Hidden (tradução PT)

By loveHxx

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rose não gosta do harry. e harry não gosta de rose. mas talvez a ameaça iminente de um génio impiedoso e uma... More

Hidden (tradução PT)
Prólogo
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Acordo de manhã a arder.

A minha garganta está seca e o meu nariz está entupido, a minha pele está em chamas.

"Finalmente acordaste." O Harry diz. Ele já está vestido na sua t-shirt cinzenta e as suas calças do costume, preocupação estampada na sua cara. Ele senta-se ao meu lado na cama.

"Sinto-me horrível." Falo, tentando engolir para aliviar a secura horrível da minha garganta.

"Estavas a arder, mas não te quis acordar." Ele diz. Ele dá-me um termómetro. "Põe isto na tua boca."

Faço o que ele diz, o metal frio do material na minha língua.

Uns minutos depois, o termómetro apita e o Harry tira-o da minha boca, observando-o rapidamente.

"Quatro zero." Ele diz, pousando-o na mesa de cabeceira. "Não vais a lado nenhum hoje."

"Mas é segunda-feira." Digo. "Temos trabalho-"

"Não há maneira de ires trabalhar." Ele diz instantaneamente.

"Mas-"

"Aqui, veste um pijama." Ele diz ignorando os meus protestos. Ele dá-me um dos meus pijamas que devo ter deixado aqui antes. Visto rapidamente e depois sou despachada para a cama pelo Harry.

"Harry, preciso de ir trabalhar." Digo.

"Não, Rosalie." Ele diz. "Vais ficar aqui, e eu também."

"Não podes faltar ao trabalho." Digo, abanando a minha cabeça. "Eu fico bem."

"Rosalie-"

"Está tudo bem?" A Gemma abre um pouco a porta, espreitando.

Obrigo-me a sorrir-lhe fracamente. "Bom dia Gemma."

"A Rose tem quarenta graus de febre." O Harry diz e reviro os meus olhos.

"Oh querida, isso não é bom." A Gemma diz, entrando no quarto.

"Sim, por isso ficamos em casa hoje."

"Não, tu vais trabalhar, Harry." Digo.

"Não te vou deixar aqui sozinha." Ele diz severamente.

"Posso cuidar dela." A Gemma diz.

"Não." O Harry diz nesse instante.

"Porque não?"

"Porque... porque..." O Harry pensa numa desculpa credível e sorrio.

"Põe-te nas tuas roupas de trabalho, Harry, vou fazer chá para a Rose." A Gemma diz, também sorrindo.

O Harry bufa, sabendo que não tem outra solução. A Gemma vira-se nos calcanhares e sai do quarto.

Encosto-me às almofadas do Harry enquanto ele tira a t-shirt, trocando por uma camisa branca e umas calças pretas. Ele aperta uma gravata preta à volta do seu pescoço e agarra o seu casaco, virando-se para mim.

Sempre admirei como o Harry parecia fenomenal nas suas roupas de trabalho.

"Então acho que vou andando." Ele suspira.

Assinto.

"Vou dizer à Gemma onde tenho os medicamentos, e dorme muito." Ele diz, inclinando-se e beijando a minha testa ardente.

"Deus, pareces a minha mãe." Digo.

Ele revira os olhos. "Não faças nada estúpido e se roubares os meus Snickers irei saber."

"E como é que vais saber?"

"Confia em mim, eu saberei." Ele sorri e beija a minha bochecha antes de se endireitar.

"Diverte-te no trabalho!" Digo-lhe.

"Nem por isso!" Ele responde.

A Gemma entra no quarto depois dele ter saído, carregando uma tosta e chá. Sorrio-lhe em agradecimento e ela senta-se ao meu lado na cama.

"Lamento que estejas doente." Ela diz enquanto bebo um pouco de chá.

"Está tudo bem, é provavelmente minha culpa por não ter levado a vacina da gripe este ano." Digo. "Não tenho tido tempo nenhum."

