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Act 2 - "Deixe as folhas velhas caírem"
Chapter 91
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{Quarta Feira – 1º dia de aula – Aniversário de Bárbara}
Victor Augusto
06:12h
Oh merda de fósforo do caralho.
Eu estava no quarto de Bárbara, com o bolo dela apoiado em sua escrivaninha, enquanto estava na tentativa falha de acender o fósforo para colocar fogo na vela.
Já era o 5º palito que eu tentava, e não pegava.
Xinguei a desgraça da caixinha mentalmente.
Dei de graças à Deus quando finalmente, o 8º palito acendeu.
Coloquei fogo no pavil da vela e apaguei o do palito em seguida.
O bolo estava ridiculamente boiola e fofo, do jeitinho que Bárbara gosta.
Ela está fazendo 18 anos. Minha princesinha.
Um ano atrás, acho que eu nunca imaginaria que na data de 03/02, eu estaria com o porta malas do carro lotados de presentes e sacolas.
Estou empolgado com esse dia a semanas. Mal posso esperar para enche-la de beijos, carícias e presentes.
Peguei o bolo, ainda na caixinha de isopor, e andei devagar até sua cama, me ajoelhando no colchão, cantarolando a tradicional música baixinho.
─ Parabéns pra você. – eu sussurrei, chegando mais perto dela. – Eu só vim pra comer. E o presente que é bom. – parei de cantar, deixando um beijo no canto de sua boca. – Esqueci de trazer....
Bárbara sorriu com o meu beijo, sentando-se na cama logo em seguida. Coçando os olhos, ela os abriu lentamente, tentando enxergar o que estava acontecendo.
Quando finalmente me enxergou, sorriu para mim, ainda sonolenta.
Que visão dos deuses.
─ Faz um pedido. – eu sussurrei.
Ela fechou os olhos, ainda sorrindo.
Logo, ela estava soprando a vela, apagando o fogo do pavil.
A aniversariante pegou a caixinha nas mãos, observando o bolo.
Era um desenho que ela gostava, do Flork. Ela achava fofo, e não conseguir pensar em outra coisa na hora de encomendar o bolo.
Era um bolo branco, com corações pequenos decorando o fundo, e a imagem do Flork com o chapeuzinho de aniversário na cabeça estava em destaque.
A mensagem era:
"Há 18 anos vivendo à base do café.
Te amo, sua cafólotra."
Ela riu ao ler a mensagem.
Peguei a caixa de sua mão e coloquei no criado mudo.
Logo em seguida, deitei por cima dela, a abraçando bem forte, enquanto enchia seu rosto de beijos.
─ Feliz aniversário meu anjinho. – eu disse, entre beijos.
─ Obrigada. Não precisava de tudo isso. – ela disse.
─ É óbvio que precisa. Eu te amo. – eu disse, a abraçando mais. – Deve ser uma merda fazer aniversário no primeiro dia de aula.
─ Eu gosto, pra ser sincera. – ela disse.
─ Você é louca. – eu disse, a fazendo rir.
Bárbara virou meu rosto para o seu, beijando meus lábios em seguida.
Era para ser um selinho, mas eu não ia deixar apenas isso.
Quando ela parou, retornei seus lábios nos meus com vontade. Beijá-la era tudo o que eu queria naquele momento.
Ela apoiou a mão em minha bochecha, e a outra no meu ombro. As minhas estavam na sua cintura, apertando levemente.
Adoro como o corpo dela reage com timidez quando coloco fogo em coisas que eram para ser leves. Ela se contraia, não esperava que eu fizesse isso.
Paramos quando a falta de ar bateu nas nossas portas.
Tirei seus lábios dos meus, mas ainda com os rostos próximos.
─ Eu te amo. – ela disse.
─ Também te amo. – eu respondi, lhe dando alguns selinhos.
─ A gente tem que ir, não tem que? – ela perguntou.
─ Se troca e a gente já vai. – eu disse, saindo de cima da menina.
Ela se levantou, e eu levantei em seguida.
Ao abrir o armário, não demorou muito para ela virar para mim, com uma carinha fofa.
─ Diga anjinho. – eu disse, rindo.
─ Posso usar alguma coisa sua? – ela pergunta.
