Melhor Parte

By rcomunale

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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 71
Capítulo 72
Capítulo 73
Capítulo 74
Capítulo 75
Capítulo 76
Capítulo 77
Capítulo 78
Capítulo 79
Capítulo 80
Capítulo 81
Capítulo 82
Capítulo 83
Capítulo 84
Capítulo 85
Capítulo 86
Capítulo 87
Capítulo 88
Capítulo 89
Capítulo 90
Capítulo 91
Capítulo 92
Capítulo 93
Capítulo 94
Capítulo 95
Capítulo 96
Capítulo 97
Capítulo 99
Capítulo 100
Capítulo 101
Capítulo 102
Capítulo 103
Capítulo 104
Capítulo 105
Capítulo 106
Capítulo 107
Capítulo Final
Continuação

Capítulo 98

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By rcomunale

Finalmente Euro voltou a me encarar e pude ver a tristeza e frieza em seus olhos negros.

– Como?

– Tentei lidar com isso mas cansei. Passei um dia terrível, tentando imaginar o que fizeram, o que ele te disse, nas promessas e juras que trocaram. Quando chegou pensei que fosse vir até o meu quarto, chorar ou apenas conversar, mas estava feliz demais para lembrar da minha existência. Quando você entrou por essa porta meu coração palpitou, pensei que quisesse dormir mais uma vez comigo, que estivesse com medo. Então encarei seus olhos cor de mel com um brilho que nunca tinha visto, totalmente eufórica pela tarde com ele. Eu não posso mais lidar com isso.

– Euro eu... Nunca quis te magoar e por isso fui sincera: amo Sebastian.

– E aquele beijo? Simplesmente esqueceu depois desse dia de amor? Acha mesmo que ele está te esperando sozinho? Aquela loira parecia bastante envolvida.

– Cala a boca! Você não sabe o que está falando! – gritei o fazendo mudar de expressão. Ele caminhou até a porta e a abriu, seu olhar totalmente vazio.

– Saia do meu quarto – disse fixando o olhar na janela, totalmente indiferente.

– Euro...

– Adeus.

– Eu posso muito bem seguir sem você! – gritei.

Respirei fundo e sai com uma expressão fechada, tentando controlar as lágrimas que logo começariam a descer. Corri até meu quarto e bati a porta ferozmente. Era pra ser um dia feliz! Por que Euro estava fazendo aquilo? Qual era o problema dele? Encostei na porta e me deixei cair lentamente até o chão, um choro baixo mas forte. Ali no chão tentava encontrar o motivo daquilo, ele era só um amigo, por que me importava tanto? Reuni forçar para chegar até a cama, o cansaço pelo choro e pelo dia me fizeram adormecer mais rápido do que eu esperava.

_____________________________

Antes do sol despontar eu já estava arrumada e pronta, esperei na grande sala de jantar até que um funcionário, estranho e sinistro como todos os outros, chegasse. O segui até a pedra mas elevada, o ponto de embarque e desembarque do castelo. A superfície com rodas logo foi conduzida até nós dois e por um segundo pensei que Euro apareceria, nem que fosse para se despedir. Mas não aconteceu. Minas também não foi, me perguntei qual era o problema com todos, por que tamanha indiferença? Antes que meu drama psicológico aumentasse subi na superfície amparada pelo empregado e logo seguimos caminho.

Haviam poucas nuvens no céu, uma imensidão de claridade e calor denunciavam o nascer do sol. Era divino. Mesmo com toda confusão e tristeza era impossível ignorar tamanha perfeição. Admirei aquele quadro vivo por todo o caminho, deixei meus pensamentos fluírem com o vento, meus problemas serem levados aos quatro cantos, apenas aproveitei aquele momento mágico. Antes que eu percebesse estava num lugar bastante conhecido. De longe pude ver uma queda d'água de um ângulo até então desconhecido, forçando a vista pude ver a enorme cachoeira, a minha Cachoeira da Pedra. Perdemos velocidade aos poucos e então alcançamos terra firme. Recebi um aceno tímido e vi o funcionário voar para longe novamente, agora era só eu.

Aquele lugar me fez sentir uma felicidade tão incrível, lembrar do meu primeiro beijo, dos momentos de amor, das conversas, da minha infância. Aquela era a minha cachoeira, meu pedaço paraíso na terra, meu porto seguro. Caminhei até minha pedra, era a mais arredondada, lembrava uma grande poltrona desajeitada. Sentei calmamente e comecei a admirar a queda da água, brilhantes pelos raios de sol, quase mágica. Lembrei do primeiro encontro com Sebastian, quando me disse que era melhor que qualquer garota, quando tive a certeza de que ele mudaria minha vida. Na minha cabeça também veio a imagem do nosso último encontro, pra onde corri quando ouvi a suposta visão do assassinato do nosso filho, do adeus a Sebastian.

Era como se aquele lugar reunisse todos os momentos marcantes da minha vida, um inicio, um fim, uma despedida, um encontro. Estar ali me fazia relembrar quem eu era, quem eu sempre fui e isso me trazia uma satisfação sem tamanho. Por mim ficaria dias ali, meses, mas sabia que precisava voltar a realidade. Levantei sem ânimo, dei uma última olhada na minha cachoeira predileta e segui caminhando pelo atalho de sempre. Tinha mais folhas do que antes, provavelmente causado pela ausência de moradores. O atalho tinha sido ideia de Sebastian, sabia o quanto eu amava aquele lugar. Poucos minutos depois, em meio as grandes folhas, pude avistar minha casa.

