Enchanted World Online

Por MrCr0w

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Mike Rodrigues, de 29 anos, jogava um jogo mundialmente conhecido, o "Enchanted World Online", um jogo VRMMOR... Más

Prologo
Capítulo 1: Primeiro Contato!
Capítulo 2: Dia de aprendizado.
Capítulo 3: Família Real.
Capítulo 4: O Alquimista!
Capítulo 5: Torneio de Espadachins!
Capítulo 6: Uma doce amargura!
Capítulo 7: Ken, O Aventureiro.
Capítulo 8: O início de uma aventura.
Capítulo 9: Nero, O Mago Espadachim!
Capítulo 10: Dormindo com Deuses.
Capítulo 11: Uma benção divina.
Capítulo 12: Purple Flames
Capítulo 13: Luto.
Capítulo 14: Xeque-mate
Capítulo 15: OceanPlus
Capítulo 16: Fogo em alto mar.
Capítulo 17: Buraco de minhoca.
Capítulo 18: A Caverna.
Capítulo 19: O Deus do Trovão.
Capítulo 20: Combustão.
Capítulo 21: Profecia.
Capítulo 22: A Tempestade...
Capítulo 23: Lilith, A Rainha dos Demônios.
Capítulo 24: A Deusa da Água.
Capítulo 25: Um brinde.
Capítulo 26: A chegada.
Capítulo 27: Lorde.
Capítulo 28: O Vilarejo.
Capítulo 29: A Rainha do Reino Verde.
Capítulo 30: Máscaras e Pilares.
Capítulo 31: Dia de treinamento.
Capítulo 32: Preparações.
Capítulo 33: O Distribuidor.
Capítulo 34: Demônios.
Capítulo 35: O Reino de Eregond.
Capítulo 36: O início de uma jornada.
Capítulo 37: Diferença de Poder.
Capítulo 38: Silverstone
Capítulo 39: Pedra, PAPEL e tesoura.
Capítulo 40: Reencontro.
Capítulo 41: O Brilho da Luz.
Capítulo 42: Só o tempo nos dirá.
Capítulo 43: O Enxame de Inscrição.
Capítulo 44: Discurso dos Representantes.
Capítulo 45: Primeiro Dia.
Capítulo 46: Apostas do Mestre.
Capítulo 47: O Enviado de Deus.
Capítulo 48: Tempo dourado.
Capítulo 49: Massacre.
Capítulo 50: Despedida.
Capítulo 51: Símbolo de Orgulho.
Capítulo 52: O dia do Caçador.
Capítulo 53: O Deus Dragão.
Capítulo 54: Raiva e Lágrimas.
Capítulo 55: Marca Tempo.
Capítulo 56: A Ordem das Rosas.
Capítulo 57: Arcanjo de Batalha.
Capítulo 58: De volta ao velho mundo.
Capítulo 59: Lady Mortífera.
Capítulo 60: Amanhecer de Um Novo Mundo.
Capítulo 61: O Inigualável Rei.
Capitulo 62: Mundus hieme mutatus.
Capítulo 63: My Dear Sister.
Capítulo 64: T.E.
Capítulo 65: Técnica Inata.
Capítulo 67: O Final de um Grande Prólogo.
Mapa do Continente Mortal.
Capítulo 68: Capítulo Um da Segunda Era.
Capítulo 69: Espada e Honra.
Capítulo 70: Um Jogo de Azar.
Capítulo 71: Clã da Águia.
Capítulo 72: Políticas e Estratagemas.

Capítulo 66: Preparando o Terreno para Grandes Mudanças.

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Por MrCr0w

O Reis dos Demônios parou a alguns metros da Saori, cada movimento seu, por menor que fosse, era carregado de soberba. Se movia com graça, e olhava para as Anjas com superioridade.
O vendaval de lâminas invisíveis a sua volta cessou-se repentinamente enquanto a mana dele se aquietava.

Saori grunhiu, recuando para onde sua irmã estava e se ajoelhando ao lado dela. Naquele momento ela não sentia a dor do braço decepado ou medo do Rei dos Demônios na sua frente.
Naquele momento, tudo que importava era sua irmã.

Hori tinha cortes profundos por todo o corpo, mas, mesmo que tenham sido destruídas no processo, suas asas conseguiram a proteger de ataques letais.

— Saori...! — Hori ergue a mão ensanguentada e trêmula, e apontou para frente, reunindo todas as suas forças para manter-se firme enquanto dizia: — Não se preocupe comigo... Você tem que o parar.

Saori apertou firme os lábios até se tornarem uma linha fina,  franzindo o cenho e contra todos os seus instintos que mandavam ela curar sua irmã, ela se ergueu e virou-se para Robert.
Uma névoa avermelhada e etérea começou a fluir do braço decepado de Saori enquanto o membro se reconstruía.

