Jovem Amor

Da SGConzatti

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Existe idade certa para amar? Giovanni é professor na faculdade de Biologia e acaba de se separar de sua mu... Altro

1. Emily
2. Giovanni
3. Novos Rumos - Emily
4. Ser pai separado - Giovanni
5. Amigos e Família - Emily
6. Tarde de Pesquisa - Giovanni
7. Ombro Amigo - Emily
8. Leituras no Jardim - Emily
9. Homem Íntegro - Giovanni
10. A conversa - Emily
11. Mergulho - Emily
12. Oceano - Giovanni
13. Na Areia - Emily
14. Caixas - Giovanni
15. Férias - Emily
16. Segredos - Emily
17. Com você - Emily
18. Ser seu Namorado - Giovanni
19. Piquenique - Giovanni
20. Em sua companhia - Emily
21. Mentiras - Giovanni
22. Discussão - Emily
23. Confiar? - Giovanni
25. Um passo adiante - Giovanni
26. No sofá - Emily
27. Revelações - Giovanni
28. Próximo Passo - Emily
29. Nosso Momento - Giovanni
30. Preconceito - Emily
31. Ciúmes - Giovanni
32. Giovanni e Ricardo - Emily
33. Sofrimento - Emily
34. Visita de Mãe - Emily
35. Notícia - Giovanni
36. Surpresa - Emily
37. Decisões - Giovanni
38. Minha escolha - Emily
39. Morar Longe - Giovanni
40. Saudades - Emily
41. A mensagem - Emily
42. Erro - Giovanni
43. Superar - Emily
44. Casamento - Emily
45. Sem sua visita - Giovanni
46. Recomeço - Emily
47. Nova Vida - Emily
48. No corredor - Emily
49. Em casa - Giovanni
50. Coração partido - Emily
51. O outro - Giovanni
52.Repensar - Giovanni
53. Lual - Emily

24. A família dele - Emily

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Da SGConzatti

Convoquei Gustavo para me auxiliar a escolher uma roupa e ensaiar formas educadas de apresentação na manhã do dia do almoço com a família de Giovanni. Afinal, não desejava parecer uma adolescente desmiolada e infantil. Tomei algumas canecas de chá de camomila para me acalmar, o que não pareceu resolver nada.

Giovanni me buscou, elogiou minha roupa e torceu o nariz ao perceber que Gustavo descera também. Cumprimentaram-se secamente. Quando eles se dariam bem? Qual o problema desses dois? Pensei emburrada ao entrar no carro.

Paramos a frente do antigo apartamento de Giovanni para buscar Nina. Ela parecia gostar de mim e eu dela, ficava feliz por não termos problemas de relacionamentos, apesar de algumas vezes questionar o pai se ele e sua mãe não iriam voltar a morar junto. Para o meu a alívio, ele sempre afirmava que não.

Eu confiava no meu namorado; no entanto, me dava um formigamento no estômago quando ele contava que havia pegado Nina e conversado com sua ex-esposa. Eu sabia que não existia mais nada entre eles, contudo uma pontinha de ciúmes sempre me contagiava, mesmo que eu não demonstrasse.

Também me angustiava vê-lo na faculdade conversando com outras alunas, pois ali eu reconhecia um perigo real. Afinal se ele namorava uma aluna, por que não poderia se interessar por outra? E o que mais me corroía era não poder demonstrar para aquelas oferecidas que ele estava comigo. Para meu alívio, a maioria das meninas tinha verdadeiro encanto por Pedro; porém sempre existiam aquelas que arrastavam asinha para o meu Giovanni.

— Oi, Emily! — a menina entrou saltitante no carro e beijou minha bochecha ao apoiar-se no banco da frente, tirando-me assim de meu transe.

— Oi, Nina! — sorri em resposta.

Rebeca com expressão azeda nos olhava do portão. Eu já a havia visto algumas vezes quando buscamos Nina, ela nunca me cumprimentara e eu correspondia da mesma maneira. Afinal não tinha nenhuma intenção de conhecê-la mais de perto.

Nina, como toda a criança, não tinha muita noção do que era adequado comentar ou não, já tinha me contado diversas vezes que sua mãe me odiava e que me achava uma criança. Ela percebia isso mais como um elogio, pois dizia que ficava feliz por eu ser criança porque assim podia brincar com ela. Giovanni divertia-se com as diversas saias justas que eu passava com sua filha.