"Não sei se tens gripe, tens arrepios?"

"Não, sinto como se tivesse sido enfiada em lava."

A Gemma gargalha. "O Harry disse que tinha ibuprofen, vou ver se descubro." Ela sai do quarto.

De repente o meu telemóvel toca e reviro os olhos quando vejo o nome do Harry no ecrã.

"Saíste há menos de cinco minutos, o que poderás querer?" Sorrio.

"É importante, juro."

"O que é?"

"Não digas à Gemma onde tenho os meus Snickers."

"Isso é a coisa importante?"

"Chocolate é muito importante, Rosalie."

Suspiro. "Está bem, o teu segredo está a salvo comigo."

"Ainda bem. E também, eu amo-te."

Coro e sorrio. "Também te amo."

Oiço o seu sorriso. "Tenho de ir, há uma senhora a usar demasiado batom no carro ao meu lado a dar-me um olhar matador por estar a falar ao telemóvel."

"Está bem, vejo-te mais logo."

"Porra, ela precisa de se acalmar com o batom. Parece que ela bebeu um litro de sangue ou assim."

"Adeus, Harry."

Desligo quando ele começa a falar como a mulher pode ou não ser um vampiro, rindo do seu humor.

A Gemma volta ao quarto, lendo a caixa de comprimidos. "Acho que estes são os corretos, toma dois." Ela manda, dando-me um copo de água.

"Obrigada, Gemma." Digo, engolindo as cápsulas brancas e encostando-me às almofadas do Harry.

A Gemma muda de canal constantemente e pergunta-me se preciso de alguma coisa, os seus olhos verdes carinhosos cheios de esperança e arregalados. Estou tão agradecida à Gemma, ela é tão carinhosa e querida. Apesar dela e do Harry terem um passado mau, espero que eles consigam ultrapassar isso, porque sei que eu e a Gemma seremos boas amigas.

Vemos novelas da treta e partilhamos uma tigela de Saltines pelo dia. A Gemma descobre medicação para o meu nariz entupido e a tosse cai da minha garganta magoada. O Harry passa o dia a mandar-me mensagens, a maioria a julgar os nossos colegas de trabalho. Por exemplo:


'Nunca reparei como o Arnold é careca.'

Ou:

'O cabelo do Zayn está mesmo alto hoje, devias ver.'


E a minha favorita pessoalmente:



'Porra, Rose, agora que não estás aqui estou a encarar diretamente a Marion e ela parece que quer arrancar a minha cabeça do meu pescoço.'



Gargalho e partilho as mensagens com a Gemma. Ela ri-se comigo enquanto trocamos histórias do Harry, muitas delas que tenho a certeza que o Harry não iria querer que a Gemma contasse.

"Ele comeu um pedaço do batom da nossa mãe quando tinha quatro anos." Ela diz-me.

Arregalo os olhos. "Não!"

A Gemma gargalha. "Sim, lembro-me bem. A minha mãe estava tão preocupada que ele ficasse doente, ela ligou ao controlo de veneno e ao nosso médico várias vezes. Mas o Harry nunca ficou doente, ele tem um estômago de ferro."

Rio. "Isso é demasiado engraçado."

Ela também me falou das suas viagens a sítios distantes e de pessoas que ela conheceu. Ela esteve em todos os continentes menos na Antártica, mas ela diz-me que vai lá um dia. Ouço com interesse, admirada com a quantidade de coisas que a Gemma tem visto pelo Mundo com apenas vinte e sete anos.

"Isso é incrível." Digo quando ela me conta como é magnífica a cor azul do oceano da costa australiana.

"E foi." Ela suspira.

"Viste tanto." Digo.

"Pois vi." Ela concorda. "Mas não consigo evitar que foi tudo representado."

Inclino a minha cabeça. "Como?"