Ela precisava se cautelosa. Tinha a vantagem de ter sua Nexus ativada, mas sabia que o Rei dos Demônios teria truques na manga para lidar com isso.
No mínimo ele sabia alguma das Sex Anima Stratis para se defender de uma Anima Nexus.

Ainda assim, o objetivo de Saori ali era claro. Ela precisava usar sua Anima Nexus para proteger ela e a Hori até Miguel chegar.

Não podia desfazer suas Nexus antes, o que significa que não podia forçar Robert a ativar a dele e correr o risco de perder em um embate de Anima Nexus.

Acreditava que o Rei dos Demônios não iria usar sua Nexus atoa, não quando fazer isso consumia tanta mana e causa tanta exaustão.

Então bastava continuar com seu tática, protegendo ela e sua irmãzinha do Rei dos Demônios, que tudo ficaria bem...

— Entendi o seu plano... — os lábios de Robert se curvaram lentamente, desenhando um sorriso torto e cruel em seu rosto.

Quando suas mãos se juntaram, Saori sentiu um calafrio percorrer seu corpo, e todas suas esperanças desabar.

Os dedos do meio e os anelares de cada mão de Robert permaneceram esticados para cima, tocando uns nos outros, enquanto os indicadores e os mindinhos se dobravam para baixo, e os dedos se tocavam na horizontal, como se fosse a base do que, de certa forma, poderia ser visto como uma representação de altar.
Ou ao menos foi o que Robert pensou na época em que usou Suffragium para determinar o selo de mão da sua técnica mais poderosa.

— Anima Nexus – Réquiem! — ele falou com a voz carregada de maldade e poder, duas coisas que geralmente andam lado a lado.

Como se ele fosse o epicentro de uma enorme calamidade, dos seus pés um mar de escuridão rapidamente se espalhou pela realidade criada pela Anima Nexus de Saori.

Em questão de segundos aquela realidade rochosa e escaldante foi sobrepujada e consumida pela escuridão completa, e dela começaram a emergir ossos. Caveiras que gritavam e cantavam, em uma harmonia graciosa, enquanto flores de tom escuro florescem a sua volta.

Durou apenas alguns poucos segundos, antes que Robert desfizesse a barreira de escuridão e trevas que compunha sua Anima Nexus.

A realidade pareceu se fragmentar em milhares de fragmentos escuros e etéreos, que se dissiparam rapidamente no ar, revelando novamente o paraíso de nuvens brancas e céu ensolarado em que se encontravam.

Saori, desorientada por ter tido sua Anima Nexus superada tão facilmente, recuou alguns passos para trás, seus pés afundando na nuvem em que pisava, enquanto uma estranha pressão apertava seu peito.

Quando ouvi Hori tossir, se virou para trás, encontrando a irmã de joelhos a alguns metros atrás dela, mas na mesma nuvem.

Os ferimentos em seu rosto haviam se curado completamente, e até a maioria dos cortes que sofreu quando Robert se libertou haviam se curado.
Contudo ela sangrava. Não de ferimentos, mas sempre que tossia, manchando a nuvem branca e até então imaculada embaixo dela.

Saori estava prestes a recuar na direção da irmã, quando uma forte dor de cabeça lhe atingiu, e ela perdeu as forças das pernas, caindo de joelhos no chão.
Sua visão ficou turva, e, por um momento ela pensou que iria desmaiar, então sentiu e viu o sangue que escorria do seu nariz pingando em sua mão apoiada na nuvem.

A risada de Robert ressoou pelo paraíso, grave e sinistra, como uma trilha sonora macabra para o que ele estava prestes a revelar.

— Um fato engraçado sobre os seres vivos; carregamos as doenças mais mortais dentro de nós, apenas esperando alguma alteração, alguma circunstância perfeita ou algo que possibilite seu desenvolvimento.

Robert fez uma pausa, caminhando na direção delas enquanto suas tosses soavam como melodias para seus ouvidos. Um sorriso de puro deleite e os olhos cheios de prazer ao ver o sangue delas manchando o branco puro das nuvens do Paraíso.

— Foram apenas 3 segundos, mas, durante esses poucos segundos, minha Anima Nexus acelerou tudo em milhares de vezes, como se vocês envelhecessem um século por segundo. Eu sei, isso não é nada para um Anjo que vive milhares de anos, a parte que deve ser ruim pra vocês, foram as células cancerígenas que se desenvolveram e aceleraram dentro dos seus corpos.

Quando o Rei dos Demônios parou diante de Saori, a Anja ergueu o rosto pálido e fitou aqueles olhos cruéis.

— Acho que essa doença nunca foi realmente diagnosticada neste mundo, mas você não precisa se preocupar com isso. Não vai ser o câncer que vai matar vocês, pretendo fazer isso eu mesmo.