— Feliz em visitar os nonos, os tios e primos? — Giovanni perguntou ao colocar-lhe o cinto de segurança.

O aglomerado de parentescos que ele anunciou fez um frio percorrer minha espinha. Seria mais tranquilo se fosse só um pequeno almoço com seus pais.

— Nossa muito! — ela falou animada. — O Lele vai?

— Claro.

— Você vai adorar o Lele! — ela me comunicou. — Ele é muito fofo e ainda não fala direito. Mas cuidado! — Nina arregalou os olhos, preocupada. — Nas férias ele mordeu meu braço, só porque eu queria ver seus brinquedos.

— Então não vou mexer nos brinquedos dele. — concordei ao me divertir com a cena, Giovanni também ria discreto enquanto dirigia.

— É... isso é melhor. — ela concordou pensativa.

Com certeza o fato do primo, que devia ter uns dois anos, tê-la mordido a havia deixado receosa.

Em breves minutos a garota já mostrava sinais de impaciência pela demora da viagem. Os pais de Giovanni moravam em outra cidade e o trajeto levaria mais ou menos duas horas.

Tivemos que inventar diversas brincadeiras de adivinhações, cantamos e contamos histórias. Realmente duas horas para uma criança parecia uma eternidade. Ao menos, o fato de Nina estar no carro me distraia do embolado em meu estômago ao pensar em conhecer toda a família de meu namorado de uma vez só. Eu era a primeira que ele levava para casa depois da separação. Na verdade, ele havia me garantido que eu era a segunda pessoa que sua família conheceria, já que Rebeca tinha sido a sua única namorada. Isso parecia muita pressão.

Quando chegamos Giovanni mal estacionou e Nina saltou porta afora e correu ao abraço de uma mulher com um menino no colo que chegara junto conosco. Permaneci sentada no carro por alguns segundos. Giovanni sorriu amigavelmente ao me envolver pela cintura e sussurrou no meu ouvido.

— Não se preocupe, eles vão adorar você. — olhei indecisa e ele beijou-me. — Claro que vão, eu a adoro!

Aproximamo-nos da mulher. Ela sorriu e abraçou longamente Giovanni. E ele me apresentou. Giordana, sua irmã, cumprimentou-me educadamente.

— Como sempre, tem bom gosto. Muito bonita sua namorada. — sorri em agradecimento. Ela pegou no colo o filho. — Este é o Leonardo. Lele para família. — Cumprimentei-o acariciando seu cabelo. Ela chamou o marido que tirava a cadeirinha de Leonardo do carro e trazia uma grande mochila de bebê. — Este é Bernardo, meu marido. Bê, esta é a nova namorada do Gi.

Ele sorriu e apertou minha mão. Ele e Giovanni abraçaram-se.

Entramos. A casa era confortável e tinha estilo colonial. Giordana entrou gritando pelas pessoas, cumprimentando-as alegremente. Todos se saudavam, falavam alto e ao mesmo tempo.

Conheci diversos tios e primos de Giovanni, todos simpáticos. Vários diziam em tom de brincadeira para eu tomar as rédeas desde cedo, podar as asinhas dele; o tipo de coisas que famílias costumam dizer. Eu sorria na tentativa de ser simpática. Ficara aliviada por Giovanni não desgrudar de minha cintura, assim sentia-me segura.

Finalmente, conseguimos chegar à cozinha onde estava a parte mais importante da família reunida. Giordana, Filippo, o irmão mais novo de Giovanni, seu pai, Antônio, e sua mãe, Renata. Quando chegamos, todos ficaram em silêncio e suas atenções se voltaram para nós. Giordana sorriu.

—Essa é a Emily, a nova namorada do Gi. — ela comunicou enquanto Giovanni abraçava calorosamente a todos.

— Está cuidando bem do meu filho? — Fitei seu pai sem saber o que dizer, então Antônio cumprimentou-me com um abraço e sorriu. — Claro que sim, ele está com o sorriso nas orelhas.

— Meu irmão tem bom gosto! — Filippo me olhava maliciosamente. — Quantos anos mesmo você tem?

— Ei! Não arraste as asinhas para ela. Já está acompanhada. — Giovanni se aproximou e fingiu-se brabo com o irmão ao me abraçar.