"Gastei quase três anos da minha vida a viajar na esperança de acabar com a dor da morte da minha mãe." Ela diz. "Mas na verdade, não acabou."

Vejo-o enquanto ela passa a mão pelo cabelo escuro.

"Foi por isso que vim, para ter algum fecho, acho eu. Esperava que eu e o Harry pudéssemos falar sobre as coisas mas vejo que isso nunca vai acontecer."

"Vai, ele está magoado." Digo. "Ele ama-te, Gemma, quero dizer és a irmã dele."

"Achas?"

"Claro, Gemma. Ele só precisa de algum tempo."

Os olhos arregalados da Gemma ganham lágrimas e ela enrola os seus braços à minha volta  

"Obrigada." Ela respira.

Assinto no seu ombro e ela afasta-se.

"Apercebi-me que não devia ter feito isto quando estás doente." Ela diz e ambas rimos.

A Gemma quer tanto remendar a relação dela com o Harry e eu reconheço isso. Já senti isso antes, e é uma coisa horrível e chata de se sentir. Espero mesmo que ela e o Harry resolvam as coisas.

"O Harry mudou." A Gemma diz. "Desde da última vez que o vi."

"A sério?" Digo.

"Sim, muito. Os seus olhos estão muito mais verdes, acho eu. Ele sorri muito mais." Ela pausa. "Acho que é por tua causa."

"Por minha causa?"

"Sim, tua." Ela diz sorrindo. "Quero dizer, ele é tão teimoso, sem dúvida que se não tivesses aqui ele ontem não me tinha deixado cá ficar. E ele olha para ti muitas vezes pela tua visão nas coisas, reparei nisso. Nunca pensei ver o dia em que o Harry cabeça dura se apaixonasse."

Ela sorri alegremente.

Coro. "Nem eu."

A Gemma sorri. "És mesmo boa para ele, acho eu, e ele é muito sortudo por te ter."

Sorrio-lhe de volta. "Eu abraçar-te-ia outra vez, mas não te quero contaminar."

Ela gargalha. "Muito obrigada."

Por volta das duas, a minha febre piora, e a Gemma molha um pano em água fria para pressionar na minha testa. Agradeço-lhe e fecho os meus olhos, ficando-me na frieza do pano em vez da minha febre.

Adormeço rapidamente e o meu toque do telemóvel acorda-me. Não abro os meus olhos, decidindo que é demasiada energia ir buscar o telemóvel.

Um segundo mais tarde ouço a Gemma a atender.

"Harry, ela está a dormir" Ela diz a sussurrar. "Não, piorou... quarenta e um graus. Dei-lhe dois comprimidos há algumas horas... eu faço isso quando ela acordar... não, não vou acordá-la, ela precisa de dormir... está bem, eu digo-lhe... adeus, Harry."

Ouço-a a pousar o telemóvel a andar pelo quarto, a porta a fechar-se atrás dela.

Durmo por mais três hora até ouvir a porta a abrir outra vez.

"Como é que ela ainda pode estar a dormir? Passaram quase quatro horas." O Harry diz. Mantenho os meus olhos fechados.

"Não sei, estar doente cansa." A Gemma responde.

"E se ela tem algo grave?"

"Ela não está a demonstrar nenhuns sinais sérios, Harry. Pára de te preocupar tanto."

"Não consigo, isto está a stressar-me." Sinto dedos frios a tocarem na minha testa e sou invadida com aroma a menta.

"Merda, ela está a arder." O Harry diz, os seus dedos frios ainda na minha pele ardente.

"Vou começar a fazer o jantar." A Gemma diz.

"Está bem, deve haver frango no frigorífico."

"Vais ficar aqui?"

"Sim, só para ter a certeza que ela está bem."

Há uma pequena pausa.

"Ela é tão sortuda por te ter, Harry."

"Achas?"

"Sim. E acho que também és muito sortudo por a teres."

Os dedos do Harry passam suavemente pela minha pele quente. "Concordo."