Saori recuou, se arrastando sobre a nuvem sentindo seu corpo fraco, mas desesperada para se afastar de Robert.
Após a ativação de uma Anima Nexus, além de um grande consumo de mana e uma exaustão abrupta, a liberação de mana e Core do usuário fica momentaneamente comprometida, tornando impossível o uso de magias ou a ativação de uma técnica inata.

Mesmo Robert, como uma quantidade inimaginável de mana e um domínio indescritível sobre o próprio Core, não estava isento desta regra, mesmo que para ele este tempo seja de apenas um três e quarenta e cinco segundos.

Contudo, observando as duas irmãs caídas diante dele, o Rei dos Demônios sorriu, projetando um chute preciso, que explodiu contra a barriga de Saori, a jogando para trás, que caiu próxima a sua irmã, agonizando de dor e tendo uma crise de tosse que manchou a nuvem com mais do seu sangue.

— Isso vai ser humilhante! Terrivelmente humilhante! Hahaha! Mas não se preocupem, gracinhas, eu sequer vou me lembrar disso, então sua vergonha vai durar pouco!

Então Robert se aproximou, rindo, com desdém e prazer, enquanto descia com a perna sobre as pálidas e frágeis figuras angelicais que praticamente definhavam na sua frente.

Após os efeitos do Réquiem do Rei dos Demônios, que desenvolveu uma doença em um sistema imunológico que teoricamente nunca adoecia, as únicas esperanças de sobrevivência de Hori e Saori se concentrava no fato dele não poder usar magia ou Core.

Para o azar delas, ele não precisava. Estavam condenadas a perecerem antes mesmo do fim daqueles três minutos.


E para o azar de todo Anjo que carregava consigo o orgulho de pertencer a casa do Alvorecer, uma casa conhecida pela conhecimento e tradicionalidade, o Rei dos Demônios seguiu com sua marcha sangrenta e sem misericórdia.











Sobrevoando as diversas fortalezas e elaboradas construções que compunham a Cidade do Alvorecer, Miguel Maxwell Divinus avançava em alta velocidade, sentido seu coração bater acelerado em seu peito.

Vazia.

A majestosa Cidade do Alvorecer, lar dos Anjos que seguem a Casa Divinus, estava completamente vazia. Pilares de fumaça negra se ergueram de diversas partes,
Ele devia estar. Era seu dever, sua responsabilidade, defender sua casa. Pelo menos, era o sentimento que deixava um gosto amargo em sua boca.
Era a culpa.

Quando as construções acabaram, uma longa escadaria de quartzo, branca como as próprias nuvens nas quais se camuflava, se estendeu em direção ao horizonte.

Após subir aquela fim daquela escadaria quase infinita se encontrava o Palácio da Alvorada, residência do Rex  da casa Divinus. Contudo, conforme Miguel avançou sobrevoando a escadaria, seus olhos ansiosos vasculharam cada ponto do horizonte, mas...

O palácio na estava lá.

A escadas subiam até uma nuvem aleatória e terminavam abruptamente. Nenhum sinal do resplendor do Palácio da Alvorada. Sem qualquer rastro de destruição ou sinais de batalha, como na cidade que deixou para trás.

Apenas uma única presença, que fez Miguel hesitar em pleno ar.

Aos poucos ele foi deixando seu corpo descer em direção a escadaria, suas asas se movendo de forma rígida e travada, como se cada músculo do seu corpo estivesse tenso.

Assim que seus pés tocaram o chão, Miguel bateu o cajado que carrega em sua mão nos degraus e, cravando os dentes no lábio inferior, como se a dor lhe desse forças, ele se obrigou a avançar.

Quando viu uma silhueta surgindo em meios as nuvens que ocultavam o fim da escadaria, com seis asas negras se agitando graciosamente em suas costas, Miguel parou de andar novamente.

— Você chegou tarde, Miguelito — a voz do Rei dos Demônios reverberou pelo céu desolado do paraíso. — Seu Rex não foi tão resiliente quanto esperado. Mas o que eu podia esperar? Afinal de contas, o Arcanjozinho dele estava muito ocupado como um emissário no mundo dos espíritos

O Arcanjo apertou com força o cajado em sua mão, até os nódulos dos dedos ficarem brancos, e cerrou os dentes, sentido o peso das palavras doe Robert o afetarem profundamente.

— E agora? — Robert sorria daquela forma distorcida e cruel de sempre enquanto avançava, degrau por degrau, na direção do Miguel. — O que você fará? Vai lutar? Me xingar? Espernear? Ou... Talvez você queira chorar e implorar por misericórdia, como ele fez?

Miguel mordeu o lábio inferior com força, chegando a sentir o gosto do próprio sangue escorrendo pra dentro de sua boca.

Como se isso pudesse tirar o gosto amargo que a culpa deixava em sua boca.

Mas não podia.

