O Delator de Copas - Jikook

Oleh Posionevil01

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⊰LIVRO FÍSICO PELA EDITORA YELLOW (link na bio) ⊱ [CONCLUÍDA] Park Jimin é o único médico da família, na verd... Lebih Banyak

𝐂𝐎𝐍𝐒𝐈𝐃𝐄𝐑𝐀𝐂𝐎𝐄𝐒
𝐀𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞𝐝𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐢𝐬
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Prefácio
Capítulo Um - II
Capítulo Dois - II
Capítulo Três - II
Capítulo Quatro - II
Capítulo Cinco - II
Capítulo Sete - II
Capítulo Oito - II
Capítulo Nove - II
Capítulo Dez - II
Capítulo Onze - II
Capítulo Doze - II
Capítulo Treze - II
Capítulo Quatorze - II
Capítulo Quinze - II
Capítulo Dezesseis - II
Capítulo Dezessete - II
Capítulo Dezoito - II
Capítulo Dezenove - II
Capítulo Vinte - II pt. I
Capítulo Vinte - II pt. II
Prefácio
Capítulo Um - III
Capítulo Dois - III
Capítulo Três - III
Capítulo Quatro - III
Capítulo Cinco - III
Agradecimentos
Epílogo
Bônus
Versão Física
Bônus - Jungkook e Yoongi

Capítulo Seis - II

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Oleh Posionevil01

Não seja um leitor fantasma, poderia comentar? Por favor!! 

AVISO: deixei uma nota em meu mural sobre o motivo para eu estar atualizando hoje. Quando terminarem o capítulo, vão lá ler, pessoal. 

#NaoConfieNasCartas

#FantasmaJimin


Capítulo Seis

──────⊱◈◈◈⊰──────


Pessoas são singulares e por isso são únicas.

Contudo...

... nem todas são admiráveis.

A sensação de pertencimento fez-se ausente quando ele era apenas uma criança, mas olhando naquela perspectiva ele percebeu que pertencia a algo. Jungkook se sentia parte daquele grupo de pessoas não admiráveis. Sua autopiedade, justificada, estava consumindo-o como fogo consome oxigênio, porém nem mesmo sua combustão era perfeita, completa, ele estava queimando em chamas alaranjadas.

Quando acordou naquela manhã, sentiu-se péssimo. Aquele era um dos males da bebedeira. O álcool era como um amigo infiel, dentro do bar era seu companheiro, aquele que o dava coragem e a sensação de liberdade velada, mas no outro dia ele não estava mais ali para te apoiar, só tinha deixado os resquícios da sujeira contida no momento de euforia. Era um golpe baixo, por isso ele evitava. O álcool não mudava sua realidade, o álcool não resolvia seus problemas, pelo contrário, trazia muito mais e no fim, ele precisava se manter sóbrio para pensar em soluções.

Sentiu a boca seca quando sentou-se na cama, no mesmo impasse sua cabeça latejou e seus olhos doeram. Seu estômago estava vazio e doendo também, então lembrou-se que não havia comido nada depois da dose de piedade que recebeu. Seu corpo estava fraco e trêmulo, ele não tinha dormido o bastante e o luto ainda estava pesando em suas costas e mente.

Depois que se lavou e vestiu-se, procurou pelo celular. Parado em frente sua cama ele analisou o registro de chamadas. Sempre o fazia após beber demais.

Havia um número não salvo, mas não era capaz de lembrar a quem pertencia. Sequer lembrava de ter feito uma ligação, apenas chorou na frente de Lalisa por algum motivo que não era completamente claro ainda e depois ele foi para casa.

Como eu cheguei em casa?

Ligou para sua companheira de bar e sentou-se na beirada do colchão, descansando a bochecha sobre a palma.

Jeon, são seis e cinco da manhã. Você não dorme nunca?

— Lisa? — Chamou mansinho, ignorando a voz grogue da mulher. — Você me trouxe para casa? Eu não me lembro.

Ele ouviu um barulho estranho do outro lado, mas ignorou novamente, mordendo o cantinho da boca.

Tae oppa me ligou. Disse que te levou para casa, perguntou como você conseguiu o número do Jimin e onde estava seu carro.

— Jimin? — Apertou o cenho, mas sua voz não demarcou nenhuma alteração. — Esse número no meu registro de chamadas...

Provavelmente é do Jimin. Você me pediu ontem e eu digitei para você.

— Ah...

Murmurou e então o silêncio os distanciou na chamada durante alguns minutos.

Jungkook? Você pode contar comigo caso precisar. Eu sei que você está passando por um momento difícil, então se precisar de ajuda, seja com o Sam ou qualquer coisa, eu

— Obrigado — interrompeu, fechando os olhos quando as lembranças começaram a passar como um flash.