Ouço a Gemma a sair do quarto, os seus passos a fazerem eco pelo local.

O Harry fica comigo por mais um pouco, os seus dedos a moverem-se gentilmente na minha pele. Ele começa a cantar baixo, a sua voz profunda a soar tão bonita contra o silêncio anterior.

Por volta das seis reúno a força para abrir os olhos.

O Harry está sentado na cama ao meu lado, os seus olhos preocupados em mim. Ele ainda não mudou das suas roupas de trabalho, e as suas mangas estão enroladas até aos seus cotovelos.

Sorrio para ele e ele sorri de volta, quase aliviado por me ver acordada.

"Porra, Rose, nunca paras de me preocupar."

Rio e sento-me.

"Estás a sentir-te melhor?" Ele pergunta ansiosamente.

"Um pouco." Digo.

"Ainda bem, é melhor que nada. A Gemma está a cozinhar"

"Falaste com ela?" Pergunto, embora saiba a resposta.

"Não sobre o que gostavas que falasse." Ele responde.

Junto os meus lábios.

"Esquece isso agora. Queres que te vá buscar alguma coisa? Tens sede? Precisas de mais medicamentos?"

"Estou bem, Harry." Sorrio fracamente.

Ele suspira e puxa-me para um abraço.

"Posso pôr-te doente." Aviso contra o seu peito.

"Não quero saber."

Afasto-me, fungando um pouco.

A Gemma acaba de cozinhar e juntamo-nos todos na cama do Harry para comer e ver televisão. A Gemma expressa o seu amor pela Teoria do Big Bang, e exclamo imediatamente que também sou fã. O Harry diz que nunca viu e a Gemma muda de canal antes dele acabar a sua frase.

"Espera, então o rapaz alto tem memória fotográfica?" O Harry pergunta a meio do programa.

"Memória eidética." Eu e a Gemma corrigimo-lo e ele revira os olhos enquanto eu e a Gemma nos rimos.

O Harry faz-nos desligar as luzes às dez horas, dizendo à Gemma que ela pode ficar outra noite. Ela agradece-lhe e ele até a deixa abraça-lo antes de sair do quarto, fechando a porta suavemente.

"Antes que possas dizer alguma coisa, não, não vais voltar para o teu apartamento esta noite." O Harry diz, desapertando a sua gravata.

"Mas-"

"Estás doente, e vais ficar comigo."

Suspiro em defesa, demasiado cansada e doente para discutir com ele.

Ele muda para o seu pijama e faz-me tomar mais dois comprimidos antes se juntar a mim na cama, desligando a luz e abraçando-me com força.

"Sinto-me tão preguiçosa, não deixo esta cama há vinte e quatro horas." Resmungo.

"Nem para fazer xixi? É melhor não haver urina seca na minha cama, Rosalie, por isso ajuda-me-"

"Relaxa, não há urina seca na tua cama. Claro que me levantei para ir à casa de banho, não sou um cão."

O Harry gargalha. "Mesmo doente continuas a provocar-me."

"A provocação nunca morre, Harry."

Rimos outra vez e adormecemos rapidamente.



Acordo de repente, suor a percorrer-me. Estou a tremer e a ferver ao mesmo tempo, o meu coração a bater rápido.

"Harry." Digo, abanando-o para acordar. "Harry, há algo errado."

Ele acorda instantaneamente, sentando-se. "O que é?"

"Estou com muito frio mas com muito calor." Digo tremulamente.

Ele pressiona uma mão fria na minha testa. "Cristo, estás a arder." Ele levanta-se da cama e anda até à casa de banho, ligando a água e voltando a molhar o pano.

Ouço a Gemma a mexer-se e o Harry explica a situação.

Ambos entram no quarto, o Harry pressiona o pano molhado no meu pescoço, a Gemma a olhar-me com preocupação.

Fecho os meus olhos, cansada, a tremer, e a ferver tudo ao mesmo tempo.

