( Acharam que não teria um vilão, certo?! Tem sim!!! Pessoal, embora não precisasse, acredito que seria melhor colocar, principalmente para comparações no futuro, mas espero que gostem.
Caramba, este é um capítulo grande si! Vocês terão muitas informações aqui, mas a maioria é já oficial do livro, serve para uma passagem de tempo para o lado Targaryen, principalmente porque desejo fazer os próximos capítulos focados totalmente na dinastia de Visenya.
Gostaria de trazer com muitos mais detalhes, mas então ficaria realmente muito grande e não acho tão importante essa parte além de uma explicação básica do porque Daelon, será conhecido como Daeron, o Monstro, ou como o Rei Bárbaro.
Além disso, amo a parte da história de Maegor e suas esposas, então adaptei sim. Espero que gostem e comentem caso achem algo estranho ou fora do lugar, por favor.
Um grande beijo e um largo abraço 🤗)
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A Coroação do Príncipe Aenys Targaryen, como novo rei regente de Westeros aconteceu no ano de 37 Depois da Conquista.
Ele se ajoelhou em frente a grande escadaria e trono e recebeu a coroa do Conquistador em sua cabeça pelas mãos de seu tio, Gaemon Targaryen.
Ao redor havia 24 lordes e ladys, de cada canto dos seis reinos, mas todo o lugar foi fechado então, por segurança. Os plebeus se plantaram próximo aos portões, muros e varandas, olhando em busca de um vislumbre do novo monarca.
Alguns gritavam injúrias e pedidos, outros parabenizaram, e alguns jogavam frutas podres e pedras por cima dos muros.
Quase longe demais para ser visto por fora do muro, o novo rei apareceu, com sua esposa e filhos ao redor, seus irmãos não muito atrás. Aelor, como o herdeiro então assumido de seu pai, estava a sua esquerda, com sua mãe na direita, seguido por sua irmã Rhaena, Viserys com pouco mais de um ano, e Jeaherys um bebê de meses nos braços da rainha.
Ao longe, muitos olhariam como uma família feliz, rica e extremamente poderosa. Talvez fosse em outras circunstâncias, mas nesta; quem realmente estivesse próximo o suficiente para ver suas expressões saberiam que era pavor, medo, suspeita e desconfiança.
Não podiam confiar em ninguém, falar ou compartilhar algo sem que pudesse ameaçar suas existências.
"Sábio é aquele que conhece o peso da Coroa...E sofrido é aqueles com o sonho da liberdade, sem a chance de alcança-la."
Tais palavras não poderiam ser mais verdadeiras.
Os primeiros meses com o novo reinado começou clamo, sem muitas palavras ou mudanças, nenhuma lei distinta ou reações.
Ninguém da família real saiu para ir a público, nem mesmo o rei, seus irmãos ou seus filhos. Isso somente se alterou na virada da lua do oitavo mês do ano de 37d.C.
E foi para deixar sangue.
Daelon Targaryen declarou-se contra seu rei, na frente da pequena corte repleta de empregados, o chamou de fraco e fraco.
Aenys, não querendo atacar seu irmão, mandou que os soldados o levassem para seu quarto até se acalmar. Isso não serviu, o príncipe, fugiu, pegou seu dragão e jurou tomar o trono.
Ainda assim, o rei não gostaria de entrar em guerra com o irmão que ajudou a criar como seu próprio filho. Soldados foram ordenados a procura-lo e protege-lo, a trata-lo com delicadeza e trazer para o palácio.
Todos eles foram mortos pelo dragão de seu irmão, Kaos.
Tudo se arrastou por muito mais tempo do que qualquer pessoa aceitaria. Cidades foram sitiadas pelo príncipe, assim como aldeias. E ainda assim o rei se recusava a declarar guerra contra o irmão.
As histórias diziam que até mesmo havia seguido para o norte, procurando passar além da muralha e conquistar o apoio dos selvagens.
O rei, finalmente anos mais tarde, pareceu finalmente reagir, quando o Ninho da Águia foi queimado, matando a Lady regente Sharra, assim como muitos outros membros. Por sorte, o herdeiro dos Arryn estava em uma viagem para Pedra Rúnica, onde resolvia negócios com sua esposa e vassalos.
