— BRAUN! GALLIARD! — um grito ecoou — Não deixem que o Bestial e o Original entrem em contato!
Ao ver o Titã Bestial ser atingido, uma onda de choque percorreu meu corpo. Zeke, que estava determinado a chegar até Eren, agora estava ferido e incapacitado. Aproveitei a oportunidade para chegar até Zeke, nem que fosse para mim mesma levá-lo até Eren; eu não me importava de arriscar tudo se isso nos levasse para o estrondo.
Zeke estava caído, seu Titã ferido e fumaça emanando do ponto de impacto. Percebi que a situação havia se tornado ainda mais crítica. Precisávamos recuperar o controle da situação antes que as forças inimigas aproveitassem a vulnerabilidade de Zeke. Com rapidez, antes que outro tiro o atingisse, criei uma barreira de cristal ao redor de Zeke para protegê-lo enquanto avaliava a extensão de seus ferimentos. A atmosfera tensa era marcada pelos estrondos contínuos da batalha ao nosso redor.
— Levanta, Zeke! — Gritei enquanto dilacerava a carne do Titã Bestial para tirar Zeke de sua nuca — Eren precisa de você, seu fracassado! Levanta agora!
Puxei seu torso para fora, vendo a extensão dos danos causados pelo tiro do Titã quadrúpede. Toda a região das suas costas, da vértebra torácica até a coccígea, havia sido atingida, sem contar em seu braço direito. Mas ele ainda estava vivo e consciente, pelo que eu podia ver.
— Eu caí... no chão... Será que levei um tiro? — perguntou Zeke, sua voz denunciando a dor e a incerteza.
— Sim, Zeke, você levou um tiro. Mas agora precisamos ajudar o Eren, ative o rugido! — Falei, tentando transmitir urgência em minhas palavras enquanto examinava seus ferimentos.
Como não havia rompido a ligação do corpo de Zeke com seu Titã, ele podia continuar a controlá-lo sem precisar se transformar novamente.
— Segure-se em mim — agarrei os pelos que rodeavam a nuca do Titã, cobrindo o buraco aberto em seu corpo com meus cristais. Eu faria a retaguarda de Zeke.
Destruí a barreira que cobria o corpo do Titã. O Bestial erguia-se, apesar dos ferimentos, exibindo uma resistência surpreendente, chamando a atenção de todos que estavam crentes em sua derrota.
— EREN... AGORA... EU VOU INVOCAR OS TITÃS! — Ele avisou com a voz do Titã, e em seguida, tomando fôlego para iniciar o grito que transformaria todos aqueles que ingeriram seu fluido espinhal em Titãs.
— Espere!!
—Por favor, espere! — Uma voz masculina vindo do outro lado da batalha se fez presente. Preparei uma flecha de cristal apontando para o intruso e me virei para Colt e Falco — Falco, ele ingeriu acidentalmente seu fluido espinhal! Não use o grito!
A revelação sobre Falco ingerir acidentalmente o fluido espinhal de Zeke lançou uma sombra de urgência sobre a situação. Baixei a flecha de cristal, mantendo minha postura de prontidão enquanto observava a cena se desenrolar. Até mesmo Zeke e a luta entre os Titãs pareciam ter sido pausados para acompanhar o desfecho dessa situação. O destino de Falco agora estava intrinsecamente ligado às consequências dessa descoberta.
— Você sabe, não é, senhor Zeke?! Eu aceitei o direito de sucessão do Bestial para que a minha família não fosse enviada ao Paraíso! — Enquanto o mais velho implorava a Zeke por piedade, Falco tentava de toda forma se desvincular do irmão, já esperando pelo pior — Para ser sincero, antes de você nos trair, eu nunca entendi o que você estava pensando, mas não acho que é o tipo de pessoa que deixaria crianças se envolverem nisso a troco de nada! Não estou dizendo isso para você ficar calado e morrer. Só quero que espere até Falco sair do raio de alcance do grito! Depois disso, podem se matar o quanto quiserem. Os marleyanos e eldianos podem se matar o quanto quiserem, mas por favor, não envolvam o meu irmão mais novo nisso!
A cena era tensa, com Colt expressando sua angústia e preocupação por seu irmão mais novo, Falco. O apelo de Colt refletia o desejo de proteger seu irmão da violenta disputa entre Eldianos e Marleyanos. Enquanto isso, Falco tentava se desvencilhar da situação, buscando evitar qualquer dano colateral a vida de seu irmão.