─ É claro que pode. – eu disse, deixando um beijo em sua bochecha.
Ela tirou do armário um moletom cinza da Champions, que eu havia comprado recentemente. Ela foi ao banheiro se trocar, enquanto eu esperava ela sair.
Enquanto isso, peguei o buquê de flores que eu havia comprado pra ela, e segurei em minhas mãos, esperando ela sair do banheiro.
Quando saiu, deixou seu pijama em cima da cama, e quando olhou para mim, sorriu.
Ela veio até mim, pegou as tulipas cor de rosa de minhas mãos, cheirando-as. Ela segurou as flores e me deu um selinho. Depois, largou o buquê em cima da cama, abraçou meu corpo bem forte, encostando a cabeça em meu peito. Eu abracei sua cintura, deixando um beijo em seu ombro.
─ Obrigada. Acho que nunca ninguém nunca me deu tanto presente de uma vez. – ela disse.
Mal sabe ela o tanto de sacola que tem no carro.
─ Eu amo você anjinho. É seu aniversário, eu não ia apenas dar um presente. Quero te cobrir de ouro da cabeça aos pés. Amo você. – eu disse, a envolvendo em meus braços.
─ Também te amo. – ela disse, abraçando meu pescoço. – Você é perfeito.
─ Não mais que você – eu disse, dando um selinho na minha garota. – Vamos descer, você deve estar morrendo de fome.
─ Nem tanto. – ela disse, entrelaçando nossas mãos.
Descemos as escadas, chegando até seus pais, que abraçaram a filha, desejando feliz aniversário.
Comemos um pouco com eles, mas Bárbara queria ir logo para a aula, então, depois de uns 30 minutos, entramos no carro e fomos dirigindo para a escola.
Não entendo como ela gosta daquele inferno, mas tudo bem.
Quando estacionamos o carro, Carolina já veio igual um furacão.
Típico da loira.
Quando Bárbara desceu, Carolina a abraçou muito forte, desejando feliz aniversário. Logo, nossos amigos estavam todos aqui, conversando e desejando felicidades à minha namorada.
Tirando a Carolina dizendo que 18 já é idade para ter bebês e para construir uma família, foi tudo bem.
{...}
09:30h
─ Vai pedir o que? – perguntei, a abraçando por trás.
─ Não sei ainda. Provavelmente algum doce. – ela disse, analisando a vitrine da cantina.
─ Melhor decidir logo, tem só uma pessoa na sua frente. – eu disse, olhando para a fila.
─ Tá, acho que vou comprar esse morango de chocolate aqui. Já comi uma vez, vem com um doce de leite condensado dentro e muito chocolate. É perfeito. – ela explicou.
─ PRÓXIMO. – a tia Cida gritou.
─ Bom dia tia. – Bárbara disse, abrindo um lindo sorriso.
─ Bom dia flor. Feliz aniversário. – a senhora disse, sorrindo.
─ Obrigada. – Bárbara respondeu.
─ O que vai querer? – Cida perguntou.
─ Dois morangos de chocolat... – Bárbara tentou terminar.
─ Só dois? Nem pensar. Tia, coloca aí quatro desses morangos. – eu interrompi.
Tia Cida caiu na risada, olhando para mim com admiração.
─ Ficou R$15,00. – Tia Cida disse.
─ Ótimo, aceita cartão? – eu perguntei.
─ Nem ferrando. Eu pago. – Bárbara disse pegando dinheiro.
A morena ficou brava ao ouvir o barulhinho da maquininha, o que indicava que a compra estava aprovada.
─ É seu aniversário meu anjo, eu não ia deixar você pagar. – eu disse, em minha defesa. – Valeu tia Cida.
Pegamos os morangos e saímos da fila.
─ Olha, a próxima vez que você pagar.... – Bárbara me ameaça.
─ Você vai ter me dar um beijo. – eu digo, passando meu braço por sua cintura.
─ Não né engraçadinho. – ela disse.
─ Estou brincado Babi. – eu disse, deixando um beijo em sua testa. – Mas eu nunca deixarei você pagar.
O sussurro perto do seu ouvido a fez rir.
─ Dessa vez passa. Mas vai ter volta. – ela diz, séria.
