Quatro metades.. duas inteira...

By Karrie157

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Uma menina com uma vida ''maravilhosa'', com pais maravilhosos e um passado ''maravilhoso'', numa história ma... More

Introdução: leia por favorzinho :3
-APRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM-
-DESPEDIDA TEMPORÃ-
-EXPLICAÇÕES E CHOQUES-
-1ª PROVA-
-PRIMEIROS OLHARES-
-AÇÃO INVOLUNTÁRIA-
-AFLIÇÃO-
-VOCÊ ESTÁ BEM?-
-O COMEÇO-
-CONFISSÕES-
-ENFRENTAMENTO-
-RECOMEÇO-
-ESCOLHAS-
-CAMINHO, DESTINO, E DETALHES-
-ENCONTRO-
-NOTÍCIAS-
-RETORNOS E QUESTÕES-
-AMEAÇAS-
-DUELO INESPERADO-
-ESPECIAL-
-ACAMPAMENTO-
-REENCONTRO-
-PERDAS-
-☆ESPECIAL BNHA MEDIEVAL: A FERA☆- (...eu avisei ;])
-REARRANJO-
-CRIAÇÕES E MODIFICAÇÕES-
-O COMEÇO DE UMA NOVA ETAPA (Parte 1)-
-OPÇÕES DECISÓRIAS (Parte 2)-
-SEXTA-FEIRA... SÁBADO-FEIRA... ROLÊ-FEIRA-
-INFORMAÇÕES MEANDROSAS-
-DUPLAS-
-VELHOS NOVOS ENCONTROS-
-CLASSIFICAÇÕES-
-ESPECIAL ESPECIAL :D-
-PESADELOS E CONVITES-
-☆ESPECIAL FILME 1: DIAS INSONDÁVEIS-
Aviso, comunicado, recado, como quiserem chamar
-DOIS MINUTOS-
-TREINO INESPERADO (e outra coisa inesperada também ¬u¬)-
-☆*: .。.ESPECIAL 1K.L- RÁDIO DA ̶D̶E̶S̶C̶O̶B̶E̶R̶T̶A̶ Vergonha.。.:*☆-
-NOVO DESAFIO EM RETA FINAL-
-A RETA-
-☆ESPECIAL FILME 2: O FINAL-
-FINS-
-RE..VOLTAS-
-LIMITAÇÕES-
-☆ESPECIAL 2K- UNIVERSO ALTERNATIVO: Jornada para o caminho inverso☆-
Another avisinho ( ._.)
-CELEBRAÇÕES-
Aviso não muito agradável ;-;
HAPPY NEW YEAR :DD
-CHEGADA-
-☆*: .。.ESPECIAL 3K - E SE FÔSSEMOS ADULTOS?.。.:*☆-
-NOTAS-
-A FINS DO FIM-
-ASCENSÃO AO SUBSOLO-
-INFERNO-
-☆*: .。.ESPECIAL 4K - E SE FÔSSEMOS ADULTOS? PARTE 2.。.:*☆-
-COVARDIA-
-TORTURA-
-MÁSCARAS-
-DEVASSAS ARRELIADAS-
-INÉPCIA-
-CHAMADO FUNÉREO-
-CIÚMES ZELOSOS-
-RESULTADOS-
Avisin inocente :3
-DIAS DE FOLGA-
...
-☆*: .。.ESPECIAL 5K - E SE FÔSSEMOS ADULTOS? PARTE FINAL.。.:*☆- (em hiatus)
-AVANÇOS-
-PORTÕES-
-CONTÍNUO-
-EXPOSIÇÃO-
-ALEGAÇÕES-
-SOLIDARIEDADE-
-PATRULHA-
-RELEMBRANÇAS-
-DEPARO-
-ACOLHIMENTO-
-CONVERSAS-
Recadin inocente :3
AGRADECIMENTO 8K
Pequena nota

☆*: .。.-ESPECIAL 7K - EM HOGWARTS-.。.:*☆

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By Karrie157

/!\Detalhe: Os pais da Kamari não são referência aos pais biológicos dela na história original






Narrador Onisciente


  Numa noite até que bem fria, e com justificativa, afinal era em Londres, na Rua Calcifus, e num hospital com ar-condicionado, onde um casal de bruxos estava lá a ponto de ter um bebê.. melhor dizendo.. uma bruxa e um lobisomem, e não me perguntem como isso foi possível. Mas bem, voltando ao casal..

Gomu: Vamos, Marry, aguenta só mais um pouco. - disse tentando tranquilizar sua esposa, quem estava a ponto de parir a criança, segurando sua mão enquanto os médicos faziam o que deviam.

Pensamentos de Marry: ''Estou aguentando mais de vinte horas de trabalho de parto e uma hora e meia de procedimento médico, obrigada'' - e então, depois de mais uns minutinhos, os doutores ali presentes tiveram a parição como bem sucedida e o bebê moreninho já estava nas mãos de um dos especialistas.

Médico 1: É uma menina.. saudável, graças a Deus... Por favor, toalhas e água quente. - exclamou à equipe, e então os outros três do grupo prepararam tudo e limparam a menininha, além de cortarem o cordão e etc., procedimento que levou pouco menos de vinte minutos.

Marry: (respira profundamente).. Posso segurá-la..? - perguntou ternamente e num volume mais baixo enquanto sorria levemente.

Médico 1: Sim, senhora, só um instante. - e após a concordância, o profissional foi até a bancada onde os outros assistentes estavam e esperou-os enrolarem a recém-nascida num pano mais fino, e logo mais a entregaram pra sua mãe - Meus parabéns, senhora Marry.

Marry: .. Obrigada, eu estava esperando muito por isso. - falou com um sorriso bem alegre no rosto.

Gomu: Eu também, é bastante incomum um filho entre um humano e.. alguém como eu, fico feliz que tenha dado tudo certo.

Marry: Ah, inclusive, podemos solicitar um teste de DNA pra vermos como é o sangue dela?

Médico 2: Podem sim, mas só daqui a cinco meses, a criança precisa de tempo pra se desenvolver, mas sim, quando o tempo respectivo passar, voltem pra cá para que possamos fazer os exames.

Marry: Obrigada, doutor.

  E então, mais um tempinho se passou até que o casal pegou o caminho de casa de carro, e enquanto esse trajeto era seguido, a adulta, que está segurando a menina e já a amamentando, inicia uma pequena conversa.

Marry: Achei engraçado você tentando esconder que é um lobisomem lá atrás, mas na hora do exame você não vai sair ileso. - disse rindo levemente.

Gomu: Eu sei, mas é melhor prevenir agora do que remediar agora, e só vamos fazer um simples e ordinário teste de DNA, ninguém vai me mandar preso por ser um lobisomem que fez um exame pra saber do sangue da sua própria filha, não é mesmo? - respondeu bem tranquilo.

Marry: Pois é, e aposto que ela tem um sangue purinho de bruxo, igual ao meu.

Gomu: Hmp, como você vê isso de cara?

Marry: Pela regra de posse, quem pariu ganha essa disputa.

Gomu: De jeito maneira, daqui a pouco ela vai se transformar em lobisomem, vai bisolhando.

Marry: Vamos ver quem ganha essa aposta daqui a cinco meses, mas.. fico muito feliz só de ter tido essa menina linda, ela vai se tornar uma excelente bruxa daqui a uns anos. - falou bem emocionada e abraçando de leve a criança, e o adulto somente mirou a cena por uns segundos de uma forma bem terna, mas.. nem tudo saiu como eles planejaram..


*(Cinco meses depois...)*


  Agora já no hospital, também à noite, os dois adultos trouxeram a bebê deles, que a nomearam de 'Kamari', para o teste de DNA, e depois de uns minutinhos sentados em frente ao laboratório, o clínico chegou à sua mesa com alguns papéis.

Médico 3: Muito bem, senhor Gomu e senhora Marry, os exames constataram detalhes que vocês têm sorte de eu não poder denunciar pro Ministério da Magia de Londres. - começou explicando numa voz calma.

Gomu: É sobre mim por acaso?

Médico 3: Exatamente, mas vou deixar isso passar por você simplesmente ter conseguido até mesmo formar família com uma humana bruxa comum, e.. sobre a filha de vocês, ela é um raro caso de heterozigose entre raças diferentes, então.. digamos que ela herdou o sangue metade bruxa e metade lobisomem. - no mesmo instante que essa notícia foi dada, o sorriso do casal se apagou completamente - Eu nem sei dizer se os parabenizo ou se dou-lhes um prêmio, porque essa ocasião é extremamente difícil de conseguir, para que vocês entendam, a chance de essa menina ter nascido assim era de uma em seis. - disse mais empolgado, ao contrário do par.

Marry: .. E-espera aí, deve ter algum engano, não? - perguntou temerosa e mirando um pouco a criança em seus braços.

Médico 3: Não há engano algum, os exames não têm falhas. - depois dessa confirmação, o casal se mostrou extremamente incrédulo, ao ponto de seus olhares esboçarem até mesmo uma secreta raiva que era totalmente direcionada à bebê, quem estava inocentemente dormindo no colo de sua mãe.

Gomu: .. (raspa a garganta).. Então.. obrigado, doutor.. muito mesmo. - falou mais antipático enquanto se levantava da cadeira, assim como sua esposa.

Médico 3: Por nada, fico feliz em ter ajudado. - e sem mais dizerem uma palavra sequer, os dois adultos saíram do hospital e foram até sua casa e ficaram mais um tempo lá na frente da janela da cozinha mirando a rua noturna vazia com suas feições fechadas e raivosas.

Marry: ... Uma em seis.. - falou num tom nem um pouco agradável.

Gomu: .. Uma exceção.. - disse com a mesma energia - ... Exceções são sempre uma maldição, queríamos a pureza dos nossos sangues, mas ao invés disso, recebemos uma criança amaldiçoada que estragou cinco chances de termos o filho que desejávamos, uma de.. sangue mestiço.. - expressou mirando a menina em seu berço com muito nojo em sua voz.

Marry: (suspiro profundo).. Uma pena não podermos sacrificá-la, vamos ser presos por homicídio qualificado, e ainda vamos ganhar mais tempo de pena por assassinato ao incapaz.. - falou um tanto desanimada.

Gomu: E você ainda vai ter que amamentá-la por mais um mês só pra aí sim darmos alimentos sólidos pra ela.

Marry: Ah não, não não não, eu me recuso a gastar o nosso precioso dinheiro pra alimentar uma praga como essa no mundo.. ela é um demônio pro mundo mágico.. então quanto ela completar seis meses, vamos deixá-la pra lá, largá-la em qualquer lugar, vai ser muito melhor pra nós e pro planeta todo, e torçamos pra que ela morra no processo.

Gomu: Hmp, ninguém merece uma aberração dessa, só uma pena ela se parecer tanto com você fisicamente.

Marry: Por favor, não me compare mais, eu não sou mais a mãe dela.. e nem nós a família dela... nem sei por que demos um nome a ela antes de fazermos o exame.. não merecemos essa maldição conosco..

Gomu: Se ela der alguma sorte de sobreviver depois do mês que vem, vamos combinar de amaldiçoá-la pro resto de sua vida medíocre.

Marry: Rezemos pra que não né, mas.. se porventura acontecer.. faremos isso mesmo... ela vai ver o significado da palavra 'escória'...


*(Mês seguinte...)*


Gomu: Pronto, aqui, enrola ela e põe nessa caixa. - disse à sua esposa e trazendo para perto dela um caixote de papelão de tamanho médio enquanto a mulher embrulhava a criança num pano branco, apenas deixando seu rosto de fora, para então deixar a menininha dentro da caixa, e logo mais a adulta puxa sua varinha de seu bolso e mira na jovem.

Marry: Obliviate. - usou o dito feitiço para apagar a memória da criança e deixá-la dormindo por mais tempo, só que.. na real, essa magia só serviu para deixá-la adormecida por mais tempo... o truque não funcionou totalmente para a Kamari - Ah é, vou escrever um bilhete pra pôr aí. - falou pegando um papel pequeno e uma pena com tinta, para então começar a redigir o texto.

Gomu: Pra quê?

Marry: Pra expô-la, só isso. - após concluir a escrita, a adulta colocou a nota na caixa sobre o tecido que envolvia a neném - Pronto, agora eu vou levá-la pra algum lugar. - disse segurando o contendor.