Finalmente o rei se levantou, muitos viram animados,embora a alegria não durasse tanto. Leis foram levantadas, como se isso esperasse resolver os problemas, como se isso fosse parar o príncipe Daelon.
Logo, apelidos de Rei Fraco, Rei Sem Voz, Rei Bastardo e vários outros surgitam. Muitos lordes e plebeus começaram a comentar sobre as antigas presenças constante ao redor da rainha Rhaenys e como provavelmente ele não era um filho do rei, talvez nenhum dos irmãos fosse.
Sabendo que a coroa era a única salvação deles, de terem a morte certa. O rei estabeleceu que falar sobre a linhagem da família real, sem provas concretas era traição. Não importando sua aparência ou posição real.
Isso fez com que muitos fossem presos e mortos, não importando seu status para o reino. Casas chegaram próxima da extinção por isso. E logo o rei recebeu outro nome; O Rei Abominação.
Tudo foi longe demais quando o príncipe Daelon conseguiu aliados, e assassinos pagos, que invadiram o castelo pelas passagens secretas, que só a família real deveria saber... e então atacaram sua família.
Jaena e Maelon foram assassinados na frente dos filhos do rei, enquanto tentavam os ajudarem a escapar. Viserys lutou bravamente a frente do irmão, desejando proteger o herdeiro do Trono, e foi empalado.
Aelor lutou e correu, conseguindo ajudar sua irmã a se esconder, mas pego e morto em um duelo frenético, com seu corpo sendo então arremessado para fora da varanda e empalado pelas espigas.
Ficando a vista para todos dentro e fora da fortaleza.
Aquela madrugada foi apelidada de A Noite de Sangue. Onde mais da metade da família se tornou assassinos em geral, e pior, assassinos de parentes.
O rei ficou desolado pela morte de dois filhos e seus irmãos, declarou-se então não somente guerra ao seu irmão, mas a todos aqueles que o apoiassem. Não haveria perdão.
Com o apoio de algumas casas, como os Baratheon, graças a seu tio Orys, que embora não fosse próximo, se recusou a vê-los morrer assim, e os Velaryon, como família por extensão desde a mãe dos conquistadores sendo a avó de Aenys.
Sem a fé, não havia um dispare religioso interferindo, talvez isso fosse bom ou ruim, no entanto os membros militantes que ainda restavam, lutando pelos Sete Que São Um, acabaram tomando o partido do príncipe usurpador.
Daelon tomou então Pedra Do Dragão, como sede de sua revolta e em busca de sua afirmação como rei.
Sem dragões verdadeiramente capazes ao seu lado, desde os dragões dos seus irmãos falecidos agora eram sem domadores e o de seus filhos muito pequenos, Aenys tentou reinvindicar algum, isso não acabou bem quando perdeu um dos seus braços em resposta hostil ao filhote de Maelon, que parecia ter o melhor tamanho para uma batalha.
Sem mais opções, e com medo de isso chegar ainda mais longe, a rainha Daesella, acabou por tentar ir e chegaram ao acordo com seu irmão.
Isso não resultou bem quando foi recebida com soldados a recebendo e a levando direto para seu irmão, que se sentava no assento de Dragonstorne como se fosse um rei, pretensioso...
" Pare com isso irmão, e Aenys ainda será capaz de lhe perdoar."
" Perdoar? Não a nada a perdoar irmã. Seu marido não nasceu para ser rei e ainda carrega uma coroa. Se reinvindica ser um rei dragão quando se mostra claramente incapaz de ter o sangue quente."
A mulher suspirou com lágrimas nos olhos. Havia ajudado a criar e cuidar daquele homem a sua frente. E em troca seus filhos estavam mortos e seus irmãos também.
" Se quer tanto uma coroa, venha. Lhe daremos uma. Seja então o rei, atue ao lado de Aenys. Você poderá ajudar o de acredita que ele não será capaz. Se não... Então que vá para Dorne. Você tem um dragão, mas não destrua sua própria família."
" Não ficarei atrás de um fraco!" Rugiu." Rei de Dorne, não?! Serei um Rei Absoluto, aquele que verdadeiramente uniu os Sete Reinos, como nem o pai ou Aenys conseguiu, serei grande. Então venha, irmã. Fique ao meu lado, seja então minha noiva e me dê um herdeiro, e será a mulher mais cobiçada do mundo."
