Quatro metades.. duas inteira...

By Karrie157

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Uma menina com uma vida ''maravilhosa'', com pais maravilhosos e um passado ''maravilhoso'', numa história ma... More

Introdução: leia por favorzinho :3
-APRESENTAÇÃO DA PERSONAGEM-
-DESPEDIDA TEMPORÃ-
-EXPLICAÇÕES E CHOQUES-
-1ª PROVA-
-PRIMEIROS OLHARES-
-AÇÃO INVOLUNTÁRIA-
-AFLIÇÃO-
-VOCÊ ESTÁ BEM?-
-O COMEÇO-
-CONFISSÕES-
-ENFRENTAMENTO-
-RECOMEÇO-
-ESCOLHAS-
-CAMINHO, DESTINO, E DETALHES-
-ENCONTRO-
-NOTÍCIAS-
-RETORNOS E QUESTÕES-
-AMEAÇAS-
-DUELO INESPERADO-
-ESPECIAL-
-ACAMPAMENTO-
-REENCONTRO-
-PERDAS-
-☆ESPECIAL BNHA MEDIEVAL: A FERA☆- (...eu avisei ;])
-CRIAÇÕES E MODIFICAÇÕES-
-O COMEÇO DE UMA NOVA ETAPA (Parte 1)-
-OPÇÕES DECISÓRIAS (Parte 2)-
-SEXTA-FEIRA... SÁBADO-FEIRA... ROLÊ-FEIRA-
-INFORMAÇÕES MEANDROSAS-
-DUPLAS-
-VELHOS NOVOS ENCONTROS-
-CLASSIFICAÇÕES-
-ESPECIAL ESPECIAL :D-
-PESADELOS E CONVITES-
-☆ESPECIAL FILME 1: DIAS INSONDÁVEIS-
Aviso, comunicado, recado, como quiserem chamar
-DOIS MINUTOS-
-TREINO INESPERADO (e outra coisa inesperada também ¬u¬)-
-☆*: .。.ESPECIAL 1K.L- RÁDIO DA ̶D̶E̶S̶C̶O̶B̶E̶R̶T̶A̶ Vergonha.。.:*☆-
-NOVO DESAFIO EM RETA FINAL-
-A RETA-
-☆ESPECIAL FILME 2: O FINAL-
-FINS-
-RE..VOLTAS-
-LIMITAÇÕES-
-☆ESPECIAL 2K- UNIVERSO ALTERNATIVO: Jornada para o caminho inverso☆-
Another avisinho ( ._.)
-CELEBRAÇÕES-
Aviso não muito agradável ;-;
HAPPY NEW YEAR :DD
-CHEGADA-
-☆*: .。.ESPECIAL 3K - E SE FÔSSEMOS ADULTOS?.。.:*☆-
-NOTAS-
-A FINS DO FIM-
-ASCENSÃO AO SUBSOLO-
-INFERNO-
-☆*: .。.ESPECIAL 4K - E SE FÔSSEMOS ADULTOS? PARTE 2.。.:*☆-
-COVARDIA-
-TORTURA-
-MÁSCARAS-
-DEVASSAS ARRELIADAS-
-INÉPCIA-
-CHAMADO FUNÉREO-
-CIÚMES ZELOSOS-
-RESULTADOS-
Avisin inocente :3
-DIAS DE FOLGA-
...
-☆*: .。.ESPECIAL 5K - E SE FÔSSEMOS ADULTOS? PARTE FINAL.。.:*☆- (em hiatus)
-AVANÇOS-
-PORTÕES-
-CONTÍNUO-
-EXPOSIÇÃO-
-ALEGAÇÕES-
-SOLIDARIEDADE-
-PATRULHA-
-RELEMBRANÇAS-
-DEPARO-
-ACOLHIMENTO-
-CONVERSAS-
☆*: .。.-ESPECIAL 7K - EM HOGWARTS-.。.:*☆
Recadin inocente :3
AGRADECIMENTO 8K
Pequena nota

-REARRANJO-

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By Karrie157


/!\ Aviso: Este capítulo vai ser mais focado na experiência da Kamari e do Kazinho quando eles foram sequestrados pela liga dos vilões, o foco nos outros vai ser menor nessa parte, porque, além de que eu suponho que vocês já sabem o que aconteceu, então não vai ter tanto desenvolvimento da turma do resgate, mas da luta do All Might pra frente vai ser mais desenvolvido.