Gomu: Ok, pra onde exatamente?

Marry: Qualquer lugar, só longe o bastante para que nunca associem-na a nós, já volto, fique aí, não pode se manifestar na luz da lua cheia. - terminou sua frase, abrindo a porta de sua casa e a fechando depois, para então andar pelas ruas na fria calada da noite para se desfazer de sua cria, e depois de cruzar calçadas e estradas e mais calçadas, a bruxa chegou a uma esquina perto de um parque - Vai ser aqui mesmo.. - falou suspirando um pouco por causa do frio, e então pôs a caixa com a menininha no passadiço e a mirou com bastante desprezo - .. Espero que apodreça bem aí.. escória.. - disse com um pouco mais de raiva e cuspindo perto do caixote ao final de sua fala, e logo após foi andando para deixar a bebê sozinha lá sem o menor peso na consciência.. nem ressentimento.. nem dó... nem nada...

  Uns vinte e cinco minutos depois do abandono ter acontecido, aparentemente nada mais passava nas ruas a não ser o vento frio e névoa rala, fora os morcegos que voavam de árvore em árvore, mas.. algo até que ia passar pela rua onde a criança estava, sabiam?

Mark: Vamo cantar uma música de velho agora, cervejeiro? - disse animado um chaveiro de cabeça humana de tamanho reduzido no espelho de condução do ônibus noturno.

Tadashi: Eu não bebo, mas vamos sim, qual?

Mark: Aquela que... eita, o GPS sinalizou um bruxo perdido a duas quadras daqui, pisa fundo, motorista sem freio. Mas bem.. só as do seu tempo, compadre, (raspa a garganta).. é disso que o velho gosta.. - cantou um dos versos de forma bem fiel à música original.

Tadashi: Olha, essa é boa mesmo. - a partir daqui, começou a cantar - Bom churrasco, bom chimarrão.. fandango, trago e... o quê?!? Um bebê largado no meio da calçada!! - bradou um tanto desesperado quando o ônibus parou onde o GPS sinalizou.

Mark: Errou a letra.

Tadashi: É sério, tem um bebê aqui. - falou ainda bem assustado com o que estava acontecendo e desceu rapidamente do veículo para pegar a caixa e trazê-la pra dentro do automóvel - Oh Deus.. ah? Tem um bilhete aqui.. - disse pegando o papel para o ler - Aqui diz: ' ''Kamari'', o nome que não merecia'.. então ela foi abandonada... - após a conclusão, o adulto pôs as costas de seus dedos nas bochechas da criança - Ela está muito gelada, ô seu motorista, acelera aí direto pro hospital, essa criança precisa de ajuda. - pediu um tanto aflito, e então o ônibus foi a toda velocidade pro centro médico, e quando chegaram, o adulto rapidamente desceu do veículo e foi pra dentro do ambulatório com a bebê em seus braços - Socorro, por favor! Essa criança precisa de ajuda urgentemente! - disse com extremo suplício, e imediatamente todos os médicos lá na recepção preparados deram atenção ao adulto e à jovem, pegando-a e a levando pra um pronto-atendimento de emergência.

Enfermeira: O que houve com ela, senhor? E como ambos identificam-se?

Tadashi: Me chamo Tadashi Hamada, e ela aparentemente se chama Kamari ou algo assim, li isso num bilhete que foi encontrado junto a ela numa caixa de papelão e dizendo que a bebê não merecia esse nome, eu simplesmente achei ela na calçada dentro de um caixote no meio do frio sem ninguém por perto, e acredito fortemente que ela tenha sido abandonada, só.. por favor cuidem dela o máximo possível.

Enfermeira: Não se preocupe, senhor Hamada, vamos pô-la sob sua custódia até identificarmos o caso e concluirmos o tratamento.

Tadashi: E-espera aí, eu não posso cuidar dela, não tenho condições, trabalho como condutor no ônibus noturno, não consigo dá-la atenção e... - foi interrompido ao notar-se que começara a ficar mais ansioso.

Enfermeira: Digo que colocaremos o senhor com o título de responsável e que poderemos cuidar da menina aqui mesmo até que encontre outra casa pra morar, iremos fazer isso para que ela tenha pelo menos uma conexão com alguém, entendeu, senhor?

Tadashi: .. Sim, entendi. - respondeu meio constrangido ao ver seu próprio comportamento.

Enfermeira: Ótimo, não se preocupe, senhor Hamada, cuidaremos dela o máximo possível.

Pensamentos de Tadashi: ''.. Que bom... pobrezinha.. ela não merece isso..''


*(Dezesseis anos depois... No mesmo hospital...)*


  Ainda sim depois de todo esse tempo passado, a Kamari continuou naquela mesma instituição sendo cuidada por todos dali, sendo educada, alimentada, e inclusive recebendo breves visitas do Hamada, mas a menina nunca chegou a ligar muito pra isso, já que ela cresceu como uma garota quieta, isolada, e que só tinha a sua própria visão de alguém sem valor por ter sido largada de lado por seus pais biológicos, que por sinal, ela não sabe quem são até hoje.. Mas bem... apesar de essas coisas ruins terem acontecido quase que em sequência, uma só coisa poderia e pôde mudar a vida da jovem.. 

  Enquanto em seu quarto, vestida com seu pijama de hospital, encolhida em seus joelhos em sua cama e com a janela meio aberta, a garota só refletia sobre nada, como todos os dias, mas aí, com sua audição avançada, ela ouviu um som de algo cortando o vento do lado de fora do dia ensolarado, e quando prestou atenção e levantou sua cabeça para mirar a vidraça, percebendo algo parecido com um papel mais grosso e voando estranhamente em linha reta até parar em sua frente, e notando que aquilo realmente era um envelope com um brasão de escudo sendo usado de selo, a menina se desencolheu um pouco mais e pegou o embrulho, para então o ler.

Pensamentos de Kamari: ''Hogwarts..?'' - e então, logo mais a heterocromática dourada e castanha abre o invólucro e puxa o papel principal de dentro dele, para logo lê-lo - '' 'Senhorita Kamari, é com muito prazer que eu, Alvo Dumbledore, digo que está mais que pronta para ingressar à escola de magia e bruxaria de Hogwarts. As aulas começam em abril, e segue a lista de materiais que precisará em nossa instituição. Toda escola ficará honrada em te ter conosco.' ''

Kamari: ... Que droga é essa..? - questionou consigo mesma numa voz bem incrédula e de volume baixo, e após mais uns segundos refletindo no que era aquele aviso, a morena saiu de sua cama e de seu quarto, para então ir até uma salinha de descanso, onde somente uma enfermeira estava, notando a entrada da garotinha obviamente.

Enfermeira: Oh, bom dia, Kamari. O que você trouxe consigo? - recepcionou a morena bem gentilmente, mas a dita ainda estava olhando estranhada a carta.

Kamari: Um recado esquisito, olha, o que é 'Hogwarts'? - disse pensativa e entregando os papéis à médica, quem os leu e ficou com o rosto esboçando a expressão de surpresa mais completa que a heterocromática viu na vida - .. Que foi? - questionou não entendendo o que acontecia.

Enfermeira: ... Poxa vida.. i-isto é.. isto é uma carta da melhor escola de magia e bruxaria de Londres, e ela está te convidando pra ir pra lá. - exclamou com bastante empolgação, e a garota somente ficou com a mesma feição neutra, só abriu seus olhos um pouco mais.

Kamari: .. É mesmo é?

Enfermeira: Sim, claro que sim, querida. - disse ainda mais animada e abraçando a pequena, quem permaneceu parada durante esse tempo todo - (suspiro).. Eu estou muito aliviada, sabe o que tudo isto quer dizer, Kamari? - perguntou soltando um pouco a jovem.

Kamari: .. Não.

Enfermeira: Significa que você vai poder descobrir o mundo lá fora, minha querida, finalmente explorá-lo como se deve, abrir seus horizontes, encontrar pessoas novas, tudinho isso.

Kamari: Mas eu conheço o mundo fora do hospital, tem uma ruazinha ali com um parquinho, que eu não uso mais, mas pego sol lá.

Enfermeira: Ora.. digo além do parquinho, Kamari.. vai poder ter uma vida livre e sendo protegida por quem você nem conhece ainda, mas vai amar conhecê-las, acredite em mim. Antes de eu entrar pra Hogwarts, também achei esse negócio muito esquisito, mas daí eu passei a entender a sorte da minha vida por ter conhecido quem conheci, por mais que prever o futuro não fosse a minha especialidade para ver se eu gostaria ou não da escola.. e acabou sendo a melhor oportunidade pra mim.. - relatou bem emocionada, e a meio-lobisomem somente permaneceu parada e com a mesma cara, mas com seus olhos demonstrando um pouco mais de interesse - Então... vai comprar essa chance? - e como resposta, a garota somente acenou um 'sim' com a cabeça, e a especialista comemora esse feito, e embora a morena não estar entendendo quase nada, pelo menos a tal Hogwarts tinha realizado algo na vida de alguém, por isso a aceitação, e em poucos meses, a bola da vez seria passada pra heterocromática..


Narra Kamari


*(Dia 30 de março... De noite... Em frente ao hospital...)*


  Neste momento eu estou sentada na calçada e com minha mala de tamanho médio com meus pertences, os quais não são muitos mas tudo bem, esperando o ônibus noturno vir me buscar pra me levar a um lugar que se chama 'Caldeirão Furado', e por sinal, a enfermeira que mais me cuidou me entregou uma sacola de pano cheia de moedas de ouro tiradas do fundo de proteção aos bruxos menores de idade do próprio hospital, o que me comoveu por um segundo, pois aquele dinheiro foi designado a ser gasto para os meus materiais escolares, então.. notei zelo nessa ação..

  Após mais uns minutinhos esperando, vi de canto de olho um ônibus azul de dois andares dobrando a esquina de trás numa violência tão grande que me preocupo sobre o estado de saúde de quem está dentro dele, mas logo mais o veículo para na minha frente, e então levanto-me do chão e o Hamada já abre a porta pra me cumprimentar.

Tadashi: Oi oi, Kamari, tudo bem contigo? - disse bem gentil como sempre e pegando minha mala para pô-la dentro do automóvel, e também entro lá e me sento na primeira cama vazia que vejo.

Kamari: Sim, vou bem, e o senhor?

Tadashi: Bem também, então.. vai pro Caldeirão Furado?

Kamari: Exato.

Tadashi: Imaginei. Mark, Caldeirão Furado.

Mark: Ô véi, Caldeirão Furado, pisa fundo! - após a ordem, o motorista realmente a obedeceu, porque velocidade era o que não faltava lá.

Tadashi: Me contaram que você ia pra Hogwarts e não imagina como fiquei feliz por você, eu também já tive a oportunidade de ir para lá, mas não pude.

Kamari: Por quê?

Tadashi: Me mandaram a carta muito tardiamente, aos meus dezoito anos pra ser mais exato, e os meus pais me contaram que, por mais que essa seja uma chance única, aprender três anos de magia e bruxaria incluindo poções e etc. tudo de uma vez é muito difícil pra qualquer bruxo, então aceitei de boa negar aquilo e arrumei um emprego, e cá estou eu quinze anos depois.

Kamari: O senhor ficou chateado?

Tadashi: Que nada, eu gosto do meu trabalho, fora que foi graças a ele que pude resgatar você. - ''.. É..''

Kamari: .. Muito obrigada por isso, senhor Tadashi. - agradeci num volume de voz mais baixo e inclinando minha cabeça um pouco pra frente.

Tadashi: Também me surpreendo com aquele dia ao mesmo tempo que sinto arrepios, mas.. eu amei te conhecer e poder te visitar um bocadinho que seja, aliás.. sortudos os que te ouvirem falar lá em Hogwarts. - ''Ué..''

Kamari: Por quê?

Tadashi: A sua voz, eu acho ela bonita. - explicou tão simplesmente que até fiquei meio sem reação.

Kamari: .. Obrigada..

  Enfim.. após um tempinho não muito longo, chegamos ao dito Caldeirão Furado, e então peguei minha bagagem, me despedi do pessoal condutor e adentrei no local, o qual parecia um pub só que gigante, e sem mais enrolações, me dirigi até a recepção da parte da hospedagem, comuniquei a razão e o intervalo que queria ficar lá, e logo já fui guiada pro segundo andar e para o quarto número 9, onde já me deixaram ficar, e inclusive, nem desfiz minha mala, primeiramente porque a minha estadia só ficaria até amanhã, e ainda que vou ter que carregá-la comigo mesmo quando for pra Hogwarts então.. né?

