Por tudo o que você fez

By Amandeep1009

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Letícia jurou para si mesma que vingaria a morte da irmã. Anos depois da tragédia, ela está de volta à sua ci... More

✨Sinopse ✨
✨ Bem-vindos ✨
🎧Playlist🎧
Prólogo
1. Letícia
2. Matias
3. Letícia
4. Matias
5. Letícia
6. Matias
7. Letícia
8. Matias
9. Letícia
10. Matias
11. Letícia
12. Matias
13. Letícia
14. Matias
15. Letícia
16. Matias
17. Letícia
18. Matias
19. Letícia
20. Matias
21. Letícia
22. Matias
24. Matias
25. Letícia
26. Matias
27. Letícia
28. Matias
29. Letícia
30. Matias
31. Letícia
32. Matias
33. Letícia
34. Matias
35. Letícia
36. Matias
37. Letícia
38. Matias
39. Letícia
40. Matias
41. Letícia
42. Matias
43. Letícia
44. Matias
45. Letícia
46. Matias
47. Letícia
48. Matias
49. Letícia
50. Matias
51. Letícia
52. Matias
53. Letícia
54. Matias
55. Letícia
56. Matias
57. Letícia
58. Matias
59. Letícia
60. Matias
61. Letícia
62. Matias
63. Letícia
64. Matias
65. Letícia
66. Matias
67. Letícia
68. Matias
69. Letícia
70. Matias
71. Letícia
72. Matias
73. Letícia
74. Matias
75. Letícia
76. Matias
77. Letícia
78. Matias
79. Letícia
80. Matias ✨ Epílogo
81. Letícia ✨ Epílogo
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23. Letícia

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By Amandeep1009

"Desculpa por ontem. Achei que tinha ficado claro que eu não ia poder por causa do jantar de negócios que surgiu".

Jantar de negócios?

Folheio mais uma vez a agenda de Ruth à procura desse compromisso, mas não o encontro. Considerando a organização de Ruth, o jantar pode ter sido anotado em um dos vários post-its coloridos que enfeitam o mural na sua baia.

Leio mais uma vez a mensagem, bebendo um gole de água para apaziguar a secura na minha garganta.

É claro que eu não esperava qualquer consideração de Matias Bernardi. Afinal, eu sou só uma garota qualquer com quem ele quer trepar.

Preciso ser essa garota.

Então, não deveria me sentir mal por ter levado um bolo dele.

Depois de uma noite exaustiva em que reli cada mensagem e revi cada foto, cheguei à conclusão de que - talvez - essa trapalhada tenha sido um avanço no meu plano.

Não preciso mais seduzir Matias, por acaso eu já tinha feito isso.

Agora, só preciso esperar que ele tenha tempo para colocar em prática tudo o que imaginou. E não deve demorar.

Essa farsa pode acabar em menos de uma semana.

Estou prestes a enviar mais uma mensagem pra ele, quando Ruth me chama. Ela está acompanhada da gerente de marketing e logo estamos as três na sala de Matias.

Ele usa um terno obviamente caro, uma camisa branca impecavelmente passada, gravata, sapato social. Os cabelos loiros bagunçados destoam do traje CEO todo poderoso, assim como a postura. Ele está esparramado na cadeira de couro atrás da sua mesa surpreendentemente impessoal.

Sim, aquela cadeira.

Um olhar para a cadeira é o bastante para incendiar minhas bochechas.

A brincadeira de "O Chefe Mandou" era mais literal do que eu pensava.

Estou tentando evitar um possível desmaio, quando Paula começa a falar: - Já combinei tudo com Ruth. Minha equipe está criando uma conta de instagram para você. Ruth vai acompanhá-lo durante a próxima viagem para já começarmos a movimentar a conta com stories do seu dia a dia e notícias sobre a empresa. No início, Letícia vai ajudá-la com as fotos e também a usar o instagram, mas todo o conteúdo vai passar antes pela Ruth. De acordo?