Sentamos junto com os nossos amigos no refeitório. Todos estavam conversando e rindo de suas próprias palhaçadas.
─ Olha só quem chegou, a aniversariante. – Crusher a zuou.
─ Deixa eu adivinhar: ela está brava porque você não a deixa pagar nada. – Carolina presume.
─ Exatamente. – Bárbara diz, me olhando feio.
─ Eu disse pra ela, cada vez que eu pagar, ela vai ter me dar um beijo. – eu disse.
─ Nossa Victor, ameaça bem bosta. – Marcos disse.
─ Cala a boca Marquinhos. – eu disse. – Inclusive senhorita Bárbara, você ainda não cumpriu o combinado.
─ Não aceitei combinado nenhum. – ela disse.
─ E agora ele vai beijar ela e ela vai ficar puta da vida. – Gilson disse, revirando os olhos.
─ Eu vi você e a Thaiga ontem na roda gigante, tá? – eu digo.
─ É? – Thaiga disse.
─ Fodasse. – Gilson completou, fazendo o grupo rir.
─ Olha, todo mundo aqui namora, então melhor não se farparem. – Tainá aconselha.
─ Nossa cara, eu fico impressionada: a Tainá é geralmente quem faz mais merda, mas é a mãezona do grupo. – Milena diz.
─ Quem faz mais merda aqui é o Crusher. – Bárbara diz.
─ E além de tudo, chorava pra mamãe quando caçoávamos com a cara dele. – um garoto, localizado atrás de Crusher diz.
Meu amigo arregalou os olhos.
─ Pode me chamar de Chase, morena. Posso saber o seu nome também, preciosidade? – o moreno atrás do meu amigo fala.
─ Não. – Bárbara disse.
─ Que pena, terei que descobrir isso à força. – ele disse, dando um sorriso malicioso para a minha namorada.
Se ainda não estou vermelho de raiva, estou começando a ficar.
─ O que você quer Chase? – Crusher perguntou.
─ Nada, velho amigo. Apenas vim dizer a você que: eu voltei, Arthur a bolota. – ele sussurrou a última parte.
Crusher respirou fundo.
Bárbara parecia ficar meio constrangida pela situação.
Abracei sua cintura e beijei sua testa. Chase nos encarava.
─ Olhem só, então a deusa grega tem um trouxa. – ele disse, rindo.
─ Encosta um dedo nela e eu juro por Deus que você não verá mais a luz do dia. – eu ameacei.
─ Agora, minha vez... – ele disse, se apoiando na mesa. – Ela ainda será minha, Augusto.
Travei o maxilar, tentando me controlar.
Isso era apenas uma provocação.
Victor esperto: Respira Victor, ele é só mais um trouxa que acha que pode pegar a sua namorada.Ela é sua, está tudo bem...
Victor putasso: Tudo bem o caralho, esse pau no cu vem falar merda na minha orelha.
Victor esperto: Cala a boca porra, daqui a pouco ele vai embora
─ Bom, eu vou indo. Aproveitem o primeiro dia, idiotas. – Chase disse, dando as costas.
Crusher suspirou pesado. A loira entrelaçou suas mãos com a dele.
─ Ele não vai nem chegar perto de você, isso eu garanto. – eu disse.
─ Daqui a pouco ele desiste. Ele vai perceber que não tem mais forças contra você. – Tainá disse.
─ Eu espero que sim. – Crusher disse, desapontado.
{....}
A garagem da casa dos Passos se abriu, e estacionei o carro dentro dela.
─ Sinto muito pelas merdas que o Chase falou. – eu disse, pegando a mão dela. – Não fique com medo, eu vou te proteger.
─ Não estou com medo. – ela disse. – Só, é meio ruim.
Abracei a garota fortemente, a apertando.
─ Vamos esquecer disso. – eu digo. – Hoje, é seu aniversário, e eu vou fazer de tudo para que esse seja o melhor aniversário da sua vida.
Ela riu alegre.
─ Tá bom, o que quer fazer primeiro? – perguntei.
─ Almoçar. – ela disse, e nós rimos. – Ainda vou pensar no resto.