  E já de banho tomado e roupas trocadas, me deitei em minha cama e peguei a lista de materiais para lê-la e confirmar o que eu tinha que levar.

Kamari: Ok.. uma varinha, uma coruja, sapo ou um rato.. tá bom.. vestes completas de estudante, uma vassoura, livros, um kit de poções, tudo isso tudo isso.. certo, ainda bem que o Tadashi fez a bondade de escrever os locais onde se compram essas coisas num tal de beco diagonal, pelo nome do lugar, tenho certeza de que ficaria perdida lá. Mas bem.. (suspiro).. de agora pra amanhã vou pra Hogwarts e.. fazer um monte de coisas... interessantes eu espero.. realmente espero.. - com essa minha última frase, fechei meus olhos e me pus a dormir.

  Bem cedo no dia seguinte, comigo já estando produzida e arrumada para sair da taverna, tomei um café da manhã à base de ovos mexidos e uma xícara de café e logo já fui até a recepção novamente.

Kamari: Com licença, sabe me dizer onde é o beco diagonal?

Recepcionista: Ah sim, é nos fundos daqui, permita-me acompanhá-la. - disse o homem saindo de seu lugar e me levando até o dito local, que era quase que uma dispensa a céu aberto cheia de nada, mas então o trabalhador pegou sua varinha e tocou nuns tijolos específicos da parede de trás, e de repente, toda a muralha começou a praticamente deslizar-se pro lado para abrir caminho pra mim, coisa que me deixou bem de cara - Pronto, pode ir, até mais. - falou meio apressado e saindo de perto de mim.

Kamari: Muito obrigada, senhor. - agradeci com uma reverência, e assim sim andei através da abertura e me deparei com aquele lugar tão cheio de gente por todos os lados, incluindo mulheres com chapéus estranhos e pontiagudos comprando cetros com itens diferenciados em suas pontas, e prestando atenção em tudo isso, peguei o papel com o que eu deveria comprar e onde, e mapeei o primeiro lugar - Vou começar comprando a varinha que fica.. no Olivaras, aqui ao lado. - assim, segui a dita direção para a direita e entrei na loja, me deparando com um ambiente cheio de gavetas e mais gavetas, além de uma iluminação mais escura e um senhor sentado em sua cadeira de seu balcão.

Oli: Olá, minha jovem, sou Oli, bem-vinda à Olivaras. - me recepcionou bem educado.

Kamari: Obrigada, estou procurando uma varinha pro meu material.

Oli: Oh, vai para Hogwarts também então?

Kamari: 'Também'?

Oli: Todos que vão pra lá passam por aqui, as varinhas da mais alta qualidade são encontradas somente aqui, inclusive, vamos ver uma que te escolha. - falou sua última frase saindo de seu posto e andando até uma prateleira de caixinhas ao seu lado enquanto via uma vareta que eu possa usar.

Kamari: Mas.. não sou eu que escolho? - questionei meio confusa.

Oli: Oh não, garotinha, é a varinha que escolhe o bruxo, porque se o portador escolher a vara errada, pode acabar tendo graves consequências, tanto para si quanto para quem o circunda, as varinhas são bem inteligentes e fiéis, por isso esse sistema. - ''Isso é mais interessante do que pensei'' - Aqui, achei uma que talvez combine com você. - pegou o objeto e foi até a frente da mesa novamente - Vinte e nove centímetros, flexível, madeira de carvalho branco e núcleo de fibra de coração de dragão, experimente. - após a descrição, peguei o bastonete e fiquei o observando - Teste um feitiço simples com ela.

Kamari: Qual, por exemplo?

Oli: O accio, pode atrair qualquer coisa que quiser diretamente em sua mão, contanto que você saiba onde tal coisa está, só precisa falar o nome do feitiço e o quê deseja pegar.

Kamari: Ah.. tá bem.. Accio livro roxo. - mirei a minha varinha pro objeto e recitei as palavras, mas ao invés do efeito que deveria ter, o manuscrito simplesmente saiu voando pra cima infinitamente.

Oli: É.. acho que não deu com esta, testemos outra. - assim, deixei a vara na mesa do senhor e ele foi buscar outra vareta para mim - Esta aqui pode ser mais fácil de manusear, vinte e sete centímetros, semi-flexível, madeira de pinheiro, e núcleo de pelo de unicórnio. - me apresentou a segunda, mas quando somente tentei pegar a varinha, ela simplesmente escapuliu para dentro da manga do vendedor - Ah? Ué.. - pegou o objeto de volta e tentou entregá-lo a mim novamente, mas ele simplesmente ficou tremendo à medida que se aproximava de mim, e acabou que o objeto depois foi voando até se guardar dentro de sua caixa, coisa que tanto o Oli quanto eu estranhamos - .. A varinha.. fugiu de você... - exclamou meio espantado - .. O seu poder como pessoa é muito grande pra isso ter acontecido.. acho que você precisa de uma varinha de calibre maior... vou buscar. - continuou falando bem questionador e indo até o fundo do fundo do estoque pra pegar uma caixa e trazê-la até sua bancada, e após soprar a poeira do pacote, o tal é posto sobre a mesa.

Kamari: Há quanto tempo essa varinha tá guardada aí?

Oli: Deve fazer uns quinze anos, varinhas como esta não estão tão disponíveis no mercado apesar da alta demanda, fora que é muito difícil achar uma destas com uma qualidade alta, mas.. acho que ela vai servir pra você pelo que notei. - após sua última frase, o senhor retirou a vareta do caixote pequeno, e de cara notei uma cor mais avermelhada na madeira, fora que o formato dela até que era intrigante.

(Assim ó:)



Oli: Aqui está, uma varinha de trinta centímetros, semi-flexível, madeira de pau-brasil, e núcleo de pena de fênix. - após a descrição, peguei a varinha e a observei, ''Pelo menos esta não fugiu'' - Mas cuidado ao testá-la, essa vara tem um poder muito grande, é praticamente uma raridade por ser dessa madeira e ter esse núcleo, mas como uma varinha de núcleo de unicórnio fugiu da sua mão, pensei que fosse necessária uma com uma moral a mais.

Kamari: Certo.. - e então mirei o objeto em minha mão para um vaso de flores - Accio flores. - após as palavras, todas as rosas vieram perfeitamente para mim - Olha, deu certo. - disse simplesmente, mas com a mesma cara de sempre.

Oli: .. Uou.. um luxo só essa varinha ter te escolhido, as penas de fênix tornam essa escolha mais difícil porque elas são exigentes, mas ao mesmo tempo, o pau-brasil é conhecido por conceber sorte ao portador então.. acho que você é bem especial. - ''Eu.. especial..? ... Legal''

Kamari: Obrigada, senhor Oli. - após o agradecimento, paguei o valor pressuposto e saí da loja para conferir a lista de novo - Varinha comprada, agora.. ah, vou ver os bichos, qual eu levo..? - e com isso estabelecido, sigo mais duas ruas para a esquerda e vou até um.. pet shop? Não sei se esse é o nome certo, mas ok. Entrando na loja, de cara vi um monte de animais presos e outros soltos, morcegos, sapos, tatus, um macaco por algum motivo, e dentre os que estavam disponíveis, o mais agradável pra mim era ter uma coruja, por isso fui até a ala das aves, e dentre várias corujas brancas, mais escuras, buraqueiras e de olhos pequenos, somente uma manteve um contato visual comigo.

(Esta aqui:)



  E quando notei a atenção que a ave prestava pra mim, decidi aproximar minha mão da gaiola do pássaro, e quando acerquei mais as costas do meu indicador do rosto da coruja, ela mordeu meu dedo repetidas vezes, não pra me machucar, mas para me fazer carinho do jeito de seres desse porte, e depois disso, a de olhos avermelhados soltou minha extremidade e abaixou sua cabeça, e logo entendi que ela talvez queria contato meu, e então acerquei dois dedos meus da testa do animal e os esfreguei cuidadosamente em suas penas, sentindo uma maciez bem confortável, e aparentemente a ave gostou disso também, ''.. Que fofinha..''

Vendedora: Olha, parece que essa coruja-orelhuda gostou de você. - falou gentilmente e se acercando de onde estou.

Kamari: Pois é.. - prossegui concentrada na ave.

Vendedora: Vai levá-la pra Hogwarts, não vai?

Kamari: Como sabe? - questionei mirando para a funcionária.

Vendedora: Todos os que vieram pra cá até agora tiveram esse propósito. - ''Ah tá'' - Inclusive, te recomendo dar um nome pra sua coruja, ela precisa saber quem ela é e a quem ser leal, no caso, você, e só pra informar, é uma fêmea.

Kamari: Certo.. então a chamarei de... Mylee.

Vendedora: Legal, é um nome fácil de decorar, e acho que a Mylee também gostou. - ''Notei, ela tá mordendo o meu dedo'' - Venha, você precisa levá-la, permita-me abrir a gaiola. - pegou uma chave de seu bolso e abriu a portinha pra ave sair, e no mesmo instante, ela pousou na minha cabeça e ficou lá.

Kamari: ... Isto é uma maneira inadequada de transporte, ou não?

Vendedora: Sim, é inadequado.

Kamari: Tá bom então.. - e enfim... prosseguiu-se por mais umas horas a busca e apreensão dos meus materiais escolares, e logo depois já segui o mapa do caminho até a estação de trem.

  Tudo o que eu preciso está sendo levado num carrinho de mão, inclusive a gaiola com a minha coruja, e por sinal, já estou com o meu uniforme com um cachecol como adicional, no início estranhei ele vir cinza já que aprendi que existem casas com certas cores em Hogwarts, mas depois me explicaram que as vestes se tingem magicamente depois de selecionarem o seu grupo. Mas bem, voltando à estação, eu tenho que achar uma tal de plataforma 9 ³/4, mas... essa tranqueira nem existe aqui, por isso fiquei confusa que nem cego em tiroteio.

Kamari: Mas o quê que eu..? Com licença, senhor guarda. - me dirigi até a autoridade.

Guarda: Sim? Precisa de algo?

Kamari: O senhor sabe onde acho a plataforma 9 ³/4?

Guarda: .. Isso é uma pegadinha? Já é a segunda vez que ouço isso hoje, e caso isso for alguma piada, por favor não a repita. - respondeu mais irritado e saindo de onde estava para longe de mim, ''Segunda vez? Então.. outros já procuraram o caminho pra Hogwarts... bacana..'', e no momento me encontro sem rumo, até que ouço uma voz que diz algo bem interessante.

??: Vamos, Ochako, é só passar por ali, vê? - disse uma voz masculina e tranquila, e então fui mais em direção ao som para ver quem falava, e era um homem alto de idade mais avançada e com cabelos e barba curta de cor marrom mais loira, além de olhos quase da mesma cor, e ele estava acompanhado por duas mulheres, uma que aparenta ser sua esposa, com estatura baixa, cabelos curtos e castanhos assim como seus olhos, e uma menina aparentemente da minha idade e praticamente igual a sua mãe, e por sinal, ela estava com o mesmo uniforme que eu.

Ochako: Sim, é entre as placas 9 e 10 né? - perguntou animada e com seu carrinho em mãos.

???: Exato, e então você só precisa ir correndo com tudo na parede que você chega na outra estação.

Ochako: .. Não boto fé nisso não, e se eu me esborrachar toda ali?

???: (pequena risada) Não vai não, querida, relaxa. Shühei, mostra pra ela que é seguro.

Shühei: Beleza, Rieko, que nem no nosso tempo, olhe e aprenda com o pai, filha. - assim, o homem se posicionou um pouco mais atrás do pilar e depois foi mais acelerado em direção à coluna que foi dita, e do nada ele simplesmente atravessou os tijolos, ''Mas que...''

Ochako: Caramba.. - exclamou bem surpresa.

Rieko: Viu só? É seguro, vamos juntas, querida. - depois de seu encorajamento, a garota assente com a cabeça e ambas vão até a direção que seu parente foi, conseguindo fazer a mesma coisa, ''Ok, talvez seja realmente seguro''. Após tudo isso, fui com meu carinho até onde a família foi também, para então ir bem no meio da pilastra.