"E eu beijei um homem"

"Na verdade, foi ele que me beijou"

"Acha que posso ter dois?"

"Literalmente aquilo que faz parar a dor"

"Nepente"

Jungkook?

Abriu os olhos.

— Sim...

Eu disse que não vou falar nada sobre ontem.

— Eu sei...

Apenas volte a dormir. Ainda é muito cedo e se te conforta, você não fez nada de errado. Não há nada de errado com você.

Era bom saber aquilo de alguma forma. Lalisa provavelmente sabia que Jimin havia o beijado e por mais que isso ainda fosse uma novidade e algo um pouco estranho para ele, não tinha como voltar atrás. Então, suspirou.

— Certo.

Quando saiu do quarto, estava com uma sensação de constrangimento, embora se sentisse aliviado de certa forma. Era sempre aquela confusão, na verdade, aquela confusão tornou-se mais frequente e intensa nos últimos meses, ansiosamente perguntava-se quando tudo aquilo iria acabar. Temeu não poder suportar.

Arrastou os dedos enluvados nos fios escuros e parou em frente à porta do quarto do filho. Três batidas fracas foram suficientes, mas ele não obteve qualquer resposta. Abriu a porta com cuidado, então acendeu as luzes do lustre e viu Sammy encostado nos travesseiros, as perninhas cobertas, Algodão Doce no colo e o rostinho vermelho.

Silenciosamente seu filho estava chorando naquela manhã. Engoliu a seco e sentiu o peito doer. Era difícil para ele, mas ele tinha opções vergonhosas para fugir da dor, seu filho não tinha como fugir, era apenas uma criança.

Caminhou até a cama, sentou-se ao lado do pequeno e viu as tentativas rápidas que Sammy teve ao tentar secar as lágrimas.

— Você quer um abraço?

Sammy não verbalizou uma resposta, mas deixou Algodão Doce sobre um travesseiro e aninhou-se no colo do pai.

Jungkook o abraçou, acolhendo-o em seus braços e peito.

— Você pode chorar. Você está triste e está tudo bem ficar triste. O papai também chora quando está triste — ele admitiu, afagando os fios pretinhos. — Sabe, Sam, a mamãe, a vovó, as duas eram pessoas incríveis e eram lindas e nos amavam muito. As pessoas... Morrem um dia. Nós nascemos, crescemos e morremos, mas isso não significa que estamos sozinhos ou que deixamos de amar ou ser amado — a sombra de um sorriso moldou seus lábios. — Você ama a mamãe?

— Uhum — Sammy murmurou dengoso, choramingando.

— Ama a vovó?

— Uhum — o pequeno respondeu novamente, sem qualquer hesitação.

— É isso que importa. Elas amam você e você ama elas. Eu sei que está doendo, sei que você já consegue sentir isso e que tudo está pesado demais para sua alma pura, mas o papai está aqui, a Daeha, o vovô Jin, a Algodão Doce

— Jimin — completou.

Jungkook abaixou o olhar para a face de seu filho e sentiu novamente a sensação de ter o peito apertado. Forçou um sorriso e assentiu.

— Jimin também.

Como poderia negar? Como poderia dizer a verdade sobre aquilo? Sabia que não podia mentir, mas não foi capaz de fazê-lo. Sua emoção falou mais alto que a razão.

— Todos nós estamos aqui. Você sempre pode falar com o papai, não precisa chorar sozinho, Sammy. Vamos lembrar de coisas boas, sim? Como quando a vovó subiu em um travesseiro e fingiu estar surfando. Você lembra?

A criança sorriu timidamente e assentiu.

— E quando ela fez várias bolinhas de sabão lá perto da piscina e acabou escorregando caindo direto na água?

Sam dessa vez riu.

— Eu lembro — disse sorrindo, a voz assinalando toda a manha.

— E quando a mamãe resolveu cortar o seu cabelo? Você lembra que tivemos que raspar todo o seu cabelinho porque ela fez um buraco enorme bem na frente?

Finalmente o Jeon caçula gargalhou, assentindo.

— Eu fiquei feio.

— Você nunca fica feio, Sam. Você é lindo, igual o papai, igual a mamãe, igual a vovó e o vovô.

— Igual o Jimin também.

Jungkook sentiu um nó rasgar sua garganta. Seu filho estava mesmo tão próximo de Jimin...

— Eu pensei que você achasse ele feio — levantou o pequeno corpo e o colocou sentado sobre seu colo.

— Não... — Murmurou sapeca e então fez um biquinho, colocando o indicador na frente. — Mas é segredo, papai.

