Freedom Wings - Levi Ackerman

By HiddlesA

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| Universo Shingeki no Kyojin | +18 | S/n faz parte do esquadrão da tenente Hange Zoe, braço direito da cient... More

Nota
Para Você, Em 2000 Anos
Naquele Dia
Primeira Batalha
Uma Fraca Luz No Meio Do Desespero
O Mundo Pelos Olhos Da Garota
A Pequena Lâmina
Rugido
Ouvindo As Batidas Do Coração
O Destino Do Braço Esquerdo
Resposta
Ìdolo
Ferida
Origem Do Desejo
Indivíduos
Necessidade
Ilusão De Força
O que deve ser feito, agora
Ainda Não Posso Ver Seus Olhos
Grupo De Missões Especiais
Missões Especiais
Abrindo Os Portões
Formação De Batimento À Longa Distancia
Líder Das Muralhar
Amigos
Um Sonho Do Passado
Consequências Da Outra Noite
A Noite Da Operação
Onde Tudo Começou
Objetivos Da Missão
Duras Batalhas A Frente
Escolha E Resultado
Meu novo... inimigo?
O Mundo Que Eles Viram
Os Soldados Desconhecidos
Promessa
Entre A Cruz E A Espada
Memorias Do Futuro
Lost Girl
Acordo
A Única Salvação
Para O Outro Lado Da Muralha
O Outro Lado Do Mar
Soldado de Paradis
Salão De Quadros
Soldados voluntários
Visitantes
Só pode existir um
Onda De Emoções
O Amor Pela Arte
Sob Meu Controle
O Alvorecer Da Humanidade
A Comandante
A Partir Desse Dia... Eu Os Abandonarei.
Aquele Dia ... Contado Do Ponto De Vista De Zeke
História De Terror
Liberio
Velejar
Se Fosse Você
Enquanto Isso Em Paradis
Aurora
Trem Da Noite Escura
O Garoto Dentro Do Muro
Sol Da Noite
Minhas Feridas Regeneram, Mas Nunca Cicatrizam.
Sua Melhor Lembrança
Tudo Por Nós
Quando Disse Que Poderíamos Ser Amigos, Acho Que Menti
A sombra de uma consciência culpada
Alvorada na Batalha
A Bala Da Assassina
Um Bom Argumento
No Coração Da Floresta Titã
Planos Em Execução
Sombras Do Passado, Chamas Do Futuro
O Caminho Inexorável
O Limiar da Existência
Chuva De Destroços
Entrelaçados Nos Caminhos
Jogo Sujo
Derretimento
A Véspera Do Fim
Traidora
Tribunal
Amanhecer Para A Humanidade
Calmaria do Despertar
Mundo Perfeito
Asas Da Liberdade
A Dolorosa Aceitação
Pecadora
Batalha Do Céu E Da Terra
Entreguem Seus Corações
Caos
Um longo sonho
Honra, Promessas e Cicatrizes
Sem Arrependimentos
Amor Mútuo
Falsa Paz
Tatakae

Minha adorável, S/n

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By HiddlesA

No dia seguinte Hange apareceu para me buscar logo que amanheceu, ela trouxe consigo meu uniforme do reconhecimento e pediu para que me apressasse. Junto com ela estava Jean, assim que estava pronta e me apresentei para os dois, o garoto ao me ver não segurou as emoções e correu para me abraçar, ele parecia feliz em me ver. Jean estava com uma tipoia no braço esquerdo, assim como os outros ele também havia se ferido.

Os dois fizeram minha escolta até onde nos encontraríamos com a rainha História. Durante nosso percurso Jean acaba me contando que Eren, Mikasa, Armin e Levi nos encontrariam em breve, o capitão apenas desviou do percurso para levar os garotos que estavam sendo mantidos presos até esta manhã, para se limparem e vestirem seus uniformes.

Nos foi anunciado que vossa majestade havia chego ao distrito de Trost e que estava a nossa espera. A sala onde História estava era ampla e bem iluminada. A garota sorri ao nos ver e demostra gratidão pelos resultados da última missão. Ela se mantém um pouco afastada de nós três e nos convida a sentar, Hange me empurra para perto da mesa onde nossa rainha iria se sentar, me fazendo tomar o acento a sua frente.

Eu já tinha entendido que estavam me escondendo algo, e por isso precisava ter cautela com cada uma das minhas ações. Me sento no lugar indicado, vejo História se sentar na minha frente, ela também parecia curiosa por estar ali. Jean e Hange se mantem no sofá que estava no meio do cômodo, de onde podiam ter uma perfeita visão de nós duas próximas a janela com a bela visão da cidade de Trost.