"Devemos levá-la para as emergências?" O Harry pergunta preocupado.

"Não sei, acho que a febre está a baixar."

"Parece-me pior."

"Tem de piorar antes de melhorar."

"Merda, Gemma, estou preocupado."

"Ela vai ficar bem. Olha, ela já não está a tremer tanto."

A Gemma tem razão, estou com menos frio e estou a suar menos. A minha respiração está a sair melhor.

O Harry respira fundo. "Ainda bem."

"Apenas volta a dormir, ela vai ficar bem, Hazza."

É a primeira vez que ouço a Gemma a usar uma alcunha para o seu irmão e derrete o meu coração.

"Obrigado, Gem."

Se não tivesse doente, sem dúvida que estava a sorrir que nem uma parva com as suas mudanças breves.

Sinto o Harry a voltar a deitar-se ao meu lado, puxando-me para ele. Ele tira o meu cabelo molhado da minha cara e apanha-o com um elástico. Quero abrir os meus olhos e agradecer-lhe, mas pela altura em que ele sussurra que me ama e beija a minha testa, já estou meio a dormir.



De manha sinto-me consideravelmente melhor. A minha garganta ainda dói um pouco, mas não estou a arder em febre. A cama está vazia quando abro os olhos, e tento sentir o Harry, mas ele não está aqui.

Ouço a sua voz da sala.

"Como é que me encontraste, Gemma?"

"Levou-me um bocado, mas consegui o teu número pelos nossos vizinhos."

"Porque raio é que os vizinhos tinham o meu número?"

"Deste-lhe em caso de emergência com... com o pai."

Pausa.

"Oh."

"Pois."

"Ainda assim, não devias ter vindo quando fui muito claro para não vires."

"O quê, estavas a planear manter-me fora da tua vida para sempre?"

"Sim."

"Como é que podias? Somos tudo o que nos resta, Harry."

"Tenho a Rose."

O meu coração acelera.

"Sim, isso é verdade. E se não fosse a Rose tu terias me mandado embora há duas noites porque ainda não desenvolveste um osso decente no teu corpo."

"Olha quem fala, Gemma!" A voz do Harry sobe rapidamente.

"Não achas que isso me chateia, Harry? Arrependo-me disso todos os dias."

"Então não o devias ter feito."

"Não podemos voltar atrás no tempo."

Uma pausa.

"Como pudeste, Gemma." O Harry diz, a sua voz mais suave. "Ela também era minha mãe."

"Desculpa." A Gemma diz tão baixo que tenho dificuldade em ouvir. "Não sei o que estava a pensar."

Ambos caiem no silêncio outra vez.

Ouço passos e a porta do quarto do Harry abre-se, e ele entra.

"Olá." Ele diz, posso dizer que ele está tenso. O seu cabelo está um pouco indisciplinado, sem dúvida que os seus dedos o correram várias vezes, e os seus olhos estão cansados.

"Olá."

"Como te sentes?"

"Muito melhor."

Ele dá-me um termómetro, sentando- se ao meu lado na cama.

Apita pouco depois e o Harry tira-o da minha boca, lendo-o.

"Muito bem, voltaste à temperatura normal do teu corpo." Ele diz. "Deve ter sido uma coisa de dez horas."

Assinto.

Ele suspira. "Ouviste tudo, não ouviste?"

Sei que ele se está a referir à sua discussão com a Gemma e assinto.

"Desculpa." Ele diz.

"Não faz mal, não tens de pedir desculpa." Digo. "Ela magoou-te, não tens de pedir desculpa por isso."

Ele engole, a sua maçã de adão movendo para cima e para baixo devagar. "Pensei que quisesses que a perdoasse."

"E quero." Respondo. "Mas é óbvio que isso vai levar algum tempo."

Ele respira devagar. Aproximo-me dele e enrolo os meus braços à sua volta, puxando a sua cabeça para que descansasse no meu peito.