Narra Kamari

  Quando eu finalmente recobrei a consciência, eu sinceramente nem sabia onde eu estava, só sei que estava fazendo um frio do caramba lá, pelo visto aquecimento é algo que não existia ali, mas quando eu finalmente consegui abrir um pouquinho os meus olhos, eu enxerguei um chão de madeira e uma iluminação avermelhada, escura e estranha, mas uma coisa que eu não gostei de ver nem um pouco.. foram os pés de outras pessoas que eu não conhecia, e isso fez com que eu abrisse completamente os meus olhos e olhasse para frente, eu estava numa espécie de covil dos vilões, que era uma pequena salinha com estética de bar, com uma mesa lateral com banquinhos vermelhos, uma prateleira cheia de bebidas, e isso explicaria o cheiro imenso de vodka 70% e uísque de cereja, e a parede era revestida com tijolos á vista, além de eu perceber que eu estava presa e amarrada em uma cadeira.

Twice: Finalmente ela acordou, eu já estava quase dormindo. Oi tudo bem? - falou numa voz de tom normal, porém meio retardado e cruzando os braços.

Toga: Eba! Finalmente outra amiga nova. - falou enquanto dava pulinhos em minha direção, para ficar cara a cara comigo - Eu gosto muito de você porque eu me enxergo quando eu te vejo.. - disse com um sorriso psicopata - Eu sinto que assim como eu, você também tem um lado sombrio e assassino que você nunca ousaria revelar nem pra pessoa que você mais ama, você sempre tentaria manter essa sua característica fofa e amigável mesmo sabendo que dentro de si tem uma outra personalidade aterrorizante e sanguinária só esperando pra poder... - eu interrompi sua fala soltando um pequeno rugido e avançando um pouco a minha cabeça para tentar mordê-la com os dentes de lobo, e com isso ela recua, só que o Dabi caminha para trás de mim com uma expressão nada satisfatória.

Dabi: Ei.. nada de ficar atacando os outros assim. - ele colocou sua mão ao redor da minha nuca e começou a aquecê-la exponencialmente, me fazendo soltar vários ruídos altos de dor enquanto eu sentia que ele queimava a minha pele.

Shigaraki: Dabi, não faça ela perder as forças mais uma vez, lembre-se que ainda precisamos dela viva... ainda... - depois desse aviso, o vilão das cicatrizes solta a minha nuca e eu me curvo para respirar ofegantemente e aguentar a dor em meu pescoço - Pronto, agora voltando ao assunto, já deu pra ver que o Katsuki Bakugo não vai aceitar tão prontamente a minha proposta, então... você... Kamari Mitsubuji, vai se juntar á liga dos vilões? - depois dessa suposta proposta, eu voltei a olhá-lo com muita fúria e odiosidade, e comecei a rosnar um pouco.

Kamari: Faça-me o favor de levar essa proposta pro mesmo quinto que você vai... Eu nunca iria aceitar algo assim de uma pessoa tão corrupta como você... O gabarito que você passa é totalmente o que trás a essência dos heróis em decadência, mas é o que também os mobiliza para virem e detê-los.. e isso desde a era do All Might... você não ficaria mais nervoso ao descobrir que a atenção que vocês têm é de um monte de gente que quer impedi-los? Mesmo que o público em geral se concentre mais em vocês por causa de suas atrocidades? O que resta pra todos vocês é serem descartados por seus atos e por suas mentiras, afinal... nada sai da boca de alguém podre como você... - falei com uma voz extremamente séria e dando um pouco mais de ênfase na última frase.

Dabi: Ei ei ei.. tenha comportamento. - disse quando estava colocando sua mão em minha nuca novamente, mas o Shigaraki o interrompe.

Shigaraki: Não Dabi, precisamos dela viva. - o vilão das cicatrizes dá um suspiro e afasta sua mão - Muito bem.. parece que você tem uma certa lábia não? Então... a minha resposta pra isso é que... a gente realmente pode cair como você espera, mas a questão é reunir ainda mais pessoas pro nosso lado.. e estando com mais atenção.. ganhamos mais reconhecimento por quem acha que essa sociedade ridícula de heróis está falhando, até porque... você não acha que perderia a confiança em quem deveria te proteger com a vida se quem eles deveriam deter se alastrasse? - falou com uma voz mais ameaçadora e um olhar mais penetrante, eu infelizmente não podia falar o que eu queria, até porque eu tinha certeza que o Dabi poderia chegar a me matar, então eu fiquei calada e com uma expressão de fúria - Pois bem.. já que não podemos resolver isso na conversa, deem uma olhada nisso. - pegou um controle-remoto e ligou a TV que havia no local, revelando uma reportagem de uma reunião com o diretor Nezu, o professor Aizawa e o professor Vlad, todos tentando esclarecer e se desculpar pelo ocorrido no acampamento, essa visão me deixou bastante chocada, e um tempinho depois, o Shigaraki desliga a TV e olha novamente para o Bakugo e eu - Que bizarro hein... Por que os heróis tão sob ataque? Porque eles foram incompetentes. Será que é porque o trabalho deles é proteger? Ah, mas todo mundo pisa na bola de vez em quando... eles não precisam ser perfeitos o tempo todo... e os heróis de hoje em dia são muito cobrados... vocês não acham?