" Não serei a prostituta de um Monstro!"
Ela disse irritada, mas isso lhe custou muito mais do que acreditava. Daelon então mandou dois soldados arrancarem e cortarem suas roupas.
Ele a deixou nua em frente a sua corte, a humilhando-a por completo e a permitindo ser tocada por seus homens. Lordes ao lado do usurpador e soldados puderam usar o corpo da rainha como desejavam, antes que o próprio príncipe se aproximasse e a reinvindica-se.
Daelon jurou colocar um príncipe em seu ventre e assim aumentar sua reinvindicação ao trono. E depois então, a jogou em um quarto, jurando retornar mais tarde, e outras vezes até garantir que estivesse grávida.
Daesella passou dois dias trancada, até conseguir escapar, matando um soldado atingindo o garfo que recebeu com a refeição direto no pescoço do homem uma e outra vez, antes de conseguir chamar seu dragão pela janela.
Isso porém só desencadeou a raiva de Daelon que a perseguiu nos céus com seu dragão. Ambas as feras eram tamanho semelhantes, embora o da rainha com sorte fosse mais velho por alguns anos.
Infelizmente o dragão da jovem mulher não era preparado para uma batalha muito menos tinha resistência além de pequenos passeios. Isso resultou em sua morte, e na morte de sua cavaleira.
Dizem que o último som da Fera com algo parecido com o Canto do Dragão, um ressoado triste e agonizante em homenagem a morte da mulher com quem compartilhou o ver o e com quem cresceu.
Sabendo então que não havia mais dragões verdadeiramente capazes de lutar em Kingsland, Daelon pegou seus aliados e invadiu a cidade, fazendo com que seu irmão precisasse bater em retirada com seus três filhos restantes; Rhaena, Jeaherys e Alyssane.
Conseguiram apoio para se mudar para Derivamarca, o assento dos Velaryon, onde se estabeleceram durante a revolta. No entanto, com sua saúde sempre frágil e adoentada, o rei não aguentou toda a pressão, e morreu três dias depois de sua chegada.
Agora Órfãos, Rhaena e Jeaherys eram os filhos mais velhos vivos do antigo rei, e foram acolhidos pelos Velaryon, como protegidos, mesmo sabendo que isso poderia causar um briga direta da coroa para eles.
Mais tarde naquele ano, após uma visita de Daeron com seu dragão, Alyssa Velaryon trouxe Jaehaerys, sua irmã Rhaena e Alyssane para Porto Real, onde eles testemunharam o casamento do rei Daelon com Ceryse Hightower no Septo.
Seu casamento era claro que foi pelo apoio da Fé dos Sete a sua causa. No entanto, o casamento se mostrou tenso e infrutífero após três anos, pois não houve nenhuma gestação anunciada.
E pouco depois, a rainha Ceryse foi acometida
subitamente de uma doença e faleceu. Correu pela corte o boato de que
Sua Graça havia ofendido o rei com algum comentário mordaz, então ele
dera ordem para que sor Owen lhe cortasse a língua. Dizem que a rainha
resistira, sor Owen perdera o controle da faca, e a garganta da rainha fora
cortada.
Embora nunca tenha sido comprovada, essa história recebeu
grande crédito na época; contudo, hoje, a maioria dos meistres acredita
que tenha sido uma calúnia concebida pelos inimigos do rei para macular
mais ainda sua reputação. Qualquer que fosse a verdade, a morte da
primeira esposa de Daelon o deixou com uma única rainha, a Lady Alys Harroway, de cabelos castanhos e rosto em formato de coração.
Este também que não lhe deu frutos.
Em 44D.C, Jaehaerys, Alysanne e Rhaena residiam em Pedra do Dragão como reféns, até uma revolta protestante ao reinado falso, como fora apelidado.
Em meio ao caos de uma rebelião estourada pelo casamento de Daelon com Tyanna da Torre, também conhecida como Tyanna de Pentos, que o seguiu como sua amante até ali, os três conseguiram fugir da ilha usando os dragões de Jeahaerys, Vermithor, o fazendo ser montado pela primeira vez, e Rhaena com Dreamfyre, junto a sua irmã mais nova, que tinha Asaprata os seguindo, sendo muito nova para ser montada.
