𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳

Chapter 138 🦋 finalmente

Victor Augusto

22/08 – Segunda-feira

14:15h

─ VICTOR, AQUI! – passei a bola para Crusher.

Eu estava no treino de basquete e Arthur tinha acabado de fazer uma cesta.

─ Boa! – eu disse, batendo minha mão com a dele.

Olhei para a arquibancada, onde estava Bárbara. Ela sorriu para mim e eu sorri para ela. Adorava quando ela vinha me ver jogar.

O jogo recomeçou e eu olhei para ela uma última vez, só que dessa vez eu não vi ela. Eu vi a criança. O meu maior tormento dos últimos dias.

Estou enlouquecendo, só pode.

─ VICTOR!!!! – Gilson gritou, me passando a bola.

Só que eu estava distraído, então a bola passou reto.

─ Droga. – eu disse. – Foi mal.

E então o outro time fez uma cesta. Tudo bem, é só um treino.

Mas foi isso durante todo aquele tempo. Eu tentava olhar para Bárbara, ela sempre me trazia paz, só que eu não via Bárbara, eu via outra pessoa. Eu via o meu pesadelo.

E então, eu errava cestas, eu deixava a bola passar, estava distraído. Eu fui uma merda nesse dia.

─ Já deu por hoje. – o treinador disse. – Podem ir se trocar.

Eu saí, desapontado comigo. Não posso deixar aquilo interferir no meu jogo.

─ Victor, você fica. – o treinador me chamou.

Eu voltei, já sabendo o que vinha.

─ Tá tudo bem? – me surpreendeu a pergunta dele. – Você está tão estranho, tão distraído... Sei que a escola está acabando, temos muitas incertezas e você com certeza deve estar cansado, mas não pode deixar isso interferir no jogo.

─ Eu sei, me desculpa. – eu respondi. – Eu só estou meio cansado.

─ Tudo bem... – ele disse. – Tenho fé em você e nos meninos. Mas, cuidado.

─ Obrigado. – eu respondi.

Ele deu um tapinha nas minhas costas e eu sorri, andando até o vestiário. Entrei no vestiário, acabado. Eu estava um caco. Só meus amigos estavam ali, já trocados e prontos para ir embora, provavelmente me esperando.

─ Victor, caralho, que porra tá acontecendo?! – Crusher veio até mim.

─ Só tô cansado. – desculpa esfarrapada, eu sei.

─ Não é. – ele disse. – Eu te conheço desde que nasci, eu te conheço caralho! Não tá tudo bem, ou você me fala agora ou... Eu nem sei o que eu faço com você!

─ É verdade. – Mob disse. – Cara, somos seus melhores amigos, você sabe que pode confiar na gente.

─ O que tá acontecendo? – Gilson perguntou.

─ É a Bárbara? – Jaden perguntou.

─ Não! – eu respondi.

─ Então o que é? – Arthur perguntou, me fazendo sentar no banco de pedra do vestiário. – Se abre, cara! Sabe que pode confiar na gente!

Passei a mão pelo rosto, nervoso.

─ Depois a gente conversa. – pedi.

─ Teu cu. – ele respondeu.