- eu serei breve – Hange finalmente rompe o silencio, balançando em mãos uma caixa de metal pequena – depois de nossa batalha contra o titã blindado, nos capturamos momentaneamente o Reiner, antes de cortarmos suas pernas e braços, ele tentou pegar isso... – ela se levanta vindo em nossa direção e tirando de dentro da caixa alguma coisa – o próprio Reiner nos confidenciou que eram cartas. Uma carta da Ymir para Christa – ela entrega o papel muito bem dobrado nas mãos de Historia que parecia assustada em aceitar o presente, ela hesita brevemente mas logo pega a carta das mãos de Hange – e a outra, é do Reiner para a S/n – Hange olha no fundo dos meus olhos com desgosto e então deixa cair os papeis em cima da mesa.

Assim como História eu também acabo por hesitar em pegar a carta, não estava esperando por aquilo, uma carta vinda do Reiner me deixava assustada. Levanto o olhar para História que parecia concentrada ao encarar seus medos, abrindo as folhas que continham a caligrafia simplória de sua amada. Levo a mão para apanhar minha carta quando a voz de Hange nos chama a atenção novamente.

- Reiner me pediu para que eu entregasse isso a vocês, e assim eu fiz, isso é claro depois de verificar o conteúdo delas. Como ambas devem saber, esse era o meu dever como comandante, então espero que não se importem. Podem ler sem pressa e com cuidado, e se por acaso encontrarem algum tipo de mensagem que só vocês possam entender, por favor nos avisem!

A observo caminhar em direção ao sofá onde Jean se encontrava sentado de cabeça baixa, e desvio meu olhar para a carta joga na mesa de madeira, levo a mão para alcançar o pedaço de papel, o abro lentamente, temo pelo conteúdo dessa carta, tenho medo do que Reiner possa ter inventado, e receio ainda mais pelo que Hange deva estar pensando sobre mim.

Me questiono, será que Levi teve acesso a essa abominação?

Não importa, quanto mais adio sua leitura, mais assustadora ela parece ficar. Tento concentrar meus pensamentos, e focar na caligrafia rude e desajeitada que Reiner tinha, respiro profundamente antes de começar a passar os olhos sobre suas palavras:

Minha adorável, S/n.

Para que eu possa ser sincero, nunca fui bom em escrever cartas. E nem mesmo estava nos meus planos estar escrevendo essa.

Mas Ymir me pediu para que eu entregasse sua carta de amor para Christa. Era minha dívida com ela por ter salvo Bertholdt e eu naquele dia.

Admito que estive espiando o que ela escrevia, estava de certa forma com ciúmes, mas aquilo me fez entender que eu também deveria me despedir de você.

Peço desculpas por ter te enganado, nunca poderia dizer a você quem eu realmente era... Nem mesmo posso dizer qual a minha missão ou de onde eu sou.

Se tivesse completado meu objetivo, juro que teria voltado por você, para te buscar e te levaria comigo.

Quero que se lembre da conversa que tivemos a muito tempo atrás, que me prometeu conhecer minha terra natal.

Logo estarei voltando para casa..., mas tudo que consigo pensar é em nossa viagem ao sul, de subir a muralha e observar o mar no final da tarde... de te contar todos os meus segredos...

Não importa para qual lugar do mundo me obriguem a ir, eu sempre vou quer voltar para você.

Me desculpe por não dizer isso antes, mas independentemente de quem eu seja, quero que saiba que eu te amo e sempre vou amar!

Reiner.

- Isso é tudo? – ouço História perguntar, virando a última folha de sua carta, ela parecia ter em seus olhos uma expressão decepcionada.

- Sim – Hange assente – então, descobriu alguma mensagem?

- Eu não sei. Mas Ymir provavelmente não faria algo assim – ela suspira e então sorri – nem pensar... Ymir é idiota.

- E quanto a você, S/n? – ela me questiona ao notar que também terminei minha leitura.

- Nada além de bobagens – digo sem interesse.

Ouvimos logo em seguida batidas na porta, imaginei que fosse Levi e os pirralhos, essa não é a melhor hora para encontra-lo...

Me viro para observar a janela, mas acabo por me deparar com História tentando impedir as lagrimas de passarem, ela limpava os olhos desesperadamente e tentava retomar a pose calma e contida.