No ano de 47d.C, Daelon forçou três viúvas de fertilidade comprovada a se casar com ele em uma cerimônia, após seu segundo e terceiro casamento também ser declarado falho na concepção de um herdeiro para o rei.
O Rei Daelon então estava desesperado para conceber um filho, e exigiu uma lista de mulheres com a fertilidade comprovada para se casar com ele e lhe dar um Herdeiro legítimo.
Em causa da situação, essas mulheres passaram a ser reconhecidas como Noivas Negras, sendo uma delas então a irmã mais velha do príncipe Jaehaerys, Rhaena., que se escondia em uma ilha distante antes de ser emboscada e recuperada ao rei.
Ainda sem um filho, deserdou Jaehaerys oficialmente e proclamou Rhaena, como sua herdeira até então, mesmo sendo sua suposta noiva.
No entanto, o reino lentamente se voltou contra Daelon, e quando Jaehaerys apresentou sua reivindicação pelo trono, por meio do apoio dos Baratheon e dos Velaryon, ele unificou as facções que se opunham a ele.
O primeiro grande senhor a proclamar-se abertamente por Jaehaerys foi seu primo de segundo grau, Lorde Rogar Baratheon, de Ponta Tempestade, de onde havia assumido o título na morte de Orys, durante a batalha de Aenys e Daelon.
Uma perda enorme para eles, que nem mesmo pode ser sentido em meio a tudo isso.
Outras grandes casas o seguiram, incluindo a Casa Lannister, a Casa Tyrrell, a Casa Arryn, e até mesmo a Casa Tully, embora eles tenham se juntado originalmente a Daelon contra o rei Aenys.
Rhaena, a irmã de Jaehaerys, fugiu de seu noivado em seu dragão depois de saber sobre a reivindicação de irmão, roubando a espada de aço Valiriano do seu pai, Blackfyre, no momento de sua partida.
Finalmente então uma de suas noivas engravidou, Lady Alys Harroway, filha de Lucas Harroway, novo Senhor de Harrenhal.
Por um breve período em 44 DC, parecia que o rei viria a receber o filho que ele desejava tão desesperadamente. A rainha Alys anunciou que estava grávida, e a corte celebrou. O grande meistre Desmond confinou Sua Graça à cama conforme sua barriga crescia e se encarregou de seus cuidados, com a assistência de duas septãs, uma parteira e as irmãs da rainha, Jeyne
e Hanna. Daelon insistiu que suas outras esposas também servissem à
rainha grávida.
No entanto, na terceira lua do confinamento, a senhora Alys começou a sangrar profusamente e perdeu a criança. Quando o rei foi ver o natimorto, ficou horrorizado ao descobrir que o menino era um monstro, com membros retorcidos, uma cabeça gigantesca, e sem olhos.
" Isto não pode ser meu filho!" bradou ele, angustiado.
Seu luto então deu lugar à fúria, e ele ordenou a execução imediata da parteira e das septãs que haviam se encarregado do cuidado da rainha, e
também do grande meistre Desmond, poupando apenas as irmãs de Alys.
Dizem que Daelon estava sentado no Trono de Ferro com a cabeça do grande meistre nas mãos quando a rainha Tyanna foi lhe dizer que ele
havia sido enganado. A criança não era de seu sangue. Ao ver a rainha Ceryse voltar à corte idosa, amargurada e infértil, Alys Harroway começara a temer que sofreria a mesma sina se não desse um filho ao rei, então recorrera ao senhor pai dela, a Mão do Rei. Nas noites em que o rei partilhava a cama com a rainha Ceryse ou com a rainha Tyanna, Lucas Harroway enviava homens à cama da filha para fecundá-la.
Daelon se recusou a acreditar. Ele jogou a cabeça do grande meistre em Tyanna e
declarou que ela era uma bruxa ciumenta, e estéril.
" Aranhas não mentem."
respondeu a senhora dos segredos. E entregou ao rei uma lista. Escritos ali estavam os nomes de vinte homens que supostamente teriam
fornecido suas sementes à rainha Alys. Homens velhos e jovens, belos e feios, cavaleiros e escudeiros, senhores e criados, e até cavalariços e ferreiros e cantores; aparentemente, a Mão do Rei havia aberto bastante o leque. Os homens tinham apenas uma qualidade em comum: todos eram homens de comprovada potência e pais de filhos saudáveis.