De trás dos dois, observei Gabi se aproximando a cavalo, pronta para levar Falco para longe o mais rápido possível. Esse momento em específico foi um dos que mais se repetiram na minha mente nestes últimos quatro anos... as transformações em Titã, o inferno que Shinganshina se transformou, a morte de Colt apenas por estar próximo demais de seu irmão caçula quando o mesmo se transformou em um Titã puro, e aquela arma que ele carregava, a mesma arma que Gabi vai usar contra Eren... Com essa flecha que está em minhas mãos, eu poderia acabar com essa garota, e todos os eventos seriam diferentes daqui para frente, mas se eu fizer isso, o que acontece com eles...? Hange e Levi... Eu deveria estar com eles e não aqui. Me pergunto se, em Sina, minha filha está bem...
— Colt... — a voz do Bestial ecoou no ar, sua expressão denotando compreensão pelos sentimentos do jovem em relação ao irmão mais novo. — É por isso que... é uma pena... — O grito do Bestial foi tão penetrante que um temor imediato se instalou, antecipando o início do processo de transformação em Titã para todas aquelas pessoas.
Por todo o distrito, ao mesmo tempo, podíamos ouvir as rajadas transmitidas pela transformação em Titã. A minha estranha ligação com Ymir e os Caminhos fazia-me sentir cada uma das transformações. Por alguns segundos, era como se eu experimentasse tudo o que aquelas pessoas estavam sentindo no momento em que se transformavam. No entanto, depois de se tornarem Titãs puros, tudo o que me restava era um imenso silêncio e vazio.
Estávamos próximos aos Titãs puros, e minha mente se encontrava perdida em devaneios. Zeke protegeu-me, colocando-me entre suas mãos, e ordenou a Falco, em sua forma de Titã, que atacasse Reiner. Seguindo os comandos de Zeke, Falco disparou em direção ao Titã blindado.
— Precisamos sair daqui... — murmurei antes de me virar para Zeke. — Isso vai doer, mas é o melhor que temos! — Próxima à parte frontal de seu pescoço, fui cortando a carne do Titã até chegar ao corpo de seu portador. Com meu auxílio, Zeke saiu da nuca do Bestial a tempo. Logo que estávamos no chão, outro tiro da arma anti-titãs foi disparado, acertando em cheio a nuca do Bestial. Se Zeke ainda estivesse lá, teria sido seu fim.
— Que bom que Eren percebeu — o loiro ao meu lado murmurou, observando seu irmão correr até nós. — Imitar a Pieck e me fingir de morto foi um sucesso. Só falta mais um pouco! Venha, Eren!
Enquanto Eren corria até nós, o Titã Blindado voltou a atacá-lo. Me vi em uma encruzilhada, tentando decidir qual dos dois irmãos deveria proteger naquele momento. Por sorte, Jean e Connie surgiram portando lanças de trovão. Suas miras foram certeiras ao atingir o Titã Blindado.
O impacto das lanças de trovão de Jean e Connie no Titã Blindado proporcionou uma breve abertura para Eren alcançar nossa posição. Faltavam apenas alguns metros, e novamente senti-me em um déjà vu ao notar que Eren estava no local exato onde seria atingido por Gabi.
Em um instante de pânico, antecipando a iminente ameaça à vida de Eren, questionei se não deveria fazer algo para mudar os eventos, como me lançar na direção dele, tentando interpor meu corpo entre ele e Gabi. Meu coração batia descompassado enquanto me esforçava para correr em sua direção, mas sentia como se meu corpo estivesse preso, pesado demais para obedecer às minhas ordens.
Foi então que alguém segurou minha mão, e o peso que me prendia desapareceu. Por um segundo, pensei que poderia ser Zeke, mas ao encará-lo, notei que ele não conseguia se levantar devido ao ferimento em suas costas. A pessoa misteriosa ao meu lado era Ymir, que observava tudo de forma silenciosa, como se aquele enredo fosse o que ela queria para o desdobramento de nossa história.
— Não interfira, minha criança! — Ymir sussurrou para mim, tocando em meu rosto antes de me deixar um último aviso: — Se proteja!
Em câmera lenta, vi Gabi, com determinação nos olhos, preparando-se para atacar Eren. Meus músculos pareciam tensos, o desespero se misturando com a incapacidade de agir. O som do disparo ecoou no ar, reverberando como uma sentença iminente.
Fiz o que Ymir havia me instruído, ciente de que aquela seria a última vez em que poderia usar meus poderes sem restrições. Utilizei toda minha energia e velocidade, afastando-me rapidamente dos irmãos Yeager. Enquanto me afastava, vi o disparo se aproximando, mas a velocidade adquirida parecia criar uma barreira temporal entre nós. O som da bala se distorcia, prolongando o inevitável instante em que atingiria seu alvo.