Então ele se obrigou a avançar. De forma hesitante, ele começou a subir os degraus em direção a maldade encarnada, mesmo sabendo que as chances de vitória eram nulas.
Não avançava como um Arcanjo cujo dever era proteger sua casa, tinha falhado neste aspecto. Também não avançava como um Anjo buscando justiça, sua nobreza havia morrido junto daqueles que jurou proteger.

Ele avançava apenas como Miguel Maxwell Divinus, alguém que, no fundo do seu amago, queria apenas vingança.
Era o mínimo que ele podia fazer.

Um Arcanjo puro que, pela primeira, foi corrompido pelo ódio e desejo de ferir e tirar a vida de outra criatura, avançava na direção do primeiro Anjo a pecar no Paraíso.


— Então é isso? Vai continuar avançando? — Robert riu, realmente se divertindo naquele momento. — Isso me lembra de um anime que eu vi eu meu mundo... Mas você não entenderia a referência, então não vai se decepcionar quando isso acabar de forma diferente, vai?

Miguel começou a concentrar sua graça em direção ao cajado, entrelaçando-a com o poder que residia no mesmo, uma das três ferramentas angelicais que carrega o título de Animam Tangere Potest.

Robert, que já havia reconhecido a ferramenta que Miguel trazia consigo, não demorou para perceber o perigo que ela representava, e agiu conforme já planejava, mas desta vez não se deu ao luxo de enrolar.

Miguel era alguém sem Core, mas a ferramenta em sua mão o tornava uma ameaça, caso a luta se estendesse de forma física.

Contudo, Robert riu enquanto juntava as mãos, pensando em como ter focado a maioria dos seus pontos de atributos em mana no Enchanted World Online sempre lhe serviu bem.

Mal conseguia se lembrar da época em que tudo era apenas um jogo, fora a uma vida atrás, não, uma vida não, bem mais que isso.

Ainda assim, foi aqueles pontos de atributos que o fizeram vir a esse mundo como uma besta de mana quase infinita, incansável, insaciável e, principalmente, imparável.

— Anima Nexus... Réquiem — ele murmurou, antes mesmo que Miguel pudesse fazer qualquer coisa.












Enquanto o desespero assolava as terras distantes do Alvorecer no Paraíso, nas ternas do anoitecer da casa Angelus a noite eterna e o céu sempre estrelado era iluminado repetidas vezes, assolado por diversas explosões.

Nuvens se dobravam pela potência de algumas delas, outras eram sugadas por aquela destruição, e, em sua maioria, as explosões eram pura Graça — a mais pura e bela energia angelical, desta vez espalhando destruição onde, por sorte ou capricho do destino, apenas nuvens espalhadas pelo vasto céu estrelado.
Em meio a todas essas explosões, todos esses ataques desenfreados e em larga escala, uma única pessoa se movia em uma velocidade absurda.

Apenas um flash de luz que traçava seu caminho entre diversas explosões lançadas sobre ele, se esquivando de todos os ataques com um tempo de reação além da compreensão.
Gabriel Angelus observou enquanto aquele feixe de luz esquivou-se facilmente de uma explosão de Graça e logo em seguida disparou para cima, deixando um rastro luminescente pelo caminho.

Ele rapidamente ergueu a mão, concentrando toda sua Graça enquanto, em um rugido de esforço visível, materializou milhares de diamantes que dispararam para cima, convergindo em um único ponto.

Todos os diamantes explodem uns contra os outros, e Gabriel franze o cenho, percebendo que não apenas errou, como o perdeu de vista.

Seus olhos varreram os a redores, ferozes como um caçador.

Dentre todos os anjos, e até mesmo os Arcanjos, Gabriel sempre foi considerado o mais calmo e centrado Anjo. Mas o que poucos além do próprio Antares sabia, era que tudo não passava de uma grande fachada para esconder e tentar conter seu fervor obsessivo.

Sua devoção quase maníaca e seu total desprezo pelos Humanos Pecadores.
Mas esse ódio não era apenas aos humanos, eu diria que, na verdade, ele é principalmente direcionado aos Anjos Caídos.

Os Anjos Pecadores, Os Maculados, Anjos Manchados ou, como são popularmente conhecidos pelas outras Raças, Os Anjos Caídos, são Anjos cuja a Graça sucumbiu a tentação e, ou, aos desejos mundanos.

Quando um Anjo peca pela primeira vez, dizem que esse pecado ressoa de forma agonizante na alma de todos de sua Casa. As próprias nuvens do Paraíso rejeitam este anjo depois disso, de modo que ele “caia” do paraíso.

E neste momento os olhos ferozes da Gabriel procuravam, desesperadamente, aquele cujo nome manchou pra sempre a Corte Nox.

Um Anjo mesquinho e egoísta, sem fé em seus iguais, sem comprometimento com o Dever Angelical, e, principalmente, sem nenhum pingo de respeito pela sua família.