Sob tortura, todos exceto dois confessaram. Um, pai de doze, ainda tinha o ouro que lorde Harroway pagara por seus serviços. O interrogatório foi conduzido rapidamente e em segredo, então o lorde Harroway e a rainha
Alys só se deram conta das suspeitas do rei quando a Guarda Real avançou contra eles. Arrastada da cama, a rainha Alys viu as irmãs serem mortas diante de si quando tentaram protegê-la. Seu pai, examinando a Torre da
Mão, foi empurrado do terraço para se estatelar nas pedras abaixo. Os filhos, irmãos e sobrinhos de Harroway também foram levados.
Arremessados contra as estacas no fundo do fosso seco em torno da Torre de Visenya, alguns levaram horas para morrer; o simplório Horas
Harroway agonizou por dias. Os vinte nomes da lista da rainha Tyanna logo se juntaram a eles, e mais uma dúzia de homens, mencionados pelos
primeiros vinte.
A pior morte foi reservada à própria rainha Alys, que foi cedida à sua esposa Tyanna para sofrer. De sua morte, não falaremos, pois há coisas que melhor seria que fossem enterradas e esquecidas. Basta dizer que sua morte se estendeu por quase uma quinzena, e que o próprio rei esteve presente do começo ao fim, para testemunhar sua agonia.
Após a morte, o corpo da rainha foi esquartejado em sete partes, e seus pedaços foram cravados em estacas acima dos sete portões da cidade, onde permaneceram até apodrecer.
O próprio Daelon saiu de Porto Real, reunindo um contingente forte de cavaleiros e homens de armas, para marchar contra Harrenhal e
completar a destruição da Casa Harroway.
O grande castelo junto ao Olho de Deus tinha uma leve guarnição, e o castelão, um sobrinho do lorde Lucas e primo da falecida rainha, abriu os portões ao ver a aproximação do rei. A rendição não o salvou; Sua Graça passou toda a guarnição na espada, assim como qualquer homem, mulher e criança que ele acreditasse ter
uma gota sequer de sangue Harroway. Em seguida, marchou para Vila do Lorde Harroway no Tridente e repetiu o feito.
Após todo o derramamento de sangue, o povo começou a dizer que Harrenhal estava amaldiçoado, pois todas as casas nobres que foram agraciadas com o castelo haviam sofrido um fim terrível e sangrento. No entanto, muitos homens ambiciosos do rei desejavam a poderosa sede de Harren Negro, com suas vastas e férteis terras… tantos que o rei Daelon se cansou das insistências e decretou que Harrenhal iria para o mais forte de todos. E, assim, vinte e três cavaleiros a serviço do rei lutaram com espada
e maça e lança nas ruas sangrentas de Vila do Lorde Harroway.
Sor Walton Towers emergiu vitorioso, e Daelon o nomeou Senhor de Harrenhal… Mas o combate havia sido cruento, e sor Walton não viveu tempo suficiente para desfrutar o título, morrendo em decorrência de seus ferimentos depois de uma quinzena. Harrenhal então passou ao filho mais velho dele, seus domínios, porém, foram muito reduzidos, pois o rei concedeu Vila do Lorde Harroway ao lorde Alton Butterwell e o restante das propriedades dos Harroway ao lorde Darnold Darry.
Como necessidade de comprovar a fertilidade de suas esposas, algumas delas já tinham seus próprios filhos, e casadas, que tiveram seus casamentos anulados pelo rei, mas ainda assim seus filhos mais velhos foram retificados e certificados de permanecer com suas legítimas heranças.
O filho da rainha Jeyne foi ratificado como
Senhor de Solar Tarbeck e enviado a Rochedo Casterly para ser criado como protegido de Lyman Lannister. Os filhos mais velhos da rainha
Elinor tiveram tratamento similar, um enviado ao Ninho da Águia e o outro, a Jardim de Cima. O bebê mais jovem da rainha foi entregue a uma
ama de leite, visto que o rei tinha asco quando a rainha amamentava.