Spinner: Quando recebem dinheiro pra proteger as pessoas, os heróis deixam de ser heróis... esse é o ensinamento do Stain. - ''Stain..? Mas ele...?''

Shigaraki: O estranho sistema de transformar a vida das pessoas em dinheiro ou glória.. numa sociedade que se prende à essas regras... Os cidadãos preferem culpar os perdedores ao invés de incentivar.. e a nossa luta é questionar... o que é um herói? O que é justiça? Essa sociedade é justa? A gente vai botar todo mundo pra pensar nisso, e a gente planeja vencer... - ''Ok.. agora chega...''

Kamari: Talvez essa sociedade seria mais justa se você decidisse suprir seus atos egoístas. Você não percebe que a justiça é um conceito que varia de acordo com o pensamento e situação das pessoas? Se uma crise acontece, a maneira de justiça do povo tende a ser o que eles acham justo pra si mesmos para continuarem como eram antes da crise, ficando desbalanceada... mas quando a sociedade está estável, a justiça permanece exatamente como ela fica estabilizada legalmente e moralmente. - a partir daqui.. eu aumentei um pouco o meu tom de voz - Se for pra depender do seu grupinho, essa justiça pode ficar abalada até dentro da sua turma, impondo funções secundárias á eles e deixando-os correrem riscos muito altos que eles provavelmente não correriam antes de entrarem pra sua liga. Aliás... não é meio estranho você ter um seguidor do Stain trabalhando com você, mesmo que possivelmente você quer ter mais visibilidade que ele? Isso o que toda a sua raiz busca é só um reconhecimento por algo e sobre alguém que nem você mesmo consegue ultrapassar com sua própria força! - depois da minha contra resposta, o Shigaraki me observa com mais impaciência e incerteza.

Shigaraki: ... Muito bem.. Dabi... ela já me encheu a paciência.. só tente fazê-la não perder as forças. - ''Droga..'', depois dessa ordem, o dito vilão segura com força a minha nuca com sua mão e começa a queimá-la novamente, me fazendo soltar vários gemidos e gritos de dor - E agora Katsuki Bakugo...? Como se sente não podendo salvar a pessoa que está ao seu lado? Pelo que eu sei... você não gosta desse tipo de sensação não é...? - ele disse isso enquanto eu sentia o olhar do Bakugo em mim.

Kamari: ... N-não... ele não... - fui interrompida pela força do agarre do Dabi.

Dabi: Te disse pra ficar quieta. - e depois de uns quinze segundos daquela tortura, a minha queimadura já estava sangrando um pouco, e eu estava soltando algumas lágrimas por conta da dor.

Shigaraki: Já chega. - ordenou em voz firme para logo depois o Dabi o obedecer e tirar sua mão do meu pescoço, mas sua mão estava um pouco colada na minha pele por causa do calor e da queimadura, tornando esse processo ainda mais doloroso.

Toga: Finalmente, um pouco de sangue. - falou enquanto saía de trás da mesa e andava até mim.

Shigaraki: Não vai ser necessário... nós já temos um uso pra ela. - a menina fez uma cara de frustração, e depois o meliante com as mãos na cara olhou para o vilão das cicatrizes - Dabi, solta o moleque.

Dabi: Hm? Mas ele vai ata... - foi interrompido.

Shigaraki: Não tem problema. E a gente têm que tratar ele como um igual.. afinal a gente quer ele do nosso lado... além do mais ele sabe as chances dele de vencer aqui, não sabe.. aluno da U.A?

Dabi: Ô Twice, é sua vez. - falou olhando para ele.

Twice: O quê?! Eu?! Ah não, nem a pau.

Dabi: Anda logo.

Twice: Ah... droga. - falou num tom insatisfeito enquanto caminhava até o Katsuki.

Mr. Compress: Eu peço desculpas por usar métodos violentos. Mas por favor, entenda que não somos apenas bandidos tentando cometer crimes por aí sem pensar.. te sequestrar não foi um mero acidente. - ''Eu sei que não foi acidente.. foi de propósito mesmo''

Twice: Ah, aliás.. - falou olhando novamente para mim enquanto continuava desamarrando o Bakugo - Foi mal pelo hematominha lá na floresta tá.

Dabi: Não se compadeça. - fixou seu olhar em mim - Inclusive, nós não vamos te soltar por agora, terá que esperar um pouco.

Twice: Ah, qual é..