Eu estava completamente vermelha de vergonha. Percebia que eles brincavam entre si com charadinhas, todavia isso me incomodava. Além de que estava claro que desde que entrei todos achavam uma forma de salientar que temos uma grande diferença de idade. Isso me deixava mais nervosa ainda.

Sua mãe ignorou minha presença por um tempo ao terminar os preparativos para servir a macarronada com molho de galinha. Giovanni abraçou suas costas e lhe beijou a bochecha.

— Eu disse que vinha.

— Pena não ter trazido Rebeca. — a mulher se lamentou sem me olhar. Engoli em seco o baque no meu coração e mirei meus pés.

— Não comece. Não quero brigar no dia de seu aniversário. — ele soou irritado e fitou Nina que estava por ali espiando o que tinha de sobremesa. — Filha! Me esqueci do presente da nona no carro. Pegue para mim, por favor.

Nina saiu correndo para pegá-lo. Ele puxou-me para perto de sua mãe.

— Eu queria te apresentar a Emily.

Ela me saldou com um aceno de cabeça e eu apenas sorri, com certeza eu estava um pimentão.

— Meu filho, ela é tão jovem. — a mulher me ignorou. — Parece até que roubou uma das namoradas de seu irmão. Me diga, como ela irá cuidar de você? Isso não pode dar certo.

Observei desesperada aquela senhora desagradável, eu só queria desaparecer.

— Que coisa antiga de se dizer! E mal educada! —Giovanni debateu.

— Olha como fala comigo, Gi!

Eu devia me sentir melhor por Giovanni não ter deixado a mãe me destratar, mas eles começaram a gritar um com o outro e isso só me fez sentir-me pior. Agora eu era o motivo da discórdia entre Giovanni e sua mãe e isso nunca poderia ser algo positivo.

Filippo e Antônio saíram de fininho e Giordana me agarrou pela mão e puxou-me para a sala.

— Vamos arrumar a mesa e deixar essas duas cabeças duras se resolverem.

Acompanhei-a desolada. A mãe de Giovanni me odiava e deixava bem claro isso. Eu não entendia por que, pois ela nem me conhecia.

Ajudei Giordana a colocar a mesa. Meu peito doía e minha garganta estava apertada, eu procurava algum lugar para ficar sozinha. Sentia raiva por Giovanni ter me levado até ali só para ser destratada por sua mãe. Agora eles estavam discutindo e era provável que falassem sobre mim.

Avistei Nina, ela estava na varanda brincando com Leonardo e outras crianças. Sentei-me no balanço de madeira próximo a ela. Sem ter como voltar para minha casa, eu tentei me acalmar ao contemplar o belo sítio, que tinha muitas árvores.

— Minha mãe te chateou? — Filippo se sentou ao meu lado. Insegura, não respondi. — Não se preocupe, ela age assim com todas as namoradas que trago para casa. Daqui uma semana ela estará te adorando.

Eu sorri sem jeito, senti-me bem por sua tentativa de me trazer conforto. Ele era simpático. Filippo se parecia com o irmão, tinham o mesmo sorriso; contudo o mais novo era muito mais forte, dava para perceber que era adepto de academia. Ele devia ter uns vinte e dois anos, não mais do que isso.

Giovanni chegou na porta com o rosto meio transtornado, parecia cansado e bravo.

— Melhor deixar vocês dois. — Filippo piscou para mim e afastou-se.

Giovanni sentou-se ao meu lado. Seu olhar era triste, ele passou o braço sobre meus ombros e apertou-me em seu peito. Eu sentia a tensão nele, e eu também me sentia inquieta.

— Então, sua mãe me odeia. — confirmei manhosa, sem conseguir segurar a frustração.

— Claro que não. — seus olhos tentaram ser consoladores. Não sei se acreditei. — Ela só precisa acostumar-se com a ideia. No começo ela sempre reage assim. — ele me olhou profundamente e acariciou meu rosto. — Eu queria te pedir desculpa por tê-la feito passar por isso. Às vezes, minha mãe consegue ser bem malvada. Mas o problema não é contigo, e sim pelo fato de eu ter me separado, minha família é muito tradicional e não aceita muito bem separações.

— Mas isso é algo que não se pode prever! — comentei incrédula e ainda magoada.

— Minha mãe acha que sim. Não a leve a sério. — ele sorriu conciliador. —Vamos entrar?