Meio ano depois, Edwell Celtigar, a Mão do Rei, anunciou que a rainha Jeyne estava esperando um filho. Mal a barriga começara a crescer, e o rei revelou pessoalmente que a rainha Elinor também estava grávida. Daelon cobriu a mulher de presentes e honras, e concedeu terras e títulos aos pais, irmãos e tios delas, mas essa alegria se revelou breve.
Três luas antes do previsto, a rainha Jeyne foi levada à cama com o início repentino de dores do parto e deu à luz uma criança natimorta tão
monstruosa quanto a que Alys Harroway havia parido, uma criatura sem pernas e braços e dotada de órgãos genitais masculinos e femininos. E a mãe tampouco viveu muito mais que a criança.
Os homens disseram que Daelon estava amaldiçoado. Ele havia matado os sobrinhos, entrado em guerra contra seu próprio irmão e enganado a Fé e o alto septão, desafiado os
deuses, cometido assassinato e incesto, adultério e estupro. Suas partes intimas estavam envenenadas, sua semente, cheia de vermes, e os deuses jamais lhe dariam um filho vivo. Ou assim diziam os murmúrios.
O próprio rei optou por outra explicação e mandou que sor Owen Bush e sor Maladon Moore capturassem a rainha Tyanna e a levassem às masmorras.
Lá, a rainha pentoshi confessou tudo enquanto os torturadores do rei ainda preparavam seus instrumentos: ela havia envenenado o filho de Jeyne Westerling dentro do útero, tal como ela fizera com o de Alys Harroway. E prometeu que aconteceria o mesmo com a cria de Elinor Costayne.
Dizem que o rei a matou pessoalmente, removendo seu coração com Fogonegro e dando-o de comer aos cachorros. Mas, mesmo ao morrer, Tyanna da Torre teve sua vingança, pois se realizou exatamente o que ela
havia prometido. A lua mudou e voltou a mudar, e na escuridão da noite a rainha Elinor também deu à luz um bebê natimorto deformado, um
menino sem olhos com asas rudimentares.
Isso aconteceu no ano 48 Depois da Conquista, o sexto ano do reinado de Daelon I, e o último de sua vida.
Agora não havia quem duvidasse nos Sete Reinos que o rei estava amaldiçoado. Os seguidores que lhe restavam começaram a desaparecer, evaporando como orvalho ao sol da manhã. Chegaram a Porto Real notícias de que sor Joffrey Doggett fora visto entrando em Correrrio, não como prisioneiro, mas na condição de convidado do lorde Tully.
Septão Lua apareceu mais uma vez, liderando
milhares de fiéis em marcha através da Campina rumo a Vilavelha, com a intenção declarada de confrontar o lambe-botas do Septo Estrelado e exigir que ele condenasse “a Abominação no Trono de Ferro” e rescindisse sua proibição contra as ordens militares. Quando o lorde Oakheart e o lorde Rowan apareceram diante dele com suas tropas, não foi para atacar Septão
Lua, e sim para se unir a ele. O lorde Celtigar renunciou ao posto de Mão do Rei e voltou à sua sede em Ilha da Garra.
O pior golpe veio de Ponta Tempestade. Ali, nas margens da Baía dos Naufrágios, o lorde Rogar Baratheon proclamou o jovem Jaehaerys
Targaryen como o verdadeiro e legítimo rei dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, e o príncipe Jaehaerys o nomeou Protetor do
Território e Mão do Rei. Allysa Velaryon, junto a a princesa Alysanne, a irmã do rei, estavam ao seu lado quando Jaehaerys desembainhou Irmã Sombria e jurou dar um fim ao reinado de seu tio usurpador.
Cem vassalos e cavaleiros das terras da tempestade gritaram vivas diante da proclamação. O príncipe Jaehaerys tinha catorze anos quando reivindicou o trono; um belo rapaz, habilidoso com a lança e o arco longo, e competente cavaleiro. Ademais, ele montava uma grande fera bronze e bege chamada Vermithor, e sua irmã Alysanne, uma donzela de doze anos,
possuía sua própria dragão, Asaprata.
" Daelon tem apenas um dragão." Disse o lorde Rogar aos senhores da tempestade. " Nosso príncipe tem dois."