Shigaraki: Entenda Katsuki Bakugo, todos nós aqui fomos restringidos e sofremos por causa das pessoas, das regras e dos heróis, e eu sei que você também... até.. você também não é Mitsubuji? - alguns poucos segundos depois do Katsuki ser liberto, o Bakugo avança seu ataque no ''duas caras'' e lança uma explosão diretamente no rosto do Shigaraki, fazendo que a mão que estava sobre ela caísse no chão.

Bakugo: Eu fiquei quieto só escutando vocês.. seus idiotas, não sabem ir direto ao assunto e ficam de conversinha? Vocês querem causar problemas e querem que eu me junte não é..? Só que não vai rolar... Eu quero vencer exatamente como o All Might.. não importa o que vocês digam pra mim, isso é algo que nunca vai mudar. - depois de alguns segundos, de repente a TV liga de novo, revelando o discurso do diretor Nezu e do Aizawa, garantindo que o nosso futuro e a nossa segurança foi salva graças á ordem do professor de combate para defesa, ''Hmp.. verdade.. o pior cenário foi evitado lá... mas... como vamos lidar com o pior cenário aqui..?'' - Há, é assim que se fala.. U.A e professor Aizawa. Agora é a gente liga de babacas! Já vou avisando, eu ainda tenho permissão pra lutar!

Magne: Tá entendendo sua situação aqui né moleque? Você é um garoto esperto.

Dabi: Não não, ele é burro mesmo. - ''Ô sarcasmo que não vai embora..''

Mr. Compress: Mesmo que não se juntasse a nós deveria ter fingido algum interesse, agora já era pra você.

Bakugo: Eu não vou fazer mais nada que eu não queira pra agradar ninguém. Eu não quero ficar nesse buraco por mais nem um segundo. - depois disso, o Tomura levanta lentamente sua mão, dando a entender que ele atacaria e desintegraria o Bakugo.

Kurogiri: Tomura Shigaraki não, se acalme. - mas ao contrário do que pensávamos, ele só coloca o braço na frente dos outros, sinalizando para se deterem de qualquer ato futuro.

Shigaraki: Ninguém encosta no moleque, eu disse ninguém. - ele se abaixa para pegar a mão que havia caído e a coloca em sua cara novamente - Esse moleque... é uma peça muito valiosa, assim como a pirralha. Eu só queria que ele me ouvisse um pouquinho.. achei que a gente fosse se entender.

Bakugo: A gente se entender? Não vai rolar. - finalizou a frase com um sorriso sádico.

Shigaraki: Então eu não tenho escolha. Os heróis vão continuar investigando a gente... e eu não tenho tempo pra convencer vocês. - ele se vira para uma tela com um texto escrito ''sound on'' - Mestre.. me empreste o seu poder. - ''Mestre..? Quem é ele?''

???: Boa decisão.. Tomura Shigaraki...

Bakugo: Como assim ''mestre''? Você não é o chefe por aqui? Isso não tem graça..

Shigaraki: Kurogiri, Compress, botem esse moleque pra dormir de novo.

Mr. Compress: (suspiro) Não acredito que não ouça o que as pessoas falam, estou impressionado. - falou enquanto andava em direção ao Katsuki.

Bakugo: Se querem a minha atenção então fiquem de joelhos pra morrer. - ''Justo.. acho justo''

Shigaraki: Depois de apagarem ele, podem soltar a fedelha, ela já deve estar com tédio.

Toga: Mas ela não vai atacar a gente? Ela é feroz pra caramba.

Shigaraki: Provavelmente, mas talvez ela tenha ficado quieta esse tempo todo por saber no que tinha se metido. Caso contrário... ela já estaria morta. - eu foco meu olhar para ele novamente e começo a rosnar baixinho.

Twice: Hm.. eu não tenho muita certeza disso não. - falou cruzando os braços.

???: Na verdade não Tomura... Ela precisa estar viva se quisermos realizar os nossos dois planos. Poupe ela por um instante, depois faça o que quiser com ela.

Pensamentos de Kamari: ''Quando eles me soltarem daqui... o que eu vou fazer é descer o safanão na orelha de todo mun...'' - meus pensamentos foram interrompidos por um barulho.

?: *(bate á porta)* Olá, é da Pizza á lá Kamino. - ''... Como é?''. Todos ficamos em silêncio por causa da situação impossível de se prever, só que... alguns segundos depois, o All Might e outros heróis aparecem quebrando a parede vazia com um só golpe, o Kamui Woods prende todos os vilões com suas correntes de madeira e logo depois o Gran Torino nocauteia o Dabi por tentar queimar a madeira do Kamui, ''Uau.. realmente uma maneira de resgate muito criativa''

All Might: Não podem mais fugir liga dos vilões... sabem por quê? Porque nós chegamos!