Kamari: (respira fundo).. Só vou. - e assim, andei rapidamente até a parede torcendo pra não dar com o nariz no tijolo maciço, mas acabou que realmente vim parar na plataforma 9 ³/4, ''Nossa... que trem bonito.. literalmente... Enfim, vou entrar logo antes que ele saia, e caramba.. tem muita gente aqui..''. Assim, entrei no trem com a minha bagagem e a levei toda comigo, ou seja.. uma mala e a gaiola da minha coruja, e fui andando pelo veículo torcendo pra achar alguma cabine vazia, até que depois de anda até o quinto dos infernos do comboio até que finalmente encontrei um cubículo de assentos vazio, e então abri a porta, adentrei o cômodo e a fechei, para então deixar a jaula da minha ave no banco e pôr minha mala numa prateleira perto do teto da salinha, e logo me sentei no canto ao lado da janela e respirei profundamente por ter um descanso pras pernas.

  Depois de um tempinho fazendo nada e olhando as outras pessoas através do vidro, o trem fez um barulho de jato de fumaça e ferro se movendo, e então o veículo começou a andar, ''Viajar de trem parece bem mais empolgante que pensei.. eu gostei..''. E bem... bem quando achei que estava tudo em silêncio onde eu estou agora enquanto perdida em meus pensamentos com o olhar mirado na paisagem já levemente rural do fim da cidade, de repente ouço um leve bater à porta, e quando vejo, era um garoto até que bem alto, com o cabelo bicolor branco e vermelho, olhos heterocromáticos cinza e azul profundo, uma cicatriz em seu olho esquerdo, de uniforme com cachecol, com duas malas em mãos e uma coruja cinza gigante no ombro.

(Uma desta:)



  E após tocar à portada, o bicolor resolveu abri-la um pouco.

??: Com licença, posso entrar aqui? As outras cabines estão cheias. - disse numa voz grave bem agradável de se ouvir, mas por mais que ele tenha sido educado e tal, minha habilidade social continua praticamente com um número negativo, então não falei nada, somente assenti e sinalizei o banco a minha frente com a mão - Obrigado. - falou bem afável e adentrando na salinha, para então colocar suas malas e uma gaiola vazia no suporte onde está a minha e se sentar praticamente na minha frente.

Pensamentos de Kamari: ''Primeiras impressões.: Um cara sensato, sincero, menos quieto que eu, inteligente, faz sucesso com as garotas, sério demais pra idade, tem dúvidas em fazer poções''

Shoto: Inclusive, pode deixar o seu animal solto dentro do trem. - disse enquanto descia a ave de seu ombro e a conduzia a andar até ficar ao seu lado, ''Ah..'', e ao saber dessa informação, abri o gradeado e deixei minha coruja livre - Me chamo Shoto Todoroki, prazer. - ''E agora, o que eu faço..?'', e como eu não podia falar com ele no momento, somente peguei um papelzinho com o meu nome e o entreguei, e bem confuso, o garoto o pegou - 'Kamari'.. entendi, prazer em conhecê-la.

Kamari: .. Uhum. - soei abaixando um pouco a cabeça e a subindo depois.

Pensamentos de Shoto: ''Hm, pelo visto ela não fala muito..'' - após um tempinho do trem estar já andando, a paisagem ficou com uma imagem 100% rural, um campo arborizado bem bonito exposto à luz do meio da tarde, o que foi suficiente para prender minha vista na janela e deixar de prestar atenção ao Todoroki, não sendo grossa, só distraída mesmo, mas de repente a quietude foi quebrada pela coruja cinza do heterocromático, que soltou um barulhinho parecido com isso: 'nhém', só imaginem isso sendo soado por um pássaro como aquele e pronto. E então depois disso, o rapaz aparentou ficar mais atento à sua ave, que logo mais olhou mais diretamente pra minha coruja ao meu lado, e depois a cinzenta voou pro meu banco.

Shoto: Ei, Owltis. - chamou a atenção de seu bicho e se levantando de seu assento, mas o interrompi somente estendendo minha mão para ele, e fiz isso porque nenhuma das aves estava atrás de confusão, ainda mais porque as duas estão dando bicadinhas uma na outra na maior boa vida - Oh.. desculpe por isso, é que Owltis é um macho meio desfaçado, quando fui comprá-lo ele quase machucou minha mão. - disse se sentando novamente, e como resposta, só fiz um gesto de 'sem problemas' negando com a cabeça e erguendo levemente minhas mãos, para então fazer um pouco de carinho no cinzento, que rapidamente cedeu - Uou, ele.. não parecia gostar tanto de carícias.. com licença. - disse a última frase se elevando do banco novamente para pegar seu pássaro em seu antebraço, tudo com o objetivo de acarinhar as penas da coruja com seus dedos, dando no mesmo resultado que quando eu fiz a mesma ação - Hmp, ele é mais manso do que parece então.. - ''Ok ok, confesso, o tal de Shoto é bem mais sociável que pensei, mas não posso falar nada dele e nem sobre ele, quanto menos com ele, só crio confiança pra isso depois de conhecer a pessoa por mais de um mês, foi desse jeito com a enfermeira que me criou..''

Tya: Quem quer uma guloseima? - disse uma voz de uma senhora mais próxima da nossa cabine, e quando ela chegou na porta, veio empurrando um carrinho enorme com um monte de doces à mostra, ''Uma pena eu não ter mais dinheiro, guardei tudo depois que terminei de comprar os materiais..'' - Vocês querem uma guloseima? - nos perguntou gentilmente, e diretamente escutei um som de moedas vindo do bicolor, quem tirou umas cinco do bolso da jaqueta do uniforme.

Shoto: Por favor, dois rolos de fita de alcaçuz preto. - ao entregar o dinheiro, a moça o dá as gomas pedidas.

Tya: E você, jovem? - somente neguei com a cabeça permanecendo olhando pra janela, e então a senhorinha foi embora, e só nem olhei pro lado pois sabia que se pelo menos visse de canto de olho a quantidade de comida que era carregada no carrinho, ficaria salivando que nem um pitbull com raiva e meu estômago declararia guerra contra meus dois intestinos, como se já não bastasse o cheiro que estou sentindo, e isso só está me afetando tanto porque.. a única refeição que fiz até agora foi o café da manhã então.. aguentei a fome firme e forte... até agora, porque minha barriga decidiu roncar justamente quando menos deveria, ''Valeu, metabolismo acelerado..''

Shoto: Hm, você está com fome? - ''Oh droga..'', ao notar a pergunta, rapidamente pus meus braços sobre meu abdômen e me encolhi em meu assento enquanto mantinha os olhos colados na vista panorâmica da natureza e com minha expressão sendo mais envergonhada, além de também negar com a cabeça, e jurava que depois disso nada mais aconteceria, mas.. olha só que engano meu, porque o heterocromático pegou um de seus rolos de alcaçuz embalados e o tocou em meu ombro, me fazendo mirá-lo e ficar meio confusa - Pode pegar, eu.. nem estou com tanta fome, me viro com um só. - ''.. Ele.. está... me oferecendo algo..?'', diante disso, me encontrei numa situação que nunca vivi.. uma pessoa me dando uma coisa de bom grado.. sei que o Tadashi e as enfermeiras também fizeram isso, mas eles são gente que consegui ter um laço de confiança completo no meu tempo, já o Todoroki.. não tem nem meia hora de conversa no total e já tenho uma impressão boníssima dele... legal isso né..?

  E com esse gesto de extrema gentileza, comecei a sentir um calor em meu rosto, não fazendo ideia do que seria isso, mas senti, e então não vi mais escolha a não ser aceitar o doce, não podia negá-lo diante de olhos tão convincentes e.. confortáveis, então somente comi a guloseima evitando meu olhar do rapaz a todo custo, e por sorte ele não falou mais nada depois disso.

  Após umas horas de viagem no mais completo e puro silêncio, já de noite, chegamos à grandessíssima, magnífica, e estranhamente bem conservada, Hogwarts.

(Olha só a bitela do castelo, coisa linda:)



  E então, após descermos todos com as nossas bagagens incluindo os nossos bichos, fomos levados a um lago colossal com uns quantos barcos em sua borda, e logo os senhores que nos guiaram nos conduziram a entrarmos nos botes, três pessoas a cada um, e então fomos navegando até chegarmos em terra firme, ''Ah se eu tivesse uma câmera fotográfica aqui.. iria até queimar o equipamento de tanta foto''. Enfim, após descermos das embarcações, colocamos nossas malas e pertences, além dos animais já enjaulados, num corredor bem na entrada da escola, e logo seguimos um instrutor por uma escada imensa para chegarmos no terraço do castelo, e então atravessarmos um monte de lugares que pareciam ter estratosferas de tão grandes que eram, e todo esse caminho foi feito para que chegássemos a um tal de salão comunal, lugar que, ao abrirem as portas, se revelou sendo literalmente um salão, com quatro mesas extensas com muitíssimas cadeiras nelas, e por sinal, com bastantes pessoas sentadas nas tais, uma espécie de palco maior que o comum na parte extrema do local, com uma grande bancada com adultos assentados nos assentos, decorações de bandeiras com quatro cores diferentes, e não posso deixar de citar as diversas velas flutuando para iluminar o ambiente todo.

  Quando todos nós novatos entramos na área, fomos ordenados para ficarmos de pé em frente ao palanque, onde havia um pedestal com estatuetas de asas nas laterais, e então uma figura pequena, branca e peluda se levantou da mesa de jantar e foi até o altar.

Nezu: Boa noite, queridos alunos, bem-vindos à escola de magia e bruxaria, Hogwarts, sou o diretor da escola, Nezu, muito prazer em conhecê-los finalmente. - disse numa voz bem gentil e com um sorrisinho no rosto enquanto levantava suas pequenas patas, ''Você tá de brincadeira comigo que o diretor desse lugar todo é um rato branco barbudo e vestindo uma manta cinza... amei, quero ele pra mim'' - É com muita animação que eu e os professores e funcionários daqui os recebemos em nossa praticamente casa, aqui podem ter a mais pura certeza de que vão aprender o máximo possível de tudo o que devem saber para se protegerem e garantirem seu lugares de prestígio no mundo bruxo. Aqui então, é com muita honra que apresento os professores e suas respectivas matérias. - com isso, todos os adultos que estavam sentados se levantam - Professor Shota Aizawa, ensinará defesa contra as artes das trevas.

Ochako: Que mau humor.. - disse bem baixinho ao meu lado, ''Concordo''

Nezu: Professor Hizashi Yamada, também conhecido como Mic, ensinará sobre feitiços. - ''Minha gente.. o cabelo dele parece o de uma calopsita'' - Professor Yagi Toshinori, ensinará sobre história da magia. Professora Nemuri Kayama, também conhecida como Midnight, ensinará sobre poções. - ''Pela cara dela já imagino que nós vamos fazer um estrago'' - Professor Ken Ishiyama, também chamado por Cementoss, ensinará sobre herbologia. - ''Quê isso, ele parece uma geladeira, mas tem cara de ser gente boa'' - E finalmente, professor Ectoplasm, que ensinará sobre transfiguração. - após todas as apresentações, nós todos aplaudimos os mentores, que logo mais se sentaram novamente - E lembrando que vocês podem fazer outras cinco disciplinas opcionais com outros professores, e caso queiram participar de uma dessas, basta informar a Kayama e preencher uma pequena lista de nomes. Enfim.. que se inicie a cerimônia de seleção, muito obrigado. - assim, aplaudimos todos enquanto o diretor saía de seu posto para dar lugar à de cabelos azuis negros.

Midnight: Muito bem, queridos novatos, sou eu a responsável pelo rito de apuração das casas e das nossas futuras aulas de poções, espero nos divertirmos muito. - ''Jesus amado, minha senhora.. se esse decote fosse uns quinze centímetros menor ainda dava pra ver o umbigo..'' - Estou aqui com o chapéu seletor em mãos, então, quando seu nome for chamado, venha aqui na frente e se sente nesta cadeira, e então eu vou pôr o chapéu em suas cabeças e ele analisará suas mentes para ver em qual casa vocês serão honrosos de estar. E bom.. começamos por.. Ochako Uraraka. - ''Ahh.. a menina fofinha'', e ao ouvir o chamado, a de cabelos castanhos vai até o assento e se acomoda lá, para então a professora pôr a peça de roupa em sua cabeça.

