33. Letícia

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"Esteja no escritório da Paulista, sala 315, 1h antes da reunião

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"Esteja no escritório da Paulista, sala 315, 1h antes da reunião. Não se atrase."

A mensagem chega ao mesmo tempo em que um funcionário bate na porta, trazendo um café da manhã reforçado. Pães, bolos, suco de laranja, café, iogurte, banana...

Outra mensagem vibra no meu celular.

"Coma tudo, principalmente a banana. Tem um engov na mesa de cabeceira".

Encontro o remédio e obedeço, apesar de não estar me sentindo mal. Tenho uma leve lembrança de ter comido uma massa deliciosa na noite anterior.

- Não estou com fome, mas obrigada - respondo por mensagem.

- Letícia, estou mandando você comer. Principalmente a banana.

Reviro os olhos, irritada com o autoritarismo da mensagem. Já não basta mandar numa empresa inteira, agora ele tem que controlar o que eu como?

- Por que eu comeria a banana? Tem até um muffin de chocolate.

- Potássio. Vai ajudar. Confie em mim.

- Estou me sentindo ótima, pra sua informação.

Depois que envio essa resposta, penso melhor.

Eu quase estraguei tudo na noite passada e Matias parece bem irritado, apesar de não conseguir se conter e precisar dar uma de controlador lunático pra cima de mim.

Estremeço quando me lembro da raiva no rosto dele quando viu Luiz e do jeito brusco como mandou que ele fosse embora.

Pode ser que esse flagrante saia caro para o meu plano, então resolvo retomar a energia que havia entre nós.

Abro a banana e deslizo a língua pela fruta, tirando uma foto de perfil com os olhos semicerrados. Envio para ele com a mensagem: - Mas sou obediente.

Acho que ele vai responder logo, mas ele demora tanto que termino o café da manhã sem notícias dele. Começo a juntar minhas coisas e já estou no meu quarto no momento em que o celular vibra mais uma vez.

- Boa menina. Cuidado pra não se engasgar. Você claramente não tem critério quanto ao que coloca nessa boca.

Merda.

Ele está puto.

Não posso permitir que Matias perca o interesse porque me viu com um playboy idiota.

É muito azar que, em um hotel desse tamanho, ele tenha chamado o mesmo elevador que o meu.

- Posso fazer você mudar de ideia? - envio.

Mas ele não responde. Tomo um banho demorado, coloco roupas frescas, as últimas que eu tenho para a viagem, e faço a mala.

É com dor no coração que guardo o único par decente de sandálias que eu tinha. Como não tenho dinheiro para comprar sapatos novos, preciso encontrar um sapateiro que possa salvar esse salto quebrado. Porém, para hoje, só me resta calçar o meu all star velho e torcer para que as pessoas do escritório da Paulista me achem descolada e não uma pobretona, que é o que sou.

Por tudo o que você fezWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu