Involved

By InvolvedCamren

258K 14.1K 6.6K

Na Universidade Yale, tudo se envolve por um motivo. Camila Cabello, uma jovem de 18 anos busca apenas focar... More

Metanóia
Ressabiada
Linhas
Dilapidar
Ares
Embevecida
Caelum
Praedam
Lenire
Touches
Semper
Cordialidades
Park
Game
Jealous
Primum
Lead Up
Exposita
Moon
Sun
PIZZA PARTY parte 1
PIZZA PARTY parte 2
Doubt
Library
My Girl
Letters
Quotes
Nova York
Passion
Se Réveiller
The dinner
Fraternidade
Incertezas
Tributos
I will be
Atlas
ISO
Rage

Destinata

9.5K 525 200
By InvolvedCamren

- Na verdade eu preciso sim, preciso saber onde fica o Pátio Central daqui do Pierson, meu papel está meio ilegível... – a jovem me respondeu de imediato.

- Ah é só seguir direto à esquerda que ao final você vai ver o chafariz da praça, ok? – Expliquei para ela.

- Hm... parece fácil então. – Ela constatou parecendo menos perdida.

- CAMILAAA, 100 METROS RASOS, VEEM!!! – Ouvi a voz de Dinah gritando por mim.

Soltei uma risada e acenei um sinal de "ok" para cima para avisar que ouvi o recado.

- Bem, minhas "roommates" estão me esperando... Boa sorte! – Disse já me distanciando dessa provável caloura.

Corri alguns passos para alcançar Dinah e Normani e em poucos minutos já estávamos na Praça Central do Pierson College.


POV Narrador

Pessoas com medo de avião. Daquelas que durante o voo, passam mal, têm taquicardia e até ficam estáticas coladas na poltrona do avião. Suam frio, ficam com os punhos serrados rezando para todos os santos que conhecem na espera do clássico calmante para as viagens. Uma dessas era Lauren Jauregui.

A morena, de pele alva, cabelos negros como a noite e olhos tão verdes quanto o fundo da lagoa mais lindas desse mundo. Era exatamente esse tipo de pessoa. Quem a olhava de primeira nunca pensaria que aquela jovem de expressões tão sérias seria tão medrosa em relação a voos de avião.

Lauren conseguiu o que queria que era dormir toda a viagem, até ser acordada no susto por uma mala que o passageiro ao lado deixou cair. A morena então ouviu a voz robótica que saía pelos alto-falantes da aeronave anunciando pela terceira vez a chegada ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy de onde ela pegaria um táxi até a cidade de New Haven, mais especificamente para a Universidade de Artes de Yale. Sendo este o lugar onde fantasiou toda a sua adolescência o início de seu sucesso como uma grande pintora. Uma certa animação chegou a crescer no peito da morena ao imaginar que finalmente o seu sonho de adolescência estava começando a acontecer. Se não fosse pelo longo cansaço físico e emocional que as viagens de avião a causava, com certeza essa animação duraria por mais tempo.

Lauren dando graças à Deus e à todos os santos pelo qual rezou antes da decolagem da aeronave, finalmente chegou ao aeroporto e foi o mais rápido possível para a fila do táxi que se encontrava enorme.

O clima do lado de fora não se encontrava nada agradável, não para alguém que vinha de um lugar como Miami. A morena então abriu a sua mochila e retirou a sua jaqueta de couro favorita na qual nenhum outro mortal, a não ser a própria Lauren, poderia usar. Era como uma segunda pele.

Quando finalmente conseguiu um táxi, Lauren pegou suas duas outras malas e com ajuda do motorista jogou no porta-malas sem nenhum cuidado, ficando apenas com a mochila que foi da onde ela retirou seu Ray Ban Clubmaster de armação preta e seu iPod.