— Ah, claro. O papai não vai contar nada — beijou a bochechinha rosada. — Agora vamos para o banho? Precisamos lavar esse bumbum aí, garotinho.

— Tem fedorzinho?

Jungkook gargalhou com a expressão preocupada do filho e então negou.

— Não. Você é muito cheiroso porque toma banho todos os dias. Mas sabe quem não toma banho todos os dias? — Com o filho nos braços, colocou-se de pé, em seguida caminhou rumo ao banheiro. — Algodão Doce. Então, é bom que ela durma na caminha dela e você na sua. Tudo bem?

Sammy negou furtivamente, balançando todos os cabelinhos.

— Hm, você é teimoso... — Elucidou retoricamente, sentindo uma pontada de orgulho porque sabia que seu filho era parecido com ele.

Claro que havia muito para se orgulhar, mas ele não podia evitar, sempre se sentia orgulhoso, até pelos pormenores como aquele. Dentro do banheiro, ele tirou as roupas do filho e então percebeu algo na pequena coxa direita. Estava vermelho e parecia fazer um pequeno caminho sob a pele.

— Isso dói, Sam?

— Coça.

Ele encarou um pouco mais e quando tocou, seu filho levou a mão ao local, coçando com as pequenas unhas.

— Não coça — pediu carinhosamente, tirando a mãozinha alheia do lugar irritadiço. — Precisamos falar com um médico, Sam. — Ele facilmente poderia chamar um médico até sua residência como tem feito no último ano, mas precisava quebrar com aquele hábito. — Vamos precisar ir ao hospital, Sammy, lá vai ter muitas pessoas precisando falar com um médico, igual a você e terá crianças da mesma forma. O papai vai segurar sua mão, você não vai estar sozinho, então o médico vai examinar o seu machucado e vai passar um remedinho — sorriu, acariciando o rostinho redondo. — Se você sentir medo, podemos voltar, mas precisamos tentar, tudo bem?

Sammy, que estava sentado sobre a bancada, encarou os pezinhos suspensos no ar e assentiu devagar.

— Tenho tanto orgulho de você — sorriu ainda maior, tomando o pequeno nos braços mais uma vez. — Você é muito corajoso, sabia?

— Uhum.

— Hm, não é nada modesto também. Um homenzinho que se ama. Fico feliz por isso.

[...]

Não pôde conversar com Jimin na noite passada, Jungkook apareceu bêbado. Taehyung ficou mais preocupado com o detetive do que com a conversa que tinha sido interrompida, talvez essa preferência fosse reflexo do seu eu interior que temia ouvir da boca de seu irmão aquilo que comprovaria a dupla identidade de Jungkook, alguém que ele tanto confiava.

Era certo, Jungkook os enganou, mas depois do sequestro de seu irmão, Taehyung começou a notar as controvérsias, a incoerência de algumas ações vindas de Jungkook.

Decerto estava grato, tão grato que quase se sentia em dívida, antes não fosse a consciência de que provavelmente, Jungkook sabia tudo desde o começo. Mas ele não entendia, ele não entendeu a determinação de Jeon ao afirmar que iria salvar Jimin.

Jungkook agiu sozinho. Jungkook fez tudo sozinho.

Existiam duas possíveis justificativas para as ações de Jeon:

Primeira: Jungkook estava tentando provar-se fiel à Unidade;

Segunda: Jungkook simplesmente quis agir sozinho.

Ambas justificativas haviam falhas extremas. Se Jungkook quisesse provar sua lealdade, teria informado a equipe e ao menos fingiria não saber as localizações. Fingiria ter alguma dificuldade — Taehyung sentou-se sobre a cadeira de sua mesa na sala da equipe e juntou as mãos frente à boca —, e ainda, se Jungkook quis simplesmente agir sozinho deveria ter motivos e mesmo assim, precisaria dar uma explicação para a equipe.

De qualquer forma, Jungkook agiu imprudentemente, se e somente se este tivesse a intenção de permanecer escondido. De qualquer maneira, Jungkook conseguiu sozinho criar um plano, encontrar o lugar, ir até o lugar sem avisar nada, resgatar Jimin e trazê-lo a salvo.

Era óbvio o descuido e provavelmente toda a equipe percebeu.

Abriu a gaveta da mesa e tirou de lá duas cartas de baralho. Uma delas foi a que encontrou no apartamento de Jimin e a outra ele recebeu após ser informado que o assassinato de Jeon Jiwon tinha ido para a Unidade.