Matias encosta a cabeça na cadeira, cruzando as mãos.

- Letícia é nova na empresa, Paula. É a mesma questão de ter alguém da sua equipe me seguindo por aí.

- Não é. Falei com o Jurídico e eles estão redigindo um termo de confidencialidade. Tanto Ruth quanto Letícia podem assinar. Tenho certeza de que elas não vão se incomodar.

Ruth assente, eu concordo em seguida.

É claro que não me importo. Não poderia ligar menos para as reuniões de negócios de Matias. O que eu quero provar é muito pior do que vazar informações sobre investimentos.

Paula está me dando uma oportunidade de ouro: vou ficar ainda mais próxima a Matias do que imaginava.

- Se não tiver mais objeções, vamos emitir as passagens.

- Passagens? - deixo escapar.

- Sim, vocês duas vão acompanhá-lo na viagem a São Paulo.

Ainda bem que estou de tênis hoje ou eu teria caído do alto das minhas sandálias. Essa ideia vai me colocar não só perto de Matias, como no mesmo hotel que Matias, em outra cidade.

Está ficando fácil demais.

Os olhos de Matias pousam sobre mim quando ele diz: - Tudo bem por você? É de bom tom perguntar aos funcionários se eles têm algum compromisso antes de sair planejando viagens, Paula.

A gerente bufa, aparentemente sem notar o modo como Matias me olha.

- E quem não vai querer sair dessa cidade provinciana por uns dias? Me poupe, Bernardi.

É a primeira vez que o encaro desde a tentativa frustrada na Kraken e percebo que o resultado é bem diferente. A cara de nojo não está lá, pelo contrário. Ele parece gostar do que vê.

Evito sorrir já que estamos na frente da Ruth, mas deixo bem claro que quero acompanhá-los.

- Sim, tudo bem... Apenas fiquei surpresa.

Saio da sala satisfeita e fico ainda mais feliz ao longo do dia, quando o RH entra em contato comigo, informando os detalhes da viagem. Não só vou ficar em um hotel cinco estrelas, como vou ganhar diárias para os dias da viagem. Cada diária será uma preciosa contribuição para recuperar a minha máquina fotográfica.

Fico tão ansiosa com a perspectiva da viagem que só percebo no final do dia que não respondi a mensagem que ele enviou de manhã.

Tento organizar meus sentimentos, enquanto absorvo a nova realidade do meu jogo: avancei sem querer e agora estou na metade do campo. Matias já me deseja, não preciso quebrar o gelo, só precisamos de uma oportunidade.

Decido voltar ao personagem. Não vou ganhar nada se Matias descobrir que eu achava que estava falando com outro homem. Se antes eu queria que Luca descobrisse que eu sou secretária do primo dele, agora preciso que ele nem sonhe com isso. Afinal, não preciso convencer Matias de que só quero algo casual, as mensagens já fizeram isso por mim.

Mesmo assim, chamá-lo de "gato" agora me parece um pouco forçado...

Por isso, respondo: - Sem problemas, chefe. Pelo jeito, vamos nos ver bastante durante a semana.

Matias ainda está trancado na sala dele, quando Ruth recebe a ligação dizendo que estamos liberadas. O escritório já está quase vazio, exceto pelo gerente de varejo que parece afundado em planilhas. Começo a guardar minhas coisas, mas meu celular vibra.

- Vou ter que esperar até amanhã pra ficar a sós com você?

Meu coração dispara, minha boca fica seca. Tenho medo de ir até a sala dele e, ao mesmo tempo, tenho vontade de correr até lá. Quero que tudo acabe logo, mas sei que preciso ser paciente.

Ele não espera a minha resposta: - Uma boa secretária viria até aqui me perguntar se estou precisando de algo.

Espero Ruth se despedir e, assim que seus cabelos grisalhos somem atrás das portas do elevador, respiro fundo e me levanto.

