𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟐𝟖 🦋 Nenhum de nós entende

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🦋 Act 1 - A nova folha da árvore 🦋

Chapter 28

Nenhum de nós entende

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Bárbara Passos


Na manhã seguinte, o pesadelo estava apenas começando.

Eu estava mentindo para todos da minha vida, mas, eu sabia que eu não mentiria para Victor...

Insegurança.

É a palavra que resume a minha decisão.

Eu amo Victor.

Mas, não quero que ele tome minhas dores, não quero que ele se sinta mal por mim.

Resumindo: não quero que ele sinta pena.

Pois, a pena não é amar, é só tomar as dores daquela pessoa.

Eu pensava tudo isso em um canto da sala.

Mas, meus pensamentos paranoicos são afastados por uma pessoa entrando.

Victor entrou na sala.

Logo seus olhos pararam nos meus.

Ele tinha um semblante triste, desanimado.

Tudo o que eu não queria está acontecendo...

Ele não consegue entender que fiz isso, pois sou insegura? E que, mesmo pedindo um tempo, eu ainda amo ele?

Ele logo se senta e vira as costas para mim.

Típico.

Ele está com raiva de mim – não que isso não tenha um motivo plausível...

Entendo que Victor ainda não sabe totalmente tudo o que aconteceu...

Ele ainda não consegue entender os sentimentos que eu tenho, e, o que eles me fazem fazer.

Eu não sei se eu estou pensando e agindo de forma totalmente correta...

Mas, eu também não sei se ele entendeu a mensagem corretamente...

Ou seja, interpretações erradas levam à sentimentos errados e pensamentos errados.

Victor provavelmente acha que eu sou uma crápula, que pedi um tempo sem motivo algum.

O que ele não entende, é que o motivo de tudo isso está enterrado no fundo da minha alma.

Mas, foi melhor assim.

Pois, se eu decidir comprar a passagem de saída desse mundo, Victor não ficará mal.


{...}


Vc Victor Augusto


Que merda.

Por que ela fez isso?

Ela não entende que eu a amo?

Agora é recreio, e, eu quase fui até a sala de jogos...

Eu esqueci como é ficar sem ela.

Mas, ela não teve a mínima piedade em dizer "Eu preciso de um tempo".

Merda, ela não entende que eu só estou tentando ajuda-la?

Mas, sei também que ela enfrenta algo difícil, e que não quer me contar. E, isso é outra coisa que eu sou explicitamente contra: Bárbara não me fala o motivo de sua tristeza.

Ela acha que eu vou espalhar para todos? Pois, se for isso, ela está sendo idiota.

Mas, eu também não posso dizer que sou o santo dessa história, também estou sendo idiota de pensar que é fácil se abrir e contar as coisas mais profundas.

Os únicos que sabem do meu pai, por exemplo, são meus amigos – que conheço desde o fundamental.

Então, tem que ter um nível de confiança para isso....

Mas, eu confiei em Bárbara e contei o porquê do meu pai. Por que ela não simplesmente não retribui isso?

Passo os olhos pelo refeitório. Mas, eles automaticamente param na mesa onde Bárbara costuma se esconder.

Ela não estava lá.

Agora eu não sei onde ela está, não sei o que está fazendo...

Tenho um certo medo de perde-la.

Bárbara fez uma nova parte de mim se abrir: eu voltei a sentir coisas intensas por uma pessoa.

Depois do que aconteceu com o meu pai, eu simplesmente criei uma bolha, me fechando.

Mas, os únicos que conseguiram passar essa bolha foram meus amigos, e, ela.

Eu entendo que, enquanto a minha bolha tem 1 camada, a de Bárbara tem 30.

E eu também entendo, que, a cada camada que você passa na bolha dela, tem mais 15 te esperando.

Mas, do que adianta pensar nisso tudo? Ela nem está aqui para entender...


{...}


─ Então ela pediu um tempo? – a professora pergunta, depois de eu contar cada detalhe do que aconteceu.

Ela é a única pessoa que entende o lado de Bárbara desde o início.

─ É. – eu digo.

─ Victor, depois de vocês, fazerem todo esse esquema que você me contou, eu nunca vi Bárbara tão sorridente. Você fez um bem em tanto para ela. Mas, entende que, isso para ela é novo? – ela diz.

─ Eu entendo, mas, eu não entendo o porquê de ela não me contar! Sendo que ela sabe que eu ajudaria. – eu digo.

─ Victor, a vida é como uma montanha russa, horas você está no topo, horas você está embaixo. Mas, a diferença, é que na vida dela, uma coisa horrível a prendeu embaixo para sempre. Você a levantou, mas agora, teve a recaída, e isso é totalmente normal e compreensível. – ela diz.

─ Por que ela é tão fechada? – eu pergunto.

─ Porque, ela aprendeu a conviver com a dor sozinha, e como a dor é integral, ela fica sozinha o tempo todo. E com isso, ela aboliu o apoio dos pais, colegas, professores, e, namorados. – ela diz.

─ Eu só queria poder ajuda-la... – eu digo.

─ E você vai fazer isso, mas, na hora certa! Bárbara não é uma pessoa fácil, você sabe disso. Apenas, faça o que ela pediu: dê um tempo a ela. Isso, é, novo para ela, ela não está acostumada a dividir sentimentos, pensamentos e ideias com ninguém. E agora, se coloque no lugar dela: uma pessoa nova entra na sua vida, quer ter algo sério, quer te ajudar, mas, para isso, você tem que se abrir. O medo dela, é de ela se abrir e alguém machucá-la novamente. – ela diz

─ Eu entendo, valeu professora... – eu digo.

─ De nada. - ela diz

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳Onde as histórias ganham vida. Descobre agora