As cartas eram idênticas, isso o perturbou e o perturbou ainda mais ao compreender o significado daquilo. Não precisava ser muito esperto, tudo o que precisava era ser membro da equipe Alfa, ninguém mais além dos envolvidos no caso saberiam decodificar aquele aviso. Era um recado para eles, principalmente para Jungkook e ele. Se estivesse certo, Jungkook teria feito uma troca, Jimin por Jiwon.

Contudo...

Jungkook não seria capaz de fazê-lo. O Jungkook que ele conhecia não era assim, concluir isso o dava a perspectiva de que a morte de Jiwon não estava nos planos de Jungkook e pela forma como o detetive parecia sofrer, este não fazia ideia de que aquilo poderia vir a acontecer.

Assim, algo fez sentido para ele: Jungkook não tem informações gerais sobre as ações da organização mafiosa que faz parte.

Jungkook era, unicamente, uma carta.

Suspirou. Tinha tanto para pensar e sentir. Precisava manter sua linha de raciocínio investigativa, porém outras coisas ainda o assombravam. Ele dormiu com Jimin naquela noite e só foi para casa pela manhã.

Mas antes de cair no sono sua mente ficou nublada por pensamentos densos.

Jimin gostava de Jungkook. Na noite passada ele começou a suspeitar que a forma como seu irmão gostava de seu detetive não era da mesma forma que ele gostava de Jungkook. Em qualquer outra circunstância, Taehyung teria aconselhado a seu irmão a não se perder muito, porque até onde ele sabia, Jungkook era hétero e é claro que Jimin iria rir e dizer que já tinha passado da fase de sofrer por amores não correspondidos, mas naquela situação, o que ele precisava dizer era: Jungkook é um mafioso, apesar de confiar no trabalho que ele faz como detetive, se relacionar com ele será como viver o tempo todo com medo de olhar para os lados e descobrir que várias armas estão apontadas para sua cabeça.

Muitas pessoas morreram durante essa investigação. Inna, Hyunjin, Angelina e Jiwon. Todas mulheres. Ele começaria a suspeitar de que houvesse um crime de misoginia envolvido, mas ele quase perdeu Jimin, se a máfia tivesse preferência por mulheres, teriam sequestrado sua mãe.

De qualquer forma o perigo não havia passado, pelo contrário, poderia estar tudo pior naquele instante e se estivesse certo sabia que Jungkook tinha assumido toda a responsabilidade.

É isso...

De repente algo iluminou-se em sua cabeça. Havia uma terceira justificativa para as ações de Jungkook:

Ele fez tudo sozinho para assumir a responsabilidade sozinho.

Cobriu a face com as mãos e soltou o ar pela boca. Jungkook era um tolo! Provavelmente estava em péssimos lençóis naquele instante e pensar isso o levava a compreender ainda mais o assassinato de Jiwon. Foi um castigo. Jungkook foi castigado. Se ele tivesse feito o acordo com a máfia, teria tomado a pior decisão e acabaria como o antigo inspetor, sem mencionar o fato de que provavelmente Jimin não sairia ileso.

— Deus... — Sussurrou reticente em meio a sua epifania.

Jungkook havia se arriscado por ele também. Jungkook o salvou, mesmo que essa não fosse a intenção do detetive, Jungkook protegeu sua vida, a vida de seu irmão e sua carreira.

Ficou de pé e virou-se de costas para a mesa, uma mão cobrindo os lábios e a outra apoiada no quadril.

Ele não errou. Jungkook ainda era o Jungkook que ele conhecia. Era como os membros sempre diziam: mesmo não estando presente, Jungkook conseguia ajudar. Era mesmo o seu melhor detetive.

— Inspetor Kim?

Ele elevou os cílios escuros e tirou a mão da boca antes de inflar o peito e encarar Suzy que estava parada na porta.

— Sim?

— Song Joongi está na Unidade e quer vê-lo.

Song Joongi era o Perito Criminal da Unidade, porém, raramente aparecia ali e quando o fazia, nem sempre tinha boas notícias. Ele assentiu vagarosamente, arrumou a gravata, penteou os fios com os dedos e guardou as cartas na gaveta da mesa antes de sair da sala.

Três batidas foram suficientes para ouvir um "Entre". Dentro da sala, ele fez uma mesura demorada e se aproximou da mesa onde o Perito estava. Joongi era um homem carrancudo e quando sorria era assustadoramente assustador. Se vivesse de sorrisos, aquele homem com certeza passaria fome.

— Song Sunbaenim, precisa falar comigo?

Ele viu Joongi jogar uma pilha de papéis sobre a mesa e girar a cadeira de uma lado para o outro enquanto juntava as mãos frente à boca, criando um péssimo suspense.

— Sente-se, Kim.

Não estava com vontade, mas o fez por pura obediência.

