7. Ombro Amigo - Emily

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No dia seguinte a pesquisa ao final da aula, enquanto eu me despedia de Alice, que saiu apressada para ir almoçar com sua irmã, Drigo adiantou-se, assim que avistou Gus:

— Sabia que Emily conquistou o coração do mestre? — Rodrigo soltou em uma risada. Eu o lancei um olhar acusador, voltando a me sentir envergonhada pela situação.

— Como assim? — Gustavo me olhou curioso.

— Nada de mais, Pedro um daqueles professores que pega todas as alunas me elogiou.

— Não era um professor qualquer. — Drigo continuou a provocar. — Já vi vários comentários nos corredores que ele é tipo o Apolo da biologia.

— Não faz meu tipo. — cortei o assunto. Pedro era mesmo lindo: corpo malhado, olhos verdes e um sorriso sacana. Mas Sérgio havia me avisado desse tipo de professor pegador, e eu não tinha interesse em ser mais uma em sua provável imensa lista.

— Vai ter que me contar essa história direito, depois. — Gustavo sorriu em indicação que não aceitaria minhas falas evasivas. — Mas e a pesquisa, como foi?

— Interessante. — confirmei. — Até conhecemos um cérebro de tubarão. — contei lembrando como Gustavo gostava dessas coisas. Ele arregalou o olho a espera dos detalhes.

— E Emily desmaiou. — Rodrigo completou, me fazendo corar ao recordar de meu fiasco no primeiro dia de pesquisa. E de modo dramático ele continuou. — Se o professor Giovanni não a tive segurado, talvez fosse o cérebro dela que iríamos ver.

— Por que não me contou? — os olhos acinzentados preocupados de Gustavo me deixaram desconsertada. Seus magros braços me apertaram com força. — E se você tivesse se machucado?

— Drigo está exagerando! Não foi nada de mais, apenas uma queda de pressão. O professor Giovanni disse que isso é bem comum. — o tranquilizei e olhei para Rodrigo em desaprovação. — Você devia fazer teatro e não Biologia.

Rodrigo sorriu descontraído e envolveu-nos num amigável abraço. Minha cabeça não alcançava seus ombros e Gus parecia tão frágil perto dele como se fosse um irmão mais novo apesar de terem a mesma idade.

— Aceitem minhas desculpas pelo drama indo almoçarem lá em casa.

Eu e Gustavo trocamos olhares confusos. Sentia-me pouco à vontade de chegar à casa dos outros sem avisar, muito menos sem conhecer as pessoas. Surpreendentemente, Gustavo não partilhou de minha ansiedade e aceitou no mesmo instante. Além de fazer sinais sutis para mim de "deixe de ser boba é só um almoço". Não me deixando outra alternativa do que também aceitar o convite.

Contente, Drigo sorriu largo e nos guiou até sua casa há poucos quarteirões da faculdade. Era uma moradia espaçosa, apesar de não apresentar luxo.

A mãe de Rodrigo o recebeu com um enorme abraço, e simpática, ela nos abraçou da mesma forma. Rodrigo possuía apenas uns poucos centímetros a mais que sua mãe, uma mulher de descendência alemã muito bonita. Ao olhá-la, percebiam-se traços semelhantes aos do rosto de seu único filho.

Ela nos deixou na companhia de Rodrigo para finalizar o preparo do almoço. Animado, ele aproveitou o tempo para nos mostrar cada canto de sua casa. O quarto dele era simples, quase não apresentava enfeites, apenas uns pôsteres de algumas bandas pop que ele gostava. Sentamos na sua cama enquanto ele contava curiosidades de cada uma das bandas.

— Venham, crianças. O almoço está servido. — a mãe de Rodrigo colocou a cabeça para dentro do quarto.

— Ah! Mãe! Não deu nem tempo de brincar. — Rodrigo respondeu debochado ao chamado, fazendo voz de criancinha mimada. Sua mãe sorriu e simulou uma briga, ele a abraçou e nos dirigimos à mesa.

Jovem AmorWhere stories live. Discover now