Já sentada no táxi esperando a partida do motorista, a morena deu play na música The Immortals - Kings of Leon em seu iPod e pegou o seu celular já que o mesmo não parava de vibrar desde a sua saída do aeroporto. Algumas mensagens de Clara, sua mãe, e de Taylor, sua irmã, quase lotavam a sua caixa de mensagens. Lauren tinha uma ótima relação com a mãe e com a irmã que apoiavam totalmente a sua decisão de seguir a área artística que de fato sempre foi o seu sonho e aonde a mesma se via em um futuro feliz e satisfeito fazendo o que nasceu para fazer: arte. Diferente de Michael, seu pai, que sempre sonhou com a filha no ramo dos negócios para dar continuidade às atividades da família Jauregui no setor imobiliário de Miami, um peso que futuramente cairia pelos ombros de Chris, seu irmão.

Após a partida do táxi, já esperando uma viagem de tempo considerável, a morena respondeu todas as mensagens de Clara e Taylor e então caiu no sono mais uma vez enquanto ouvia música. Como se não tivesse passado nem 5 minutos de sono, a morena escutou alguém pigarrear alto e então acordou.


Lauren POV

– Nós chegamos ao seu destino, senhorita. - Uma voz alta, com um sotaque meio indiano, meio árabe, meio interior do Texas, invadiu meus ouvidos me fazendo finalmente olhar para o lado de fora enquanto eu tentava ficar totalmente acordada.

Eu me sentia uma criança chegando pela primeira vez na Disneylândia. Tudo parecia tão fantástico, tão perfeito. Aquelas misturas de prédios totalmente novos e modernos com os originais desde a fundação da Yale em 1701 faziam eu me sentir no lugar certo. Sem esquecer aquelas árvores enormes espalhadas pelo campus que pareciam pré-históricas e que me lembravam as do sítio do vovô. De alguma forma, era como se eu estivesse em casa.

Eu agradeci o motorista, que me ajudou a descarregar as malas do táxi e segui até a entrada da faculdade onde os calouros estavam sendo recebidos pelos veteranos. Eu não gostava de nada muito caloroso, e definitivamente era o que estava acontecendo perto de uma grande faixa de boas-vindas. Então eu decidi ir direto ao meu alojamento. Aquele clima gelado estava começando a me incomodar. Fechei a minha jaqueta, meti a mão no bolso dela e peguei o papel que indicava o local exato do meu quarto.

O papel por algum motivo estava meio amassado. O estiquei o máximo que dava para não correr o risco de rasgá-lo, forcei a vista e enfim consegui ler: Bloco E, quarto nº 10. Dei um giro de 180° para ver se consegui encontrar a entrada E, e lá estava ela. Não foi tão difícil quanto eu achava. Entrei no prédio e fui contando as portas dos alojamentos. Os blocos dos alojamentos eram bem simples, cinco de cada lado do corredor por andar, então pensei: Se o meu é o 10 só poderia ficar de frente para o 5. Caminhei até o final do corredor me sentindo a gênia da matemática e lá estava eu de frente para alojamento 10.

Tudo parecia calmo demais, no início eu até estava estranhando aquele corredor vazio em pleno dia da recepção dos calouros. Tirei as chaves da parte pequena da mochila e tentei abrir a porta, só que nada. Chave errada. Tentei a segunda chave e nada. Quando já estava começando a ficar irritada, senti alguém se aproximar.

- É a chave azul. A vermelha é a do banheiro e a cinza é do seu armário. Aliás, dê uma volta a mais. Essa fechadura foi trocada ontem e eu também fiquei um pouco confusa. – Explicou uma mulher de voz suave, porém madura.

- Ah! Muito obrigada! – Respondi um pouco envergonhada após ver a beleza daquela mulher na minha frente e me sentir um bebê.

Eu não sou daquelas que fica reparando em mulheres, sabe?! Mas aquela era do tipo ''UAU!'', nem parecia ser aluna. Na verdade, ela parecia uns 5 anos mais velha, logo deduzi que já era veterana e que estava para se formar. Invadida por esses pensamentos acabei sendo interrompida por um barulho que vinha do quarto da frente. Balancei a cabeça em sentido de negação tentando retornar aos meus pensamentos e entrei no alojamento dando passagem à mulher que me ajudara a um minuto atrás.

- Me desculpe a falta de educação. Me chamo Lauren Jauregui. – Disse estendendo a mão a mulher mais alta que eu.

