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By InvolvedCamren

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Na Universidade Yale, tudo se envolve por um motivo. Camila Cabello, uma jovem de 18 anos busca apenas focar... More

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POV Camila

Quando abri a porta encontrei as luzes desligadas e Dinah sentada no sofá passando os canais da TV com Normani deitada no seu colo. Quando ela me viu semicerrou os olhos.

- Você me deve explicações! - Ela disse em um tom ameaçador fazendo Normani rir.

Olhei para loira e depois para cima e dei de ombros sem falar nada e então ela ainda com os olhos semicerrados fez uma cara de brava e cruzou os braços. Saí andando de mansinho em direção ao quarto fingindo que nada havia acontecido e quando entrei fechei a porta rapidamente.

- SE NÃO VAI SER POR BEM VAI SER POR MAL CABELLO!!!

Ouvi aquele grito e eu sabia que teria que explicar pra Dinah o motivo de eu não ter vindo pro dormitório direto depois da aula. Mas não sabia o que ela iria pensar. Nem eu sei o que pensar... O que foi aquilo? Beijei o pescoço de Lauren e ela me pediu para disfarçar??? Quer dizer, eu não sou lésbica. Eu acho. Eu gosto muito dela, mas não quero beijá-la. Por mais que ela tenha belos lábios... Eu gosto muito dela, mas eu não quero olhar pra ela o tempo todo... Por mais que não seja esforço nenhum olhar aqueles belos olhos... DEUS!!! Não posso pensar assim. Quer dizer, eu já pensei nisso por causa da minha seletividade absurda quanto aos homens, mas também nunca me apareceu uma mulher como Lauren.

Ok. Eu só devo estar ainda encantada porque ela me salvou. E também porque ficamos presas na galeria juntas, também porque dançamos juntas... Bem, eu tenho alguns motivos para desconfiar dela também. Mas não sei nem por onde começar. Eu sou a pior pessoa pra isso. Mais inexperiente que eu: impossível! Talvez seja melhor eu tirar umas dúvidas com Dinah mesmo. Sei que ela quer me ajudar. Desde que cheguei ela tem sido como uma mãe preocupada comigo sempre e criamos um laço forte logo de cara. Normani já é mais quieta e reservada. Menos na hora de dançar, claro.

Ri lembrando da dança de Normani e Dinah na festa de boas-vindas.

Após tomar banho e colocar meu pijama, eu estava em minha cama tentando escrever algo no meu caderno e alguém entrou no quarto. Normani estava de olhos fechados então nem olhou pra mim, apenas se jogou em sua cama e caiu em sono profundo. Logo em seguida Dinah levou o lençol que estava na sala para cobrir a morena.

- Acho que não preciso te intimar novamente, certo? - a loira sussurrou apontando pra sala.

Assenti com a cabeça e levantei agarrada a um travesseiro, fui andando com a cara enfiada nele e olhando desconfiada para Dinah, que ao me ver passar fechou a porta.

Sentamos no sofá e ela então começou.

-  Mila você é lésbica? - Perguntou sendo direta, mais direta impossível.

- QUÊ? Não! Quer dizer, nunca fiquei com meninas... Nem com meninos antes do Shawn. - Bufei revirando os olhos.

- Credo, você perdeu o BV com 18 anos? - Ela fez cara de nojo.

- Nossaaaaa Dinah Jane!! Esperava no mínimo um xingamento pro cara que tentou me atacar logo na primeira festa do semestre e aí você julga a idade do primeiro beijo!!! - Declarei gesticulando os braços para o alto.

- Desculpa Mila, ele é realmente um idiota, mas que você está um pouco velha pra dar o primeiro beijo, você está!! - Ela acenou rendição com as mãos.

- Okay, tá bem. Eu concordo. - Me rendi olhando para baixo sem graça.

- O que você fez durante seu colegial??? - Ela perguntou curiosa.

- Ah, eu sempre fui muito estudiosa então só focava nisso mesmo. Não tinha tempo pra namorar ou pensar nisso. – Expliquei voltando meu olhar para minha amiga.