Em meio ao ar, uma ideia insana se passou pela minha mente. Agarrei o cristal que carreguei como um colar durante toda minha vida, e o puxão que dei rompeu sua corrente. Engoli em seco, tomando a decisão de colocá-lo em minha boca, ciente de que dentro do cristal havia sangue e parte da medula espinhal de Ymir, restos cristalizados de seu corpo de dois mil anos atrás.
Olhei para trás, testemunhando o desenrolar do destino enquanto a bala se aproximava de Eren. A munição anti-titãs não teve qualquer dificuldade em atravessar seu pescoço; o impacto tão poderoso arrancou a cabeça de Eren, fazendo-a rodopiar em pleno ar.
A distância entre os irmãos Yeager era tão pequena que a cabeça decepada de Eren caiu exatamente na mão de Zeke, que gritava agoniado pela tragédia que ocorrera com seu irmão mais novo.
O momento era surreal, como se o tempo tivesse congelado. A cabeça de Eren repousava nas mãos de Zeke, enquanto o silêncio pesava no ar. A tragédia havia se desenrolado diante de nós, deixando-nos atordoados.
Por uma fração de segundo, tudo havia desaparecido, até que um arrepio percorreu minha espinha. Aquele era o resultado do Original e o Titã de sangue real terem entrado em contato. Novamente, aquela sensação estranha percorreu meu corpo, e jurei ver um corpo alongado com um número variável de segmentos, apresentando um par de patas a cada segmento. Sua estrutura transparente e ao mesmo tempo brilhante pulou do corpo de Eren e se acoplou em sua cabeça.
Um estrondo muito forte de transformação de Titã foi liberado da localização onde Eren e Zeke estavam, um rugido tão poderoso que me obrigou a dar alguns passos para trás.
O rugido ecoava pelos arredores, reverberando como um anúncio da transformação iminente. A atmosfera ao redor tornou-se carregada, impregnada com uma energia que se manifestava de maneira avassaladora. No mesmo instante, senti em minha boca o gosto amargo e ferroso; o cristal de Ymir havia se desfeito, e ele não era o único. Rachaduras ao redor de toda a muralha começaram a aparecer, e logo grandes pedaços dela caíram no chão.
Enquanto a muralha desmoronava, o solo tremia com a energia liberada, criando uma cena apocalíptica ao nosso redor. Fui obrigada a engolir os fluidos e restos que estavam armazenados no cristal, uma sensação de ânsia se instalou em mim.
A sensação de ânsia persistia, mas logo algo ainda pior me ocorreu. Senti-me instável, talvez fraca. Sabia que agora teria que lutar como um humano comum. No momento em que eu usasse meus poderes novamente, teria acesso livre a eles, sem qualquer restrição. No entanto, sem o cristal, o custo das minhas habilidades seria descontado no meu tempo de vida.
Mesmo consciente do custo que teria que pagar pelo uso dos meus poderes, eu tinha a consciência de que o momento certo para me sacrificar chegaria em breve. Não teria tempo para hesitar, desde que pudesse salvá-la. Neste momento, o caos ao redor exigia ação imediata. Observando o desenrolar dos eventos, percebi que a situação piorava a cada segundo.
Os Colossais que estavam dormentes dentro das muralhas foram despertados. Enquanto isso, a figura resultante dessa fusão entre Eren e Zeke começou a se erguer do chão, assumindo uma presença aterrorizante. Seu corpo, imponente e envolto praticamente de ossos, paira ameaçadoramente sobre tudo e todos, destacando-se como uma presença intimidadora. O Titã de Eren é excepcionalmente grande e esbelto.
A nova forma titânica de Eren apresenta uma caixa torácica extraordinariamente ampla, que se estende por vários metros. É tão grande que os Titãs da Muralha podem caminhar dentro dela enquanto marcham longe de Shinganshina. A parte superior do corpo de Eren é suspensa por gavinhas conectadas à coluna vertebral, criando uma aparência de marionete manipulada por cordas. Antes de se transformar em sua forma atual, Eren foi decapitado por Gabi. Embora o pescoço tenha se reconectado com os poderes de Ymir, ele permaneceu alongado, resultando em uma aparência ainda mais distinta e bizarra, enquanto sua espinha dorsal é longa o suficiente para percorrer uma extremidade do distrito até a outra.