- Prazer, Lauren! Me chamo Lana. Lana Del Rey. – Ela me respondeu simpática apertando a minha mão.

Aquele sobrenome não me era estranho, e provavelmente eu já tinha o escutado ou lido em algum lugar. Mas deixando os meus pensamentos de lado eu sabia que não tinha muito tempo para ficar ali, encalhada do meio do quarto pensando nas origens da Lana. Naquele dia eu tinha um cronograma a seguir de acordo com o papel da faculdade e não queria me atrasar para nada no primeiro dia, então tratei logo de jogar as minhas coisas em cima da única cama vazia, que por sorte ficava longe daquela parede e janela fria.

- Bom, eu acho melhor você ir ou vai se atrasar. – Lana disse olhando para o relógio da parede e sentando na cama ao lado.

- Você não vem? – Questionei.

- Não, eu já passei por isso, menina Lauren. – Esclareceu as minhas dúvidas sobre ela ser novata ou veterana enquanto tirava o meu All Star preto e trocava por meu coturno.

- Ok, senhora veterana Del Rey. – Disse divertidamente enquanto ia em direção à porta.

Antes de girar a maçaneta da porta eu escutei novamente uma movimentação vindo do quarto da frente em direção ao corredor. Provavelmente as alunas do quarto 5 também estavam atrasadas. Mas antes de abrir a porta e seguir o fluxo eu preferi voltar e ir ao banheiro. Aquele tempo gelado certamente me faria ir ao banheiro umas 10 vezes por dia.

- Ué, mudou de ideia? – Questionou Lana um pouco confusa.

- Não, eu só vou ao banheiro rapidinho antes de ir.

Corri para o banheiro, sentei na privada e tentei ler algo rabiscado no piso ao lado do meu coturno. Quando abaixei mais a cabeça e consegui ler algo que parecia ser latim.

"DESTINATA"

- Vândalos! – Foi a única coisa que saiu da minha boca antes de eu sair do banheiro.

Despedi-me de Lana, fechei a porta e caminhei até a saída do bloco E. Ao sair de lá, tirei o papel da programação novamente do bolso e lembrei que o mesmo estava ilegível e misteriosamente amassado, o que me preocupou, pois não queria faltar logo ao primeiro compromisso da minha universidade.

- Precisa de ajuda? – Me assustei com a presença de alguém atrás de mim.

Uma moça me abordou. Ela era morena, um pouco mais baixa que eu e tinha longos cabelos negros desalinhados e sorria de uma forma bem simpática.

- Na verdade eu preciso sim, preciso saber onde fica o Pátio Central daqui do Pierson, meu papel está meio ilegível... – Respondi para a jovem que, devido à suas curvas evidentes, com certeza ela era latina.

- Ah é só seguir direto à esquerda que ao final você vai ver o chafariz da praça, ok? – Ela me explicou e me senti burra por perguntar algo que parecia bastante óbvio.

- Hm... parece fácil entã- Fui cortada quando ouvi as amigas da menina a chamando e pareciam estar com pressa.

Após a latina se despedir, segui o meu caminho para o Pátio Central a fim de cumprir com o primeiro compromisso oficial da minha Universidade. Estava muito feliz de estar ali, por isso fiz questão de andar bem devagar aproveitando cada pedaço da paisagem que daqui há um tempo decorarei de cor e salteado. Porém agora ainda era a época de aproveitar o ambiente novo.

Ao chegar no Pátio Central, avistei algumas pessoas uniformizadas organizando umas filas para a possível entrega dos informativos do ano letivo de Yale e então não demorei para me juntar a uma destas filas.

Um dos uniformizados viu quando ingressei numa fila e veio em minha direção. Ele era uns 20cm mais alto que eu, branco, estatura de homem que tá começando o No Pain No Gain e aquele cabelo clichê que a maioria dos homens possui, perfeitamente penteado para cima e para o lado. Não fui com a cara dele.

- Você não pode ficar aí. Essa é a fila dos homens se você não sabe. – Ele disse friamente.

O olhei sem expressão quando alguém gritou.

"SHAWN, CHEGARAM OS FLYERS DA FESTA DE HOJE!!"

Continue Reading