E logo eram três. Quando chegou à Fortaleza Vermelha a notícia de que Jaehaerys estava reunindo suas forças em Ponta Tempestade, Rhaena Targaryen montou Dreamfyre e voou para se unir a ele, abandonado o tio
que ela fora obrigada a desposar.
A reação do rei Daelon foi vagarosa e confusa. Ele exigiu que o grande meistre enviasse seus corvos, convocando todos os senhores e vassalos leais para se apresentarem em Porto Real, mas constatou que Benifer havia
zarpado para Pentos.
Lord Velaryon de Derivamarca foi um dos primeiros a se declarar a favor de Jaehaerys. Como os Velaryon eram os almirantes tradicionais do reino, Daelon acordou e descobriu que havia perdido toda a frota real. Os Tyrell de Jardim de Cima foram os seguintes, com todo o poderio da Campina. Os Hightower de Vilavelha, os Redwyne da Árvore, os Lannister, de Rochedo Casterly, os Arryn do Ninho da Águia, os Royce, de Pedrarruna.
Um a um, todos se rebelaram contra o rei.
Em Porto Real, uma tropa de senhores menores se reuniu por ordem de Daelon, incluindo o lorde Darklyn de Valdocaso, o lorde Massey de
Bailepedra, o lorde Towers de Harrenhal, o lorde Staunton de Pouso de Gralhas, o lorde Bar Emmon de Ponta Afiada, o lorde Buckwell das Hastes, os lordes Rosby, Stokeworth, Hayford, Harte, Byrch, Rollingford, Bywater e
Mallery. No entanto, eles lideravam um total de apenas quatro mil homens, e apenas um em dez destes era cavaleiro.
O rei os reuniu na Fortaleza Vermelha certa noite para discutir seu plano de batalha. Quando eles viram a escassez de seu número e se deram
conta de que nenhum dos grandes senhores chegaria, muitos se desanimaram, e o lorde Hayford chegou inclusive a insistir que Sua Graça
abdicasse e tomasse o negro. Sua Graça deu ordem para que Hayford fosse decapitado imediatamente e continuou o conselho de guerra com a cabeça do senhor cravada em uma lança atrás do Trono de Ferro.
Os senhores passaram o dia todo traçando planos, e avançaram noite adentro. Era já a
hora do lobo quando Daelon enfim permitiu que eles se retirassem. O rei ficou para trás, ponderando no Trono de Ferro, enquanto eles saíam. Os lordes Towers e Rosby foram os últimos a ver Sua Graça.
Horas depois, ao raiar da alvorada, a última das rainhas do Usurpador foi procurá-lo. A rainha Elinor o encontrou ainda no Trono de Ferro, pálido e morto, o manto encharcado de sangue.
Seus braços haviam sido rasgados
dos pulsos aos cotovelos em pontas irregulares, e outra lâmina havia atravessado seu pescoço até sair por baixo do queixo.
Até hoje, são muitos os que acreditam que foi o próprio Trono de Ferro que o matou. Dizem que o rei ainda estava vivo quando Rosby e Towers
saíram da sala do trono, e os guardas postados nas portas juraram que ninguém entrou depois, até o momento em que a rainha Elinor o descobriu.
Há quem diga que foi a rainha quem o pressionou contra aquelas pontas e lâminas, para vingar o assassinato de seu primeiro marido. A Guarda Real poderia ter sido a responsável pelo ato, mas para isso ela precisaria ter agido em conluio, pois havia dois cavaleiros em cada porta. Também poderia ter sido um ou mais desconhecidos, que teriam entrado e saído por uma passagem oculta na sala do trono.
A Fortaleza Vermelha tinha seus segredos, conhecidos apenas pelos reis e seus descendentes. Pode ser também que o rei tenha sentido o desespero nas escuras profundezas da
noite e tirado a própria vida, retorcendo as lâminas necessárias e rasgando suas veias para se poupar da derrota e da desgraça certas que o
aguardavam.
O reinado de Daelon I Targaryen, que entrou para a história e para as oendas como Daelon, o Monstro, durou seis anos e sessenta e seis dias. Depois de sua morte, seu corpo foi queimado no pátio da Fortaleza Vermelha, e suas cinzas, sepultadas em Pedra do Dragão ao lado das de sua mãe, pai e irmãos. Ele morreu sem filhos e não deixou nenhum herdeiro de sua própria semente.