Tento ajeitar os cabelos, evitando a constatação de que minha roupa é ridícula para tentar seduzir um homem sofisticado como Matias. Por causa da correria com as sandálias assassinas na noite anterior, precisei apelar para os meus tênis all star velhos. Eles não combinam em nada com a saia preta justa e a camiseta de botão branca que roubei da minha avó. Pareço mais uma estagiária que acabou de sair da faculdade do que uma secretária sensual.

Se ele achasse isso não estaria te chamando para a sala dele, Letícia.

Olho para os lados, checando se alguém está olhando na minha direção, enquanto caminho até a sala dele. Dou duas batidinhas, que fazem a porta entreaberta ranger. A sala já está escura, e toda luz vem do abajur ao lado da mesa de Matias. Ele bebe uma dose da sua bebida. Assim que me vê, afrouxa a gravata, abrindo um sorriso descontraído.

- Precisa de algo, Sr. Bernardi? - consigo perguntar.

Matias tem um sorriso meio torto que me faz pensar em astros do cinema. Os cabelos espetados e o jeito descontraído passam um ar tão destoante dos relatos de Cecília que quase preciso me lembrar que, se ele estivesse em um filme, seria o vilão.

- Sim, senhorita Letícia - ele responde com uma voz grave. - Perdi um compromisso importante na noite passada e gostaria de remarcá-lo.

Dou um passo tímido dentro da sala, encostando a porta atrás de mim: - Vai ser preciso checar se a agenda da outra pessoa está livre...

Meus passos são lentos enquanto eu me aproximo, colocando as mãos sobre a mesa. Ele se empertiga na cadeira. Reunindo toda a coragem que eu tenho, inclino meu corpo para frente, puxando a gravata dele.

Agora, os olhos de Matias estão mais escuros e seu sorriso é apenas uma curva que acentua a expressão travessa em seu rosto. Sinto um arrepio, uma mistura de medo e antecipação. Preciso que ele queira fazer isso por completo e não pode ser aqui, sem qualquer planejamento.

A mesa ainda está entre nós e sou baixa demais para alcançá-lo. Ele se aproxima de acordo com o puxão leve que dou na gravata. Minha voz sai rouca e quase consigo me sentir sensual quando digo: - Você pode ser o chefe, mas não gosto de ficar esperando.

- Você me parece mais dominadora do que eu imaginava.

Bingo.

Uma puxada na gravata e ele já entrou no assunto que eu queria.

- Na verdade, prefiro ser dominada.

Os olhos dele se arregalam levemente e o sorriso se expande. Ele desfaz o nó e tira a gravata da minha mão. Em menos de um segundo, ela está em volta do meu pescoço. Agora é ele que me puxa para frente.

Ele não faz força, apenas uma pressão à qual eu cedo facilmente. Meu rosto vai se aproximando da mesa, enquanto me curvo de forma submissa.

Meu braço roça no copo de uísque e decido que um gole vai ser necessário para continuar essa atuação. Faço o copo deslizar pela mesa, segurando-o entre as mãos, enquanto os meus lábios tocam o vidro. Deixo minha língua sair, bebendo o uísque como se eu fosse um gatinho com um pote de leite.

Matias abre a boca, junta os dois lados da gravata em uma mão, deixando a outra livre para abrir a própria calça.

Ele está prestes a puxar o zíper, quando uma batida à porta me faz dar um salto.

O gerente de varejo entra com a cara enfiada em um laptop já falando qualquer coisa sobre números, resultados e faturamento. A gravata de Bernardi está enrolada nos meus cabelos e, diante dos seus olhos arregalados, eu a escondo no bolso da minha saia.

- Algo mais, Sr. Bernadi? - pergunto, sobressaltando o gerente.

- Ah, me desculpe! Achei que estivéssemos sozinhos no andar - o homem coloca a cabeça por cima do laptop pela primeira vez. Ele é magrelo e baixinho, com cabelos castanhos presos em um coque estranho. Reparo que também usa all star. Ele parece mais um desses caras superinteligentes da computação do que um gerente de varejo.