Edge Shot: Quando se está no ataque.. é quando mais se despreza a defesa. - falou enquanto passava pelo vão da porta se transformando em uma figura 2d - Não somos os únicos da Pizza á lá Kamino... - abriu a porta do covil, revelando uma equipe inteira de policiais - Lá fora.. vocês estão cercados por heróis habilidosos como o Endeavor, e o corpo de polícia.

All Might: Sei que devem estar com medo, fizeram bem em resistir. - falou olhando para mim e pro Kazinho, ''Hmp.. se eu não resistisse.. nem ia dar tempo de eu resistir depois...'' - Nos desculpem, já está tudo bem.

Bakugo: Eu não tava com medo! Eu não tenho medo de nada! - o herói respondeu fazendo um ''joinha'' com a mão.

Shigaraki: Depois de todo o trabalho pra preparar isso.. por que você ainda vem aqui chefão final? Eu não tenho escolha.. vocês disseram que não são os únicos daqui, e o mesmo se aplica á nós. Kurogiri! Traga o máximo deles que puder!

All Might: Nomus não é? - ''Ah não... de novo não...'', porém.. apesar do que eu havia pensado, eu ouvi um barulho imenso, me fazendo até levantar a minha orelha esquerda, por mais que o dito lugar do barulho esteja um pouco longe, é como ouvir uma pedra caindo de um prédio.

Shigaraki: ... O que foi Kurogiri?

Kurogiri: Perdão Tomura Shigaraki. Os Nomus que deveriam ficar em um local fixo sumiram.

All Might: Shigaraki.

Shigaraki: Quê?

All Might: Liga dos vilões... vocês subestimaram tudo. O espírito desses jovens, as dedicadas investigações da polícia, e principalmente.. toda a nossa fúria. Chega de pregar peças, este é o fim.. Tomura Shigaraki. - disse com uma voz muito encorajadora e um olhar extremamente intimidante.

Shigaraki: Você disse que era o fim.. para de falar besteira.. o jogo só tá começando. - falou se levantando com muito esforço do chão enquanto era segurado pelas raízes do Kamui - Justiça isso, paz aquilo... eu vou destruir toda essa pilha de lixo que você tapou com ideias tão vagas, é pra isso que a gente vai te tirar de cena All Might... eu já comecei a recrutar meus aliados.. Quanta besteira, esse é só o começo... Kurogiri! - nesse exato momento, o Edge Shot nocauteia o vilão da névoa com um fio.

Gran Torino: Agora nós já temos suas identidades, não têm como fugir. E Shigaraki.. se não for muito incômodo, poderia nos dizer onde está o seu mestre? - uns segundos de silêncio se passaram depois dessa pergunta, mas o Tomura voltou a falar.

Shigaraki: Isso... isso tudo.. é irritante. Deixa de brincadeira.. quanta besteira...

All Might: Responda a pergunta, onde ele está?

Shigaraki: Saiam daqui.. sumam... Eu.. ODEIO VOCÊ!! - depois que ele disse isso, uma espécie de mancha cinza apareceu dos lados do Tomura, e de lá.. saíram alguns Nomus, e também começaram a aparecer outros desses ''portais'' pelo lugar todo, ''Como que... esses Nomus vieram do nada?'', só que... a mesma forma do portal começou a jorrar da minha boca e da do Bakugo, para depois nos ''engolir'' e nos teletransportar para outro lugar. Quando nós dois fomos transportados pra uma espécie de cratera extremamente grande, eu caio de joelhos no chão por causa do meu despreparo pra aquilo e comecei a tossir um pouco, mas quando eu percebi... eu estava de frente pra um vilão...

All for One: Minhas desculpas á vocês dois. - ''Ele... tem a mesma voz que o mestre do
Shigaraki... seria ele..?'' - Devo desculpas principalmente á você.. Mitsubuji... eles costumam ser meio rudes ás vezes. - eu mirei um pouco o meu olhar para ele com um pouco de pavor e desgosto, mas alguns segundos depois apareceram os outros portais trazendo os outros vilões.

Shigaraki: Mestre...

All for One: Fracassou de novo Tomura? - andou em direção ao vilão das mãos - Mas não perca a determinação... é só tentar de novo. Eu também trouxe os seus colegas e até as crianças, porque julgou que eles seriam peças importantes. Tente de novo quantas vezes forem necessárias.. eu estou aqui pra isso.. tudo por você. - ''Espera aí... ele é o mestre do Shigaraki ou o pai dele? Hã... esse cheiro... eu conheço esse cheiro...'', e então eu levantei um pouquinho a minha orelha direita e girei levemente o meu rosto para onde eu estava sentindo um cheiro familiar, ''São eles...?! N-não.. não pode ser...'' - Então você está aqui não é? - disse olhando um pouco para cima, e quando eu vejo.. o All Might lança um golpe imenso das alturas e fica bloqueado pela defesa do All for One, e como o impulso do ar foi muito forte, eu acabei que fui repelida para alguns metros de lá, e então eu coloquei uma mão na frente do meu rosto para não ser atingida por nenhum detrito.