O primeiro e único Angelus, a Casa dos Guerreiros, a se tornar um Anjo Caído, Kenan Angelus. O irmão mais novo e imaturo de Gabriel.

O irmão mais velho nunca conseguira perdoa Kenan por ele ter sido tão imaturo e imprudente. Ele sempre foi fraco, mas era ardiloso, maldoso até, e possuía uma das mentes mais afiadas das Corte das Asas Divinas.

Foi por causa desta mente afiada e de suas pregações obscuras, somado ao seu comportamento narcisista e abusos contra outros Anjos, que os Rex de todas as Casas se reuniram e decidiram o Expulsar do Paraíso.

Maculando para sempre o nome Angelus e a casa Nox. Sujando para sempre o nome casa mais tradicionalista e conservadora de todas.

Mas aquele na sua frente não parecia o mesmo Kenan. Não parecia com seu irmão fraco e pecaminoso.

Ele parecia pecaminoso, claro, assim como tinha uma mente tão ardilosa, se não mais, que seu irmão. Mas estava longe de ser o fracote com quem Gabriel cresceu.

E, como que para provar isso, em um feixe de luz Kenan se materializou na frente, seu punho se encontrando contra o estômago do Arcanjo com tanta força que o som de ossos se partindo foi sobreposta pela explosão sonora ensurdecedora que arremessou Gabriel pra longe, fazendo seu corpo cortar as nuvens no caminho como um borrão antes de desaparecer no horizonte.
Ken suspirou, sentindo a magia da luz esvaindo do seu corpo. Rangendo os dentes, ele olhou para a própria mão: Pele retorcida, ossos despontando para fora e sangue escorrendo pelas feridas que chegavam ao seu pulso.

Ativando a Sanitatem Divine, ele começou a curar a mão quebrada. Se o golpe tivesse pego em algo mais duro, como o crânio de Gabriel, a essa altura o Arcanjo estaria morto, mas Kenan teria perdido o braço inteiro, talvez até mais.

Apenas o Core pode desconstruir a realidade a ponto de reconstruir um membro perdido. Mas com ossos quebrado a Sanitatem Divine pode lidar.
Contudo, tudo tinha sido calculado, destinado, se é que podemos usar essa palavra, para esse resultado, por isso a dor não foi uma surpresa, apenas um incomodo.

Enquanto seus ossos se regeneravam, Ken ergueu o rosto, seus olhos frios e vazios se fixando no Rex da Noite, que voava a alguns metros acima dele.

— Sua insistência neste assunto é... Por falta de outra palavra mais adequada, displicente com a nossa causa — Antares falou, e sua voz poderosa ressoou pelo céu noturno da Corte Nox. — Mas eu não podia esperar algo diferente vindo de você.

Assim que terminou de falar, Antares ativou sua técnica, que imediatamente começou a fluir sua Essência Divina e seu Core para sua mão em perfeita harmonia, como se as duas coisas, mesmo que completamente distintas, fossem uma só naquele momento.
A energia azulada e etérea de manifestou como um longo e elegante arco, cujo Antares empunhou com uma elegância quase sobrenatural.

Naquele momento Kenan ficou tenso. O futuro, o passado e o presente se desdobrou na sua frente e aquela foi a última vez e a última vez, até o próximo século, que ele sentiu algo próximo de Medo.

Na mão de Antares o Arco da Alma se formou, uma arma capaz de matar com o menor dos contatos, pois não iria ferir o corpo atingido, mas sim dilacerar a alma.
E o Rex dos Anjos da Noite mirou sua flecha diretamente para ele.


— Displicente? — Kenan murmurou, um meio sorriso se formando em seus lábios, enquanto as visões do Kenan Original, do verdadeiro filho de Antares, vinham em sua mente. — Chega a ser irônico ouvir isso do homem que me expulsou do Paraíso.

A primeira flecha foi disparada sem nenhum aviso, cortando o espaço entre Antares e Ken em segundos, deixando um rastro de luz etérea pelo caminho, como se estivesse rasgando a própria realidade.

A flecha não mirava no peito dele, cabeça ou qualquer parte vital, foi intencionalmente direcionada a perna direita dele. Bastava acertar qualquer parte do seu corpo, e o dano seria direto na alma.

Um dano irreversível, mesmo para a Sanitatem Divine ou por cura através de Core.

Por muito pouco Kenan não foi atingido, mas mesmo quando a flecha passou a centímetros de sua perna, tudo estava devidamente calculado.

Tudo seguia seus planos. Tudo de acordo com o futuro que ele viu.

Então ele se abaixou, tocando uma das nuvens sólidas que serviam de chão naquele momento, e começou a fluir sua mana.