Chapéu seletor: Ora ora ora.. - ''Esse negócio fala.. que legal..'' - A sua cabeça está cheia de memórias bonitas e frases carinhosas.. além de um cabelo particularmente macio.

Ochako: Ah, obrigada. - disse bem lisonjeada.

Chapéu seletor: Olha só.. dentro das suas lembranças vejo muita determinação e desejo de ajudar alguém, ah sim.. seus pais.. você ama muito eles, não é?

Ochako: Sim.. eles são tudo pra mim, quero dar o máximo de suporte possível pra eles de todas as formas.

Chapéu seletor: Oh.. lindo, muito lindo mesmo.. toda essa lealdade me diz que você deve ir para a... Grifinória! - após a revelação, todos nós aplaudimos e o uniforme da Uraraka se tingiu de vermelho e amarelo, e logo a professora retirou o chapéu e a de olhos castanhos foi se sentar na mesa dos membros daquela casa, ''Entendi... esse negócio analisa o comportamento físico e mental das pessoas para ver com que padrão de casa elas mais se identificam.. ahh...''

Midnight: Neito Monoma. - e então, o dito cujo loiro e com cara de mal-encarado foi até onde deveria e teve o artigo em sua cabeça.

Chapéu seletor: Hmm.. vejo muita ambição em você, além de que notei que você é o tipo de pessoa que não gosta de ser passada pra trás nem por uma formiga.. Esse tipo de pensamento obscuro e sede de poder pertence à... Sonserina! - ''Essa descrição não me deixou muito à vontade pra conhecer o povo da suçuarana não..''

Midnight: Yuga Aoyama.

Aoyama: Oui. - ''Oxi.. ele fala francês.. um loirinho francês''

Chapéu seletor: Muito bem, jovem, vamos te analisar agora.

Aoyama: Pode ser a casa que for, sei que vou brilhar muito em qualquer uma. - ''Pouco convencido esse sujeito..''

Chapéu seletor: ... Pela sua fala extravagante e seus pensamentos extremamente egocêntricos, diria eu que a sua casa seria a Sonserina, mas o seu comportamento é completamente oposto aos de lá então... vou te mandar para Lufa-Lufa! - ''Gostei desse chapéu falante, ele é bem sincero''

Midnight: Ótimo.. Shoto Todoroki. - ''Eita, o que me deu o doce'', o rapaz então foi com uma expressão mais fechada até a cadeira e se sentou lá, e logo o chapéu foi posto em si.

Chapéu seletor: Ora... vemos um filho de uma família de grande prestígio aqui.. deixe-me procurar o que há em sua mente, garoto... oh, poxa.. está cheio de rancor, frustração e raiva.. que passado difícil você teve. Enxergo muito desejo de poder, mas um muito diferente de uma simples ambição.. é.. poder em troca de boa vida para outras pessoas que te acompanham, ora pois.. muito nobre da sua parte.. mas de repente tudo fica coberto por uma nuvem densa e quente como o fogo a cada sete segundos que olho para a sua mente..

Shoto: .. Só por favor não me mande pra Sonserina.. - ouvi-lo falar baixinho.

Chapéu seletor: Não Sonserina então.. hmm.. permita-me ter certeza dessa escolha, meu rapaz... Uhum.. bom.. ah sim, por baixo de toda essa casca grossa em sua cabeça há uma sensação ainda desconhecida por você, algo muito mais profundo do que a raiva que você acumula em sua consciência ou todo o saber que carrega em seu cérebro..

Shoto: Que tipo de sensação? - questionou confuso.

Chapéu seletor: .. Você anseia por.. amor.. aceitação.. tudo o que vai te fazer esquecer desses seus lembretes rancorosos, e você nunca sabe quando vai encontrar isso, mas tem plena sabedoria para continuar buscando por essas coisas até ter certeza de tê-las consigo sempre, hmm.. esse tipo de pensamento investigante e sede de aprendizagem só pode ser da... Corvinal! - ''.. Mas o animal que ele tem não é uma coruja?''

Midnight: Agora.. Kamari. - ''Ih, lá vou eu'', assim, fui onde precisava, e em um segundo o boné maneiro estava na minha cabeça.

Chapéu seletor: Ó, céus.. de cara já sei que não posso te mandar pra Sonserina, te massacrariam se soubessem pelo que passou... Uma vida muito triste de fato, cheia de desavenças desde o nascimento.. tudo o que você tem na sua cabeça sobre anos atrás é coberto por uma névoa semelhante a de um lago no meio da noite.. muito trágico realmente... Contudo.. você, assim como o rapaz que acabei de dispensar, tem um intenso desejo de aceitação, visto que.. bem... você passou pelo que passou.. além de que não fala muito.. na verdade não fala nada, é bem inteligente, bem compreensiva, enfim.. bem completa, mas não tem tantas maneiras de se abrir.. oh, e você gosta de paisagens, algo muito aleatório pra estar tão enraizado na sua cabeça. Então.. com tudo isso.. lhe digo que vais para... Corvinal! - ''Uou.. eu sou um corvo a partir de hoje''

  Enfim... após toda a cerimônia e etc., o banquete foi servido... um bem grande, diga-se de passagem, e cá estou eu comendo minha comidinha inocentemente, até que de repente umas corujas surgem voando pela janela gigante do salão, e também noto que elas estão entregando papéis e embalagens às outras pessoas, e inesperadamente uma ave marrom pousa na frente do meu prato de refeição e solta uma carta, para depois sair voando novamente, ''Hm? Nem esperava que alguém fosse me enviar um recado, será que é do Tadashi ou da enfermeira?''

  Pensando assim, peguei o papel e o despis do selo, para então segurar o bilhete principal e lê-lo.

Bilhete: ''Não nos identificamos aqui, nem pela letra ou pelo nome, isso poderia arruinar a nossa imagem pública ou até mesmo poderíamos ser presos, mas quem escreveu isso foram os seus pais biológicos, Kamari, teve sorte que eu, sua não mais mãe, escolhi esse nome pra você. Não sei como você foi parar em Hogwarts assim do nada, só sei que você vai amaldiçoar a vida de todo mundo aí do mesmo jeito que amaldiçoou a nossa quando descobrimos que você é uma híbrida. Bom, agora a sua vida não importa mais pra nós, inclusive, desejaria que você tivesse morrido no mesmo dia em que te larguei pra fora de casa, e aliás, estou já grávida de cinco meses esperando um bebê que sem dúvida vai ser bem melhor pra nós do que você nunca foi, sua aberração, que um raio te parta para que você saiba o que merece e que sua morte seja lenta e dolorosa como deveria ter sido há anos. - Dos que nunca te amaram, seus ex-pais.''

  Enquanto eu lia aquela carta e percebia as grandessíssimas grosserias e crueldades escritas, lágrimas começaram a escorrer de meus olhos, tais que tentei esconder as secando rápido, mas infelizmente comecei a soltar pequenos soluços por causa do pranto, e para que ninguém me chamasse a atenção ou se preocupasse comigo agora, porque.. eu realmente não quero que ninguém me veja desse jeito.. me levantei aceleradamente do meu assento e fui com o papel em mãos em direção ao diretor, quem estava saindo de sua mesa e indo em direção a uma porta, e então o parei ficando um pouco em sua frente, e então o mamífero me notou.

Nezu: Ah? Senhorita Kamari, o que houve? Por que está chorando? - perguntou bem penoso com o meu estado, e somente lhe mostrei o recado que acabei de ler - Anda, vamos conversar sobre isso no corredor, vamos aproveitar que ele está vazio agora. - falou atencioso e me encaminhando consigo à portada em nossa frente, e ao atravessarmos a tal, paramos no dito lugar que o maioral se referiu - Vem, se ajoelha e me conta o que aconteceu. - assim fiz o mandado e o entreguei a folha, e logo mais ele leu palavra por palavra e ficou com sua expressão cada vez mais indignada à medida que captava a mensagem do manuscrito - Oh nossa.. isso é muita crueldade de se escrever, ainda mais com isso vindo dos seus pais biológicos. Você sabe os nomes deles ou como eles são? - com essa questão, neguei com a cabeça - Entendo, se fosse o contrário eu poderia reportá-los às autoridades por abandono de incapaz, mas pelo visto não há muito que pode ser feito. - após sua conclusão, fortifiquei meu choro um pouco mais e pus minhas mãos em meu rosto para bloquear as lágrimas.

Kamari: .. (pequenos soluços).. E-eu... não fui.. amada nem por eles... - disse numa voz bem baixa e meio trêmula - .. Não.. vou ser amada nunca mais...?

Nezu: Ei ei, minha jovem, não pense assim, se você está viva hoje e em Hogwarts, certamente tiveram pessoas que te amaram. - ''Tiveram mesmo..'' - E nesta escola, você com certeza vai ser amada por muitas pessoas, você é muito inteligente, vejo isso nos seus olhos, que são bem bonitos inclusive. - com essa frase, descobri minha face - Veja, os seus pais te descartaram por você ser uma híbrida, mas saiba que isso somente te torna ainda mais especial, sabia disso? Não temos muitos casos de pessoas classificadas como híbridas, no máximo filhos de trouxas e bruxos, mas nunca entre bruxos e lobisomens. - ''Como é..?''

Kamari: Como sabe que sou...? - não terminei minha pergunta.

Nezu: Desculpe, estudei raças por muito tempo e consigo ver isso pelo seu comportamento, como não falar muito. - disse rindo levemente - Mas bem, esqueça isso, você é uma pessoa muito boa e ninguém pode te convencer do contrário, os seus pais são só uma exceção, porque aqui.. te garanto que muitos vão amar te ter aqui, está bem? - falou compreensivo e cuidadoso, e então seco minhas lágrimas por completo e o miro mais neutra e assinto com a cabeça - Ótimo, agora volte e jante, daqui a pouco você e seus colegas vão conhecer os dormitórios. Ah, e pode contar comigo se tiver alguma coisa acontecendo, certo?

Kamari: Tá.. Obrigada, diretor. - disse minha última frase fazendo uma pequena reverência.

Nezu: Disponha, ande, aproveite. - assim, me ergui do chão novamente e passei pela porta outra vez para voltar ao meu lugar na mesa dos da minha casa, e naturalmente voltei a comer, mas ainda reflexiva sobre uma coisa, ''.. Quem será que vai me amar aqui..?''

  Um tempo depois da janta, os comendadores de todas as casas foram chamando os alunos nas mesas e os guiando até suas alcovas, e eventualmente chegou a vez da corvinal, e então todos nós fomos caminhando até um cômodo gigante verticalmente que tinha um monte de andares e escadas que.. simplesmente se moviam sozinhas..

Coordenador: Tomem cuidado quando estiverem andando por essas escadas, elas podem se mover de repente. - ''Notei..''. E bem, após uns longos e numerosos lances de escadas, finalmente subimos numa plataforma maior e caminhamos por um corredor até que bem longo até pararmos em frente a uma porta com um quadro que estranhamente se movia sozinho bem como os outros da torre das escadarias - John, tenha o trabalho de pedir a senha pelo menos por favor.. - disse um tanto desiludido ao ver o senhor com roupas medievais e um bigode extremamente arrumado sentado numa sacada e vendo a luz da lua, e logo depois de ouvir a fala do nosso mentor, o homem se virou um pouco mais pra nos ver.

?????: Hm, esse quadro eu não conheço.. - falou uma menina com um cabelo preto parecido com um cata-vento e num tom bem tranquilo, ''Eu não queria nem sequer conhecer uma pintura que fala.. isso é horripilante, sobrenatural, uma coisa do mal''

John: Ah, me deixa apreciar esse belo luar, vocês da corvinal sabem o que é uma boa vista. - retrucou numa voz meio rouca.

Coordenador: Sim, mas o problema é que tenho alunos pra entrar nos dormitórios.

John: Ahh.. tá bom, fala logo a droga da senha.. - falou ainda mais nervoso.

