If I Had Wings (Hiato)

By blurrycak3

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"Mas não haviam razões o suficiente para que eu continuasse lutando. Para que eu continuasse colocando a vida... More

IF I HAD WINGS
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R u n a w a y - Parte #2

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By blurrycak3

*Antes de tudo, já vou me adiantar desejando que vocês tenham um feliz ano novo! (É que vou passar dois dias num lugar sem internet ;-;)*


— Isso simplesmente não é possível. — me aproximei dele, tentando convencê-lo da mesma forma que me convenci durante anos — Eu não tenho família.

— Tem sim. — seus olhos semicerrados tentavam esconder as lágrimas rentes aos cílios — Você é a irmã que eu estava procurando todo esse tempo. — tirou um papel levemente amassado do bolso da camisa. Não precisei me esforçar muito para reconhecer o símbolo do orfanato de St. Anthony.

— Dylan, olha... — eu queria me explicar, era o mais justo à se fazer no momento.

— Você matou aquelas pessoas, Katherine. — seu timbre carregava uma mistura de angústia, raiva, e decepção.

— Não, eu não matei! Você tem que acreditar em mim, aquela não era eu!  Era um... — hesitei — Metamorfo.

— Metamorfo?! — ele riu ao mesmo tempo que uma lágrima escorria do seu olho esquerdo e sua voz parecia se afogar nela — Espera que eu acredite nisso?

— Não importa. — tentei parecer firme,  e acabei cuspindo aquilo pelo simples fato de não haver nenhum pingo de afeto entre nós, embora ele fosse meu "irmão" — Eu tenho que sair daqui, a polícia já deve saber onde eu estou.

— Sim, já sabe. — Dylan mostrou o registro da chamada em seu celular.

— Dylan... — não queria deixar que ele pensasse que eu era aquilo.

— Foge. — me mantive perplexa encarando-o — Foge! — exclamou mais alto, me tirando da transe.

     Voltei à correr entrando numa floresta restrita. Com a respiração ofegante, o suor me esquentando, o som das folhas das  árvores acompanhando meus passos, cheguei ao outro lado da estrada.

     Gotas grossas caíam sobre mim. Não era fácil de digerir aquela situação, e correr era a única coisa que estava fazendo sentido. Mais gotas firmes e pesadas vinham de encontro ao meu rosto frequentemente, e eu não conseguia pensar em muito além do fato de me sentir completamente sozinha. Eu mal sabia onde estava.

     Atravessei a estrada indo de encontro com outra mata restrita. O som dos trovões começavam a se fazer presentes, e os relâmpagos iluminavam o céu. Meu cabelo molhado escorria sobre meu rosto, e tudo que eu podia fazer era correr, só correr. Felizmente, minha mente acelerada não me permitia sentir cansaço. Quanto mais longe eu estivesse, melhor.

     Senti algo espetar minha perna de repente, e foi a única coisa que fez meus passos desacelerarem. Caí de joelhos sobre o chão molhado, a terra úmida e as folhas duras. Olhando para trás percebi, levei uma flechada. Eu não estou sozinha. Ignorei a dor quando todos os sons pareciam ter se tornado um só. O vento que balançava os galhos, os trovões que davam sonoridade ao silêncio do céu, e algum animal pequeno que corria para trás das árvores. Mas nenhum som, de forma alguma deixava rastros de quem, ou o quê, poderia ter atirado aquela flecha.

— Te peguei. — a voz alta, firme, feminina, mas quase sussurrada, me fez olhar para todos os cantos, e enxergar ali, bem atrás de um amontoado de folhas caídas, uma mulher.

— Quem é você? — tentei controlar minha respiração, e me afastar dela ao mesmo tempo.

— Me chame de Scarlett. E você deve ser Haniel, estou certa?

***

— Ai! — gritei enquanto ela tirava a flecha da minha perna.

— Você é meio fraquinha para um anjo que está na mira de demônios. — ela me olhou debochando, tentei não me sentir ofendida.