Antares preparou uma segunda flecha, mas Kenan sabia que daria tempo de executar sua magia, então ele começou a recitar:

— Realidade moldada, segurança relativa. O mundo se desdobra e um novo véu se ergue. Que as Barreiras dos Angelus me dê força para erguer uma muralha, e que a noite eterna da Casa Nox fortifique minha criação... Obex Angelicus.

Quando terminou de falar o ar ao redor dele oscilou, e essa oscilação se espalhou em um instante, criando uma barreira quase imperceptíveis, que se estendeu por quase 100 metros.

Antares arregalou os olhos e hesitou com a flecha pronta para disparar.

Aquela era uma magia exclusiva da família Angelus, uma das magias de barreira mais poderosa existentes, e que poucos além do próprio Rex tinham o conhecimento.

E agora Antares se viu preso dentro dela.

— Onde você aprendeu essa magia!? Quem te ensinou ela!? — Antares vociferou, tendo, pela primeira vez, sua calmaria soberana abalada pelo choque da surpresa.

Kenan se ergueu lentamente, e, com seus olhos frios fitando os de Antares a vários metros acima, ele disse:

— Foi você quem me mostrou como executar essa magia...

Ele deixou suas palavras causarem a confusão esperada em Antares, então esboçou um sorriso desprovido de qualquer emoção e disse:

— Após errar sua terceira flecha você iria usar essa magia para tentar me prender e me imobilizar. Mas eu estou, e sempre estarei, a um passo na sua frente. Eu já vi o resultado desta batalha, Antares.

A flecha foi disparada por Antares, mas Kenan nem sequer se moveu. Seus olhos continuaram fixos em Antares, sem nem ao menos piscar quando a flecha passou zunindo a centímetros do seu rosto.

— O que você quer dizer com isso, Kenan!? Desde quando você tem coragem para ser tão arrogante assim!? Acha que está acima de mim!? Acha mesmo que vai sair vivo daqui!? Seu tolo, você não passa de um...

— Eu não acho nada... — Kenan murmurou, enquanto suas asas brotavam em suas costas, e, lentamente ele voava na direção do Rex. — Eu sei.

Ao juntar as mãos, Kenan começou a manipular sua mana, fundindo ela em um único ponto, e então fazendo ela entrar em ignição.

Uma pequena bola de fogo se formou na sua mão, densa o suficiente para alterar levemente a gravidade, e, o infundindo mais mana nela, Kenan começou a criar um mini-sol, preparando sua magia mais poderosa.

— Assim como sei que mesmo dentre os Anjos, existem pecadores. Você por exemplo, papai, é o tipo de pessoa que pensa em si mesmo primeiro. Por isso eu ergui essa barreira...

Quando terminou de falar, Kenan parou, alinhado a Amtares, mas a uma distância de por volta de dez metros dele.
E neste momento o mini-sol em sua mão morreu, e, assim como quando uma estrela morre, uma das mais destrutivas e poderosas forças da natureza foi gerada.

Uma Super Nova.

Uma nuvem nebulosa e multicolorida de energia brutal que se espalharia por milhares de quilômetros, destruindo tudo em seu caminho, se Kenan não tivesse usado sua mana para conter, momentaneamente, essa energia entre suas mãos.

Apesar da necessidade de um esforço grandioso para conter tal energia, Kenan ainda conseguiu esboçar um sorriso e dizer:

— Porque eu poderia muito bem ameaçar destruir todo o Reino Angelical com esse poder, mas, ao invés disso, farei algo mais eficaz. Vou ameaçar a única coisa que você não arriscaria perder... Sua vida.

Mesmo daquela distância, Kenan conseguiu ver Antares franzir o cenho, hesitando ao colocar a terceira flecha em seu arco.

Quando o Rex dos Anjos da Noite olhou ao redor, Kenan soube que ele estava analisando, desta vez com mais atenção técnica, para a barreira que os rodeava.

— Esse é o momento que você percebe que a barreira não foi feita para nos prender aqui... — Kenan murmurou, sorrindo presunçosamente.  — ... foi feita pra conter aqui dentro a enorme explosão que eu vou liberar se você não desfazer esse arco e cooperar.

Como se em resposta a ameaça de Kenan, a Nebulosa em sua mão oscilou, deixando parte da sua nuvem de destruição em massa vazar entre os dedos dele.

Kenan logo se apressou em conter aquele vazamento, segurando aquela energia com extremo cuidado, pois qualquer alteração resultaria na exigência dele e de Antares sendo varrida da existência.
Mas, ainda assim, ele ainda sorriu enquanto dizia:

— Agora, ne diga, Antares, o que vai ser? Uma morte sem significado? Ou uma longa vinda de obediência?