Coordenador: Dente de mantícora. - disse sussurrando, mas ainda sim pude ouvi-lo, e então, após o dito, a moldura se pôs a se mover na diagonal para fora, tal que abria como uma porta pra um cômodo até que bem confortável e curioso, consistindo num espaço com uma lareira e algumas poltronas e sofás azuis mais perto da entrada, e atrás, uma escadinha de pedras que levavam para outras duas portadas, e com a maioria das muralhas de onde estamos sendo composta por janelas que incluíam cortinas abertas, que deixavam a luz do luar entrar no lugar e deixar o ambiente ainda mais bonito - Aqui é onde vão dormir, meninos à esquerda e meninas à direita. Seus quartos são bem amplos assim como sua sala comunal, lá vocês vão poder se reunir, conversar ou terem tempos com seus colegas, mas obviamente há regras para este meio, as quais citarei mais tarde. - explicou bem tranquilamente e nos deixando explorar o local, ''Uau.. que vista..''

???: Com licença, mentor, tenho a obrigação de lhe perguntar como será a situação caso um membro de qualquer um dos quartos invade indevidamente o aposento oposto. - falou um cara alto, com cabelo azul, óculos, e que parecia que estava com gesso nos braços, porque o cara os movia que nem alavancas.

Coordenador: Vou falar agora mesmo, mas certamente haverão punições.

???: Muito obrigado. - ''Essa reverência foi feita tão rápido que quase ouço o estalar da coluna dele.

Coordenador: Bom, todos aqui agora para ouvirem as regras dos dormitórios. - com sua ordem, nos acercamos novamente do adulto - Primeiramente, nada de usarem magias pesadas aqui como Estupefaça ou algo do tipo, é extremamente perigoso, só utilizem as que não tem potencial de ferir ou matar alguém. - ''Ou seja, não mate o coleguinha'' - Segundo, é estritamente proibida a entrada de qualquer menina ao quarto dos meninos ou de qualquer menino ao quarto das meninas a não ser que seja uma extrema emergência, por exemplo, se uma menina estiver tendo uma crise epilética em seu cômodo, um menino conhecedor das táticas de salvamento pode intervir. - ''Negócio específico..''

?????: Isso já aconteceu com o senhor por acaso? - perguntou estranhada a mesma menina de cabelo diferente.

Coordenador: Já, foi assim que conheci minha esposa, mas enfim.. voltando. Não se poderá jamais qualquer complô prejudicial a qualquer instância da escola, ou seja, não se pode organizar grupos ou individuais para cometer qualquer ato de quebre às regras gerais da escola, como sair do dormitório durante a noite, não usar feitiços impróprios durante as aulas e etc., a professora Midnight vai ensiná-los sobre isso depois, mas por enquanto.. as ordens para os alojamentos são essas. Enfim, seus pertences já foram trazidos pra cá, então podem se acomodar e acordem bem cedo para as aulas de amanhã, uma boa noite a todos.

  Com isso, o instrutor saiu do local e fechou novamente a porta, nos deixando livres para nos organizarmos, e logicamente, com meu nível altamente baixo de comunicação, fui pra parte feminina do quarto e quase que voei pra cama que era mais próxima de uma janela grande que tinha lá, coincidentemente o leito com as minhas coisas, e logo mais outras meninas vieram e se ajeitaram, mas brevemente uma delas quebrou o silêncio.

?????: Bem.. agora que estamos todas aqui, seria.. legal se nos apresentássemos, não? - disse a de rabo de cavalo tranquila e talvez um pouco acanhada enquanto se ajoelhava em seu colchão.

??: Uhum, pode ser. - falou uma menina com uma franja e cabelos brancos.

Yaoyorozu: Começando, meu nome é Momo Yaoyorozu. - se apresentou normalmente.

Reiko: Sou Reiko Yanagi.

Ibara: Ibara Shiozaki.. - ''Por que ela tá rezando do nada..?''

Jiro: Meu nome é Kyoka Jiro. E você? - disse sua última frase apontando pra mim, ''Ih.. esqueci que tinha que falar meu nome também.. Ok ok ok.. será que eu passo meu papelzinho pra todo mundo ou...?'' - Ei, o que foi? Tá com vergonha?

Yaoyorozu: Não precisa ficar assim, nós não vamos demonstrar nada indevido. - ''Hm.. falando com essa tranquilidade toda..''

Kamari: (suspiro profundo)... K-Kamari.. - falei numa voz bem baixa, mas isso não aparentou incomodar as outras.

Yaoyorozu: E o seu sobrenome?

Kamari: .. Não tenho..

Jiro: Oh, diferente, mas seu nome é legal. - ''... Elas gostaram do meu nome..''

Kamari: ... Obrigada.. - agradeci um pouco mais envergonhada e abaixando minha cabeça levemente.

  Após essa cena, mais uns minutos de papo se passaram até decidirmos finalmente dormir, então arrumamos nossas coisas, incluindo resguardar nossos animais, e colocamos nossos pijamas para dormirmos.. exceto eu, que esperei o ambiente todo estar silencioso o suficiente para poder sair do quarto e ir pra sala principal, e logo mais fiquei sentada de frente pra janela e curtindo a vista alta e panorâmica do lado de fora.

Kamari: ... Aqui é muito bonito.. e é.. até que confortável... me senti acolhida por aquelas garotas e.. até que posso dizer que elas gostaram de mim, além de gostarem da convivência entre elas... Sinto que.. posso me dar bem aqui..


*(Dia seguinte... 5:10 a.m...)*


  Neste momento, já estou na minha cama e muito bem acordada pras aulas, que começam às 7:00, então penso que esse é um horário excelente para que dê tempo para eu possa me arrumar devidamente pra ir pra sala onde vamos ter aula primeiramente do Mic sobre feitiços, então me ergui do colchão, busquei minhas coisas, como roupas e minha varinha, me aprontei e fui já em direção à porta, mas.. estranhamente ninguém está acordado ainda, ''Hmp, pensei que todo mundo daqui fosse adiantado.. acho que vou esperar só mais um pouco até todo mundo estar pronto''

  E... assim fiz até uma hora e meia depois, quando finalmente pude ouvir sons diferentes do fogo queimando a lenha na lareira, e por sinal, esperei esse tempo todo sentada no sofá da área principal do dormitório.

Jiro: (bocejo).. Primeiro dia de aul... a... - falou numa voz sonolenta enquanto saía devidamente vestida com seu uniforme do quarto, mas desacelerou seu tom no mesmo momento em que me viu - .. Tá aí desde quando? - perguntou bem estranhada, e então respondi fazendo gestos que representassem os números do horário no qual acordei - 5:10?

Kamari: Uhum.

Jiro: Saquei.. mas pra quê?

Kamari: ... Chegar cedo na aula.. - disse ainda num tom baixo.

Jiro: Mas também não é pra tanto né..? (suspiro profundo) Enfim.. o pessoal daqui, como todo mundo é primeiranista, todos vamos pra todas aulas, ou seja, literalmente todos daqui junto com as outras casas vamos nos reunir, então.. acho que devo torcer pra que nada dê errado entre os outros alunos, mas acho que é melhor eu ficar perto de você, você é uma pessoa interessante. - comentou descendo a escadinha e se sentando ao meu lado enquanto sorria levemente.

Kamari: .. O-obrigada..

Jiro: Por nada, e além do mais.. qual vai ser a primeira aula mesmo?

Kamari: Feitiços, do Mic.

Jiro: Ih, verdade, só quero ver como vai ser, e tenho uma impressão que você vai se sair bem, parece ter cara que alguém que sabe lidar com feitiços. - com isso sendo dito de forma tão honesta e direta, não pude evitar sorrir um pouquinho e assentir com a cabeça.

  Enfim.. após uns momentos, os outros todos ficaram prontos e saímos do alojamento para irmos pra sala, mas como metade das pessoas da casa eram de segundanistas pra frente, eles iam pra outras aulas, então a casa literalmente sofreu mitose e se dividiu no meio do corredor, formando um agrupado menor, mas com pessoas legais nele. Com tudo isso formado, chegamos ao cômodo onde o professor com cabelo de calopsita está junto com vários outros jovens de outras casas, no caso do local, um com fileiras de assentos laterais e em forma de ''escadaria'' ao invés de cadeiras convencionais, então diversos alunos podiam se sentar perto um do outro, e fiz isso com a Kyoka, já que foi com ela que mais tive contato verbal até agora.

Mic: Então, guys, vamo começar essa aula com tudo!! - ''Pra quê gritar desse tanto..?'' - Hoje vou lhes ensinar três feitiços simples, o de levitação, o de iluminação, e o de abrir portas, usem o primeiro e o último com sabedoria por favor. - ''Do jeito que ele explicou, até que esse aviso é importante''. E bem, a aula se saiu normalmente e aprendemos as três magias, fora que ganhamos um livrinho de feitiços básicos para lermos e estudarmos, mas.. por enquanto não ia dar tempo de fazermos isso, já que nossa próxima classe seria com a Midnight, sobre poções, e pra essa sim eu vou ter que dar mais atenção na narração.

  Enquanto eu andava em direção à câmara do laboratório, percebi que o grupo no qual eu pertencia ficou mais misturado com pessoas de outras casas, o que me confundiu um pouco, já que não sabia distinguir os indivíduos da minha idade pros outros, então pensei que todos íamos pro mesmo lugar mesmo apesar de não irmos, porém, ok, nada demais até aí. Quando adentrei o cômodo, vi já alguns alunos sentados em suas cadeiras também duplas com materiais a sua frente, como tinta e pena, papel de pergaminho e um caldeirão pequeno, além de a professora já estar em seu posto, só que quando me sentei em meu lugar, o bicolor que tinha me dado um doce no trem ficou ao meu lado, ''Eita.. de repente fiquei tensa..''

Midnight: Bom dia, queridos alunos, como já sabem, sou a professora Midnight, que lhes ensinará com perfeição e maestria como fazer e aplicar as mais diversas poções neste belíssimo laboratório. - fez essa apresentação numa voz bem satisfatória enquanto andava lentamente pela sala, ganhando o olhar perverso de alguns meninos isolados, e por sinal, um da Lufa-Lufa com uma cabelo parecendo um cacho de uvas estava todo derretido enquanto mirava a adulta - Bem.. enquanto nas aulas, receio que alguém vai me fazer alguma pergunta interessante, estou certa? - perguntou voltando para seu púlpito, e então um aluno com cabelos espetados, caídos e cinzas levantou a mão - Sim, senhor Tetsutetsu?

Tetsutetsu: Queria perguntar se as poções que vamos fazer aqui vão nos poder ser aprovadas pra usarmos fora das aulas. - falou numa voz mais rouca e um pouco alta.

Midnight: Excelente pergunta, meu jovem aluno, e a excelente resposta que posso dar é que.. sim, vocês vão poder fazer e usar poções fora das classes, mas com o mais extremo cuidado para não serem pegos manipulando substâncias perigosas e que podem matar outra pessoa, sejam cautelosos, queridos... Eu vou lecionar vocês para que aprendam os segredos mais obscuros da arte de fazer poções, e claro.. poderão ganhar alguma vantagem com essas habilidades, diga-se de passagem. A exemplo disso, desenvolverão grandiosas coisas no universo do uso de poções e poderão fazer as mais diversas estripulias, contudo.. façam isso com cuidado, pois esse aprendizado todo vai ser escalonado. - ''Uma explicação bem chamativa de fato'' - Sim, senhor Iida? - disse a um cara da minha casa que tinha o cabelo azul e óculos.

Iida: Não vai ser muito perigoso se pudermos utilizar esses elixires livremente?

Midnight: Hmp, francamente.. sei que a escola pode confiar em vocês pra isso, pois há muitos eventos que vocês podem ocasionar com o que vou lhes mostrar. Primeiramente.. nada passará de uma simples poção pra fazer dormir, porém em breve... chegarão à magnífica poção polissuco.. e logo mais o poderoso elixir do morto-vivo.. brevemente a acídula veritaserum.. e.. a minha favorita... a poção amortentia, a mais tentadora de ser usada por qualquer bruxo. - terminou seu discurso de uma forma bem dramática e tirando de sua pequena bolsa de cintura um frasco bem pícolo com um líquido rosa escuro em seu interior, e então a Yaoyorozu ergueu sua mão - Diga, senhorita.

Yaoyorozu: O que exatamente ela faz?