- Opa opa! Quem falou em namorar? Beijar não significa namorar. Você por acaso achou que Shawn seria um príncipe encantado e que te pediria em namoro após te beijar naquela festa? - Ela disse em tom de deboche.

- Não exatamente. Na verdade nem pensei em nada. Não trocamos muitas palavras. - Encarei o chão de novo.

- Nossa, me sinto até mal de ter te influenciado a ficar com ele. Mas pensa por esse lado, o primeiro beijo de quase ninguém é especial! Sério mesmo! As pessoas sempre pensam que vai ser ótimo ou que estão esperando a pessoa certa, principalmente pela falta de maturidade na idade que passamos por isso...  mas nunca é legal mesmo! - Ela riu pensando nesse fato.

- Okay, pensarei assim de agora em diante. Quem sabe me faz esquecer um pouco esses acontecimentos desagradáveis. - Abri um sorriso também.

- Mas voltando ao assunto, Mila está ficando bem claro o clima que tá rolando entre você e a Gasparzinho. Você não percebeu ainda? - Ela perguntou se ajeitando no sofá.

- Ah Dinah... Eu não sei. Juro que eu não sei. Não sei se ela sente o mesmo. Não sei como agir... Não sei nem o que pensar pra ser sincera. - Disse após respirar fundo.

- Se ela "sente o mesmo"? Então existe algo, certo? - Dinah arqueou uma das sobrancelhas.

- QUE? N-ãã-o! Não é isso!!! - Disse tentando me redimir, mas atrapalhada nas palavras.

- Vamos por partes então... Você está gostando dela mesmo? - me questionou me olhando nos olhos.

- Pode ser que sim. Eu me sinto bem com ela. Ela me salvou também. Mas eu não sei se é recíproco. Eu nem sei se ela gosta de meninas. Mas eu também não sei se gosto. Pode ser apenas amizade mesmo e eu meio que posso estar confundido as coisas. Eu juro que não sei Dinah... - Disse tudo rapidamente ficando cabisbaixa.

Dinah me puxou para um abraço e alisou meus braços me confortando.

- Ei, vamos com calma Chancho. Você está confusa agora porque foram vários acontecimentos de uma vez. Você não precisa se pressionar assim ok? Não precisa ter pressa pra saber se gosta ou não de alguém. Se ela gostar de você também, vai ser no tempo dela e também no seu. Não quero que fique atormentada pensando se gosta ou não de meninas e se Lauren vai te corresponder. Se tiver que acontecer, irá acontecer de qualquer forma, tá bem?

Dinah me olhava nos olhos afastando um pouco nosso abraço e eu apenas concordei com a cabeça. Em pouco tempo ela se tornou uma amiga muito especial pra mim. Suas palavras foram demasiadamente importantes pra mim. Sinto um alívio maior quanto aos meus sentimentos e minha confusão. Tentarei não me apressar mais e irei prestar atenção nos atos de Lauren também. Principalmente se curte meninas. Com a convivência com ela, devo descobrir. Eu só preciso de calma.

"Acho que formam um belo casal."

Dinah e eu afastamos um pouco nosso abraço surpresas e percebendo então o comentário de quem deveria estar dormindo.

- Prestando atenção na conversa dos outros é Mani? - Dinah disse em um tom arrastado e divertido.

- Ah você não achava que eu iria deixar de saber o que passa pela cabeça da Mila né? Por favor. - Normani disse debochando e virou para o lado voltando a dormir.

Dinah deu de ombros, deu um beijo em minha testa e em seguida passou para a cama dela. Me confortei em meus cobertores e deitei. O cansaço emocional se mostrou presente e não demorei para cair no sono.

[...]

Acordei no dia seguinte antes mesmo do despertador tocar. Eu tive um sono tranquilo, estava bem melhor após a conversa com Dinah e a luz que o sol refletia pela fresta da cortina não me incomodou nem um pouco. Logo me levantei e tomei meu banho para me preparar para o café da manhã.