─ Tudo bem. – eu disse, segurando seu queixo e lhe dando um selinho. – Eu te amo.
─ Eu também te amo. – ela disse.
{...}
Eu estava deitado na cama de Bárbara, olhando meu celular, enquanto ela estava no banheiro.
Levei um susto quando a morena se sentou em cima do meu colo, pegando uma pequena maleta preta meio transparente.
─ Pedido especial de aniversariante. – ela disse, fazendo uma cara de sapeca.
─ Ai Jesus. – eu disse, nos fazendo rir. – Diga Majestade.
─ Deixa eu te maquiar? – ela pergunta.
─ Maquiar? – eu pergunto e ela assente, sorrindo. Rio nervosamente. – Ok, ok, pode.
Ela comemora, enquanto abre a pequena bolsinha.
─ Tá, primeiro, pra não detonar com a sua pele, eu vou passar esse hidrante. – ela disse, pegando o vidro.
Parecia um conta-gotas, mas era cheio de um líquido transparente, com uma textura líquida e diferente.
Ela colocou algumas gotas nas minhas bochechas, queixo e testa. Depois, espalhou com os dedos.
Abracei sua cintura, a trazendo para mais perto. Ela sorriu, deixando um beijo no canto da minha boca.
─ Agora, eu vou passar base em você. – ela disse, pegando uma esponjinha rosa.
─ Que porra é essa? – eu perguntei, pegando a esponjinha de sua mão, enquanto a garota ria.
─ É pra espalhar a base. – ela disse.
─ Ata, pensei que era pra pôr na boca. – eu disse, e Bárbara ria novamente.
Logo, ela pegou um negócio de ponta aveludada, tipo os de batom. Com aquilo, passou em alguns pontos do meu rosto. Fechei os olhos para facilitar o trabalho dela.
Depois, com aquela esponjinha, começou a dar batidinhas no meu rosto. Fazia cosquinha.
Acabei não aguentando e rindo. Quando ela parou, abri os olhos novamente.
─ Tá bom, agora, vou fazer delineado em você, só que, não me culpe se não ficar bom. – ela disse, pegando uma caneta.
─ Isso aí é delineador? – eu perguntei.
─ É sim. A ponta dele é de pincel, só que cheio de tinta. – ela disse, abrindo o vidro e me mostrando.
Abri a boca, em choque. Sempre pensei que tinha que usar esses pinceis chanfrados, mas nunca pensei que era tipo um pincel mesmo.
Bárbara ria enquanto eu descobria as coisas.
Eu nunca vou entender mulheres.
Logo, ela começou a passar a pontinha pelo canto do meu olho, e logo passando para dentro da minha pálpebra. Depois, começou a pintar aquele negócio.
Fez o mesmo no outro olho.
─ Posso ver? – eu perguntei.
─ Só no final. – ela respondeu.
Bufei, curioso, a fazendo rir.
─ Agora, vou passar rímel em você, pra destacar seus olhos. – ela disse.
O negócio parecia uma escova de cabelo tamanho mini. Era cheio de uns bagulhinho preto.
─ Caralho. – eu disse, impressionado. – Eu sabia que rímel existia, mas não tenho a mínima ideia de como você vai passar isso nos meus cílios.
─ Assim. – ela disse, segurando meu rosto e passando aquele negócio cheio de pontinhas pelos meus cílios.
─ Puta que pariu, que porra foi essa. – eu disse, assustado. Bárbara ria. – Juro, parecia que você ia arrancar meus cílios, mas aí, ficou cheio de um bagulho preto.
Ela ria ainda mais.
─ Victor, isso não é o fim do mundo. – ela disse.
─ Achei que ia ficar cego, juro. – eu disse, colocando a mão no peito, fazendo drama.
Eu deveria ser ator.
Ela passou no outro olho, logo rindo das minhas expressões faciais.
─ Tá bom, última coisa. Batom. – ela disse.
─ Onde? Eu quero! – eu disse, pensando que era o chocolate. Bárbara riu.
─ Não, o batom de passar nos lábios Victor kkkkkkkkk. – ela disse rindo.
─ Ata. – fiz uma cara de decepção, o que fez Bárbara rir ainda mais.