Apoiei-me na segurança do abraço dele para ter a coragem de enfrentar o resto do dia.

O almoço foi tranquilo, estrategicamente Giovanni se sentou comigo e Nina, o mais longe possível de sua mãe para evitar constrangimento. Pouco vi Renata durante o restante da tarde, e isso acalmou um pouco meu coração. Ao contrário, Giordana constantemente trocava palavras conosco.

Filippo e Giovanni subiram na goiabeira e tiraram frutas para todos. Era delicioso ver meu namorado tão descontraído, brincando com os parentes, rindo e subindo em árvores, um Giovanni diferente da faculdade! Eu deixei-me influenciar e acabei por subir na árvore também, além de ajudar a pegar ovos do galinheiro e colocar as cabras para dentro do cercado. Antônio até me ensinou a tirar leite da vaca. E eu e Nina provamos e retorcemos o rosto, o leite tinha o gosto forte. Quase todos já haviam ido embora quando Giovanni decidiu que chegara nossa hora também.

Ao despedirmo-nos dos ainda presentes Renata acenou-me de longe e abraçou o filho sussurrando algo em seu ouvido. Enquanto Giordana me abraçava fortemente.

— Meu irmão tem muita sorte de ter te encontrado. Fazia anos que eu não o via tão feliz, tão ele mesmo. — ela sussurrou ao meu ouvido.

Sorri largamente e agradeci. Estava feliz, havia conquistado toda a sua família sendo eu mesma. Bem, quase toda a família, faltava sua mãe. E essa eu tinha certeza que só gostaria de mim se passassem muitos anos. Contudo, isso já não me afetava mais muito.

Nina foi dormindo deitada no banco de trás quase toda a viagem. Giovanni parecia muito feliz.

— Gostei de sua família. — tentei ser simpática ao apoiar minha mão em sua perna.

— E todos gostaram de você. — eu ri ao lhe lançar um olhar desconfiado. Ele redimiu-se. — Claro, tivemos algum problema com mamãe, mas agora na despedia ela até disse que você não é tão ruim assim. Muito nova, claro, mas não ruim.

Ele riu enquanto imitava sua mãe falando. Sentia-me aliviada por isso. Apesar do começo do aniversário as coisas haviam se resolvido bem. Nosso namoro passara por mais esse teste.

Giovanni levou Nina no colo até o apartamento de Rebeca, eu esperei no carro como de costume. Ainda era cedo, havia escurecido há menos de uma hora.

— Então o que vamos fazer agora? — Giovanni disse animado ao entrar no carro.

— Não sei. — o fitei por alguns segundo, então sorri. — Escolha você.

— Podíamos alugar uns filmes e – ele me mirou provocador — pedir pizza no meu apartamento. O que acha?

— Seria agradável.

Giovanni sorriu largamente e eu fiz que não percebi o real motivo por trás do sorriso. Eu já havia estado na casa dele na companhia de Nina algumas vezes. No entanto, não tínhamos ainda ficado sozinhos no seu apartamento ou no meu, pois eu já era bem crescida para saber que namorados sozinhos é um passo para colocarmos nosso relacionamento no próximo nível. O nível do namoro com sexo.

Ainda não tínhamos chegado neste ponto, não que Giovanni não tivesse tentado criar diversas situações para que isso ocorresse, mas eu evitara nos colar em lugares e momentos propícios para isso. Não que meu corpo há muito não o desejasse, contudo minha mente ainda não estava confiante o suficiente para acrescentar tamanha cumplicidade ao nosso relacionamento. Sorri ao olhar de relance para Giovanni, hoje essa certeza viera com força.

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Alcançamos a metade dessa história de amor. Ainda muito há por vir, coisas boas e coisas difíceis.  Vamos torcer que Giovanni e Emily consigam superar tudo. 

Agradeço aos belos comentários postados até o momento e aos votos. Isso enche meu coração de força para continuar a escrever muitas outras histórias para vocês. 

Na próxima semana novos capítulos serão postados, até o final do livro como prometido. Contudo se gostou da história, e quer conhecer a versão com capítulos EXTRAS dê uma passadinha na Amazon (procure por Giulia Contti) para adquirir o e-book por menos de R$ 6,00 ou no Clube de Autores a versão impressa. 

Obrigada. :D


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