— Eu passei a minha vida inteira comendo batata frita, o que você esperava? — estreitei os olhos.

     Ela tinha uma cicatriz profunda e marcante que estendia do rosto até o pescoço, se chamava Scarlett, tinha a minha altura, era negra e magra — mas a cicatriz era a primeira coisa que se notava ao vê-la. Segundo seus próprios relatos, um lobisomem deixou aquela marca. Era uma caçadora — o que explicava a razão de ela andar com um arco e flecha pela floresta à noite, e ter armamentos pesados em cada canto de sua casa. Scarlett sabia mais de mim do que eu mesma, e seu principal caso no momento, assim como o meu, era descobrir a razão da queda dos anjos.

— Amanhã eu vou te ensinar umas coisas para você não ser tão maria-mole quando sair daqui.

— Maria-mole? — me indignei. Estive dando meu melhor todo esse tempo — Eu ainda nem me recuperei.

— Está sendo fraca de novo. — ela pegava bem mais pesado que Dean.

     Eu não costumava encarar aquilo como uma ofensa; só eu sabia de cada detalhe de tudo que eu passei, e se estava viva até aquele momento, eu não era tão fraca quanto eles pensavam.

— Está sorrindo por quê? — Scarlett interrompeu meus pensamentos sem parar de tratar do sangramento que ainda escorria frenético na minha perna.

— Sorrindo? — eu mal havia percebido que um sorriso brotou em meu rosto.

— Sim bobinha. Está pensando em quem? — indagou com ar de intimidade.

— Não estou pensando em nada. — estreitei as sobrancelhas e balancei a cabeça em negação.

— Sei. — me encarou com malícia.

— É sério, Scarlett. — falei.

— Não estou dizendo nada. — ela riu, levantando ambos os braços — Só vou perguntar uma coisa. É o Sam ou o Dean?

— O quê?! — contraí os músculos do corpo, e senti uma leve dor latente, que ignorei para não demonstrar fraqueza novamente — Para de ser ridícula! — me ajeitei de volta na posição inicial — Eu odeio o Dean!

— Ah, o Dean? — como ela chegou àquela conclusão?

— Não! — exclamei — Talvez.

    Scarlett sorriu terminando de colocar as ataduras.

— Agora descanse. Vou te acordar bem cedo amanhã. — ela jogou um cobertor em cima de mim, sem muita gentileza.

     Ajeitei o cobertor, e observei Scarlett se afastar da cama e apagar a luz, indo em direção à outro cômodo, e fechando a porta logo em seguida. Analisei o quarto com delicadeza, talvez como uma forma involuntária de tirar minha mente dos problemas. Aquelas paredes realmente faziam parecer que Scarlett era uma selvagem. Era tudo tão rústico, desde a entrada, até as janelas e portas. Tudo feito com materiais naturais, e a decoração tribal dava a impressão de estar ali à pouco tempo.

     Deitada, e sem sono, comecei à olhar a chuva na janela. Aquele quarto não me deixava confortável. Eu não queria que Scarlett tivesse razão. As coisas já estavam ruins demais para incluírem Dean Winchester.

Manhã Seguinte – 6:00 AM

— Acorda Bela Adormecida, é hora de treinamento.

     Alguns feixes de luz que vinham dos estreitos espaçamentos da janela de madeira já estavam me despertando, mas meu sono me fez ignorar tudo aquilo. Naquele momento, quando Scarlett a abriu bruscamente, meus olhos se abriram com força. Ela era uma vadia desgraçada e eu não podia reclamar.

— Vai, anda logo. — ela se apressou tirando o cobertor de cima de mim e me fazendo sentir um ar gelado arrepiar meu corpo.

— Ah, que horas são? — falei com uma voz estupidamente preguiçosa, liberando um bocejo em seguida.

— Seis da manhã. Agora levanta daí, você tem um metamorfo pra matar.

— Aff. — bufei.