Era enorme e chamativa, os degraus largos me levavam até a entrada principal. A enorme porta branca combinando com as janelas precisavam de uma limpeza urgente. A casa parecia morta, vazia. Era triste vê-la daquele jeito, não estava acostumada com aquele cenário. Quando aviste o antigo jardim da minha avó fui atingida por um sentimento antigo, uma dor insolúvel que eu já me lembrava. Antes que as lágrimas começassem a cair corri para alcançar o terceiro jarro de flor, embaixo dele a chave da casa. Abri lentamente e tive uma surpresa ainda maior.

A casa estava em perfeito estado, tudo limpo, organizado, sem resquícios de abandono. Não lembrava de ter arrumado as coisas antes de sair, não era tão boa com arrumações. Caminhei até a imensa cozinha decorada com tons cinza e branco, mas logo notei algo em destaque, um bilhete na geladeira. Conheci na mesma hora a caligrafia, tinha copiado tantas coisas no colegial, era impossível esquecer. Dizia:

"Não sei o que houve, Davi disse que você foi viajar e não tinha previsão de retorno. Lembrei do esconderijo da chave e resolvi arrumar as coisas, essa casa é muito linda para ficar abandonada! Assim que chegar me procure, moro no mesmo lugar de sempre. Sinto saudades, beijos da sua eterna amiga.

Lara"

Um pulsar no peito me fez ter certeza de que estava de volta a minha vida de sempre. Minha amiga, minha parceira e companheira estava me esperando como nos velhos tempos. Corri e alcancei a grande escada de veludo vermelho que me levava ao corredor, avistei a porta do quarto da minha avó mas desisti de entrar, o dia já seria bastante difícil. Entrei no meu quarto e pude rever as imensas janelas e cortinas brancas, tudo impecavelmente arrumado. Uma colcha dourada cobria a imensa cama, meu antigo espelho refletia alguns raios de sol. Me encarar nele era como um túnel do tempo, me levava para a época feliz ao lado de Sebastian, as lembranças da minha avó, a euforia de meses atrás. Me deparei com uma menina de pele mais clara que o de costume, meu cabelo já estava passando da cintura, preto e brilhante, meus olhos cor de mel pareciam menos brilhante. Aquele vestido da época medieval não seria ideal para desfilar por Belo Vale, precisava das minhas antigas roupas.

Tomei um banho gelado e me enrolei na toalha felpuda que tanto senti falta. Peguei um short branco e uma camiseta vermelha, uma tiara branca, pouca maquiagem e um batom claro. Agora sim conseguia me reconhecer no espelho, um longo rabo-de-cavalo me deu ainda mais certeza de que eu estava de volta. Desci a escadaria vermelha e logo alcancei a porta, os raios de sol estavam mais forte do que antes. Tranquei a porta e segui caminhando, tentando absorver cada segundo de satisfação.

Caminhar por Belo Vale me causou surpresa, os hotéis estavam cheios de turistas, a cidade estava mais linda do que nunca. Caminhei pela praça e lembrei de tantos momentos bons, crianças brincando, gargalhadas da infância. Segui meu caminho até a minha antiga rua, mas antes passei pelo meu antigo colégio: Colégio Mestre Auber. Estava magnifico como sempre, alguns jovens aglomerados em frente, uma euforia que me fez sentir saudade do último ano. Passei pela sorveteria, não tinha mais aquelas esculturas enormes em forma de sorvete, agora era decorada em tons vermelhos, estava mais luxuosa. Contudo, o frio na barriga começou quando entrei na minha rua e avistei minha antiga casa. Não sabia se Davi ainda morava ali, não sabia se o antiquário ainda funcionava, não sabia mais nada. Apenas continuei caminhando até finalmente bater na porta. Tantas lembranças daquela varanda, a saudade do banco de madeira trocado por um arranjo desengonçado. Mas as lembranças foram esquecidas assim que abriram a porta.

– Helen!

– Davi!

Nos abraçamos de uma maneira tão intensa e saudosa. Ele estava o mesmo de sempre, um pouco mais forte, pele morena, cabelos loiros e olhos verdes. Estava perfeito.

– Entra, nossa, nem sei o que dizer!

Já tinha entrando na minha antiga casa, mas era sempre um misto de sentimentos novos. Aquela sala me trazia manhãs de sol e noites de amor com Sebastian, isso fazia meu coração diminuir. O ambiente estava mais bagunçado do que costume, mas era gostoso estar ali uma vez mais.

– Eu disse que voltaria.

– Você não faz ideia de como fique esses dias sem notícias suas, você é uma louca!

– Desculpe – sorri envergonhada.

– Tudo bem, o importante é que está aqui. Vou preparar um almoço especial!

– Ótimo Davi, estou morrendo de fome. Mas antes preciso visitar uma amiga, tudo bem?

– Claro! Vai visitar Lara não é? Aproveita e chama ela também, será divertido comemorar seu retorno.

– Pode deixar.


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