All Might: Você vai devolver tudo o que tomou All for One!!

All for One: Você vai me matar de novo All Might? - e eles continuam bloqueando o golpe um do outro, até que um impacto é gerado e uma força de vento gigantesca rodeia o cenário em volta, fazendo que todos nós sejam bastante dispersados pelo impulso, inclusive eu, que fiquei me segurando com uma mão e meus pés enquanto tapava o meu rosto com o meu outro braço, só que num momento de distração, o All for One chega na minha frente e se inclina um pouco até mim, me deixando congelada por sua aura e grande força - Perdão, mas vou precisar usar um pouco de agressividade agora. - ele então segurou em meu pescoço com uma violenta força, fazendo-me soltar alguns ruídos de dor enquanto ele me levantava junto com sigo mesmo, e o fato de ter uma queimadura recém feita na área de trás do meu pescoço só fez com que doesse ainda mais.


Narrador onisciente


All Might: Não! Solte ela imediatamente!!

Pensamentos de Izuku, Shoto, Iida, Kirishima e Yaoyorozu: ''O quê? Kamari...?''

All for One: (risada irônica) Isso é um pedido muito abstrato, mas... como quiser... - o vilão pega uma seringa cheia de um líquido transparente de seu bolso e a espeta na área entre o ombro e o pescoço da jovem, fazendo-a ficar paralisada por alguns segundos, e logo o All for One a solta no chão de forma muito agressiva, e a Kamari fica convulsionando por um tempo.

Pensamentos de Kamari: ''Ah... por que agora..? ... Isso é.. adrenalina... o lobo vai... e-eu estou... droga..!''

All Might: Jovem Mitsubuji! - ele grita com preocupação e vai correndo até ela.

All for One: Hmp, eu não faria isso se fosse você... - alguns segundos depois, a jovem para de convulsionar, e fica parada, ofegante e encolhida no chão enquanto o lobo tomava conta da sua mente e corpo 100%. Mas... depois dessa transformação, seus olhos se tornam amarelos e brilhantes, ela começa a rosnar ferozmente, e depois ela olha de forma ameaçadora pro herói número um e o ataca, e ele só pode desviar de seus ágeis golpes.

All Might: Jovem.. por quê...?

All for One: Ela está somente sob seu próprio controle... ela está descontrolável agora. Doloroso ver isso não...? - num momento que a jovem ia atacar, ela olha um pouco pro lado esquerdo, e ao ver todos aqueles policiais e heróis lutando contra os Nomus, a jovem não hesitou em ir correndo para lá.

All Might: Espere jovem!... Droga...

All for One: Hmp, que reação mais quantitativa. Além de que eu percebi que você quase não conseguia desviar dos ataques dela, você está ficando mais fraco All Might. - o herói olha para ele com desgosto e fúria.

All Might: Eu não vou cometer o mesmo erro de seis anos atrás. Vou levar o jovem Bakugo e a jovem Mitsubuji de volta. - falou enquanto cerrava um punho - Além disso... dessa vez vou te jogar na prisão.. e todos da liga de vilões que você controla vão junto! - se impulsionou para atacar o vilão novamente.

  Enquanto isso, na área perto da cidade, a Kamari continuava correndo para atacar os policiais, só que... os passos apressados dela chegaram nos ouvidos da equipe de resgate.

Izuku: O quê? Espera aí... - falou em voz baixa e os outros o miraram.

Kirishima: O que foi Midoriya?

Izuku: Esses passos... será que ela conseguiu fugir? O Kazinho ainda tá lá, mas... e a Mitsubuji? - nesse intervalo de tempo, a jovem chegou na área povoada, mas.. ninguém notou a presença dela até ela atacar alguns Nomus e policiais, fazendo com que os polícias prestassem atenção nela.

Guarda: Ei! Espera! - não demorou para que ele também fosse nocauteado, e depois, a visão da garota se focou no Endeavor, quem se alertou para o possível ataque e desviou, para depois também começar a atacar.

Policial: Espere! Ela é só uma aluna! - ninguém sabia, mas do outro lado da cena, enquanto a equipe de alunos preparava seu plano para salvar os jovens sequestrados, o Todoroki ouve a fala do policial em questão, e depois sente uma coisa deslizando pela sua bochecha, e o Midoriya o olha com dúvida e preocupação.