— Garota, tem noção do que está acontecendo? A televisão não para de noticiar sobre você. Houveram 5 assaltos, 37 mortes, 10 feridos, 20 milhões de dólares desviados, e é a sua cara que está entre a dos bandidos mais procurados do país. — ela estava sendo dramática, claro.

— Okay... — disse sonolenta.

     Levantei com mais facilidade. Tirei metade do curativo e notei que a ferida cicatrizou completamente durante a noite, eu nem mesmo sentia dor — embora ainda fosse um mistério a razão das feridas sempre cicatrizarem rápido se eu era humana.

     Na cadeira ao lado da cama que indicava claramente traços de um trabalho manual, algumas roupas dobradas indicavam as roupas que eu teria que vestir.

— Seu café está na mesa. Vamos dar uma volta na floresta e logo começaremos o treino.

     Eu estava morrendo de fome, mal podia esperar para comer.



— Vamos logo. — inclinou a cabeça em direção à porta rapidamente, e deu as costas. A segui.

     Os primeiros passos na trilha entre as árvores foram lentos, e eu agradeci mentalmente à Deus por aquilo. Mas logo, ela começava à me ultrapassar, e eu me sentia no dever de ultrapassá-la também. Eu não estava tão ofegante quanto achei que estaria quando ela desaparecia pelas curvas de repente. Minha velocidade começou a me surpreender assim que Scarlett passou à cronometrar as corridas, como se aquilo fosse uma competição — a qual ela estava sendo claramente modesta, eu sabia que não tinha a menor lógica vencê-la, já que ela era a caçadora, e eu a jovem sedentária.

      O treino ia muito além daquilo. Ela me ensinou à ter uma mira melhor; encontrar o olho e a mão dominante, ter controle de ambos, e atirar. Arco e flecha pareciam muito mais complicados antes daquilo, e os revolveres dessa vez pareciam brinquedos de criança. Os Winchester ficariam orgulhosos.

     Armas brancas também foram inclusas no treino. Eu nunca havia sentido a necessidade de treinar sobre como manusear facas, mas era, e muito necessário. Anjos e demônios não usam revolveres. Se eu quisesse lutar contra algum deles também teria que aprender a usar suas armas. E era mais difícil do que o imaginável.

— Mãos firmes. — repetia Scarlett, depois de mais uma vez visualizar a lâmina da faca escorregar pelo tronco da árvore — A força está no seu braço inteiro — ela tirou mais uma faca de seu suporte na cintura —, e não só em seu pulso. — lançou repentinamente, a qual ficou cravada na madeira, como uma demonstração simples — Tente de novo. — arrancou-a do tronco e entregou na minha mão.

     Apertei os olhos, respirei fundo. Era uma humilhação evidente. Saber que os olhares repressores de Scarlett estavam em cada movimento meu, e que ela avaliaria aquilo, me deixava nervosa. Eu gostaria de imaginar que as coisas dariam certo por algum motivo, mas eu não tinha o quê imaginar num momento daqueles.

— Vai logo! — ela me apressou, o que fez instintivamente minha mão tremer e direcionar a faca para outro lado.

     Atirei. Meus olhos deveriam ter se fechado naquele momento, me arrependi de deixá-los abertos. Acertei de raspão no tronco da árvore, tirando algumas lascas da madeira; a faca caiu no chão.

— Que merda. — sussurrei, e ouvi Scarlett suspirar — Foi muito ruim?

— Hm. — ela se aproximou  de mim e rodeou o braço em volta do meu pescoço — Foi.

***

     Scar se aproximou de mim quando sentei para descansar. Com um celular em mãos ela sussurrou "Olha isso". Era o tal metamorfo que clonou meu corpo. Ela estava fazendo o de sempre: metralhando todos e se virando para a câmera para que meu rosto pudesse ser notado mais precisamente.

— Onde ela está? — levantei rapidamente.

— Você não pode sair agora, não está pronta. — ela posicionou a mão em meu ombro.

— É só atirar com bala de prata não é? — arqueei as sobrancelhas — Moleza. — dei de ombros.