— Você ainda está trabalhando no caso da organização mafiosa que mostrou sinais de atividade anos atrás, não é mesmo?

— Sim, senhor.

— Soube que seu irmão foi sequestrado e que em troca da liberdade dele, a organização propôs um encontro.

Não era para Joongi estar sabendo, principalmente porque pediu sigilo a sua equipe, no entanto aquele era seu superior, é claro que não negariam informações a este.

— Sim, senhor.

Ele viu seu superior ficar de pé, ir até o suporte embutido na parede atrás da mesa e observar algumas medalhas e certificados postos ali.

— Desista do caso.

— Perdão, Sunbaenim. Não entendi — ele só podia estar ouvindo coisas.

— Disse para desistir do caso, Kim.

— Mas por quê? — Ainda não conseguia entender. — Eu irei adiantar a investigação, meus membros estão trabalhando duro e

— Jeon Jungkook está afastado por três dias por causa do luto. Sem ele, sua equipe pode fazer algo?

Ele engoliu a seco, as sobrancelhas juntaram em sua testa, a indignação cortou sua expressão e ele ficou de pé.

— Jeon Jungkook é um grande detetive profile e possui uma precisão incomparável, mas meus outros membros são incomparáveis também, cada um.. São tão eficientes quanto Jungkook, porém, em áreas distintas, eu tenho certeza disso.

— Isso não me importa, Kim — Joongi finalmente virou-se para ele. — Desista do caso, irei passá-lo para outra Unidade. Vai ser melhor para você e para sua família, entenda.

— Sunbaenim, me dê cinco meses.

— É tempo demais.

— Três — insistiu. — Vamos dar nosso máximo e se eu não for capaz de concluir o caso neste período de tempo, então... Eu desistirei.

Joongi encarou a janela por alguns instantes e então estalou a língua.

— Você tem três meses, Kim.

Quando saiu daquela sala, a primeira pessoa que pensou foi Jimin. Seu irmão ainda estava em zona de perigo. Não somente por isso, ele estava até mesmo um pouco aliviado por Jimin pedir para se afastar do trabalho por um mês para cuidar da saúde psicológica antes de voltar aos afazeres e durante esse tempo seu irmão concordou em ficar na casa de sua mãe. Depois disso...

Ele teria que encontrar alguma forma para Jimin ser mandado para longe. Tinha o MSF (Médicos Sem Fronteiras) em mente, mas era apenas uma possibilidade e esta podia ser até mesmo tão perigosa quanto ficar ali.

Ele tinha muita coisa para fazer.

— Lalisa, reúna Yeonjun na Unidade em quarenta minutos — ordenou com o celular contra o ouvido.

Sim, senhor!

[...]

Sammy estava melhorando significativamente.

Quando chegaram ao hospital Ajou, ele conversou um pouco mais com seu filho e pacientemente, esperou pela iniciativa do mais novo. Jungkook poderia ter ido em qualquer clínica mais próxima, mas por um motivo que somente seu instinto entendia, foi guiado até o Hospital Universitário Ajou.

Sentado no chão da recepção da ala pediátrica, ele ajudava Sammy a montar alguns lego. Não tinha muitas crianças e responsáveis ali, e mesmo que duas crianças tivessem se aproximado de Sam, seu filho apenas não sentiu muito interesse em fazer novas amizades, apenas negou as balinhas que uma das crianças ofereceu e voltou a brincar.

Estando ali, ele não pôde deixar de lembrar de quando se perdeu naquele lugar. A ala pediátrica ficava bem próxima a ala da psiquiatria infantil.

— Oi, tio.

Ele elevou a expressão e viu a menininha da boneca feia que ele encontrou quando esteve ali outro dia. Sentiu o olhar de seu filho o sondando.

— Ei, você não está com a boneca feia... — Ele murmurou a observação.

— Você não está com as luvas vermelhas. Quem é ele? — A garotinha perguntou sem fazer qualquer pausa.

Jungkook encarou Sammy que tinha uma expressão curiosa e quase julgadora para cima dele.

— É meu filho.

— Ele é bonitinho — ela deu de ombros e então apertou uma das bochechas de Sam.

Foi cômico, Jungkook precisou conter o sorriso quando viu as bochechas de seu filho ficarem rosadas. Sammy ficou de pé e o abraçou, escondendo o rosto na curva de seu pescoço.

— Até, tio! Até bonitinho.

A menina, que ele nem mesmo sabia o nome, saiu saltitando pelo corredor. Era um pouco estranho que seus pais a deixassem tão livremente por aquele hospital, ele não seria capaz de deixar Sammy correndo por aí.