"Que horas são?" Pergunto.

"Sete e quarenta."

"Vamos chegar atrasados!"

Estou fora da cama instantaneamente, agarrando a chave do meu apartamento.

"Está pronta as oito e um quarto!" Ele grita para mim enquanto digo bom dia à Gemma, correndo do seu apartamento para o meu.

Chupo um comprimido para a tosse enquanto tomo banho e me mudo, encaracolando o meu cabelo levemente e agarrando o meu casaco. Tranco a porta atrás de mim e chamo o elevador.

"Chego a casa pelas seis horas." O Harry diz à Gemma antes de fechar a porta.

Sorrio-lhe enquanto ele se junta a mim no elevador, a sua camisa azul viva.

"Sem gravata?" Pergunto

"Não me apetecia apertá-la." Ele diz, encolhendo os ombros.

"Vergonha." Digo, abanando a minha cabeça.

"Porque, gostas quando uso gravata?"

Encolho os ombros, corando.

O Harry sorri. "És divertida, Rosie."

"Obrigada." Digo sarcasticamente enquanto entramos no elevador, pressionando o botão para a entrada.

Os olhos do Harry percorrem o conjunto de botões e agarro o seu pulso antes que ele possa pressionar mais algum.

"Não hoje." Digo severamente.

Ele ri. "Como sabias--"

"Apenas sabia." Digo, removendo a minha mão do seu pulso.

Saímos do elevador para a entrada e andamos até ao parque de estacionamento, o ar frio da manhã à nossa volta.

"Posso levar-te, se quiseres." O Harry diz.

"Ou, eu posso levar-te." Contrario.

O Harry ergue uma sobrancelha.

Cruzo os meus braços sobre o meu peito.

"Está bem." Ele desiste, seguindo-me para o meu carro.

Sorrio triunfante e destranco-o, entrando no lugar do condutor. O Harry entra ao meu lado.

"Acho que nunca estive no teu carro." Ele diz enquanto ponho a chave na ignição.

"É muito melhor do que o teu, eu sei." Faço marcha atrás, saindo do parque de estacionamento.

"Não é. O meu é um Infiniti."

"O meu é um Audi."

"Sim, o teu é prateado."

"Então? O prateado é o novo preto."

"Quem diz?"

"Digo eu."

O Harry revira os olhos enquanto conduzo. Sou cuidadosa com as ruas cheias de neve e condutores desrespeitadores enquanto a hora de maior confusão matinal começa.

"Então vamos a esta festa no sábado, hmm?" O Harry fala.

Assinto, mordendo o meu lábio. "Sim."

O Harry assente, olhando para fora da janela, respirando profundamente.

"O que raio vou levar vestido." Suspiro e o Harry volta a olhar para mim, meio a sorrir.

"Roupas."

"Porra, estava a planear ir nua."

"Definitivamente não me importo."

Reviro-lhe os olhos, parando no semáforo vermelho.

"O que achas que o Alec está a planear?" Pergunto, o meu tom mais sério.

"Não faço ideia, e assusta-me." O Harry diz, abanando a minha cabeça.

"Não achas... o meu sonho..."

"Vamos falar de outra coisa."

Estou mais do que disposta a mudar de assunto enquanto estacionamos em frente à Crystal.

Tranco o meu carro enquanto eu e o Harry entramos. Ele procura a minha mão, os seus dedos a deslizar pelos meus suavemente.

"As tuas mãos são muito maiores do que as minhas." Observo enquanto esperamos pelo elevador.

Ele olha para os nossos dedos. "Sim tu tens mãos de fada."

"Mãos de fada?"

"Nunca ouviste falar numa fada? Vives debaixo de uma pedra?"

Rio enquanto entramos no elevador. "Eu sei o que é uma fada, Harry."

"Ainda bem, estava a ficar preocupado."