Izuku: Ei Todoroki, você tá bem? - o bicolor, por mais que estivesse bem confuso, ele passou dois dedos perto de sua cicatriz, revelando que ele tinha deixado uma lágrima escorrer pelo seu olho, deixando-o ainda mais apreensivo.

Shoto: Estou... - ele fecha seu punho muito confuso e um pouco preocupado, mas logo ele é confortado pelo grupo, mesmo que ele aparentemente não precisava, e depois continuam a ver o que iriam fazer. Nesse momento, três acontecimentos cruciais aconteciam... a luta intensa do All Might contra o All for One, a organização e pré-prática do plano de resgate, e a luta entre a Kamari e o herói número dois. E o último caso, mesmo não sendo a primeira vez que ela o faz, ambos agiam como se eles nunca tivessem se enfrentado antes, porém.. não foi por isso que o Endeavor abaixou sua força, ele conseguiu derrubar a estudante com uma cotovelada bem forte na mandíbula, e depois deixá-la vulnerável para uns três disparos de taser, fazendo-a ficar imóvel e impossibilitada de continuar lutando, e segundos depois, vários policiais a prendem com algemas e uma focinheira e a carregam para levá-la no camburão da polícia.

Oficial das forças armadas: Traição! Culpada de traição! Levem-na para Tartarus, vamos dar um jeito nela lá.

Policial: Tartarus!? Não está sendo muito duro chefe?

Oficial das forças armadas: A menos que você considere traição aos heróis como uma bobagem, sim.. eu estou. Podem conectá-la nas correntes! - os outros guardas a colocam na parte de trás do camburão e a amarram com longas e resistentes ligas metálicas para ela não tentar se mover.

Policial: Mas senhor.. ela não tem razão para trair a sociedade dos heróis, isso... é muito pesado. - o oficial o olha ainda mais severo.

Oficial das forças armadas: Por isso vamos levá-la pra lá. Não só para ter maior segurança pros outros, como também para investigar essa reação dela... - se vira e vai caminhando em direção oposta ao policial - Mas nada que escape de mim vai sair inteiro... - os outros dois eventos continuaram ocorrendo, porém o resgate já havia sido colocado em prática, no entanto... quando o grupo feito por Kirishima, Izuku e Iida estava nos ares e não avistaram a Kamari, eles entraram em pânico, por mais que tiveram sucesso em resgatar o Bakugo, e quem ficou ainda mais desesperado com isso foi o heterocromático que, mesmo estando em terra, ele não avistou a jovem pular junto com os outros para ser salva.

Pensamentos de Shoto: ''O quê? Onde ela está? ... Ah não.. Kamari...''

Yaoyorozu: Ei, precisamos ir. - disse em baixo volume enquanto andava pra outra direção para escaparem, e o Shoto concorda e a segue. Ao chegarem em uma zona mais afastada, o Todoroki pega seu celular e liga para o Midoriya para verificar a situação, e o Deku atende á ligação.

Izuku: Ah, Todoroki. Estão seguros? Conseguiram escapar?

Shoto: Aparentemente sim.

Izuku: Ótimo, o Kazinho está são e salvo, mas...

Shoto: Onde tá a Kamari? Vocês viram ela ou algum rastro dela? - perguntou extremamente preocupado e aflito.

Izuku: ... (suspiro)... Não a encontramos... - nesse exato momento, o coração do bicolor quase parou, ele estava muitíssimo receoso antes só por causa do plano ter chances de falhar, mas agora... ele estava ainda mais.. porque sabia que a pessoa que ama.. não havia sido salva, então ele abaixa lentamente a mão com o celular e começa a despejar lágrimas por seus olhos.

Shoto: ... Não... não.. não pode ser... - ao perceber a reação do heterocromático, a Yaoyorozu também fica apreensiva e chocada ao saber de tal notícia, e todo o grupo tenta se acalmar mentalmente e fisicamente pelo ocorrido, e ainda mais com o resultado da batalha entre o All Might e o All for One, que revelou que o All Might, apesar de ter vencido, tinha revelado sua verdadeira forma para todos, dando um sinal de vitória.. e de temor, pois agora o herói número um teria que se aposentar...