Quando afastou o pequeno Jeon, o encarou com um sorriso.

— Então, você fica tímido às vezes, ein?! Ela te achou bonitinho.

Sua boca foi coberta pelas mãozinhas pequenas alheias, então ele ergueu as mãos em sinal de redenção. Longe dele ficar rindo por ter achado a interação fofa.

— Jeon Sam?

Ele elevou a cabeça mais uma vez quando o nome de seu filho foi chamado por uma mulher.

— Sim?

A mulher tinha acabado de sair da sala do pediatra Jung.

— Podem entrar já.

Ficou de pé e estendeu a mão para o filho.

— Vamos lá?

Quando entraram na sala, o doutor Jung Hoseok abriu um longo sorriso e ficou de pé. Ele sabia quem era aquele médico, sabia que era o amigo de Jimin, o mesmo que participou da ligação que Jimin fez e ele ouviu.

— Então você é o Sam! — Jung Hoseok aproximou-se, segurando um pirulito. — Olha só o que eu tenho aqui... Você gosta de pirulitos, Sam?

Sam negou. A verdade é que na dieta de Sammy não tinha tanto açúcar, então seu filho não tinha tanto apreço por doces.

— Tudo bem... Então, que tal um balão? Eu tenho alguns balões bem coloridos, você quer um?

Ele viu Sam o encarar por um instante e então, apertar a barra da camisa branca que usava.

— Uhum — murmurou.

— Ótimo! Mas antes, o tio Seok vai olhar algumas coisinhas só para saber se está tudo bem, pode ser?

— Uhum.

— Certo. Você pode colocar ele sobre a cama, Jeon? — Hoseok voltou até a própria mesa e pegou alguns aparelhos. — Então, o que está acontecendo com o pequeno Sam?

Jungkook colocou o filho no lugar pedido e ficou ao lado deste, segurando a pequena mão.

— Há algo na coxa dele, está irritado e parece fazer um caminho sob a pele. Ele disse que coça — explicou, um pouco constrangido.

— Hmm — Hoseok colocou os equipamentos ao lado de Sam e ligou uma luz em um deles antes de colocar dentro do ouvido alheio. Um por vez. — Coça muito, Sam? Diga A e coloque a língua para fora para o tio ver a garganta.

Sam murmurou outro "Uhum" antes de abrir a boca e fazer como pedido. Hoseok olhou ouvidos, garganta, coração, pulmões, olhos e reflexos antes de deixar todas as ferramentas médicas de lado e levar a mão até o cós do short que Sam usava.

— Não, tio! — Sammy protestou rapidamente, afastando as mãos do médico. — Só o papai e Dae podem.

O médico deu um tapinha na própria testa e fez uma expressão estranha.

— Que tio bobo! Você me desculpa? Você está certo, só o papai e Dae podem pegar aí.

[...]

A consulta não foi demorada, de acordo com o médico, Sammy estava com o banalmente conhecido verme de cachorro, então ele precisou explicar que havia adotado uma cachorrinha de rua recentemente, mas que tinha levado ao veterinário para aplicar todas as vacinas e vitaminas necessárias. Jung Hoseok explicou um pouco mais sobre tempo de efeito, reações e como acontece o contágio. Receitou anti parasitantes e aconselhou sobre como lidar melhor com a higiene do animal e local de fezes.

Então, Sammy foi liberado, segurando um enorme balão redondo e vermelho. Porém, assim que deu um passo fora da sala médica, seu filho soltou sua mão e correu em direção a alguém. Seus olhos quase saltaram para fora pelo medo, mas sua visão foi preenchida pela severa imagem de Sammy acolhido nos braços de Park Jimin e o último sorria grande da mesma forma que sorriu em várias sessões de visita à sua casa.

Ele não conseguiu mover mais que três passos, uma barreira invisível e opressora não o permitiu chegar mais perto, então seus atos foram reduzidos a observar Jimin ficar de pé com Sammy nos braços e se aproximar dele lentamente.

— Há algo de errado?

Jimin não estava usando as roupas de um médico, não havia um crachá também, mas estava usando um casaco vermelho, o mesmo casaco de quando se viram no dia da primeira neve — Jungkook sentiu seus batimentos aumentarem a frequência, não tinha nada a ver com complicações pós-operatórias, já tinha um tempo desde que ele se sentia de tal forma.

— Sammy está com um verme de cachorro na perna — ele disse, mas sem conseguir controlar o impulso de encarar aquele casaco vermelho e depois encarar o rosto alheio.

Ele quase podia sentir o frio daquele dia, ele quase podia sentir o cheiro de neve e rosas vermelhas. Era como se tudo fosse uma imensidão de neve, um lençol espesso e reluzente, então bem no centro alguém tinha plantado rosas vermelhas e por algum motivo, somente ali havia calor.