Como estava bem adiantada, resolvi alisar meus cabelos com a prancha. Vesti uma calça jeans claro de cintura alta com alguns rasgos, um casaco preto com as golas brancas da minha blusa branca que está por dentro aparecendo e ankle boots pretas.

Resolvi esperar as meninas para irmos juntas até o refeitório, mas como elas ainda não tinham acordado sentei no sofá com meu caderno para escrever um pouco. Escrever me deixava leve. Escrever era o que precisava.

"Tempo sagrado

Tempo secreto

Tempo de descobertas

Tempo de definições

Tempo de pesquisar

Tempo de decidir

Tempo de decifrar

Tempo de incidir."

Pouco tempo depois, Normani acordou e chegou na sala meio desnorteada.

- Já está pronta hmmm... Vai ter outro encontro com Lauren? Café da manhã romântico? Aaaawn!! - Ela gesticulou como se fosse apertar minhas bochechas de longe mesmo.

- QUÊ? NÃO!!! Meu Deus! E-e-eu estava esperando você e Dinah acordarem pra-p-ra gente tomar café juntas!! - Respondi atrapalhada com os olhos arregalados e Normani deu uma gargalhada muito alta.

- Hey Mila, relaxa! Só foi uma brincadeira. Você está devendo mesmo hein! - Acalmou sua risada e foi entrando no banheiro.

Não respondi, apenas fiquei sem reação olhando pro nada até que Dinah saiu do quarto também.

- Nossaaa... você tá tão fofinha Mila que dá vontade de bagunçar todo esse cabelo liso aí! - A loira disse assim que me viu no sofá.

- Nem pense Dinah Jane. - Fiz sinal de "não" com o dedo indicador para a loira mas não adiantou muito porque ela imediatamente se jogou por cima de mim me abraçando e me enchendo de beijos, não foi possível me desvencilhar e caímos na risada.

Dinah e Normani eram animadas 24 horas por dia. Para elas não havia tempo ruim. Eu estava feliz nos primeiros dias ali em Yale com elas. Sabia que já tinha conquistado amigas para me acompanhar naquele semestre e mesmo que fôssemos de cursos diferentes, nossos assuntos não eram apenas acadêmicos. A conversa da gente fluía de maneira tão natural que parecia que tínhamos crescido juntas.

[...]

Cheguei na sala de aula e sentei exatamente no mesmo lugar que havia sentado ontem. Poucos minutos depois, Lucy apareceu na porta me procurando pela sala e quando finalmente me achou, me fitou dos pés à cabeça me deixando um pouco tímida. Resolvi sorrir sem mostrar os dentes para ela mesmo assim. Ela se aproximou, me cumprimentou e sentou novamente ao meu lado colocando sua mochila em seu colo.

-  Eu ia passar no seu dormitório pra gente vir juntas, mas saí muito atrasada e nem tomei café da manhã pra você ter ideia... Mas amanhã eu passo lá sem falta okay? - Ela disse gentilmente.

- Tudo bem Lucy, não se preocupe. De qualquer maneira eu tinha ido ao refeitório com Normani e Dinah então você não me encontraria lá, mas passe amanhã sim e viremos juntas. - Sorri simpática pra ela.

- Você está muito linda. Tá solteira? - Lucy disse arqueando as sobrancelhas e desviando o olhar de mim. O que dificultou para que eu soubesse se ela estava falando sério ou só de brincadeira.

- Ah eu-e-eu to solteira. - Gaguejei involuntariamente causando leves risadas em Lucy que me olhou franzindo o cenho.

Não dava mais tempo de prosseguir aquele assunto porque um senhor de idade entrou em sala de aula. Parecia ter uns 70 a 80 anos e adorei saber que o "Sr. Dallas" lecionava por prazer. Ele deixou isso bem claro em sua apresentação logo de início. Disse também que daria aula de Elementos de linguística nas terças feiras e que a aula dele era muito importante para que a gente conseguisse encontrar nossa melhor maneira de se expressar através das palavras.

