9. Homem Íntegro - Giovanni

364 24 0
                                    

Não gostava de festas e até planejava uma desculpa para não ir ao aniversário de Pedro na noite seguinte, porém um alarme tocou dentro de mim quando ele convidou o trio de alunos. Além de muita ousadia da parte dele, não era uma festa indicada a jovens, por ter muita bebida e às vezes cenas um pouco explícitas. Havia ido apenas à do ano anterior, contudo ouvira comentários surpreendentes das demais na sala dos professores.

Porém me obriguei a dar uma passada na festa de Pedro quando senti uma pitada de angústia ao pensar na possibilidade de Alice ter convencido Emily a ir também. Elas seriam duas garotas jovens num poço de lobos, senti a necessidade de averiguar se ficariam bem.

Rodeadas de música alta, algumas pessoas bêbadas dançavam freneticamente e outras se agarravam sem pudor nos sofás. Estava aliviado por minhas alunas não terem aparecido e ao mesmo tempo frustrado.

Eu conhecia poucas pessoas ali, alguns outros professores e Teca, uma mulher que tive o prazer de dividir a cama do quarto de hóspedes de Pedro algumas vezes. Ela viera acompanhada de um novo namorado, então apenas cumprimentou-me ao longe.

Pelo visto eu não teria sua presença hoje para tornar a festa mais interessante. Escorei-me no balcão das bebidas e degustei um drinque enquanto pensava em uma desculpa para ir embora mais cedo.

Em pouco tempo a festa com bebida liberada e abundante derrubara algumas criaturas desmaiadas nos sofás, inclusive o namorado de Teca. Enquanto eu ainda estava ali observando tudo entediado.

Teca sorriu para mim e se aproximou.

— Você se sente bem? — ela disse com seu modo sensual característico que me enlouqueceu em outras noites. — Passou a festa sentado aqui.

— Não gosto muito de festas. — respondi com tédio, sem querer ser grosseiro. Olhei para o cara estirado no sofá. — É seu namorando?

— Pois é, situações da vida. — ela riu divertida ao sentar-se meu lado.

Sorri de acordo. Não era o momento de dizer como ela parecia tão contraditória a mim. Eu ouvira de sua boca, várias vezes, como ela não era mulher para relacionamentos românticos. Como seu interesse estava no prazer casual.

— Sei o que está pensando. — ela me olhou sincera e voltou a sorrir. — Mas convicções mudam quando envolvem o coração.

— Se está feliz, é isso que importa. — respondi com sinceridade. Eu não iria julgá-la por estar apaixonada. Quem poderia?

— E você, ainda lamenta a separação ou seu coração já foi domado outra vez?

Sua pergunta me pegou de surpresa. Abri a boca para responder que não havia nada em meu coração no momento, contudo me senti confuso.

Olhei nos olhos daquela mulher que já havia me proporcionado noites de prazer e, não sei se foram os copos de bebida que tomara ou por ela aparentar estar verdadeiramente interessada na resposta, ousei dizer o que eu ainda não dissera nem para o meu íntimo.

— Tenho pensado em uma jovem. — ela me olhou com curiosidade, antes de Teca tirar conclusões erradas, eu me recompus. — Não tem nada entre nós. Apesar de ser linda, charmosa, inteligente, divertida e doce. — por que eu falava tudo isso para tentar explicar? Nem devia ter começado a confessar em primeiro momento. Desviei o olhar envergonhado pela besteira que saia de minha boca. — Ela é uma aluna, muito jovem. Nem sei por que disse isso.

— Como eu disse, — ela riu com ar sábio ao se preparar para ir ao encontro de seu namorado que acordara no sofá e estava a sua procura. — os sentimentos mudam as convicções. E o amor não é racional, não se importa com idade ou condições.

Jovem AmorWhere stories live. Discover now