— Seu... Seu... — Antares se interrompeu, franzindo o cenho. Seus olhos, com uma tempestade de fúria contida, estavam fixos na SuperNova na mão de Kenan. — Acha que me forças a te obedecer vai resolver as coisas? A Guerra Santa é inevitável! O plano Astral nunca estará conciliado  ao plano Terrestre! Nunca, está me ouvindo!? A Corte Nox e a Corte Divinus são os protetores da Lei e da Ordem, e nós vamos lutar contra você e sua tirania até nosso último suspiro! Nós vamos-...

— Correção... — Kenan interrompeu de forma fria e abrupta. — Você e a Corte Nox apenas. Enquanto conversamos aqui, neste exato momento, a Corte Divinus está sendo completamente aniquilada por Robert, o Rei Demônio.

— Você... Você se aliou ao Rei dos Demônios!? Como você foi capaz de fazer isso!? — Antares questionou verdadeiramente chocado.

— Eu estou pavimentando as estradas e os caminhos que nos levaram ao Novo Mundo, e você não faz ideia do que eu sou capaz, mas vai saber... Logo, logo, todos saberão, e então perceberão; assim como o tempo, as  mudanças que eu trago são inevitáveis.












Algumas horas após o confronto entre o Rex da Corte Nox, Antares Angelus, e seu filho mais novo, Kenan Angelus, a barreira que os prendia se dissolveu no ar, revelando para Gabriel Angelus, o filho mais velho, um dos mais poderosos Anjos da história jurando submissão a quem deveria ser o mais fraco dos Angelus.

Gabriel se aproximou deles completamente chocado, questionando, exigindo, saber o que estava acontecendo.

Mas tanto o pai quanto o irmão o ignoraram.

Antares se ergueu da reverência que fazia, seus olhos traindo a máscara de calma que ele usava, e revelando a revolta que ele sentia por dentro.
Ainda assim, nenhuma palavra foi dita, por nenhuma das partes. Antares e Kenan trocaram um olhar significativo e silencioso, então Kenan se virou, seu par de asas brancas e lindas se movimentaram o impulsionando pra frente.

Antares observou enquanto aquele homem se afastava, e após a conversa com ele, sabia que aquilo não era seu filho. Não apenas pelo fato de um humano de outro mundo ter reencarnado naquele corpo e suprimido a consciência do seu filho.

Na sua visão, aquele ali era uma criatura, um monstro. Uma força da natureza imparável que tomou o controle do corpo do seu filho.

E não tinha nada que ele pudesse, da mesma forma que não podia responder as perguntas que Gabriel, seu primogênito, fazia incessantemente.
Kenan voou para longe sem nem olhar para trás. Depois da conversa que teve com Antares após dissipar sua Nebulosa de energia, ele sabia que o Rex não faria nada contra ele, e nem contra seu Império.

Agora, bastava confirmar o extermínio que viu, em suas visões do futuro, o Robert causando na Corte Divinus, e, simples assim, as duas Casas mais poderosas do Paraíso fora derrotada, e assim toda a Corte das Asas Divinas estaria subjugada.

Aquele nunca foi seu verdadeiro objetivo. Esperava ter tempo pra converter todas as Raças de forma pacífica. Queria ter tempo de mostrar que todos podiam ganhar sob seu Império.

Contudo, por uma infeliz ironia, tempo era uma das poucas coisas da qual ele não dispunha.

Então ele deveria, e iria, continuar avançando rumo ao melhor futuro que seus olhos puderam ver.

Conforme sobrevoava o território da Corte Divinus, o céu vermelho que se erguia sob ele não era do sol poente, mas das chamas e da destruição que pintavam aquelas terras após o ataque do Rei dos Demônios.

O solo, onde havia solo, e não apenas nuvens, estava ressecado, queimado e destruído. As construções reduzidas as escombros, com penas e corpos de Anjos sem vidas por toda parte.

No horizonte uma enorme montanha se erguia com dois ou picos se entendiam em direção ao céu rubro, e foi lá que ele sentiu a presença de Robert, e a de mais alguém...

Miguel Maxwell, ele percebeu.

Não conseguiu esconder a surpresa ao perceber que este segundo ainda estava vivo.

Certos eventos, tanto no futuro quanto no passado, permaneciam nebulosos para ele, de modo que não conseguia ver exatamente o que aconteceu, as vezes não vendo nada, as vezes vendo tantas ramificações possíveis que era impossível ver qual era a correta.

Então, curioso com qual futuro era aquele, Kenan voou mais rápido, suas asas trabalhando arduamente para aumentar casa vez mais sua velocidade, e, em questão de instantes, ele já estava pousando no topo da montanha.

Conforme se aproximava do pouso, notou uma aura obscura envolvendo o pico da montanha. Conforme se aproximava, a próprio atmosfera parecia se tornar mais densa, a medida que um gosto amargo se impregnava na boca de Kenan.

Logo ele percebeu que aquilo era a junção de duas coisas; a Morte e o Core. Duas coisas que podiam muito bem representar uma a outra.