Ela mandou eu abrir a boca, e ela passou aquele negócio pelos meus lábios.
Depois, mandou eu apertá-los.
─ Pronto, você está lindo. – ela disse, olhando para a minha cara.
Me levantei de sua cama e fui me olhar no espelho.
Eu estava me sentindo gay demais.
Mas eu gostei. Bárbara tem habilidade com maquiagem.
─ Gostou? – ela perguntou.
Me voltei para ela e parei em sua frente.
─ Ficou lindo. – eu disse, segurando seu queixo.
Bárbara se levantou, ficando mais próxima de mim.
Envolvi sua cintura em meus braços, a aproximando.
Raspei nossos narizes por um tempo, e logo, selei nossos lábios em um beijo lento.
Ela deslizou sua mão até minha nuca. Segurei firme em sua cintura.
Depois de alguns minutos, nos separamos por falta de ar, mas ainda não tinha largado sua cintura.
Comecei a rir assim que vi a boca de Bárbara. Estava borrada de batom, o mesmo que ela tinha passado em mim.
─ O que foi? – ela perguntou.
─ Sua boca está toda borrada. – eu disse. ─ Espere aqui, eu vou pegar a água micelar.
Fui até seu banheiro, peguei algodão e o pequeno potinho.
Voltei para o encontro dela, coloquei a água no algodão e comecei a passar pelo entorno de seus lábios. Enquanto cuidava dela, deixava beijos por seu rosto. Ela não conseguia esconder o sorriso.
─ Pronto, novinha em folha. – eu disse.
─ Obrigada. – ela disse, beijando minha bochecha. – Eu te amo.
─ Eu também te amo. – respondi.
Tirei o batom da minha boca, para não marca-la novamente.
Depois de um tempo tirando fotos, ela também tirou minha maquiagem.
Foi um cão passar isso tudo? Foi. Mas o que me convenceu foi vê-la rindo, se divertindo.
Só isso fazia todo esse inferno valer à pena.
{....}
18:48h
Depois de filmes dos anos 2000 e a tentativa de fazer um bolo, que no final ficou todo errado, cantamos parabéns e comemos bolo.
Depois disso, os pais dela subiram para o quarto deles, e eu e Bárbara subimos para o dela.
Claro que, enquanto ela tomava banho, eu peguei todos os presentes que eu ia dar e trouxe para a casa dos Passos.
Deixei eles meio escondidos no quarto de Bárbara, já que queria entregar tudo por aquele horário.
Eu estava extremamente ansioso. Queria que ela gostasse de tudo o que eu comprei de presente. E, eu tinha começado a planejar esse dia fazia tempos.
Assim que ela saiu do banho, a puxei para sentar na cama comigo.
Estavamos frente a frente. Eu sorria como um idiota.
─ Então... Eu tenho algumas coisinhas para você.... – eu disse, deixando um selinho em seus lábios e logo pegando a primeira sacola.
A sacola era de tamanho médio, escrito em letras enormes: Vivara.
─ Victor, o que você aprontou? – ela perguntou brincalhona.
─ Abra e você verá. – eu disse.
Bárbara pegou a sacola e desmanchou o laço que a fechava. Depois de abri-la, se deu de cara com uma caixinha de veludo preta. Ela me encarou com um sorriso enquanto olhava.
Quando abriu, fez uma cara de espanto. Uma correntinha de ouro de 24 kilates, o que significava que era ouro puro.
O cordão era de ouro, e havia uma frase, também em ouro.
Estava escrito: My Little Angel.
Ela colocou a mão na boca, sem acreditar.
─ Victor, isso é muito lindo. – ela disse, me abraçando.
─ Você merece isso e muito mais. – eu disse, a abraçando também.
─ Coloca pra mim? – ela pediu.
─ Claro. – eu respondi.
Ela se virou de costas. Passei a correntinha por seu pescoço, e delicadamente o fechei. Sua pele bronzeada com aquele colar, estava simplesmente perfeito. Parece que aquilo havia sido feito especialmente para ela, o que realmente foi.
Deixei um beijo em sua nuca após terminar o favor. Suas bochechas coraram, e ela deixou um selinho em meus lábios.
─ Calma que ainda não terminou. – eu digo.
