Capítulo 8

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Emily

Consegui puxar o zipper da minha bota para cima o que parecia estar encravado, sorrio, ando até ao espelho vendo o meu reflexo nele, hoje eu uso uma saia justa preta, meia calça, casaco moletom e as botas da mesma cor que a saia excepto pela camiseta branca que dá o contraste apenas por aparecer a gola.

É o meu charme.

Amo a cor preta, é minha preferida.

Deixei o cabelo solto, primeiro por estar com preguiça e segundo porque quero mostrar os meus belos cachos. Ando até a penteadeira passo o perfume, pego na bolsa para sair de casa.

As meninas sairam cedo hoje, a Fê porque precisava cobrir um caso hoje e a Lizzie tinha muitos pacientes que precisavam de atendimento urgente.

São 11h e antes de ir a biblioteca e ao salão, decido passar primeiro ao meu lugar preferido, no lugar onde consigo pensar sem ser incomodada por ninguém, a praia.

Saio de casa e sinto o frio gostoso que se faz presente, ainda bem que estou agazalhada né. Vou em direção ao ponto de ônibus mais próximo para ir ver o mar ou melhor o meu cantinho.

Assim que subo vejo um casal conversando sobre coisas aleatórias e uma garotinha que tenta convencer a mãe de que ir ao parque é muito mais divertido do que ir as compras com a sua avó.

Sorri.

Quando o ônibus para eu desço pois já tinha chegado ao meu destino quando decido me virar para chegar ao meu local de conforto vejo um cão correr em minha direção se jogando para cima de mim me fazendo cair. Ele lambe o meu rosto e isso me faz rir.

- Ai meu Deus, a moça se machucou? - perguntou um homem que parece ser o dono do cachorro e ele estende a mão para me ajudar a levantar.

- Não se preocupe, eu estou bem - garanti aceitando a sua ajuda e depois me virei para o cachorro que estava sentado e com a língua de fora - Como ele se chama?

- Bandit. - disse ele.

- Bandit... - repito fazendo carinho nele - Que nome lindo rapaz, mas você não pode sair por aí atropelando os outros tá? - digo como se ele entendesse e podesse me responder.

Podem me chamar de maluquinha.

Me endereito e olho para o dono lhe entregando a coleira que peguei enquanto fazia festinhas no cachorro.

- Aqui. - ele olhou e sorriu.

- Obrigado. - aceno e me despeço deles.

Agora desço da calçada e vou em direção a praia mas não no lando onde fica todo mundo mas sim num lado insolado, quase que abandonado pois além de mim ninguém mais frequenta esse lado, por isso gosto tanto dele, é só meu.

Aqui eu consigo pensar de frente ao mar que tanto amo, consigo colocar as ideias em dia, e mais uma vez penso no que aconteceu sábado e um leve suspiro sai dos meus lábios.

Depois de ter saido do banheiro eu voltei ao salão e então e fui puxado pelo "bonitão" como Lizzie chama para uma dança o que foi uma surpresa primeiro porque não tinha o visto e segundo porque não esperava. Ainda lembro da sua voz me causando arrepios sem permissão quando disse que estava linda e do seu cheiro.

Céus, um cheiro maravilhoso.

Mas o que aconteceu depois me surpreendeu ainda mais, quando fui apresentanda como sua namorada para a sua ex e para o atual noivo dela, ele estava louco só podia.

Eu vi que aquela mulher ficou com raiva, ela ainda gosta dele e ele fez isso apenas para causar ciúmes a ela o que funcionou de certa forma e mesmo que eu tenha entrado no joguinho não gostei nada de ser usada daquela maneira.

Nathaniel Salvarote Where stories live. Discover now