- Nâo, Vitor, tudo bem, eu já estava dispensando a Letícia. Como pode ver - ele aponta para o uísque - já deu por hoje.

- Credo, cara. Esses hábitos vão te matar antes dos 40 anos. Posso te mostrar esses números aqui?

Matias concorda, dando espaço para o homem, que pousa o computador na mesa dele.

- Até amanhã, Letícia - Matias diz, com a voz baixa, quando já estou chegando na porta.

Retribuo com um aceno.

Uma hora depois, já estou na minha cama, de banho tomado, pijama e com duas fatias de pão de forma com queijo - que minha avó deixou bem claro que não configuravam um jantar - na barriga.

Penso que devo dormir já que o dia seguinte vai ser longo, mas acabo pegando mais uma vez o diário de Cecília.

"D,

S. está morrendo de ciúmes. Não quero parecer metida que nem ela, mas acho que ela tem razão de sentir ciúmes.

Hoje a escola toda parou para assistir ao jogo de handebol contra a unidade de Berlocchi. A PD é a capitã do time da unidade Aroeiras, então seus amigos estavam bem na primeira fila, incluindo MB.

O nosso time já estava ganhando de lavada e o jogo parecia eterno. Eu estava de saco cheio pra falar a verdade. Eu só não ia embora porque minha amiga G é do time também. Juro que não sei como ela aguenta PD e todo o seu entusiasmo e gritaria. Ela leva o handebol escolar a sério, como se fosse profissional, como se fosse a maldita Olimpíada!

Mas não é isso que importa. O que importa é que MB estava na primeira fila da arquibancada com os amigos e, de repente, não estava mais.

Não que eu saiba sempre onde ele está, tá? Mas dessa vez, por acaso, eu não sabia.

Tá, talvez eu estivesse procurando por ele - por curiosidade - quando ele apareceu do meu lado. E você não vai acreditar, D!

Ele se sentou ao meu lado.

Achei que ele ia dizer algo tipo 'oi', mas ele não disse nada, aí também fiquei calada.

Depois que PD marcou mais um gol pra nossa escola, ele estendeu um fone pra mim. Foi só aí que eu percebi que ele estava ouvindo no tal do ipod, o tocador de música novo.

Coloco o fone no ouvido e reconheço imediatamente a voz de KC.

I feel stupid and contagious.

Curioso, D, como a vida manda sinais claros às vezes.

Eu me sinto estúpida ao lado de MB. Me sinto assim, principalmente quando meu estômago se encolhe todo quando ele passa, quando ele me concede um olhar.

Tenho certeza de que meu estômago ficou comprimido como se estivesse em uma latinha de atum durante todo o resto do jogo, enquanto dividia fones com MB ouvindo Nirvana.

Depois que o jogo terminou, PD abraçou a equipe e correu para o grupinho deles. S fez uma cara muito feia quando percebeu MB do meu lado. Tive vontade de rir do ciúmes dela, confesso. Mas decidi ser uma pessoa superior e devolvi o fone para MB, falando que estava indo.

'A gente se vê', ele respondeu.

É o que pessoas que estudam no mesmo colégio fazem: se vêem todos os dias. Mas essas quatro palavras na boca de MB não parecem banais, D.

Parece que ele quer me ver, que ele está ansioso pra me ver por aí.

Que vergonha de escrever isso aqui. Até parece, né? Quatro palavras de MB, sendo uma delas um artigo que nem conta como palavra, e já estou que nem uma boba iludida.

'Com certeza', foi o que eu respondi.

Ele desceu a arquibancada do ginásio e S já pegou na mão dele.

Vou fingir que não vi isso, que ele não está saindo com ninguém, que ele realmente quis ouvir música comigo em vez de ficar com os amigos.

It's fun to lose and to pretend.

Eu já estou fingindo, agora só falta perder.

A gente se vê, D."

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