço do policial, quase o enforcando.
- Maxon! MAXON PARA PARA! - gritava America, alarmada.
Mas a multidão agora estava histérica.
Rapidamente mais policiais chegaram para ajudar o amigo de farda.
Maxon foi facilmente mobilizado, e algemado.
- NOSSA MAXON! PARABÉNS. - bateu palmas, America, debochando.
Maxon estava na cela ao lado da dela.
- Cala a boca. - ele irritou-se.
- O que nós faremos agora? - riu, America, achando a situação hilariante demais para ser verdade.
- Faremos o que todo preso faz. - falou Maxon, por fim.
America o encarou, esperando sua explicação.
- Dominó. - riu, estendendo a caixinha que havia pedido ao policial responsável pelos dois.
- Só você mesmo para ter essas ideias nestas horas. - riu, America.
Meu pai vai me matar...
...
Se Aspen descobrir sobre isso estou frita...
******
[N.A:
TÁ FICANDO MUITO BOM, OU NÃO?
FINALMENTE A HISTORIA ESTÁ CAMINHANDO EM DIREÇÃO A PARTE MAIS "FANTASIA"
ESPERO NÃO DECEPCIONAR.
AOSKDOAKDOAK
Estou trabalhando agora, então só postarei aos domingos.
AHHHHHH! SE VOCÊ INDICAR PARA UMA MIGS VOU TE DAR UM SPOILER... HIHIHI
Beju, Natt a Queen of Rebolado.
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