Ao pousar no topo da montanha, encontrou um trono deposito no centro dela, em meio as rochas secas e sem vidas, que pareciam ter milhares de anos.

Uma figura estava sentada neste trono, imóvel, enquanto outra se sentava aos seus pés, os braços apoiados preguiçosamente na pernas da figura sentada, e três, de suas seis asas negras, rodeavam o trono, se movendo lentamente.

Robert sorriu sentado no chão, enquanto olhava ao a Kenan, sem demonstrar surpresa ao vê-lo ali, e dizia:

— Parece que mais uma vez, bastou apenas eu e você, para que conseguíssemos destruir complemente uma organização.

Ken parou, observando Miguel, que estava sentado no trono. Conseguia sentir os batimentos cardíacos dele. Conseguia sentir a vida correndo pelo seu corpo.

Mas não conseguia entender como, já que o corpo de Miguel estava decapitado.

— Por que parece tão surpreso? Até mesmo a morte, só alcança meus oponentes se eu permitir.

— Não estou surpreso com ele estar vivo, estou surpreso não entendo como ou porque você fez isso — Kenan confessou, mas aquilo não parecia o incomodar.

— É a minha técnica inata...

— Sei, velocidade. Mas como?

Robert franziu o cenho, por um momento surpreso por ele saber da sua técnica mesmo que nunca a tenha mencionado. Mas logo sorriu, como se aquela dedução fosse esperada vindo do Ken que ele conhecia, então o Rei sorriu e explicou:

— Eu desacelerei seu corpo várias vezes antes de o decapitar, e, assim que fiz, eu apliquei uma Sanitatem Divine acelerada pela minha técnica. Ela não vai regenerar a cabeça perdida, mas serviu para o manter vivo... Basicamente, seu corpo e consciência estão tão lentos, que ele sequer percebeu que está morto.

— Então você vai o manter vivo ou...?

— Tenho um projeto em mente, mas ainda não consigo o realizar. Se ele durar até eu ter os meios, vou por em prática... Algum problema? — Robert perguntou, cauteloso, enquanto estreitava os olhos para seu amigo.

Kenan o observou por um momento em silêncio, antes de desviar o olhar para o horizonte. Enquanto caminha até a beira do topo da montanha, Ken observou a Cidade de Alvorecer destruída, com vários pilares de chamas se erguendo em direção ao céu vermelho sob eles.

Tanta destruição, tanta morte, deveria afetar uma pessoa normal. Afetaria, na verdade. Mas essa pessoa não era Kenan Angelus, afinal, ele não era alguém normal.

Kenan Angelus observou tudo aquilo com olhos frios e meticulosos de quem observa as peças em um tabuleiro de xadrez.

Esse movimento foi seu segundo Xeque-Mate neste mundo, e com certeza era o mais significativo.

— Fique a vontade... E divirta-se, nos próximos anos, a oposição tende a diminuir... Logo, os desafios e a diversão também vão. Mas será um belo mundo, esse que construirei. Você vai ver.

— Então é isso? Conseguimos? —Robert perguntou, se erguendo e caminhando na direita de Kenan, deixando o corpo de Miguel para trás. — Não acha que será necessário enfrentar os Clãs dos Deuses e dos Espíritos?

— Os Deuses não serão um problema, pretendo falar com alguns deles em uns dias, mas já vi o resultado de tudo. Apenas preciso mostrar a eles o futuro que almejo, e eles serão convencidos. Já os Espíritos... Digamos que temos o mais importante deles ao nosso lado, e isso vai ser o suficiente para eles não interferirem por hora.

— Parece que eu vou voltar a ficar entediado.... — Robert murmurou, com seus olhos pensativos focados não no horizonte, mas no corpo de Miguel sentado no trono.

Kenan olhou para seu amigo, e, por um momento, parou de tentar esconder tudo o que sentia com uma máscara. Parou de fingir que não viu o que estava vendo.
E, com um semblante triste e uma voz amargurada, ele respondeu:

— Por enquanto não, vamos nos divertir como nos velhos tempos. Mas nada dura muito, e um dia o tédio vai te consumir. Vai me consumir também. Com o tempo, algo sempre nos consome. É inevitável. Mas agora, já não importa tanto quanto você pensa. Isso não é mais sobre nós. É sobre eles...

— Eles? Eles quem?

Kenan olhou para ele uma última vez, então sorriu, se virou e começou a abrir um portal que os levaria de volta ao mundo mortal, onde Aidem provavelmente estava começando a reunir os primeiros soldados, se preparando para uma Guerra que nunca aconteceria.

Tinha uma parada para fazer antes, mas não era relevante. Nada mais que fizesse seria. Chegou o momento de uma nova era. De uma nova geração.

Kenan só conseguia pensar em uma coisa: Sinto muito por jogar todo esse peso em você, meu filho.


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