Ela se levanta e vai em direção aos recém-chegados. Me mantenho sentada onde estava, continuo com os olhos fixos nas palavras daquela carta, então ele pretendia me encontrar a beira mar, ao sul da muralha... entendo o recado escondido nas entrelinhas.

Já tem dez dias desde o confronto em Shiganshina, duvido que ele esteja me esperando lá ate agora, mas talvez não seja uma má ideia ir descobrir o que Reiner quer comigo.

- Então vamos começar – Hange indaga chamando todos a seguirem até a audiência que teríamos com o comício dos dirigentes das tropas.

[...]

- Apenas os presentes nesta sala sabem da existência desses três livros... – o velho general dos três ramos militares dá início a conferencia -...estão aqui presentes dez membros da tropa de exploração, cento e noventa e nove foram mortos em combate...

Eu estava sentada ao lado de Hange e de seu outro lado estava Levi, ele não demostrou a mínima emoção quando nos encontramos agora a pouco, o capitão me parece frio e distante, Hange me falou que ele tem sofrido pressão psicológica por conta de escolher Armin ao invés do comandante Erwin. Mas algo me diz que ele leu aquela maldita carta e muito provavelmente deve estar puto comigo.

Sem que eu percebe, Zackly logo passa a palavra para Hange que inicia uma explicação detalhada de nossa atual situação. Ela enaltece os sacrifícios de nosso companheiro e da ênfase sobre a morte de Erwin; sita a recuperação da muralha maria e o roubo do poder do titã colossal; Hange conta a verdade, nos chamando de ''humanos das muralhas" e 'povo de Ymir", assim também contando o pouco que sabia sobre Eldia e a missão de Grisha Yeager, e deixando claro que os titãs puros infelizmente não são nossos únicos inimigos.

- no passado Eren conseguiu escapar de uma enrascada manipulando os titãs puros – Hange sita a batalha de Eren contra o Reiner e Bertholdt, quando ambos se revelaram inimigos – por que somente naquela vez ele conseguiu fazer aquilo? Não sabemos ate agora. Não sabemos também se há a possibilidade do Eren, que não tem sangue real usar o poder do titã original.

- NÃO PODE SER!! – Eren assusta a todos ao gritar desesperadamente e bater as mãos contra a mesa de madeira que havia a sua frente. Todos olhavam para o garoto sem entender o que havia acontecido.

- ...me deu um susto – Hange se vira para trás, encarando o moreno que aparentava estar aflito - O que foi, assim tão de repente?

- Ah...er...- todos continuamos em silencio por alguns segundos esperando por uma resposta que não veio – não foi... nada. Acabei causando um alvoroço... desculpem!

-Ah... é mesmo? Entendi. De qualquer forma, ele parece estar em um período daqueles. Querendo parecer legal gritando alguma coisa de repente – Hange da aquela explicação esfarrapada ao congresso, e eles parecem a aceitar.

- é uma pena... é coisa da idade – Darius prossegue com a audiência – Tenente S/n Kupper... – ele me chama após o fim das explicações da Hange. Eu me levanto do meu acento e o encaro já imaginado que aquela seria a ordem para que fizesse o relatório dos acontecimentos daquele dia – pelos relatórios do restante da tropa de exploração, você foi atrás dos inimigos que estavam fugindo, ficou cerca de cinco horas do lado de fora da muralha e quando voltou estava gravemente ferida. Qual foi a situação?

- Eu fui ingênua, achei que poderia vencer... – desde ontem tenho criado diversas desculpas para o que aconteceu naquele dia, mas depois da carta de Reiner e a forma como fui tratada, estava obvio que nenhum deles confiava em mim, então decidi que contaria quase toda a verdade - ...então, foi isso. Voltei para as muralhas com dificuldade e por sorte encontrei meus companheiros.

- Você teve os três inimigos em mãos e não trouxe nenhum para nós?! – algum oficial da polícia militar me questiona incrédulo.

- Pelo estado que a S/n voltou, dificilmente ela conseguiria trazer consigo algum deles – Hange o interrompe ao meu favor – ela também não teve forças para nos contar a verdade, e mesmo se tivesse, não tínhamos condições que sair em expedição ate o local onde os inimigos foram deixados.