Entreguei uma sacola da Nike para ela. Essa sim, era grande.
Quando tirou a caixa da sacola, me olhou feliz com o símbolo do Michael Jordan no topo da caixa.
Ela amava esse tênis, e eu decidi lhe dar mais um.
Quando ela abriu e tirou o papel branco de cima, estava chocada. Era um Jordan azul e rosa bebê, juntamente com detalhes em preto e branco.
─ VOCÊ ME DEU UM JORDAN? – ela disse, chocada, me fazendo rir.
─ Dei. – eu disse, simplesmente.
Não demorou para ela me abraçar fortemente e encher meu rosto de beijos.
─ Cara, isso tudo deve ter custado uma fortuna. – ela disse, preocupada.
─ Fica tranquila, foi tudo no meu cartão. – eu disse.
─ Que seu pai paga. – ela disse, nos fazendo rir.
─ Ainda tem mais dois presentes. – eu digo, pegando os dois últimos.
─ Victor, você me mima muito. – ela diz, me abraçando.
─ Essa é a intenção. – eu digo, a abraçando também.
Entreguei para ela o próximo presente.
Quando tirou da sacola, sorriu.
Eram dois potes:
Um estava cheio de papeis pequenos, e o outro vazio.
Na tampa do primeiro pote, estava escrito:
365 coisas que eu amo em você.
Na do segundo, estava escrito:
365 coisas que eu amo e continuarei amando em você.
─ Victor, você escreveu 365 frases! Suas mãos devem estar doendo. – ela disse.
─ É, passei uns 3 dias fazendo, mas valeu à pena. Você pega um papelzinho por dia, e vai guardando no pote vazio. Aí, quando os papeizinhos acabarem, já vai ser seu aniversário de novo, e eu vou fazer outro pra você. – eu expliquei.
Ela soltou os potes e se deixou em ciam do meu peito, me abraçando.
─ Eu amo você. Acho que ninguém me amou à esse ponto. – ela disse.
─ Isso é porque o porra louca do Alex era burro. – eu disse, a fazendo rir. – Você merece isso, e merece muito mais. Isso só representa um pedacinho bem pequeno de tudo o que eu sinto por você.
Ela deixou um beijo em meus lábios, sorrindo.
─ Tem mais uma coisa. – eu disse, pegando uma carta. – Eu escrevi isso pra você, porque não sou tão bom com palavras, então achei que no papel, ficaria mais claro. Mas por favor, não leia agora. Leia quando estiver sozinha.
─ Tá bom. – ela disse, observando o envelope.
{....}
19:00h
Bárbara Passos
Depois de muitos beijos, abraços e carícias, Victor entrou para tomar banho.
Eu estava mega curiosa para saber o que ele tinha escrito naquela carta.
Bom, ele disse para eu ler quando estivesse sozinha. Eu estou sozinha, então, vou ler.
Pego a carta, tiro o papel do envelope e o desdobro, afim de lê-lo.
02/02 – 04:30 da manhã
Querido anjinho,
Bom, amanhã é seu dia.
Estou acordado até agora, pensando o que escrever nessa carta.
Em todos os relacionamentos que eu já tive, eu nunca passei tanto tempo pensando em uma pessoa, igual eu penso em você. Já cheguei a imaginar que você era meu oxigênio, era o que eu fazia acordar de manhã todos os dias. E realmente, eu não duvido disso.
18 anos de vida, e olha, acho que deve ser um choque ver quanta coisa mudou.
Dois anos atrás, você estava recém mudada para São Paulo. Deixou sua irmã para trás, e sua vida antiga também.
Deixou seu ex-namorado (em minha humilde opinião, foi a melhor coisa que você fez), e não imagino como deve ter sido duro aguentar tudo isso.
Quando você chegou, imagino que a escola não deve ter tido uma recepção tão calorosa assim. Você perdeu suas amigas, e passou a andar por aqueles corredores pensando em uma única coisa: "quando eu poderei finalmente ir embora dessa merda".
Apenas de escrever isso, meu corpo se arrepia.
No ano seguinte, mais um aniversário. E esse, provavelmente, não foi muito diferente do último.
Mas logo no dia seguinte, eu cheguei na turma B.