Midnight: Bom, a amortentia é uma poção do amor, em resumo, mas os efeitos dela são muito perigosos e ao mesmo tempo bastante.. como digo..? Fascinantes de serem testados. Poucas gotas disto pode fazer com que a pessoa que ingeriu esse elixir adquira uma paixão obsessiva por quem a deu isto para beber, e esse indivíduo pode fazer loucuras por isso, além de que ele mal nota o que está ao seu redor, somente pensando no que fazer com quem está extremamente e arriscadamente apaixonado por. E podem fechar essas bocas babonas, bando de adolescentes com os hormônios à flor da pele, este frasco deve pertencer somente a mim e ficar em minha posse 100% do tempo, o que significa que.. se isto sumir das minhas mãos, vou achar quem roubou o vidrinho e vou fazer com que a pessoa que mais odeia se apaixone de forma dominante por você.. não importando quem seja.. - após essa ameaça, já percebi umas certas pessoas fazendo uma cara de nojo, ''Isso é o que eu chamo de punição..''

Yaoyorozu: .. M-mas.. a senhora vai ensinar a fabricar essa poção de algum jeito? - perguntou timidamente.

Midnight: Se eu quiser muito ser demitida, sim, ensinaria, mas nas minhas circunstâncias normais, de jeito nenhum vou mostrar como se faz esse elixir, é perigoso demais pra ser posto simples e praticamente nas mãos de jovens como vocês, não falando que são irresponsáveis, só dizendo que é algo bem tentador, e acreditem em mim.. não queiram colocar isso na bebida do copo errado.. - ''Ui.. tá bom'' - Enfim, hoje vou mostrar como se faz uma poção do sono, algo simples, por isso, preparem seus caldeirões e abram seus livros na página 16, por gentileza. - com isso, fizemos o dito - Sigam à risca as instruções aí, ou podem explodir suas cabeças junto com o teto da sala. - ''Me convenceu'' - Podem ir fazendo enquanto isso, e então vou vigiando a todos, ao trabalho. - e assim, pegamos os escritos e começamos a ler a folha descrita, e naturalmente fui pegando tudo que precisava e vendo a quantidade de cada ingrediente, até que uma voz me impede de continuar a preparação da receita.

Shoto: Com licença. - assim que ouvi sua fala, como não estava esperando, levei um pequeno susto e me arrepiei um pouquinho, mas me virei para ver o rapaz normalmente - Desculpe interromper mas.. poderia me ajudar com algumas coisas? Não sou bom com poções. - ''Olha só, não é que acertei ao analisá-lo de primeira?'', e com esse pedido, assenti com a cabeça meio nervosamente - Obrigado. - assim, ele chegou mais perto de mim com seu equipamento apropriado - Por enquanto já pus a água pra ferver, mas essas duas raízes de valeriana eu corto como? - nessa pergunta, peguei uma navalha disponível na bancada e deixei as duas raízes paralelas a si mesmas, para então cortá-las até a metade em pequenos cilindros - Oh, obrigado. - e ao aprender, o mais alto começou a fazer a mesma coisa, assim como eu, que também fui preparando a poção normalmente.

Midnight: Tudo certo por enquanto com vocês dois? - disse bem gentil e se acercando de mim e do heterocromático.

Shoto: Sim, senhora, a Kamari está me ajudando em algumas coisas porque não tenho afinidade com poções, mas está tudo bem. - respondeu simples.

Midnight: Fico feliz em saber que fazem um bom trabalho em equipe, continuem assim, e me chamem se acontecer alguma coisa. - terminou sua frase andando novamente pela sala e para longe de onde estamos agora.

Shoto: Certo.. então agora eu só preciso pôr as folhas da erva sonolenta aqui junto com os pelos de bicho-preguiça e os espinhos do cacto mesmo? - ao ouvir sua dúvida, peguei novamente a lâmina dele e as minhas ervas do sono, para então picá-las em tamanhos bem pequenos e jogar no caldeirão com os outros itens precisos, e ao fazer isso, a cor da substância já mudou, o que indica que a mistura deu certo - Ah, então agora faço isso e depois sim ponho o antialérgico pra terminar? - concordei acenando um 'sim' com a cabeça - Entendi, agradeço por ter me ajudado. - ''.. Por nada..''

  E assim se decorreu a aula, comigo ajudando o Todoroki quando precisava, e acabou que descobri que ele é bem mais educado do que aparenta ser, tudo bem que sua aparência séria faz parecer que ele é arrogante mas.. não.. ele é bem amável até, porém acho que o fato de eu não ter falado uma palavra com ele o deixou confuso, e tenho a certeza disso por ele me olhar com um pouco de intriga ou preocupação, contudo só ignorei isso e parti pras próximas aulas sem maiores problemas, apesar de ter ficado curiosa com isso tudo.


Narrador Onisciente


*(Seis meses depois... 19:30 p.m... No salão comunal...)*


  Agora, todos de todas as casas estão jantando normalmente em suas cadeiras, e sobre a híbrida, digo que teve dias meio complicados quanto à sua interação social com as outras pessoas, mesmo tendo se dado bem com alguns da Corvinal e da Grifinória, como a Jiro, a Ashido e a Uraraka, mas.. tirando eles, ninguém mais foi tão acessível pra Kamari, nem mesmo o próprio Todoroki, por mais que eles tivessem um vínculo confortável.

  Além de tudo isso, a morena teve diversos problemas em questão de saúde, e isso porque, nas noites de lua cheia, como a de hoje, ela não pode em circunstância nenhuma se expor a essa iluminação ou pode ter alguns problemas de saúde física, além de que sua cauda e orelhas de lobo podem acabar se revelando sem querer e alguém poderia descobrir sua origem, ademais, seus pais biológicos continuaram lhe enviando cartas maldosas, o que prejudicou bastante o emocional da jovem, a fazendo ter o hábito de acordar no meio da noite e ir para a salinha vazia de seu dormitório para chorar baixinho enquanto rasgava o papel do manuscrito, e logicamente isso deixou a lobisomem um tanto apática, coisa que não escapou dos olhos dos mais atentos.

  Um deles era o Shoto, que agora, mesmo jantando, está observando suspicaz sua companheira, que está do outro lado da mesa e a poucas cadeiras de distância de si, e que está comendo sem olhar para nenhum canto.

Shoto: .. Tem alguma coisa na Kamari que acho estranho.. - comentou numa voz mais baixa e num tom questionador.

Iida: É o fato de ela conseguir tirar dúvidas sobre as matérias sem perguntar nada pra ninguém? - disse ao lado do rapaz.

Yaoyorozu: O hábito dela sair do quarto do nada à noite?

Tokoyami: O tanto que as expressões dela murcharam desde semana passada?

Jiro: Ela nunca querer ficar à luz da lua de vez em quando?

Shoto: Na verdade não, é só que... ela nunca fala nada. - falou mais intrigado.

Jiro: Ué, ela conversa sim, só deve ser quando você está longe por uma coincidência ou sei lá o quê.

Shoto: Bom, nesse tempo todo eu nunca sequer ouvi a voz dela.

Jiro: Hm, ela era bem tímida pra falar comigo também, mas agora estamos bem.

Iida: É mesmo, agorinha pouco ela me procurou pra perguntar onde fica o banheiro feminino, tudo bem que só ouvi ela falar pelo menos um 'com licença' em seis meses mas.. não tenho o que contestar.

Shoto: Hm? Sério?

Iida: Sim, por quê?

Shoto: .. Ela nunca falou comigo. - disse mais curioso e estranhado ao mesmo tempo.

Iida: ... Oh.. então.. não posso fazer mais nada senão recomendar que você fale com ela sobre isso. - falou tranquilamente e pegando seu copo de suco de abóbora para tomar um gole.

Shoto: Bom, se ela me respondesse seria ótimo. - respondeu meio irônico.

Iida: Não custa tentar.

Pensamentos de Shoto: ''Ao menos espero..''


*(3:00 a.m... Nos dormitórios...)*


  Um bom tempo após isso se passou, na verdade, bastante tempo, diga-se de passagem. Neste horário, a meio-lobisomem está acordada e com uma carta em mãos sem remetente, e com certeza ela sabia que aquela era mais um dos bilhetes cruéis que foi escrito por seus pais biológicos, porém, de certa forma, ela tinha uma certa esperança em ler algum recado deixado pelo Tadashi ou pelas enfermeiras, como já aconteceu umas poucas vezes, e então, respirando fundo, a jovem abriu o envelope e leu o papel principal, se deparando novamente com outras falas depreciativas de seus parentes.

Pensamentos de Kamari: ''... Eu sabia.. nem sei por que pensei que seria uma carta de aprovação...'' - e com isso em mente, a menina começou a soltar lágrimas por seus olhos, e ao notar essa reação em si mesma, ela já começou a seguir seu roteiro de sair do quarto das meninas e ir ao salão comunal da Corvinal para despejar suas mágoas lá e se livrar da mensagem que recebeu, mas.. uma voz a freou imediatamente enquanto ela descia a pequena escada de pedra que se conectava ao espaço com lareira do alojamento.

Shoto: Boa noite, Kamari. - falou numa voz bem varonil e um pouco grave, o que assustou a menor, visto que ela não havia reparado o bicolor ali por estar com os olhos meio cerrados por conta de seu pranto, mas no instante que escutou o rapaz, parou de andar e viu bem a figura dele, que se virou um pouco para olhar para a morena - Você.. se importaria de vir aqui? Queria te perguntar uma coisa. - disse normalmente, enquanto a pequena mal sabia direito como reagir diante aquela situação, mas logo só chegou à conclusão de que deveria ir lá falar com o garoto.

Kamari: (engole seco).. Uhum.. - respondeu timidamente, para então ir andando mais pelos degraus de pedregulhos até chegar na lateral do sofá de frente pra lareira acesa onde o Todoroki estava, e então ele sinalizou que ela se sentasse ao seu lado, e assim fez.

Shoto: Olha, eu... você tá chorando? - comentou mais preocupado ao reparar as fileiras de lágrimas singulares por conta da luz do fogaréu, e ao perceber isso, a heterocromática rapidamente passou seu punho pelo seu rosto e negou com a cabeça, contudo o jovem achou essa ação um pouco contestável e mirou um pouco pra baixo para pensar sobre o que faria após isso, mas assim ele encontra o papel da carta - Hm? O que é essa folha na sua mão?

Pensamentos de Kamari: ''Caramba.. eu não me ajudo também, viu...'' - quando ouviu essa questão, a menina de forma imediata escondeu o bilhete atrás de si e adquiriu uma postura mais nervosa e agitada, o que só deixou o bicolor ainda mais indagador.

Shoto: .. Kamari, o que houve? Por que você estava chorando e.. o que é esse papel? Foi isso que te fez chorar ou algo assim?

Pensamentos de Kamari: ''Ai ai.. não tenho outra escolha..'' - não vendo mais escapatória para a sua situação, a jovem baixou sua vista e entregou lentamente o papel ao seu companheiro, quem o pegou e leu, ficando bem espantado com as barbaridades que lá estavam escritas.

Shoto: Nossa, isto.. isto é muito cruel de se dizer pra qualquer pessoa que seja, sabe quem escreveu esta carta? - perguntou bem indignado com o que acabara de ver, e a de cabelos castanhos ficou uns segundos em silêncio.

Kamari: ... ... ... Meus pais biológicos... - respondeu com um certo pesar em seus ombros e lacrimejando levemente outra vez, e em contrapartida, o heterocromático ficou bem surpreso ao ver que sua amiga a respondeu com palavras ao invés de gestos, mas retomou sua seriedade rapidamente.

Shoto: Seus.. seus pais biológicos?

Kamari: (funga).. É.. - disse com sua garganta se fechando um pouco.

Shoto: Oh.. sinto muito por isso... você ainda mora com eles?

Kamari: Não.. eles... (pequenos soluços).. me abandonaram quando bebê.. e... não conheci eles direito.. - falou cerrando mais sua voz e seus olhos, para assim se entregar aos seus prantos e se curvar um pouco pra frente enquanto abraçava seu torso, e perante essa cena um tanto pesada, o rapaz ficou meio sem saber o que fazer.

Pensamentos de Shoto: ''E agora..? O que se faz quando tem alguém chorando na sua frente..?'' - e sem mais muitas opções, o Todoroki se sentou um pouco mais perto da menina e foi acercando devagar sua mão de suas costas, para então pousar sua palma lá e mover sua extremidade um pouco.