- Tenente S/n? – ouço a voz do comandante Pixis – se me permite, a poucos meses junto com o ex comandante Erwin, nós tivemos uma conferência sobre suas "habilidades" – ele faz aspas com os dedos, e então prossegue – na época, Erwin nos garantiu que você não tinha controle sobre essas "habilidades", mas que estava disposta a descobrir uma forma de usa-las a nosso favor. Acredito que ir atrás dos inimigos sozinha tenha sido um erro, mas você os venceu e capturou os três portadores de titãs. Em vez de questiona-la sobre o que fez, eu e todos aqui presentes, deveríamos parabeniza-la!

Deixo um leve sorriso aparecer por conta de seu discurso, o comandante das tropas estacionarias foi o único que pareceu ver todo meu esforço.

- Sim, Pixis está certo – Darius Zackly completa – mas ainda precisamos de respostas, tanto sobre os titãs, quanto sobre as suas habilidades, tenente – eu apenas pude concordar com um acenar de cabeça e em seguida volto a me sentar e assisto em silencio o restante da conferencia.

Entre as discussões sobre revelar a nossa verdadeira situação as pessoas das muralhas ou não, quem deu a palavra final foi História. Brevemente, os jornais fizerem suas publicações e a população das muralhas reagiu de variadas formas ao passar dos dias, alguns simplesmente aceitaram; outros riram; alguns ainda tinham suspeitas e criavam teorias conspiratórias.

Os dias se passaram rápido demais, em minha cabeça ainda estava a ideia de sair das muralhas e ir ate Reiner, se é que ele ainda estava na ilha. Mas agora não é hora para pensar nisso. o memorial para nossos companheiros que morreram estava acontecendo como planejado, os sobreviventes receberiam medalhas de condecoração, e além daquilo, a rainha ordenou a construção de um salão memorial para todos os membros do reconhecimento que foram para a missão de Shiganshina.

Assim que cheguei ao salão nobre, a primeira coisa de vi foi o Floch arrumando confusão com o restante dos membros do reconhecimento. Percebo que Levi estava próximo deles então decido não me aproximar, o capitão não está falando comigo até agora..., mas de qualquer forma se algum deles sair do controle, tenho certeza que o baixinho pode dar um jeito.

Fiquei entre os membros dos demais ramos militares, o real problema foi quando a gritaria dos moleques começou a chamar atenção, do outro lado do salão podia ouvir o assunto recorrente... a escolha que Levi fez.

Me próximo de Floch, se o capitão não vai acabar com aquele escândalo então eu vou, afinal o moleque encrenqueiro fazia parte do meu esquadrão. Assim que estamos próximos ele me encara, faz uma expressão medonha e tenho certeza que ele também fara insultos sobre mim.

- Melhor seguir as minhas ordens! – digo calmamente com as mãos nos bolsos – continue a fazer barulho e você morre!

- Você não pode fazer nada! – ele me responde com insubordinação – todos os oficiais estão aqui... – o interrompo.

- E qual deles você supõe que poderia me enfrentar?! – ele não me responde, apenas da alguns passos para trás – vai me obedecer ou vou ter que te ensinar na base da força?!

- EI... – ouvimos a voz do capitão – moleques, está na hora. Alinhem-se!

A ordem não foi para Floch e eu, mas nos também seguimos para a tribuna onde seria feita a premiação. A rainha entregou as medalhas para cada um de nós, todos beijavam sua mão em forma de respeito, era uma regra simples. A medalha dourada de condecoração do reconhecimento tinha uma joia esmeralda com o símbolo das asas da liberdade no seu centro, e um cordão simples de couro.

Enquanto esperava pela minha vez, imagino o que foi encontrado naquele porão... teria sido esperança ou desespero? Ate onde li dos diários de Grisha Yeager, o inimigo que existe do outro lado do mar é realmente poderoso. Desse jeito, se nada mudar, os horrores do passado vão se repetir.

Com tudo isso, entendi que precisarei me tornar algo que eu nunca seria. A liderança de Erwin era essencial, mas tudo mudou naquele dia... agora sei que é minha obrigação aceitar o seu fardo, e de agora em diante fazer escolhas difíceis e se sacrificar para que as coisas mudem será o meu dever. Assim como um dia Erwin também foi, um líder eu devo ser.

-...ah... – sinto como se minha espinha fosse partida ao meio, uma corrente instável percorrendo meu cóccix até a região cervical no topo da minha nuca. Olho para Eren e História que estavam na fileira a minha frente, e ambos faziam uma expressão de medo assim como eu – Eren? – chamo pelo garoto, mas não obtenho resposta.

[...]

A cerimônia termina quando a última medalha foi entregue a mim. E para minha supressa História me pede para segui-la, aparentemente ela tinha algo para conversar comigo. Ela ainda parecia estranha com o que aconteceu naquela hora com Eren.