Me lembro de parar em sua frente e pensar: porra, que mulher linda.
Você estava tão concentrada naquele caderno, com um moletom 3x o seu tamanho, uma calça jeans rasgada, um coque bagunçado, com seus fones.
Você estava linda.
Lembro de olhar para você e um choque percorrer todo o meu corpo. Minha vontade era estar perto de você o tempo todo. Algo em você me deixava completamente louco.
Eu sabia que era você.
Eu tinha certeza que tinha encontrado a pessoa da minha vida.
Quando os seus olhos castanhos se cruzaram com os meus, senti que a lenda grega do fio vermelho era verdade: me senti tão conectado a você, que jurava ver o fio vermelho entrelaçando nossas mãos.
Depois de um mês mais ou menos, como apenas amigos, nos beijamos na festa do Mob.
Não foi um beijo qualquer. Nos encaixamos de uma maneira tão boa, tão tranquilizante. E ali, eu tive mais a certeza de que era você.
Ficada vai, ficada vem, e eu te pedi em namoro. Decretei e mostrei para todos que você é minha, e apenas minha (espero que isso não soe possessivo).
Afirmar para todo mundo que Bárbara Passos é minha namorada, me enche de orgulho.
Mas, entre o fim das férias de Julho e o recomeço das aulas, você teve uma recaída enorme. Te vi no fundo do poço.
Eu nunca te contei, mas eu chorava todas as noites naquele período, me sentindo impotente, não conseguia te tirar de lá, não conseguia te puxar de volta para a vida.
Quando você tentou suicídio, eu nunca tinha sentido tanto medo na minha vida. Várias coisas passavam pela minha cabeça, eu quase não conseguia falar.
E o mesmo sentimento veio quando você escolheu ficar.
Naquele dia, eu prometi para mim que te protegeria de tudo e todos, e fodasse que tentasse me impedir. Jurei que nunca deixaria você cair naquele estado novamente.
Depois disso, veio a viagem do fim do ano. Acordar todos os dias com você, sentido o vento salgado do mar bater nos meus cabelos, ver você acordando, dizendo que me ama com essa sua voz rouca, cara, senti vontade de nunca mais te largar naqueles abraços.
E agora, estamos aqui.
Minha mãe me disse uma vez que você se sentia insignificante, e eu vou te provar que você não é:
Antes de te conhecer, tomava remédios para ansiedade e vício em álcool todos os dias.
Me sentia um merda quando deitava na cama. Me sentia um nada, um traste.
Você me tirou dessa confusão.
Você me salvou, Bárbara.
Outra coisa que eu nunca te contei:
No dia da festa do Crusher, antes das aulas começarem, à noite, vi você tão mal, assustada.
Aquilo me lembrou do episódio caótico do ano passado. Chorei aquela noite, mas não por lembrar disso, e sim, porque eu tenho medo de isso acontecer de novo, mas eu não conseguir te salvar.
Você me salvou, e eu quero retribuir da mesma maneira. O problema é que, eu sinto um vidro entre eu e você. Sinto que não consigo tirar essa porra toda de dentro do seu coração.
Eu quero quebrar o vidro em que você está presa.
Eu quero te desamarrar dessa coisa.
Eu quero te curar.
Quero catar todos os cacos do seu coração e os rejuntar.
Eu sei que você nunca mais será a mesma, mas de verdade, eu vou fazer o máximo que eu puder para você sair dessa.
Vamos conseguir.
Vamos superar isso juntos.
Eu amo você.
Contaria todas as estrelas do espaço por você.
Leria todos os seus livros de romance por você.
Veria todas as exposições de arte do mundo por você.
Contaria quantos fios de cabelo a Rapunzel tem.
E, voltaria no tempo, e fazer com que eu tivesse um irmão, e que ele morresse, mas que não fosse Lizzie.
Teria depressão, para que você não tivesse.
Tentaria me matar, para que essas ideias nunca passassem pela sua cabeça.
Mesmo que eu te visse com outra pessoa, eu estaria grato por tomar todas as suas dores.
E na verdade, eu estou extremamente feliz por tentar tirar isso de você.
Eu te amo.
Amo de verdade.