Separamo-nos quando chegamos às nossas secretárias, o Harry a sentar- se no seu lugar, já a parecer
aborrecido para o resto do dia

Abro a gaveta da minha secretária e agarro uma das canetas que o Harry me comprou, clicando nela e abrindo o meu manuscrito por editar.

O Harry, como costume, não trabalha.

Contudo, ele desenha uma imagem detalhada do inferno e passa-me várias notas. Por exemplo:


'Ajuda-me, estou a ficar sem pastilhas.'


Ou


'O Greenman tem papel higiénico preso ao sapato, olha rápido!'


Obrigo-me a abafar algumas gargalhadas, focando-me na minha edição. Contudo, o Zayn fica chateado com a sua constante passagem de notas.

"Para com isso, amigo." Ele estala para o Harry enquanto outro papel voa na minha direção.

"Paro com o quê?"

"Atirar merda."

"Ew, porque é que iria atirar merda? Estou a atirar papel, Malik, não sejas vulgar."

O Zayn revira os olhos e gargalho baixo.

"Achas divertido?" Ele pergunta, humor nos seus olhos escuros.

"Muito." Digo, circulando um erro no meu papel.

O Harry arrasta-me para o telhado na hora de almoço, puxando-me pelo braço até à janela da morte, como a nomeei. Continuo alertada com os quinze andares debaixo de nós, e sou rápida a despachar-me para que a hora de almoço chegue a um fim.

Por volta das três, o meu telefone toca.

"Estou?" Respondo.

"Menina Knight, o Sr. Crystal pediu para vê-la." A Marion diz do outro lado da linha.

"Agora?"

"Acredito que sim."

"Está bem, obrigada."

Desligo e levanto-me.

"Onde vais?" O Harry pergunta-me.

"O Crystal quer ver-me."

O Harry franze a sobrancelha e eu encolho os ombros, virando-me e saindo do complexo.

Os meus saltos batem no chão de mármore quando apanho o elevador para o andar do Crystal.

Assinto para a rececionista e entro no seu escritório, fechando a porta atrás de mim. A rececionista não é a mesma que a anterior, e juro que já a vi em algum lado, mas não sei onde.

"Menina Knight, prazer em vê-la." O Crystal cumprimenta-me. "Sente-se."

Sento-me cuidadosamente. "Queria ver-me?"

"Sim, queria." Ele inclina-se na sua secretária, juntando as suas mãos. "Tenho pensado no que você, o Styles e o Malik me disseram sobre a Wolfe várias vezes nestes últimos dias."

Engulo, assentindo devagar.

"Prestei atenção." O Sr. Crystal continua. "Que há uma festa para mim este fim-de-semana, e você estará presente."

Assinto. "Sim, vou."

"Gostaria saber exatamente o que você e esta aliança estão a planear."

Junto os meus lábios. "Com todo o respeito, mas como posso saber que posso confiar em si?"

"Estou a ajudar-vos, não estou?"

Assinto. "Mas... não acho que este seja um local seguro para discutir isto."

"Porque diz isso?"

A porta do escritório do Crystal abre-se de repente, e a rececionista entra, um papel na sua mão

"Mensagem para si, Sr. Crystal."

A sua voz é suave como seda e um pressentimento chato no fundo da minha mente diz-me que já a vi antes.

"Obrigado, Violet."

O meu sangue congela e arregalo os olhos enquanto ela se vira e sorri-me levemente. Ondas suaves loiras caem nos seus ombros e os seus olhos azuis combinam com o oceano. Foi por isso que pensei que a vi antes, porque ela não é mais ninguém do que a rapariga por quem o Harry já esteve apaixonado.

"Rose, esta é a Violet, a minha nova rececionista." O Sr. Crystal diz.

"Prazer em conhecer-te, Rose." A Violet diz, a sua voz suave quase irritante.


E não posso evitar pensar enquanto ela me sorri levemente, que ela sabe exatamente quem sou.

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