𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐕𝐚𝐥𝐞𝐦 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐏𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬, 𝘣𝘢𝘣𝘪𝘤𝘵𝘰𝘳

𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟕𝟒 🦋 Queria ter vivido momentos melhores com você

🎨  Bárbara Narrando   🎨

─ Então, como vimos, a Arte Neoclássica sempre foi baseada em pessoas da camada superior da cidade, o que era... – a professora de Artes ia terminar de falar.

De repente, a diretora da escola entra na sala.

─ Bom dia gente. – ela começa a falar. – Então, eu vim avisar que nesse sábado, teremos a feira de produção escolar aqui na escola. Vamos expor algumas coisas que vocês fizeram durante esse ano. Então, espero vocês no sábado!

A diretora agradece a professora e sai da sala.

─ Que legal, acordar as 6:00h da manhã em um sábado, arrumar tudo e ficar até de noite desmontando tudo de novo.... – a professora diz e nós rimos.

A feira tem todos os anos. Os professores escolhem alguns projetos que fizemos no decorrer do ano e expõe para pais, parentes e quem mais quiser vim.

É legal. Um sábado em que você se encontra com seus amigos e dá um rolê pela escola.

Eu só fui uma vez, que foi no meu primeiro ano do EM. Não tinha muito para ver, mas lembro de ver Victor e os amigos dentro da sala do 4º ano tirando fotos.

Foi a primeira vez que eu vi ele na minha vida.

Claro que eu esqueci dessa memória, e eu ainda considero a primeira vez que eu realmente vi ele, naquele dia que ele ficou parado olhando para mim, no começo desse ano. Mas, mesmo assim, eu guardo essa lembrança com carinho.

─ Ei. – Victor diz, me tirando dos meus pensamentos.

─ Oi? – eu respondo.

─ Quer sentar com o pessoal hoje, no recreio? – ele pergunta.

─ Pode ser. – eu digo e ele sorri.

{...}

Eu estava sentada com os amigos de Victor no recreio.

Mas, eu não estava me sentindo bem, pelo simples fato de eles ficarem relembrando momentos antigos do grupo e eu aqui, lembrando do meu passado de merda.

Eu estava quieta. Enquanto eles riam de suas piadas internas, eu lembrava das risadas de Lizzie. Enquanto eles brigavam de brincadeira, eu lembrava de Lizzie batendo em Alex.

Isso me irritava. A sensação de ter um passado tão idiota, triste...

Me senti meio acuada na mesa. Me senti o patinho feio, não se encaixa.

Olhei para Victor, que estava se divertindo.

Queria ter conhecido ele antes.

Mas, era outra época.

Victor estava no auge de sua popularidade.

Eu nem sabia da existência dele. Na verdade, nunca me importei de fato em saber quem era Victor Augusto.

Mas hoje, eu sei, que ele é um garoto engraçado, dramático, carinhoso, e que, eu amo ele.

Ter Victor na minha vida, é muito bom. É se sentir amado.