Sigo a garota ate uma sala longe do salão nobre, ela abre a porta e espera ate que eu entre. Como rainha ela ordena que todos os guardas se retirem, ela parecia estar furiosa, ainda mais com o rosto todo avermelhado e o corpo tremulo. Inesperadamente recebo uma bofetada na cara.

- como você pode ser tão cruel? - História era fraca, o golpe não doeu, mas me pegou desprevenida. A encaro com desprezo, já esperando pelos gritos e pelo choro que não pareciam estar muito distantes – como pode apagar minhas memórias? – ela grita e tenta me golpear novamente, seguro seus pulsos na altura dos meus ombros. Ela me encara já com lágrimas nos olhos – por que fez aquilo?

- Porque você já não me era mais útil.

- útil? – história me olha incrédula – eu amava você! Disse que queria me casar com você. Que te queria governando as muralhas ao meu lado. E você tem coragem de dizer que eu não era útil?!

- Tudo sempre foi uma questão de utilidade no fim das contas. A minha utilidade foi te proteger em quanto descobríamos a verdade sobre sua família, e então para que o golpe militar desse certo, precisávamos de você. A sua utilidade é apenas sentar no trono e ser boa para as pessoas, até porquê quem governa realmente são os militares – ela me encarava. Confesso que minhas mãos suavam um pouco, enquanto tentava manter minha mente sã. Ouvi-la dizer aquelas palavras novamente me parte o coração, ainda mais depois de tudo o que fiz a ela - Não importa se agora você usa essa coroa, ou se alguns tolos te reverenciam por respeito, você continua sendo a garotinha patética, carente e sem vontade própria que bateu na minha porta a meses atrás, e nunca vai passar disso!

Ela se solta das minhas mãos, caminha alguns passos para trás e respirava com ansiedade, os pequenos pulmões da garota pareciam fazer toda força para se manter funcionando, os olhos azuis já estavam mergulhados em lágrimas, mas ela guardava o choro para si própria.

Me questiono como ela conseguiu recuperar suas memórias, talvez naquele momento quando Eren e História se tocaram agora a pouco. O poder do fundador em contato com alguém de sangue real, esse contato pode causar um estrago inimaginável.

- Você me dizia que não era como a Ymir... Que nunca iria me abandonar... – diz em meio a soluços – mas vocês duas são iguais!

- Não nos compare. Ymir só foi embora, por que conhecia a verdade sobre o mundo, ela sabia que se ficasse com você, inimigos piores que Reiner e Bertholdt viriam atrás do titã que ela possuía, sabia que tentariam usar até mesmo você para conseguir o que queriam.

História se mantem parada me encarando, a expressão aflita em seu rosto em quanto as lágrimas preenchiam seus olhos.

- Ymir foi embora para te manter em segurança, porque ela se importava com você. Mas tola do jeito que é, você cometeu um grande erro ao transferir os sentimentos que tinha por ela, sobre mim. Eu nunca escolheria você... Tenho nojo de pessoas fracas, e é exatamente isso o que você é.

Aquela situação não nos levaria a lugar algum, a melhor coisa a se fazer seria apagar as memórias de História novamente, mas isso seria uma solução provisória, quando as memórias retornassem como acabou de acontecer, ela ficaria ainda mais furiosa comigo.

Respiro profundamente e puxo uma cadeira para me sentar. Não acho que contar a verdade para ela seja o ideal, se ela souber que também possuo sangue real, não sei como reagiria. Contar sobre o acordo que fiz com Kenny Ackerman e de como aceitei o plano de executar Eren e ela naquelas ruínas, qualquer uma dessas coisas geraria um efeito desagradável.

A desconfiança sobre mim já está no limite, preciso dar um jeito nisso, fazer com que as pessoas voltem a confiar em mim... Não. Eu sempre fiz tudo certo, tudo para agradar esse bando de inúteis, nem mesmo Hange e Levi depositam sua confiança em mim.

Que se foda, vou provar que posso resolver tudo com as minhas próprias mãos. Me afastar de todos e parar de me suprimir.

Me levanto e caminho até a majestosa porta de madeira que nos separava do salão nobre. História permaneceu escorada na parede, a expressão em seu rosto me fez perceber que ela estava certa, eu realmente posso ser cruel. Mas ainda não sei se o laço que me unia a ela foi rompido...