O tão almejado e temido rugido da terra teve seu início ao custo da destruição de diversos distritos, incluindo Shinganshina, e a perda de incontáveis vidas. O estrondo continuava, ecoando como um lamento sombrio pela destruição que se desdobrava. O solo tremia, construções desmoronavam, e o céu era obscurecido pela poeira levantada pela fúria do poder dos Titãs. O mundo exterior sucumbiria graças à inevitável ira e vingança que Eren arquitetou.
— Informo a todos os súditos de Ymir. — Um assovio intenso percorreu minha cabeça antes da voz de Eren ressoar em alto e bom som. — Meu nome é Eren Yeager. Estou falando com todos os súditos de Ymir usando o poder do Titã Fundador. Eu desfiz todo o endurecimento das muralhas da Ilha Paradis. Todos os Titãs que lá estavam enterrados começaram a marchar. Meu objetivo é proteger as pessoas que estão na Ilha Paradis, onde eu nasci. No entanto, o mundo deseja exterminar as pessoas da Ilha Paradis e não só desta ilha. Eles não vão parar até que todos os súditos de Ymir sejam mortos. Eu me recuso a atender a esse desejo. Os Titãs das muralhas esmagarão toda a terra fora dessa ilha. Eles farão isso até expulsar todas as vidas que estejam além de Paradis.
A comunicação terminou, deixando um silêncio carregado no ar, enquanto a destruição desencadeada pelos Titãs prosseguia, transformando o mundo em um campo de batalha caótico e apocalíptico.
Honestamente, esse aviso parece completamente dispensável. Do outro lado do mar, os Eldianos já terão alertado as nações inimigas ou tentado fugir para algum lugar. No entanto, isso agora é irrelevante, pois todos serão esmagados como insetos... Pelo menos, é isso que aquele tolo suicida quer que acreditemos.
Meu corpo me traiu, lançando-se violentamente contra o telhado enquanto eu permanecia observando os Titãs deixarem a ilha. O impacto contra a superfície foi brutal, deixando-me atordoado por alguns preciosos segundos. Recobrei a consciência lentamente, sentindo uma dor aguda pulsando na cabeça. Ao abrir os olhos, percebi que a visão estava inicialmente turva, mas gradualmente as formas ao meu redor começaram a ganhar clareza.
À minha volta, a cidade encontrava-se em um estado caótico. Edifícios despedaçados, destroços espalhados e lamentos distantes enchiam o ar. Os Titãs puros e recém-transformados lançavam ataques indiscriminados contra todos, sem fazer distinção entre soldados de Marley ou de Paradis.
A sensação de impotência pesava sobre mim enquanto eu enfrentava a ameaça iminente dos Titãs puros. Olhei ao redor, tentando encontrar uma saída, mas a devastação ao redor tornava difícil discernir um caminho seguro. Cada passo era uma luta, e o medo se misturava com a frustração diante da impotência que me assolava.
No entanto, em meio à incerteza, a determinação de não se render prevaleceu. Respirando fundo, percebi que, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras, ainda havia a capacidade de agir. Eu não podia me deixar afundar na sensação de impotência; precisava encontrar uma maneira de contribuir, mesmo que fosse de uma forma pequena.
Por todo o distrito de Shinganshina, encontravam-se espalhadas armas abandonadas pelos soldados que perderam a vida em combate. Essas armas, agora desamparadas, representavam minha melhor chance de continuar a luta. Recolhi algumas delas, esforçando-me para escolher aquelas que melhor se adequavam às minhas habilidades. O peso de uma espingarda e a frieza de uma lâmina de combate agora repousavam em minhas mãos, lembrando-me da responsabilidade que recaía sobre mim diante da situação.
A sensação familiar das lâminas acopladas ao DMT trouxe à tona lembranças de dias passados, quando eu lutava contra Titãs com destemor. A conexão com as lâminas e a confirmação de que meu DMT estava em boas condições foram alívios temporários diante do desafio iminente.
Respirei fundo, ajustando-me à familiaridade das lâminas e do equipamento. A experiência de combate ao lado de Levi e Hange havia moldado meu estilo, mesmo que eu estivesse há anos afastada das batalhas diretas contra titãs puros.
Senti o zumbido familiar do DMT ao ser ativado. O gás impulsionava-me para os céus, e movi-me com agilidade, testando a responsividade do equipamento. A sensação de liberdade ao pairar sobre os destroços do distrito de Shinganshina era intensa.