— Ah, aposto que o doutor Jung fez um bom trabalho — o ex loiro, que por sinal já estava com a raíz toda castanha, disse.

— Você veio trabalhar? — O constrangimento era inevitável. Então, reparou em como Sammy parecia interessado em mexer no cabelo alheio. Estava ficando uma bagunça.

— Vim explicar minha ausência... do outro dia.

Era verdade, Jimin não tinha ligado para o hospital, Jimin ligou para ele.

— Eu vou... dar um tempo — Jimin completou reticente.

Ainda que não estivesse em posição alguma para observar Jimin, ele percebeu a hesitação em cada fala. Não podia julgá-lo, ele era ele. Ele era Jungkook, um homem que tinha vida dupla.

— Quem bom — soltou inconscientemente.

— Você vai na minha casa amanhã?

A atenção de ambos os adultos voltaram-se para a criança. Jungkook viu Jimin ajeitar Sam nos braços e abrir um pequeno sorriso antes de voltar ao sofá e se sentar ali.

— Sammy, o Jimin está um pouco doente, por isso eu vim aqui no hospital hoje, igual a você.

Jungkook finalmente conseguiu se mover apenas para ocupar o espaço ao lado do médico psiquiatra. Estava se sentindo pequeno, porém... aquecido.

— Então, eu não vou poder te visitar por algum tempo, mas sempre que quiser falar comigo, você pode pedir ao papai Jungkook para me ligar — pincelou o narizinho pequeno antes de deixar um beijinho na testa pequena. — Aí vamos poder nos falar. Tudo bem?

Sammy negou minimamente, escondendo o rosto no peito alheio.

— Ei, filho, o Jimin precisa cuidar da saúde. O papai te trouxe ao médico para cuidar da saúde e o Jimin precisa ir ao médico para cuidar da saúde também — ele tentou, inclinando-se um pouco para o lado apenas para afagar os fios pretinhos.

Jimin virou o rosto em sua direção, ele engoliu a seco e fechou os lábios entreabertos quando notou a mínima distância entre ambos. Seus olhos traiçoeiros o levou pelo caminho mais perverso e cruel possível, sua visão desceu dos olhos com lentes azuis aos lábios cheios e rosados. Sentiu a pulsação de seu peito de forma tão esmagadora que correntes elétricas cortaram seu corpo de um extremo ao outro, todo o seu corpo arrepiou-se, desde seu dedinho ao último fio de cabelo e sua respiração ficou pesada.

— Seu pai tem razão, Sam — Jimin disse e ele sentiu o hálito alheio contra seus lábios. Arrastou a língua entre os lábios e forçou-se a encarar o outro lado quando Jimin voltou o rosto para a criança.

Sentiu vontade de ficar de pé e caminhar incessantemente pelos corredores daquele hospital sem qualquer rumo ou direção. Sentiu vontade de colocar a testa contra a parede fria e respirar fundo para concentrar seus pensamentos. Era irrevogável a forma como seu corpo inteiro e mente reagia aos pequenos atos daquele homem, era estúpido como o fundo de seu âmago sempre ficava esperando um pouco mais de algo que aparentemente ele não iria fazer, principalmente na frente de seu filho, mas ele parecia um homem infantil, incapaz de lidar com sua própria bagunça, incapaz de encerrar algo que latentemente seus anseios pediam.

Diabos! Park Jimin era tão... Jimin era tão...

Invasivo. E sério. E maduro, decidido e... tão estupidamente lindo.

Mas e ele? Ele era apenas um

— Estúpido! — Praguejou alto demais. Quando abriu os olhos que sequer tinha percebido ter fechado, ele sentiu suas costas queimando pelo olhar alheio. Contorceu a face em consternação e empertigou as costas.

— Jungkook?

Por que Jimin nunca perdia aquela voz gentil? Por que Jimin?

Jimin. Jimin. Jimin. Estava ecoando de novo.

Ele cravou os olhos escuros aos alheios mais uma vez. Sua eficiência pulmonar foi embora.

— Estava lembrando que preciso ir, tenho que fazer umas coisas com o pai.

Ele notou o olhar estranho de Jimin.

— Seokjin. Meu pai Seokjin.

— Ah... — Movimentou-se no sofá. — Ele está quase dormindo. Posso levá-lo até o carro, se quiser...

— Uhum.

