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Todos os sentimentos enchem o meu corpo enquanto paraliso.

Deixo cair o meu garfo, o metal a fazer barulho contra o prato de porcelana. A minha garganta está seca e eu sinto que acabei de ser esmagada.

"O quê? " Sufoco.

"Andamos a discutir muito frequentemente agora." A minha mãe diz devagar. "Nós achamos que não somos certos um para o outro. Não mais, pelo menos."

"Como podem fazer isto?" Pergunto. "Há quanto tempo sabem?"

"Cerca de..." O meu pai suspira. "Um mês e meio. "

"E não acham que me deviam ter ligado e deixarem-me a saber?" Pergunto agudamente.

"Nós íamos, Rosie, prometo, mas eu—"

"Essa é a razão porque querias que viesse a Nova Iorque este fim de semana, certo? Para me poderes dizer? "

Os meus pais evitam o meu olhar.

"Isto é inacreditável!" Grito. "Vocês fizeram isto tudo atrás das minhas costas. "

"Dói, não dói?" Os olhos de Elizabeth são maus.

O meu sangue fica frio. "Eu não—"

A Elizabeth revira os seus olhos. Ela levanta-se da mesa e limpa o seu prato, desaparecendo para a cozinha.

"Não acredito nisto." Murmuro, mandando o meu guardanapo para a mesa levantando-me.

"Onde vais?" A minha mãe pergunta quando me viro para ir embora.

"Para o meu quarto, e vou trancar a porta!" Grito. Sinto-me uma adolescente outra vez, não uma rapariga com vinte e três anos. Sinto-me intitulada por agir desta maneira. Como é que os meus pais puderam fazer isto?

Fecho a porta do meu quarto antigo e passo uma mão pelo meu cabelo. Isto é injusto, é o que é. Completamente injusto.

Afundo-me na minha cama, respirando o aroma familiar de conforto. De repente olho para a minha mão.

O número do Harry continua na minha mão, nitidamente escrito em azul.

Sem pensar, pego no telemóvel e marco o número.

Ele atende ao segundo toque.

"Estou? "

"Olá, é a Rose." A minha voz sai tensa.

"Rosalie." Ele diz. "Pareces chateada."

Desprezo o uso do meu nome inteiro "Eu..." Suspiro. "Os meus pais vão-se divorciar. "

Há uma pausa, e imagino o Harry a erguer as suas sobrancelhas em choque. "Divórcio?"

"Sim." Digo. "E eles sabiam por um mês inteiro e não me disseram. Essa é a razão por eles me terem convidado para vir até aqui." A minha voz parte-se no final e aperto os meus olhos, fechando-os.

"Rose." A dureza da voz do Harry é transmitida através do telemóvel e acalma-me um pouco.

"Apenas chateia-me, sabes?" Digo, lágrimas quentes correm pela minha cara. "E depois a Elizabeth..." Abano a minha cabeça.

O Harry ouve pacientemente. Neste momento, estou tão agradecida que sejamos amigos e que não nos odiamos como quando nos conhecemos.

"Quando..." O Harry limpa a sua garganta. "Quando a minha mãe morreu, eu não descobri por seis dias. "

Caio em silêncio, a minha pulsação acelerada. Houve apenas algumas vezes em que o Harry falou do seu passado, e a minha sede por informacão cala-me instantaneamente.

O Harry pára antes de continuar. "Estava partido." Ele diz devagar. "Não comi por dias, sem falar de dormir."

Um nó forma-se na minha garganta. "Harry." Respiro. "Eu..."

"Está tudo bem." Ele diz. "Já se passaram quatro anos." Ele funga um pouco. "O que eu quero dizer é que vais passar isso, vais seguir em frente. "

"Porque é que não descobriste por seis dias?" Atrevo-me a perguntar.

O Harry fica em silêncio por tanto tempo que penso que ele desligou. Finalmente ele fala. "A minha irmã."

Obrigo-me a manter a minha boca fechada e não lhe pergunto mais nada. "Oh." Digo simplesmente.

"Sim. "

O silêncio cai mais uma vez, e considero despedir-me do Harry. Mas não o consigo fazer- Quero falar com ele o máximo de tempo possível.

"Nem vais adivinhar quem se sentou ao meu lado no avião."

Pelas próximas duas horas, eu e o Harry falámos ao telemóvel. Em alguns aspetos discutimos, outros rimos pelo telemóvel, mas os assuntos dos meus pais e da sua mãe ficaram escondidos. Quando finalmente desligamos, sinto-me mais viva, e não consigo perceber porquê. Mas não me importo.

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FELIZ NATAL!!!

Hidden (tradução PT)Where stories live. Discover now