Ja estava quase na hora de eu ir pra casa. Aleluia! Já eram 22:50, terminei meu ultimo pedido, fechei meu caixa e fui na mesa me despedir da Bih. Depois dali todos iriam para o Verdant, menos eu.
- amiga, ta dando a hora de ir pra casa, depois que eu sair nao posso voltar mais no salao de uniforme.
- ta bom amiga, boa noite, mais tarde a gente se fala! - disse se levantando e me dando um abraço.
- tchau meninos.
- tchau!! - falaram em uníssono
Me virei e fui para o interior do bar, pra dentro da cozinha. Fiz uma boquinha e fui para fora.
Ja no estacionamento tiro meus patins e observo a noite. A noite estava linda, estrelada. Abri minha mochila e tirei minha jaqueta de couro, a joguei nos ombros e guardei os patins, em seguida coloquei minha mochila no chao e vesti a jaqueta.
Ja em cima da moto, joguei meu corpo para trás me apoiando na mochila atrás de mim, de modo que eu ficasse meio que deitada. Apoiei as mãos entrelaçadas atrás da nuca e fiquei ali, olhando para cima, admirando o céu.
De repente ouço o barulho de alguem indo para o estacionamento conversando, sozinho aparentemente, acho que estava ao celular.
- olha, nao quero saber quanto ele ta oferecendo, quem dá o preço sou eu, se ele quer que a cliente dele tenha um bom trabalho, que seja profissional, ele baixa a cabeça e assina em baixo...
- ... Cara nao interessa!
- ...Deixa ele fazer com outra empresa, vou esperar ele na praia pegando um sol quando ele me procurar chorando pelo serviço mais barato e mal feito que ele pagou!
- ... Ta ok! Ok! Tenha uma boa noite senhor Antônio!
Toda aquela falação me chamou atenção, principalmente pela voz conhecida, aquela voz rouca, grave, inconfundível. Felipe!
A voz cessou e o silêncio voltou, deve ter voltado para dentro, eu voltei a admirar o céu, era raro eu fazer isso, era raro eu perceber o céu la em cima e sua infinidade de estrelas. Tava bem friu já.
- tem alguma foto minha lá no céu? - ele se aproximou olhando para cima com as maos nos bolsos, estava lindo. Aquele aspecto de badboy dentro de uma roupa social era algo que ficava incrivel, como eu nunca havia reparado nisso? Como ele ficava com a aparência de sério e bravo. Mistérioso... Sensual! Eeeeepa, cai na real Isabela!
- se tem não vi nenhuma! E se tiver provavelmente é alguma mulher jogando foto sua fora pela janela de algum prédio próximo. - ele riu e se aproximou. Meu estomago estava estranho.
- ta fazendo o que ai sozinha? Alem de me procurar nas estrelas? - ele vai ficar me provocando? Isso me dá carta branca!.
- to curtindo o friu! - desencostei da mochila e me debrucei no tanque da minha moto deixando meu corpo bem inclinado e o bumbum impinado, isso devido ao meu corpo ser bem pequeno em relação a moto que era bem grande. Em seguida olhei pra ele.
- porra... - passou a mao no cabelo e virou a cabeça olhando em qualquer direção evitando olhar pra mim!
- o que foi Lipe? - sorri
- ta me provocando! - olhou pra mim cruzando os braços.
- não to não! - arqueei uma sobrancelha.
- sabe que tá! - falou sério.
Desci da moto e andei descalço até ele.
- você começou! - falei parando na frente dele. Ele sorriu.
- fiz sem perceber...- riu
- e se eu te provocasse? - coloquei os braços em volta do pescoço dele. Ele sorriu ainda mais e segurou minha cintura.
- eu ia adorar! - entao se aproximou para me beijar...
- BEBEEEEEEEEE! - ouvimos um grito daquela voz insuportável vindo em nossa direção... - CADE VOCÊEEE?
soltei ele e me afastei.
-Seu bebe ta te procurando.
Quando me virei ele me segurou pelo braço...
- Isih...
- Felipe... Nem sei porque desci da moto... Me deixei levar, sei la o fato é que nao vai rolar! Nada... E eu nem quero, nao tem nada haver, nós dois nao temos nada haver! Quer dizer, você é galinha gosta de várias, sai pra noitadas, tem seus amigos. Sempre me irritou e tudo mais... Na boa nao sei como paramos nesse ponto... Na boa... Ah! - montei na moto. - esquece!
Ele ficou parado olhando pra mim. Nao faço ideia do que ele ta pensando! Mas ele veio na minha direção.
- tem razao quanto a tudo isso... E tem mais... Seu irmao tambem nao gostaria de ver a irmazinha dele com o galinha. - se virou e começou a andar.
-... e também eu to com o Erick e você com a Suelem! - ele continuou andando. Sem olhar para trás.
Liguei a moto, coloquei o capacete e arranquei. Acelerei cada vez mais, ultrapacei todos os carros, passando entre eles um por um, sentindo o vento através do meu corpo, gelando meu rosto e minhas mãos. Cheguei em casa em menos de cinco minutos, entrei no quarto jogando o capacete na cama, tirando a roupa pelo caminho ate o banheiro.
Abri o box e liguei o chuveiro no quente, entrei e me sentei de baixo da agua caindo. - o que ta acontecendo comigo? Porque eu to com raiva? Porque to me sentindo péssima?
Nao faz nenhum sentido. Ele nao é nada pra mim, nada!
Fiquei por um bom tempo assim, deixando a água correr pelo meu corpo... Pensativa.
Então subtamente fiquei em pé, desliguei o chuveiro e peguei meu celular. Me enrolei na toalha e procurei o número na agenda!
Na segunda chamada o celular foi atendido.
- oi?
- precisamos conversar!
-agora?
- agora!
- dez minutos to ai!
- okay! - desliguei e me sentei na cama.
Meu cabelo molhado escorria pelo meu corpo, molhando a cama, pingando no chão, mas eu nao ligava, deixa molhar! Fiquei sentanda até ouvir a campanhia tocar, dez minutos passaram voando.
Ao ouvir o segundo toque me levantei e fui até a porta atender. A abri e Erick estava lá parado,
Uma bermuda preta, regata branca e uma blusa de friu jeans clarinha por cima.
Abri a porta e me afastei para ele entrar. Quando ele entrou fechei a porta atras de mim.
- vim o mais rapido que pude. Aconteceu alguma co... - soltei minha toalha a deixando cair aos meus pés na frente dele. Andei em sua direção e o beijei. Ele me afastou um pouco o suficiente para conseguir falar.
- tem certeza? - perguntou e eu o beijei em resposta. Nao podia responder em palavras porque eu não tinha certeza, não tinha certeza de nada. Só de que eu tinha que seguir... Fazer alguma coisa!
Então fomos nos beijando, parando de parede em parede até que entramos na sala, foi a primeira passagem que encontramos. Deitei no sofá cama e o observei tirar a camisa. Ele foi rápido. Em seguida engatinhou sobre mim e me beijou, acariciava meu corpo enquando me beijava, doce e devagar. Ele era calmo, seu beijo tranquilo, o oposto do Felipe... O oposto! Era isso, era por isso, por isso eu estava com Erick, porque ele nao tinha nada haver com o Felipe, nada haver... Então tudo aconteceu. Logo que terminou ficamos ali, deitados, e no fundo me sentia do mesmo jeito, nada havia mudado.
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