À medida que os Titãs puros se aproximavam, o som de seus rugidos ecoava de maneira perturbadora. Com as lâminas cortando o ar e o impulso do DMT, avancei para o campo de batalha, retalhando facilmente as nuca dos Titãs. Entre eles, alguns Titãs anormais surgiam, representando uma ameaça menos previsível. Optava por mirar em seus membros primeiro e, uma vez derrubados, procedia com o corte decisivo em suas nuca.
Ao me juntar aos outros soldados, o reconhecimento e a surpresa se misturaram em seus rostos. Alguns eram meus antigos subordinados, cujas vozes chamavam meu nome com um misto de respeito e esperança. A expectativa de que eu pudesse ser a "rainha dos demônios", a comandante destemida pronta para liderar a resistência, era palpável.
Entretanto, no fundo do meu coração, eu sabia que não era mais digna desse título. O peso da minha própria vulnerabilidade e a ausência das minhas habilidades me faziam questionar minha capacidade de liderar como antes. As expectativas pesavam sobre mim, e a dúvida se instalou em minha mente.
Encarei meus subordinados, percebendo a esperança em seus olhos. Não podia permitir que soubessem a verdade. Posicionei-me à frente do pequeno grupo de soldados, adotando uma postura confiante. Emiti minhas ordens com determinação, compreendendo que o essencial naquele momento era derrotar os Titãs. Instruí-os a recolherem todas as lanças de trovão disponíveis e a levarem para a construção mais alta de Shinganshina, que servia como um forte no centro do distrito.
Ao chegarmos ao forte, o reencontro com velhos amigos trouxe um alívio momentâneo. Jean e Armin estavam agora focados em coordenar a resistência contra os Titãs. Jean, com sua postura firme e pragmática, estava imerso na organização tática, distribuindo estrategicamente as lanças de trovão entre os soldados.
A estratégia de reunir os Titãs em um único local provou ser uma decisão crucial. Com todos os soldados armados e preparados no topo do forte, a execução da tática foi coordenada com precisão. Lanças de trovão prontas, olhos atentos, esperávamos o momento certo para concentrar o ataque.
Com os Titãs agora reunidos, a eficácia das lanças de trovão seria maximizada. Os soldados mantinham a calma, aguardando o sinal para atacar. As vozes dos líderes ecoavam, coordenando cada passo com precisão. O silêncio tenso no topo do forte contrastava com a iminente tempestade de ação que se desenhava.
No momento certo, a ordem foi dada e, simultaneamente, todos nós saltamos do topo da fortaleza. As lanças de trovão foram lançadas com destreza, atingindo os Titãs diretamente na nuca. Explosões, fumaça e fragmentos de carne titânica preenchiam o ar, enquanto os gigantes caíam um a um.
A breve pausa entre os destroços foi interrompida pelo avistamento de um novo grupo de Titãs trazidos em direção à fortaleza por um grupo de soldados. A expressão de determinação e o olhar focado nos Titãs marcaram o rosto de cada membro da resistência. Sem a necessidade de ordens, todos se reposicionaram, aguardando pacientemente o momento certo para mais uma investida.
Os tremores causados pelo impacto dos Titãs contra as paredes do forte fizeram o chão sob nossos pés tremer. Ao se aproximarem, pude reconhecer nos uniformes dos soldados que os escoltavam o símbolo que indicava serem recrutas recentes. A expressão mista de determinação e nervosismo em seus rostos revelava a inexperiência diante da ameaça titânica.
A surpresa tomou conta de Jean, Armin e Mikasa ao perceberem que um daqueles Titãs era o antigo comandante das Tropas Estacionárias, Pixis. O reconhecimento do rosto familiar, agora transformado em uma ameaça titânica, lançou uma sombra momentânea sobre a determinação dos três.
Mesmo que por um breve momento, hesitação se manifestou em seus olhares. A ligação com Pixis, um líder respeitado e veterano, pesava sobre eles. Era difícil aceitar que aquele que uma vez liderara os soldados agora se tornara uma ameaça iminente.
A pausa na determinação dos três foi breve, mas perceptível. A complexidade da situação estava refletida em seus olhares, enquanto processavam a revelação. No entanto, a urgência da batalha e a necessidade de proteger a fortaleza e os recrutas recém-chegados rapidamente tomaram conta.
Diante da hesitação perceptível de meus companheiros, senti a urgência de retomar o controle da situação. Com voz firme e determinada, dei a ordem:
— Todos juntos! Agora!
Os soldados, agora unidos pela ordem e pelo senso de responsabilidade, avançaram juntos. Lanças de trovão foram empunhadas, e o grupo enfrentou os Titãs, incluindo o transformado Pixis.
A batalha chegou ao fim apenas após o último corpo de Titã cair sobre aterra.