- Siga com o papel que resolveu assumir – digo a ela antes de encostar na maçaneta da porta – nunca mais toque nesse assunto. Você só foi uma peça desse jogo. Então é melhor que saiba, eu nunca te quis, só estava interessada no sangue real!

Me sentia cansada, meu corpo tremia incessantemente, enquanto gotas grassas de suor escorriam pela minha pele, meu coração acelerado, aquela maldita sensação de falta de ar somada a um calor intenso, meu estomago estava nauseado. Saio do cômodo sem causar alvoroço, deixando a garota sozinha lá dentro. As paredes daquele lugar parecem se transformar em um labirinto, tenho que encontrar a saída e voltar a respirar ar puro.

No alpendre pouco antes de conseguir sair do prédio encontro com Levi, ele estava sozinho, torço para que me deixe passar, que continue a me ignora como tem feito desde que acordei no hospital, na verdade desde antes da missão nós estivemos nos estranhando...

- S/n? – para minha infelicidade o ouço me chamar.

- Agora não, capitão! – o respondo brutalmente e sigo a diante.

Estranhamente ele me segue até o lado de fora onde estavam os cavalos. Ele continuou me chamando e pedindo para que eu parasse de andar, mas eu não estava afim de entrar em outra discussão.

- Você quer parar?! – Levi agarra meu antebraço antes que eu consiga subir na minha montaria. Ele fica me encarando por alguns tempos sem dizer nada.

- O que está olhando? – o encaro de volta mantendo uma expressão indescritível, no turbilhão em que me encontro não posso me permitir expressar emoção alguma - Tem algo a dizer?

- A carta... Não sabia que vocês... – ele parecia tentar escolher as palavras certas, mas se tratando do Levi já era óbvio que aquilo logo se tornaria uma discussão.

- Nós apenas transamos uma vez ou outra, não significou nada.

- Reiner não deve pensar da mesma maneira, até porque o que estava escrito naquela carta me pareceu algo bem íntimo.

- Pois eu não achei – seguro as rédeas e monto no cavalo. Já estava pronta para deixa para trás.

- Eu fui o primeiro a ler a sua carta! Quando soube da existência daquela coisa, eu roubei aquela maldita carta da Hange – ele confessa – te conheço o suficiente para saber que você deve estar culpando a quatro olhos, que está mal-humorada, pensando que ela não confia em você. Eu só queria esclarecer esse assunto.

- Da última vez que minha lealdade foi posta a prova, você fez esse mesmo discurso, pedindo pra que eu não culpasse a Hange. Daquela vez o culpado pelos atos de vocês dois foi o Erwin, mas ele já não está mais aqui. então por que não confiou em mim, Levi?

- E-eu não sei... – ele cruza os braços, Levi propagava um ar desatento e frustrado - ... não sei explicar a sensação que tive durante esses malditos dias. Você gravemente ferida em um leito de enfermaria, Eren e Mikasa presos, a verdade escondida naqueles diários, o custo da missão foi muito maior do que imaginávamos... se eu tivesse ido com você, poderíamos ter capturado pelo menos um deles, poderíamos ter trazido mais alguém de volta além do Armin.

- Hã? Entendi... Isso não é sobre mim no final, você está assim por causa do Erwin – a expressão tristonha em seus olhos me deixa com ainda mais raiva – com todos os outros, até mesmo Farlan e Isabel, você sofreu com o luto em silêncio, guardava tudo para si, sem nunca deixar transparecer o que sentia. Então por que na vez do Erwin, você tem que agir assim?

- Porque ele poderia ter salvo a humanidade! Agora é difícil imaginar se conseguiremos continuar avançando. Tenho certeza que a quatro olhos e o pirralho faram o melhor que puderem, mas eles nunca substituíram o Erwin.

- Então perdemos o nosso salvador?! – acabo rindo na sua cara – mais que história tão triste... Quer que te fale a verdade? Eu não me importo! – aproveito a brecha que tenho e subo na minha montaria. Olhando para o Levi agora percebo que talvez o tenha quebrado, ele fica me encarando pasmo, sem tentar argumentar ou gritar comigo - Foda-se se morreu! Mas olhe pelo lado positivo, dentre cento e noventa e nove mortos, você foi o único que pode se despedir.

Bato os calcanhares contra as costelas do meu cavalo, assim deixando Levi para trás estagnado.

Obrigada por ler até aqui!!!

prometo que estou tentando publicar uma vez por semana

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Juro que a fic tá tão boa quanto REALIDADE DESEJADA

Comentem e não esqueçam de votar

Até o próximo capítulo!!!

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