— Katherine, aquela coisa pode se transformar em qualquer um, ela não vai ser você pra sempre. — advertiu.

— Eu não vou deixar aquela desgraçada usar meu rosto pra matar pessoas. Diz onde ela está, Scarlett. — supliquei.

— Está em Idaho. — suspirou — Provavelmente o próximo lugar será Nebraska.

— Nebraska?! — exclamei, lembrando que Sam e Dean estavam num caso justamente lá.

— É, você chegará em 2 horas se pegar pela via I-29 N. — ficamos em silêncio por um instante — Mas você não vai sozinha. — inclinei a cabeça para o lado, ela sabia o que significava.

— Tá, ta bom. — assenti — Precisamos de um carro.

    Scarlett tirou um clipe de papel do bolso e apontou para a minha direção, com ar de quem diria "você é mais esperta que isso, pode muito bem roubar um carro", e eu sorri em resposta.

     Minha mochila já estava nas costas quando saí. Pegamos um atalho sugerido pela própria Scar, e nos deparamos com uma pequena rua plana de um bairro de classe média. O Sol se punha do outro lado do horizonte, e davam àquele momento um toque de filme adolescente. Observando todas aquelas casas enormes,nenhum carro estacionado, todos apenas nas garagens.

     Com as táticas de Dean, abri a porta da garagem de uma das casas. Scarlett estava silenciosa atrás de mim, vigiando para o caso de algum morador presenciar a invasão. Na garagem estávamos haviam dois carros; um Peugeot 308 preto, e logo ao lado, coberto por um lençol branco, se encontrava o Mustang Shelby G3-500 prata. "Uau!", sussurrei. Não era minha preferência, porém, dava pro gasto.

— Quem está aí? — a voz rouca do velho proprietário ecoou.

— Merda. — sussurrei.

— Eu cuido disso. — Scarlett disse — Pega o carro, e só sai, não se preocupe comigo.

     Ela deu as costas, tirando um estilete de algum lugar que não pude ver direito. Acima de seu ombro, fui capaz de enxergar o homem grisalho de aproximadamente 60 anos, descendo vagarosamente os degraus que certamente ligariam a garagem até sua casa, segurando com uma mão no corrimão e a outra na parede, havendo dificuldade em caminhar. Me mantive paralisada por alguns instantes, na expectativa de ver o que Scar iria fazer, mas eu tinha que sair o mais rápido possível.

     Entrei no carro rapidamente, e tentei ligá-lo através dos fios embaixo do painel, enquanto observava pelo vidro Scarlett arrastando o senhor para dentro da casa. Quando olhei de novo na direção de Scar, ela estava o levando de volta para dentro da casa, enquanto o proprietário se debatia, e foi nesse momento que pude ouvir o som do motor, e vi os faróis acenderem. Engatei a marcha ré, e sussurrei "obrigado, Scar", mesmo sabendo que ela não poderia me ouvir.

20:34 PM

      "Welcome to Nebraska", dizia a placa verde no canto da estrada quando cheguei, o que me sinalizou de que eu estava no lugar certo. Os celulares de Sam e Dean não atendiam, e eu não tinha outra opção além de continuar dirigindo.

     Engatei o freio de mão no momento em que avistei o logotipo metálico do banco; um NCB gigante com iluminação azulada. Tirei o revólver da bolsa, e coloquei no suporte em meu quadril. Focada apenas no Nebraska Central Bank, notei uma garota atravessando a rua com um olhar maléfico para o mesmo; ela era idêntica a mim. 

     Desci do carro, o plano pronto em minha cabeça, porém focada somente nele.

— Katherine O'Brien? Você está presa em nome da lei por homicídio culposo. — dizia o policial enquanto me algemava e me jogava pra cima do capô do carro com certa brutalidade, logo tirando a arma do meu quadril.

— Não, espera! Espera! — tentei chamar a atenção deles porém continuavam me empurrando para dentro da viatura — Houve um engano! Eu não sou a assassina!

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