𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳

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Victor Augusto

01/08 – Segunda-feira

06:00h

Quando o despertador tocou, o desliguei no mesmo minuto. Perdi o sono e estou acordado desde as 5 da manhã.

Bom, um mês se passou. As férias de inverno foram incríveis!

Por mais estranho que pareça, Suellen sumiu. Não sei como, nem porque, mas sinto que ela está tramando algo.

Em meio a trinta dias sem uma aula se quer, o que eu mais fiz foi aproveitar. Saí muito com meus amigos, com a minha namorada e com a minha mãe. No começo das férias, saímos para jantar todos juntos: eu, Bárbara, Carol, Arthur, Marcos, Milena, Gilson, Bianca, Jaden, Allyssa, Tainá e Jean. E o mais engraçado foi que todos os nossos pais foram também: minha mãe e Jacob, os meus sogros, os pais de Carol, os de Arthur, a tia do Marcos e seu marido, os pais da Milena, do Gilson, da Bianca, do Jaden e da Alyssa. Só os pais de Jean e Tainá que não puderam vir. Esse dia foi muito engraçado. Nossos pais conheceram os outros pais e todos eles conversavam, rindo e se divertindo.

Como estava bem frio em julho, nós fizemos várias e várias festas do pijama, algumas vezes só nós, em outras com muito mais gente. Também teve vários dias em que eu fiquei na casa dos meus amigos e eles na minha, passando um tempo só com amigos e até jogando basquete algumas vezes. A mesma coisa aconteceu com as meninas. Elas fizeram vários dias só delas e Bárbara foi em todos. Obviamente que os programas eram muito diferentes dos nossos. Nós garotos pedíamos pizza, jogávamos vídeo game o dia todo, jogávamos basquete, conversávamos e fazíamos muita merda juntos. Elas não. Pelas fotos que Bárbara me mandava, elas sempre estavam passando aquelas máscaras coloridas na cara, comendo doces e guloseimas, além de sempre estarem vendo filmes de romance e chorando por causa deles.

Outra coisa que fiz durante essas férias foi treinar o basquete. O treinador conseguiu autorização para utilizar a quadra no período de férias. Três vezes na semana tinham treinos de força, resistência, estratégia e depois treinávamos os jogos. E em um único dia da semana, tinhamos treino livre para jogar, corrigir algumas coisas e treinar nossas dificuldades.

O porquê de todo esse esforço? Tem um motivo bem plausível. Na verdade, dois: NYU e Berkelyn. Duas faculdades americanas que estavam extremamente interessadas no nosso time. Pelo o que o treinador andou falando, os times dessas universidades estão mais fracos e eles precisam de um time forte para subirem seu ranking no esporte. Isso é uma coisa que me preocupa. Preocupa muito. Meu pai está em Nova Iorque, minha namorada quer ir para Nova Iorque e eu posso tentar ir, só que se a Berkelyn, que é na Califórnia, levar o nosso time, fodeu.

O treinador nos disse que geralmente, essas faculdades só fazem duas coisas com times de fora: ou escolhem os melhores jogadores e lhe dão bolsa integral, ou pegam o time todo e colocam como o seu principal, dando bolsas para todos os jogadores, mas se o desempenho na parte acadêmica e/ou na esportiva cair, você está fora.

É pressão. E é impossível não pensar em Bárbara no meio disso tudo. Aliás, em que momento eu não penso nela, né?

Essas férias ao lado dela foram maravilhosas. Não só aproveitamos junto com nossos amigos como aproveitamos muito um tempo só nosso, porque o último semestre da escola estava chegando e ele exigia muito de todos nós. Por isso, eu insisti demais para que nos víssemos bastante. E foi o que fizemos. Passamos dias inteiros juntos e vendo filmes, dias inteiros no shopping, dias inteiros com nossos pais juntos, passamos noites jantando, tardes almoçando e eu nem consigo contar quantas vezes eu fui dormir na casa dela e ela na minha. Foi incrível, pudemos matar a saudade de todo o período caótico do semestre passado, onde ela parou de comer, nos distanciamos, brigamos...