Depois que verificou todos os cintos da cadeirinha no banco dos passageiros, conferiu se Sam não estava de mal jeito e então fechou a porta. Jimin estava do lado de fora, os braços abraçando o próprio corpo e o semblante levemente fechado por causa dos raios solares que fugiram por entre as nuvens. Eram os primeiros raios solares depois de semanas nubladas. Ele sentiu o calor tocando sua pele como um beijo suave, o mesmo beijo que Jimin o deu antes de sair de seu carro outro dia.

Ele estava ficando obcecado? Sua mente não conseguia mais desgrudar as memórias com aquele homem? Ficou irritado consigo mesmo.

— Eu falei com meu diretor sobre o caso do Sam. Recomendei a doutora Taeyeon. Ela tem mais tempo trabalhando na área do que eu, eu expliquei todas as condições do caso, mas preciso de seu consentimento. Sobre as exigências... Você pode explicar a ela, se aceitá-la.

— Você confia nela? — Ele quis saber. Jimin tirou os fios quase todos castanhos do rosto e levou até a orelha. Aquele simples ato o fez titubear.

— Sim.

O problema é que Jimin confiava em gente demais. Suspirou, cabisbaixo.

— Você não está com medo de estar aqui comigo?

— Tenho mais medo de estar com você durante a noite.

Chutou um seixo imaginário e enfiou as mãos dentro dos bolsos.

— Jimin, eu não... — As palavras não saíram. Ele não conseguiu falar que não conseguia se livrar disso, até porque estava confuso demais para saber se queria mesmo se livrar.

Quando estava com Jimin, ele queria ser apenas um detetive, queria falar com Jimin sem se sentir culpado, sem sentir-se inseguro, ele queria ser bom e honesto.

Mas quando estava com Santiago, ele simplesmente sentia que deveria continuar ali, precisava obedecer, porque era aquilo que ele era. Ele precisa ser o delator porque seu pai o escolheu.

Apertou o cenho e voltou a olhar para o médico, sentindo seu coração martelando como um louco.

— Sobre ontem, eu não me lembro exatamente por

— Apenas não fique vagando por aí depois de beber. É perigoso e ainda está frio.

— Vagando?

— Bom, você apareceu em frente ao meu prédio e Taehyung o levou para casa.

Ele rapidamente se lembrou da chamada com Lisa pela manhã. Soltou um "ah".

— Bom, eu estou indo. Eu preciso falar com o Hoseok. Então, você se cuide — Jimin explicou se afastando.

— Jimin! — Chamou e porque chamou ele não fazia ideia. O médico parou de se afastar e tombou a cabeça concisamente para o lado quando o olhou. — No Natal você disse que tinha comprado presentes...

A expressão esperançosa de Jimin deu espaço para algo desanimador. Diabos! Ele deveria se jogar na frente de um carro, talvez rumar a própria cabeça na parede, qualquer coisa seria menos estupidez do que falar aquilo. Ele sempre falava bobagens.

— Ah, bom, eu vou mandar por táxi ou pedir que meu irmão leve.

— Você pode levar ou eu posso buscar, se quiser.

Ele viu os cantos dos lábios de Jimin elevarem-se. Deus, o que estava acontecendo com ele? Seus joelhos tremeram.

— Não, Jungkook. Eu não quero — o sorriso mudou rapidamente para uma linha sem graça. Jimin pestanejou, ele viu as narinas alheias moverem-se antes do médico dar as costas e entrar dentro do hospital.

Seus braços caíram nas laterais de seu corpo, ele encarou aquelas portas por segundos tão demorados que começou sentir os olhares alheios, então quando entrou em seu carro, segurou o volante, encostou ali sua testa. Estava se sentindo tão cansado que parecia ter corrido uma maratona, seu coração começou a doer e sua visão foi ficando embaçada. Estava sufocando, era como se alguém apertasse sua garganta e o impedisse de respirar. Estava se afogando no mar da própria confusão.

Mais uma vez,

Ele estava se afogando. 

Notas:

Hey, hey!! 

Esse momento em que os Jikook estão mais afastados vai ser importante para a trama, claro, além de que o Jimin quer distância do Jungkook por ora. Pois bem, vou mostrar a investigação, como mencionei em outras notas, mas não pensem que os Jikook vão ficar distantes por muito tempo. Meus capítulos favoritos são 9, 10, 14 e 16. hehe 

No próximo vamos ter: UMA MORTE (dor e sofrimento), Jungkook com Santiago, Jimin contando para a equipe sobre quem Jungkook é. Resumo: o próximo só tem dor e sofrimento. 

Obrigados pelos 14k, pessoal. Depois do cansaço que Cálculo e Citologia me deram hoje, ver os 14k de ODDC me encheu de energias. 

Meu Instagram: autoravssouza_

Até a próxima sexta. 




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