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⨳ 𝐄𝐗𝐓𝐑𝐀 ⨳
𝐅𝐔𝐂𝐊, 𝐈'𝐌 𝐃𝐑𝐔𝐍𝐊
🦋💔🦋❤🦋
Este capítulo extra tem cenas exclusivas que ocorreram entre o capítulo 115 e o capítulo 116.
Caso você não tenha lido o 115, recomendo que leiam para melhor entendimento!
Victor Augusto
19/05 – Terça-Feira
20:00h
─ OLHA VICTOR, VAI A MERDA, TÁ BOM?! VAI PRA PUTA QUE PARIU! – Bárbara gritou pelo telefone.
─ Por que porra? Por que eu quero seu bem? – eu perguntei.
─ NÃO, por que você não entende que eu não quero falar sobre isso. EU NÃO QUERO CONVERSAR SOBRE A MINHA ALIMENTAÇÃO, TÁ OK? VOCÊ NÃO CONSEGUE SIMPLISMENTE RESPEITAR ISSO? – ela gritou.
─ É, MAS PARECE QUE VOCÊ NUNCA QUER CONVERSAR SOBRE NADA! EU NÃO SOU UM ESTRANHO, EU JÁ DISSE! Merda! Eu odeio quando você me trata assim! – foi a minha vez de ficar irritado.
É.
Eu e Bárbara não estamos bem.
Desde a semana passada, eu e ela estamos brigando praticamente todo o dia. Ela nem fala mais comigo, não dá nem bom dia direito. Chega fechada, passa o dia fria e vai embora ainda mais fria. Ela me trata como um ninguém, o que me irrita profundamente por dois motivos: eu não sei como ela está, e porque eu sou uma pessoa que gosta de carinho e toque físico e tempo de qualidade, e não ter isso me faz ficar no mínimo chateado.
Eu sei que pode ser egoísmo, mas não era algo tipo: não dar beijo, ou não dar abraço, ou não ficar de mão dada. Não. Era pior. Eu estou dizendo de ela não falar comigo. Ela não conversa, eu preciso puxar assunto.
Isso também se deve ao clima péssimo que tá entre a gente. Ela parou de comer, de novo. Vejo muitas vezes o quanto ela está distante, igual uns tempos atrás, quando eu ainda não sabia de sua anorexia.
Eu odeio quando a gente briga. Odeio. Quero minha garota comigo, quero minha garota bem.
─ Amor, me escuta... – eu pedi.
─ Não! Amor a puta que pariu! Você tá me pressionando, e eu odeio pressão! Por favor, ME DEIXA! – ela gritou e desligou.
Ela desligou na minha cara. Respirei fundo, passando as mãos pelos cabelos e pelo rosto. Estava cansado daquilo, de todas as brigas, todas as discussões... Porra, eu só quero que ela aceite a porra da minha ajuda! Não quero força-la, mas ela anda sensível, não gosta de tocar no assunto e odeia que eu pergunte algo sobre estar bem.
Eu entendo o lado dela. Realmente entendo. Entendo que ela esteja mal, entendo que ela esteja muito vulnerável e não queira falar sobre, porque é dolorido tentar curar as feridas.
Para curar uma ferida, você precisa primeiro de tudo: limpar, com álcool. E é extremamente ardido, doloroso, e parece que nunca vai passar aqueles segundos infernais nunca vão passar. Mas passa. E tudo se estabiliza. Logo depois, se coloca uma pomada e o curativo.
Mas, para chegar na parte do curativo, você precisa limpar. E vai arder. Muito.
É exatamente esse o estado de Bárbara. Falar com ela sobre comer e tentar tirar ela desse poço, é tirá-la de sua zona de conforto, ou seja, limpando suas feridas, dando início ao processo de cicatrização.
Meus olhos estavam rasos em lágrimas, e eu sabia o porquê. Estava chateado, muito chateado. Não só por todas as nossas brigas e todo aquele desgaste que o nosso relacionamento estava passando, mas principalmente, por vê-la daquele jeito, e não conseguir tira-la daquele poço de tristeza, mágoa e escuridão.
Me sentia um merda. Me sentia incapaz. Merda, eu não consigo nem ajudar minha namorada!
Uma ideia tentadora me subiu a cabeça. Muito tentadora. Duas, para dizer a verdade.
Abri a gaveta da escrivaninha e achei o que eu tanto procurava. O isqueiro e o maço de cigarro. Peguei ambos nas mãos, tirei um cigarro da caixa e peguei o isqueiro. Coloquei o cigarro na boca e acendi o fogo.
Antes de acender o tabaco, fechei os olhos, e foi impossível não lembrar de quando prometi à minha mãe que nunca mais encostaria em um cigarro. Eu prometi...
─ MERDA! – eu gritei, apagando o isqueiro e largando as coisas na escrivaninha.
Bati fortemente na parede, e mal senti a dor, de tanta raiva.
Tinha raiva de mim mesmo. Tinha raiva da merda que tinha feito. Se eu não tivesse insistido pra ela ir no restaurante... Merda! Merda, merda, merda... Quinhentas vezes MERDA!
Desci pra cozinha e decidi descontar. Não posso fumar, porque vai acabar com os meus pulmões e eu preciso deles funcionando para beija-la por bastante tempo quando tudo isso passar.
Abri o congelador e achei o que eu tanto procurava. Vodca. Bem gelada.
Esfreguei as mãos e peguei a garrafa. Peguei um copo e coloquei até encher. Virei o copo e o coloquei de volta na pia.
Aquela bebida foi queimando toda a minha garganta, de forma gelada, dolorida... Uma dor ótima.
Foi inevitável lembrar da morena...
─ Me promete, que nunca mais vai fumar... – ela pediu, deitada por cima de mim, enquanto me dava um selinho longo nos lábios.
─ Eu prometo, meu anjo. – tirei um cabelo de sua testa. – Eu prometo.
Merda. Eu prometi....
Virei mais um copo em homenagem à promessa quebrada. Foda-se.
Esse segundo doeu mais ainda, e eu sorri. Estava sóbrio desde o ano passado, quando conheci Bárbara. Beber depois de tanto tempo era incrível.
E de novo, eu me lembrei dela.
─ Eu amo você. – ela disse, encostada no banco do carro, enquanto eu beijava seus lábios lentamente.
─ Eu também te amo. – eu disse, e logo ela sorriu, fechando os olhos e me dando mais um beijo.
Bosta. Virei mais um, esse em homenagem à ela.
Comecei a lembrar da nossa primeira ficada.
─ Eu só tenho olhos pra você, Bárbara Passos. – eu disse, antes de puxa-la pela cintura e beijar sua boca divina.
Mais um, em homenagem aquele beijo.
E mais e mais momentos foram se passando na minha mente, e eu virava um copo em homenagem a cada.
A garrafa acabou.
Merda...
Eu estava tonto, já não via mais nada. Ria, e nem sei o porquê. Merda, eu estou bêbado.
Extra curtinho, mas eu queria dar um gostinho do que vai ser o capítulo 116 ;)
Sempre foi mencionado na história o histórico do Victor com a bebida, mas eu nunca tinha trazido uma cena disso acontecendo aqui, então achei legal trazer!
Espero que tenham gostado ;)
Até a próxima, fadinhas 🧚♀️🦋❤