Emily
Olho pela milésima vez o desenho para observar se tem realmente algum erro nele mas como sempre não encontro, bufo irritada.
- Não tem nada de errado com o seu desenho, Jessie. - digo olhando para a morena ao meu lado - Está lindo.
- É esse o problema. - suspira - Está lindo e não perfeito.
Reviro os olhos.
- Criatura eu tenho certeza que vão amar o seu desenho e se queser posso estar lá com você.
- Faria isso?
- É claro.
- Obrigada, Emily. - ela diz me abraçando - Agora preciso ir porque estão me esperando, tchau sr.ª Salvarote.
Apenas rio enquanto ela se distancia, nunca serei uma Salvarote e olha que vontade não me falta mas não vou me lamentar estou extremamente cansada disso.
Faltam dois dias para o meu acordo com Nathaniel e finalmente nos veremos livres um do outro, claro que é isso que eu quero com todo o meu coração.
Essa mentira nem cola.
Calado bub!
Fico um pouco intrigada em saber o que o John quer falar comigo já que insite tanto então marcamos de nos encontrarmos amanhã.
Fico triste por ele, a noiva terminou tudo e faltava pouco para o casamento imagino como deve estar se sentindo afinal também sofro por um amor não correspondido.
Caminho até a sala do Nathaniel e entro encontrando o meu querido e falso namorado encerrando uma ligação, me sento na cadeira e pego numa folha desenhando uma flor.
- Você desenha maravilhosamente bem, princesa.
- Obrigada. - sorri terminando o meu desenho.
Desde aquele bendito jantar parece que alguma coisa mudou nele, não sei explicar mas o seu jeito comigo também mudou ele está mais carinhoso e quer passar mais tempo comigo e sinceramente não entendo muito.
Ele deveria estar soltando fogos de artifício já que a Vanessa está solteira mas acho que ele espera o último dia do nosso acordo e por isso quer passar tempo comigo, é basicamente uma despedida.
- Gostei de saber que ajudou muito naquele projeto, ficou lindo.
- Ah, foi uma pequena ajuda e eles precisavam terminar logo. - suspiro - Foi chato terem roubado os desenhos pela segunda vez mas você não desistiu como na primeira.
- Provavelmente você não sairia do meu pé se eu tivesse desistido. - rio da sua fala pois me lembro bem da minha insistência.
- Não deixaria você em paz.
- Preciso que faça algo por mim.
- Pode dizer, chefe. - digo e ele sorri.
- Quero que encomendes flores e mandes para a Vanessa como agradecimento de um trabalho que ela fez. - me surpreendo com o seu pedido mas essa ainda é a minha função como falsa namorada.
- Tudo bem. - mordo a parte interna da boca - O que você quer que eu escreva no cartão? Não se preocupe que eu penso em algo.
- Podes tratar disso agora?
- Claro, eu... eu vou agora mesmo.
Pego na minha bolsa e saio da sua sala com os pensamentos a mil, eu só vou comprar flores para a mulher que ele ama não tem problema nisso.
Meu coração está apertado mas eu consigo fazer isso.
Saio da empresa e ando até a floricultura que fica nos arredores da empresa adentro na mesma inspirando o cheiro das lindas flores e observo cada uma com um sorriso.
Adoro flores e isso é uma coisa em comum que sempre tive com a minha mãe, eu sempre dizia a ela que quando me casasse e tivesse a minha casa teria um grande e lindo jardim mas parece que foi apenas palavras de uma criança sonhadora.
Vou até ao balcão e chamo a vendedora.
- Em que posso ajudar?
- Eu quero um buquê de flores para dar de presente.
- É um presente seu? - ela pergunta curiosa.
- Oh não, é de um homem para uma mulher e deve exprimir muito amor. - ela acena entendendo.
- Que tal rosas vermelhas? Você gosta?
- São as minhas preferidas. - digo sorrindo - E com certeza são muitos românticas, vou levar as rosas e um cartão também.
Ela acena e prepara o buquê dentro de um lindo jarro e me entrega.
- Quer que eu escreva a mensagem no cartão?
- Não se preocupe eu trato disso, tenha uma boa tarde.
Ela sorri e saio de lá com o buquê chamando um táxi para chegar casa. Assim que chego deposito o buquê na mesa e me livro da bolsa me sento e pegi na caneta pensando no que escrever até que encontro a frase perfeita.
Termino de escrever e deixo o cartão nas flores organizando as mesmas.
- Oi Emily, chegou cedo. - Fê me olha sorrindo - Que de rosas mais lindo, não me diga que o Nathaniel mandou para você.
- Não são para mim. - Fernanda se senta com o cenho franzido.
- E quem vai ser a sortuda que vai ganhar ele?
- A Vanessa.
- Vanessa? Aquela Vanessa? - apenas aceno - Por quê?
- Ela conseguiu resolver um problema na empresa então são para agradecer.
- Com um buquê de rosas vermelhas? Essas flores transmitem amor e não agradecimento.
- É, eu sei. - ela balança a cabeça e pega o cartão que eu escrevi.
- "Seu olhar ilumina a minha vida todos os dias" de Nathaniel Salvarote? - ela me olha sem acreditar - Que porra é essa, Emily?
- Já disse que é agradecimento. - digo sem dar muita importância.
- Agradecimento? Isso é claramente uma declaração de amor, cachinhos. - apenas dou de ombros - Eu não quero que você sofra mais do que já está sofrendo pelo Nathaniel.
Respiro fundo.
- Eu estou bem e o nosso contrato termina em dois dias.
- Sua boca diz isso mas e o seu coração? - desvio o olhar para as rosas - Você escreveu isso em nome do Nathaniel eu sei que foi difícil para você amiga.
- O que quer que eu faça? Não tenho como lutar pelo que sinto e não posso obrigá-lo a me amar e se a felicidade dele for com ela eu ficarei feliz com isso.
- Eu sei que está difícil mas eu estou com você.
- Eu sei e agradeço por isso. - suspiro fundo - Agora vou tomar um banho que tenho que voltar para a empresa.
- Tudo bem.
Me lento e subo as escandas em direção ao meu quarto entro no mesmo e me dirijo logo no banheiro tiro a roupa e tomo um bom banho para ver se relaxo.
Me cubro com a toalha assim que termino o meu banho vou para o closet visto a calcinha e passo a loção corporal em aguida pego um cropped preto e uma saia de napa da mesma cor, calço umas sandálias simples pretas também e deixo os meus cachos soltos.
Saio do quarto e vejo a Fernada na sala com os olhos vidrados no cartão que eu escrevi.
- Tem certeza que não quer mudar o que você escreveu?
- Tenho, agora eu tenho que ir.
Pego no jarro com o buquê e caminho até a saída, vou novamante até a floricultura e peço para que façam a entrega das flores ainda hoje, volto caminhando até a empresa e quando chego entro no elevador esperando que chegue no meu andar.
Assim que as portas do elevador se abrem saio dele entrando na sala do Nathaniel mas encontrei a Vanessa lá e eles estavam bem próximos.
Que ideia foi essa de entrar sem bater?
- Não sabia que estava ocupado, eu volto depois.
- Oh não se preocupe Emily querida já estou de saída.
Apenas aceno e ela se afasta do Nathaniel caminhado até a saída, assim que ela sai eu me aproximo da mesa vendo o meu desenho. Me sento sem dizer nada e pego uma outra folha para desenhar outra flor, dessa vez vou fazer uma tulipa.
- Você demorou. - ele diz enquanto assina os seu documentos.
- Estava ocupada. - digo desenhando também.
- Também trocou de roupa.
- Sim, troquei.
- Por quê demorou tanto? - largo o lápis olhando para ele.
- Sentiu a minha falta?
- Sim, eu senti. - essa confissão mexeu um pouco comigo - Mas você não respondeu a minha pergunta.
- Eu fui a floricultura e escolhi as flores depois eu fui para casa para escrever a mensagem no cartão me arrumei e voltei a floricultura para eles fazerem a entrega das flores. - digo para que não me encha de perguntas.
- Hum... Como foi o seu jantar com o seu amigo?
- Você quer saber como meu chefe ou como meu namorado? - ele dá de ombros e reviro os olhos.
- Princesa já disse que prefiro você revirando os olhos enquanto te faço gozar. - gostaria de ter um buraco par enfiar a minha cabeça pela vergonha que me atingiu agora, apenas limpo a garganta desviando o olhar - Você quer ir ao cinema?
- Hoje?
- Sim.
- Você tem um cinema em casa qual é a necessidade de ir a um comum?
- Pode ser na minha casa, princesa.
- Vamos maratonar os filmes da Barbie? - pergunto apenas para irritá-lo.
- Ah, não fode. - gargalho com a sua responta - Terminou?
Apenas dou de ombros sorrindo e ele sorri balançando a cabeça.
Vou sentir mesmo falta dele.
××××
Eu quero bater esses dois pelo, drama de novela mexicana.
Já não faço entega de buquê de rosas mas pelo menos ela recebe flores, será que sou a única que nunca recebi?
Fim dá história até nunca, beijos.❤
Nos vemos semana que vem.
Partiu 42.