Ele era bem direto sem necessariamente ser grosso.  Mesmo estando distraída pensando na "quase-investida" que Lucy me deu eu entendi a maioria das coisas que o senhor explicava. Porém em alguns momentos ouvi algumas reclamações vindas de Lucy para o mesmo e elas me faziam rir.

Lucy é do tipo daquelas jovens mal-humoradas que não riem de qualquer piada e têm pavio curto. Confesso que isso até dava um certo charme para ela. Afinal toda mulher gosta de um bad boy. Mas ali era uma bad girl.

Soltei uma risada involuntária com minha analogia de Lucy a uma Bad Girl e ela me olhou imediatamente fazendo cara de confusão por eu estar rindo sozinha.

- Do quê está rindo? Uma avaliação por aula não é nem um pouco divertido. – Ela disse meneando a cabeça negativamente, mordendo o lábio inferior e com certa expressão de preocupação.

Ri mais ainda por saber que ela não é má. Aquela cara de confusão foi bem engraçada e não me contive. Ela voltou a perguntar.

- O que você tem menina?

- Nada não Lucy, eu estava lembrando de uma história da minha mãe, nada demais. – Expliquei sem dar muitos detalhes e acenei com a cabeça para ela voltar a atenção ao professor.

No final eu gostava dela e conseguia me divertir com seus comentários maldosos do "Senhor Matusalém".

Sim, logo no primeiro dia de aula dele ela já tinha conseguido um apelido para o pobre senhor!!

A aula foi bem extensa e cansativa. Sr. Williams lecionava de uma maneira digamos que, antiquada, e por isso a aula foi desgastante.

- Ainda é a primeira aula e já não aguento mais olhar pra cara do Senhor Matusalém. Não tenho energias pra isso!! Vamos matar aulas nas terças, certo? - Lucy disse enquanto a gente saía da sala.

- Menina calma! Essa aula tem que ser assim. Não consigo imaginar uma aula de Linguística extrovertida. - Contestei.

- E daí? Só quero matar aula com você mesmo. A propósito, não posso esquecer de te elogiar. Você está muito linda hoje. Não que você não seja, por favor. Até agora é a minha favorita da sala. - Piscou pra mim.

- Que honra! - Ri sem graça tentando levar na brincadeira, mas quase explodi de timidez. - Mas a gente mata aula sim.

Preferi brincar e aceitar convite para matar aula porque não sabia como reagir com os elogios e investidas de Lucy. E nossa, sou a favorita dela na sala? Isso foi bem estranho. Agora que estou em dúvidas com minha sexualidade tudo parece fora do normal.

"Vai ver foi só um elogio porque mudei o cabelo Camila."

Tá, mas ela piscou. Quem pisca pra outro assim após um elogio? Nossa, não sei. E ela perguntou se eu estava solteira hoje mais cedo. Por que isso é relevante? Mas de qualquer maneira, se eu tiver interesse mesmo, não acho que vá ser em Lucy. Ela é linda e não posso negar, mas não faz meu tipo.

Eu tenho um tipo??

Caminhamos até o Pierson para almoçar juntas e encontrei Lana deixando o refeitório principal. Apresentei Lucy para ela e trocamos umas palavras rapidamente. Lana parecia com pressa. Ao se despedir da gente, me agradeceu por ter corrigido a música dela e quando foi me dar um beijo no rosto, senti que foi mais no canto da minha boca. Corei na hora e fiquei sem reação. Ela agiu normalmente e sumiu no corredor. Acredito que Lucy não percebeu aquele contato porque estava do meu outro lado. Parecia que nem Lana havia percebido aquele ato inusitado!!

Fui finalmente almoçar com Lucy e estava totalmente aérea naquela mesa. Houveram outros momentos que achei que ela estava dando em cima de mim novamente e o beijo que Lana me deu próximo, ou já no canto da minha boca, também perturbava minha mente. O que era aquilo? Um jogo comigo garotas?

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