Obrigado por me escolher. Mesmo eu sendo um idiota, você me tirou de tanta coisa, me fez pensar em tanta coisa...
Bom, essa carta está infinita, mas eu não me importo.
E caso não tenha ficado claro ainda:
EU TE AMO PORRA.
Com amor,
Victor Augusto
(vulgo seu gostoso ;) )
Tirei as lágrimas de meus olhos assim que ouvi Victor abrindo a porta do banheiro.
Ele me olhou com uma feição preocupada.
─ O que aconteceu? – ele perguntou, largando a toalha.
Andei até ele e o abracei.
Ele me colocou em seu colo, e entrelacei minhas pernas por sua cintura.
─ Eu amo você. – eu sussurrei.
─ Eu também te amo meu anjo. – ele disse, deixando um beijo em minha testa.
─ Espero que eu também seja sua gostosa. – eu disse e Victor ri.
─ Você é. – ele disse. – Leu a carta?
─ Li... – eu disse, saindo do abraço para poder olha-lo. – Victor, eu nunca imaginaria que você sentia todas essas coisas. Eu sinto a mesma coisa. E você, com certeza, já me salvou de muita coisa.
─ Amor, eu amo você. Eu nunca vou deixar de repetir isso, nunca. Tudo isso que eu escrevi, é verdade. É a mais pura verdade.... – ele disse.
Eu pensava que apenas desenhos poderiam falar tudo o que nunca foi dito pelos humanos.
Mas, descobri que cartas também tem esse poder.
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Não aceito ngm que faça menos do que a carta do Victor
Caralho, tá foda ser solteira.
Massss, estou unindo 1, ou 2, casais da escola, meu apelido já virou cupido.
Essa carta, cara ----------- 🦋🦋🦋🦋
Mano, o tanto de presente que a Bárbara ganhou hj é mais do que eu ganhei na minha vida inteira.
Ela maquiando ele ------------ ❤❤🤍🤍🦋🦋
Na parte do Victor esperto e Victor putasso, era as duas personalidades dele entrando em confronto.
Se quiserem, eu posso colocar mais essas exposições mentais dos personagens...
5.000 palavras pra compensar sumiço KAKAKAKA
Sabe, desabafo aq:
Na minha sala, começou um bagulho de assim, um monte de mlk vir troca ideia com as meninas, e as que não tinha mts garotos em cima delas, ficavam se comparando.
E conversei isso com uma amg minha, e ela estava exatamente assim.
Se, a fanfic causa algum comparativo em vc, ou se vc compara a sua vida amorosa com a daqui, saiba que a autora sente a mesma coisa.
Os seres humanos sempre tiveram vários meios de expressar o que querem ou sentem, e fanfic é exatamente isso.
É como se fosse um diário.
Então, o Victor, é o tipo de amor que eu quero receber de alguém.
É o que eu espero de um relacionamento amoroso, mas isso não quer dizer que eu tenha.
Na vdd, na maioria das vezes que começo a desenvolver sentimentos por algm, eu me machuco.
Ent, nn se compare.
Vc ainda achará algm que te ame igual o Victor ama a Babi.
Foi isso fadinhas.
Logo logo eu volto com o capítulo 92.
Tchau minhas fadas 🤍🤍🤍🦋🦋🦋🦋
⨳⨳ 𝐘𝐎𝐔 𝐅𝐈𝐍𝐈𝐒𝐇𝐄𝐃 𝐓𝐇𝐈𝐒 𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 ⨳⨳
↓ 𝐂𝐋𝐈𝐂𝐊 𝐇𝐄𝐑𝐄 𝐓𝐎 𝐆𝐎 𝐓𝐎 𝐀𝐍𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑 ↓
𝐎𝐑
🦋 𝐖𝐀𝐈𝐓 𝐓𝐎 𝐌𝐘 𝐂𝐑𝐄𝐀𝐓𝐈𝐕𝐈𝐓𝐘 𝐆𝐋𝐎𝐖 🦋
E lembre-se: você não é menos que ninguém por estar sozinha
;)
🧚♀️ 𝐁𝐘𝐄 𝐁𝐘𝐄 𝐅𝐀𝐈𝐑𝐈𝐄𝐒 🧚♀️