Shoto: ... Confesso que não consigo entender o seu sofrimento.. isso é algo muito mau de se fazer com alguém, no caso.. você... mas o que posso fazer agora é só.. te ajudar, talvez. - falou simples e um pouco ainda sem saber o que exercer naquela situação, e ao notar a sutileza do maior, a meio-lobisomem se controlou um pouco mais e secou suas lágrimas apesar de novas estarem surgindo rápido.

Kamari: (funga).. Tá tudo bem.. (suspiro).. obrigada por isso.. (suspiro profundo)... tá tudo bem.. - assentiu meio acelerada por conta de seu estado, que, em sua própria visão, era meio vergonhoso de ser mostrado a uma outra pessoa, porém o heterocromático não via assim, tanto que tentou pensar em algo para amenizar o clima.

Shoto: Sabe... eu achei a sua voz bem bonita. - disse numa voz mais suave, o que certamente chamou a atenção de sua companheira, e somente essa frase fez com que a morena se virasse um pouco pra olhar extremamente surpresa para seu amigo, além de vagarosamente cobrir sua boca com as mãos ao se lembrar do que o Tadashi lhe disse antes de partir para Hogwarts, e uns segundos de silêncio se passaram.

Kamari: ... ... O que disse..? - questionou realmente chocada.

Shoto: Que.. acho sua voz bonita, por quê?

Kamari: (pequeno espasmo).. Am.. n-nada.. deixa pra lá. - disse mais rápido e se levantando do sofá, para então jogar a carta na lareira e ir quase que correndo de volta pro seu quarto, atitude que deixou certíssimas dúvidas no Shoto, que somente ficou mirando a direção em que a garota ia, mas sem falar uma palavra.

Pensamentos de Shoto: ''.. Bom.. pelo menos ela falou comigo''

Pensamentos de Kamari: ''Ai.. não acredito que falei com ele... tudo bem que temos muito mais de um mês de conhecimento mútuo, mas ainda não me sentia segura pra conversar com ele, quanto menos sobre meus pais... (suspiro profundo).. pelo menos sei que ele é uma boa pessoa e que pode me ajudar a superar alguns problemas, quem sabe até posso puxar um pouco mais nossa amizade e tornar isso algo mais profundo? ... Do que eu tô falando..? É lógico que isso não vai acontecer do dia pra noite, só que.. confesso que, pelo jeito que o Shoto agiu... consigo afirmar que, apesar de ele me intimidar um bocado, ele é... alguém bem interessante e misterioso.. quem sabe vale a pena descobrir mais sobre ele..?''


Narra Kamari


*(Dia seguinte... No intervalo entre as aulas da tarde...)*


  Neste momento estou no corredor principal a caminho de uma saída para o exterior gramado do colégio, e isso porque quero treinar um pouquinho feitiços que tenho certa dificuldade, e estou andando meio que sem prestar muita atenção ao meu derredor por uma razão que sinceramente não sei qual é, mas um choque, literalmente dizendo, me fez voltar minha visão pro ambiente, porque numa virada do passadiço, trombei com alguém, pessoa tal que não pude ver porque ela era infinitamente mais alta que eu, por isso não me concentrei na aparência do indivíduo.

Kamari: Ai, desculpa, eu não olhei por onde andava.

Shoto: Tá tudo bem. - ''Oh.. é ele..'' - Ah, Kamari, eu estava te procurando. - disse tranquilo, mas o contexto de sua frase me fez ficar um pouco acanhada por algum motivo.

Kamari: E-eu? Por quê? - respondi levemente envergonhada.

Shoto: Porque eu queria te pedir um pequeno auxílio em poções de novo, depois desse tempo todo eu ainda não sei direito medir as coisas, então pedi à Midnight pelo menos duas horas da sala de laboratório pra isso, claro, se você não tiver nenhum compromisso daqui a pouco.

Kamari: Daqui a pouco? Mas.. não temos aula depois?

Shoto: O diretor Nezu disse no discurso dele que suspenderia as classes depois do almoço porque ele tinha um projeto especial pro ano que vem e que precisaria do máximo de tempo dos professores pelo menos hoje. Você não ouviu?

Kamari: Hm, parece que foi a única parte dessa fala que não prestei atenção, mas se for nesse caso então.. sim, estou disponível, só vou treinar uns feitiços no campo antes.

Shoto: Ótimo, obrigado por ceder seu tempo, até mais tarde. - falou gentilmente e andando para o outro lado, e de besta me virei para olhá-lo um pouco, ''.. Que sutileza..'', e quando finalmente me toquei do que tinha que fazer, voltei a caminhar para onde devia e saí numa abertura da parede ao lado de corrimões ornamentais para ir pro espaço mais campestre, e após me afastar um pouquinho mais e estar num local aparentemente isolado, mais especificamente uma florestinha meio rala com umas coníferas, decidi ficar neste mesmo ponto.

Kamari: Ok.. primeiro o de atrair as coisas.. - disse baixinho e pegando minha varinha - Accio galho. - assim que recitei a magia, o objeto, ao invés de vir na minha mão, passou por cima de mim e voou até só Deus sabe onde - Tsk.. de novo.. - exclamei um tanto decepcionada, pois, ou a coisa que eu tentava pegar com esse feitiço passava por cima da minha cabeça ou acertava a minha cabeça, então.. é.. mas bem quando me virei para tentar recuperar o ramo, ouvi uns sons meio esquisitos à distância, algo que parecia um conjunto de barulhos de impactos físicos e gemidos de dor, e como sou curiosa, fui vagando lentamente até o lugar onde parecia ser a fonte desses sonidos.

  Nuns passos a mais, adentrando uma mata mais densa, avistei quatro figuras, no caso, quatro estudantes da Sonserina, três em pé e um deitado, e os erguidos estavam chutando e batendo no outro elemento, que tentava proteger sua cabeça, embora isso não tenha dado muito certo, diga-se de passagem.. porém... tive uma imensa vontade de ajudar o garoto caído, mesmo sabendo que poderia me dar mal me metendo com os da Sonserina, mas mesmo assim comecei a agir. Primeiro, peguei uma pedra que estava ao lado do meu pé e a joguei num dos agressores.

???: Ai! Quem foi que..?! - questionou bravo e olhando pra trás enquanto punha sua mão em sua nuca, contudo não o deixei terminar de falar.

Kamari: Estupefaça. - disse mirando minha vareta nos rapazes em pé, conseguindo os afastar do que estava debruçado no chão, e logo em seguida disso, os atingidos saíram correndo de onde estavam em direção ao colégio, e quanto a mim, fui averiguar a situação do que foi agredido, me ajoelhando em sua frente para ver como ele estava - Ei, tá tudo bem?

??: Ai.. sim sim.. eu estou... - falou numa voz até que bem bonita e um pouco mais baixa enquanto se erguia levemente da terra com seus cotovelos, mas ele parou sua fala quando me viu, aliás, o rapaz tinha sua pele relativamente mais pálida, cabelos escuros e um pouquinho alongados, seus olhos eram verde-água, orelhas mais pontiagudas e ele usava uma faixa preta de tecido em seu pescoço. Enfim.. pulando as descrições.. o rapaz ficou uns segundos em silêncio assim que mirou em mim, e também notei que sua vista ficou mais brilhosa - ... Estou muito bem.. obrigado por ter me salvado daqueles caras. - agradeceu com um sorriso bem agradável e se ajoelhando de frente pra mim.

Kamari: Sabe me dizer por que eles estavam batendo em você? Você é da Sonserina também afinal.

??: O pessoal da minha casa é muito exclusivo, eles não me aceitam lá e fazem bulliying comigo me chamando de 'lagartixa ; otaréptil ; fita dupla-face ; jacaré manco' e etc. - ''Tadinho..''

Kamari: Poxa.. por que eles dizem isso?

??: Porque todos eles são babacas, por isso, nem sei o por quê de eu ter sido colocado na Sonserina, queria estar na Corvinal, sou muito mais parecido com o pessoal de lá do que os da minha casa, fora que.. não pude deixar de notar que você é da Corvinal, se eu estivesse na sua casa, saberia que estou rodeado de pessoas nobres como você que ajudam o próximo ao invés de se fazer de rico e ser falso.

Kamari: Isso foi tão específico que até doeu. Mas bem, qual o seu nome? Aliás, o meu é Kamari.

Nyckel: O meu é Nyckel Ajimoto, muito prazer, senhorita. - ''Ele é legal''

Kamari: Inclusive.. desculpe a intromissão mas.. por que você é tão... diferente? - questionei mais duvidosa.

Nyckel: Ah, não se preocupe, é que sou um híbrido, minha mãe é uma bruxa e meu pai um reptiliano, e olha.. deu trabalho pro meu pai conseguir viver em paz com sua família, o pessoal não gostava muito de espécies como ele não, mas estou feliz com os pais que tenho. - afirmou alegre, mas confesso só ter ouvido até 'híbrido', e obviamente fiquei com uma feição bem surpresa.

Kamari: .. Disse que é o quê..? - perguntei ainda mais estupefata.

Nyckel: Um híbrido, por quê?

Kamari: ... Também sou uma.. - assim que falei aquilo, o garoto se mostrou mais impressionado.

Nyckel: Jura? Caramba, seus pais são o quê? Se você não se importa de responder.

Kamari: Bem.. na verdade nem conheço os meus pais, mas sei que sou uma mistura entre bruxa e lobisomem.

Nyckel: Hm? Você não os conheceu?

Kamari: Eu.. não gosto muito de falar sobre isso mas... digamos que nunca sequer os vi, só sei que eles não gostam de mim.

Nyckel: Pena deles, porque você é uma pessoa muito adorável. - ''... Que fofo..''

Kamari: .. O-obrigada, Ajimoto.. - disse um pouco tímida por acabar de conhecer o garoto e já receber um elogio.

Nyckel: Pode me chamar só de Nyckel.

Kamari: Ah é, desculpa, acabei me distraindo, você tá bem? Seu nariz tá sangrando, e seu olho tá meio roxo, fora que seu cachecol tá rasgado.. seu rosto tá arranhado.. - disse numa voz contínua.

Nyckel: Oh, é.. não se preocupa, eu vou pra enfermaria depois.

Kamari: Vamos lá agora, só tenho compromisso em uns minutinhos.

Nyckel: Compromisso com o quê se não tem aulas?

Kamari: Tenho que ensinar umas dicas a mais sobre poções pra um amigo da minha casa. - expliquei ajudando o Ajimoto a se levantar, para logo começarmos a andar.

Nyckel: Hmp, sempre tem os retardatários nas matérias, no caso de um cara na minha casa, ele deve ter pelo menos umas três ao mesmo tempo com dificuldade, por isso também que quero me mudar pra Corvinal, sou eu o saco de pancada e fazedor de dever de casa ao mesmo tempo.

Kamari: Olha.. sobre isso, acho que pode falar com o diretor Nezu sobre trocar pra Corvinal, se você explicar o motivo até penso que seja possível, inclusive.. acredito eu que tenha uma cama sobrando no dormitório masculino.

Nyckel: Interessante, obrigado por me contar isso. - enfim.. fomos andando até a enfermaria da escola, me despedi do reptiliano e o deixei lá para ir até a sala de poções, e quando somente abri a porta, vi o bicolor apoiado numa mesa e perto de um kit de elixires, e ao me ouvir entrar, o maior me mirou.

Shoto: Ah, oi, fico feliz que tenha vindo. - falou gentilmente, ''F-feliz..?''

Kamari: .. Feliz? - questionei fechando a portada e indo devagar até onde o garoto está.

Shoto: Sim, afinal você veio até aqui pra me ajudar, inclusive agradeço novamente por isso. - ''Ele realmente é muito gentil..''

Kamari: B-bem.. tem alguma poção específica que queira ver ou pode ser qualquer uma? - perguntei simples.

Shoto: Na verdade eu preferiria começar pelas mais simples, como a poção do sono ou a do crescimento, já que partir direto pra um nível acima vai me confundir, e peço que me perdoe desde já porque.. realmente não sou bom com poções.

Kamari: Tá tudo bem, não se preocupe, eu te ensino tranquilamente. - quando falei isso, o garoto esboçou um pequeno sorriso, o que me desconsertou por conta que não sou lá muito acostumada a vê-lo sorrindo então.. é..

Shoto: Obrigado.

  Pois bem... após umas boas duas horas realmente boas depois o nosso tempo já havia terminado




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