*(4 dias depois...)*

  Mesmo o caos dos momentos passados terem se distanciado um pouco, para a Kamari... esse caos tinha se intensificado ainda mais. Ela ainda estava na prisão Tartarus, sendo mantida presa pelas autoridades para não causar mais problemas. No segundo dia, o Aizawa veio visitá-la, e os oficiais do cárcere lhe deram o diagnóstico de que os efeitos da adrenalina foram quase erradicados e que descobriram a real situação envolvida com ela, deixando claro que ela não havia traído a sociedade heroica, porém ela teria que cumprir dois dias em prisão domiciliar com acompanhamento policial quando seu estado melhorar. Já no quarto dia, ao meio-dia, o All Might também fez questão de ir para lá e ver como ela estava no geral, não se importando de estar na sua forma magra, mas quando ele chegou na frente da cela dela e se sentou em uma cadeira na frente da sala de confidência, e ele viu uma imagem muito dolorosa... o chão da cela com diversos pedaços e fragmentos das correntes que prendiam a Mitsubuji nos braços e pulsos, algumas pequenas marcas de sangue no chão e nas paredes, e sua aluna.. com a respiração um pouco acelerada.. encolhida em seus joelhos e virada para um canto da sala, tentando tirar a correia de cima da focinheira com suas garras, mas por consequência, ela não conseguia alcançá-la naquele estado de fraqueza.. e acabava arranhando em cima de sua queimadura, explicando as manchas de sangue, mas nesse momento de choque, um oficial caminha até o lado do herói e o mostra alguns papéis.

Oficial: Estes são os exames mais recentes que fizemos. Parece que o efeito da adrenalina no sangue dela estão zerados, mas ela continua se comportando de forma muito impulsiva e selvagem. Talvez seja melhor deixá-la aqui por mais uns dias. - ao ouvir aquele diálogo, a jovem olha de canto de olho para os dois indivíduos do outro lado do vidro bem grosso e resistente, e uns segundos depois, ela para de arranhar sua nuca e avança na vidraça, cravando uma mão nela com seus dedos com garras afiadas, conseguindo perfurar grande parte da espessura, e depois ela olha para o herói com uma cara de medo, tristeza e agonia, e com muitas lágrimas saindo de seus olhos enquanto passava sua outra mão pelo seu olho esquerdo.

Kamari: ... por favor... me ajuda... - os dois olham chocados para aquilo, mas o All Might enxergou isso de outra forma.

Pensamentos de All Might: ''Esse comportamento.. não se trata mais de um problema físico... agora... é de um problema psicológico...'' - depois de sua conclusão, ele cerrou seus punhos em cima de suas pernas e olhou fixamente para dentro da cela.

All Might: ... Deixe-me entrar. - disse com uma voz firme, declarando que era isso que ele realmente queria, mas o militar ficou inconformado com esse pedido.

Oficial: Você não pode senhor. É extremamente perigoso ali. - após essa frase, a jovem descolou suas garras do vidro e foi até um lado um pouco mais afastado da sala, no canto direito.

All Might: Me deixe entrar.

Oficial: Mas... - foi interrompido.

All Might: Agora.. por favor. - falou com muita seriedade e retidão, conseguindo convencer o soldado de levá-lo até uma salinha onde era possível ter acesso á cela, e ao tê-lo lá, o oficial olha para o All Might novamente.

Oficial: Tem certeza?

All Might: Absoluta. - o militar abre a porta para o herói entrar, e em seguida ele fecha a porta, deixando o símbolo da paz e a jovem sozinhos naquele cômodo. E como primeiro ato, ele dá curtos passos para frente e se ajoelha no chão, para depois recitar - Jovem Mitsubuji... - ao conseguir a atenção dela, ele abre um pouco os braços e a olha diretamente, a Kamari, ao ver essa cena, dilata um pouco suas pupilas e vai rapidamente em direção á ele, alertando o oficial, porém.. ao contrário do que ele pensava, ela não o atacou ou o feriu.. mas sim... o abraçou com muita força enquanto chorava copiosamente, deixando o oficial muito emocionado e surpreso.

Pensamentos do oficial: ''É... parece que vamos poder liberá-la ainda hoje...'' - e seus pensamentos estavam corretos, visto que umas cinco horas depois eles liberaram a garota para ir pra casa, inclusive enfaixando seu pescoço por causa das feridas e sendo levada por carona até seu lar. E ao chegar em sua casa, ela continuava com a mesma expressão de tristeza e pesar, mas logo na entrada, o All Might a explicou sobre o sistema que tinham esquematizado para ela, sobre a prisão domiciliar e outros detalhes como uma gargantilha que funciona como uma tornozeleira para medir seus níveis humorais e neurais durante os dois dias, e nada restou á ela se não aceitar tudo e se trancar novamente em sua casa. Lá dentro, ela se encostou em uma parede da sala, não queria mais nada com ninguém, era novamente uma casa vazia e sem vida, ou bem.. quase sem vida...

Toby: Quack. - a jovem toma um leve suto quando ouve o pato caminhando rapidamente em sua direção, mas ela o olha e enxerga uma expressão de preocupação e carinho por parte dele - Quack quack quack... quack... - o animal vai para perto dela e começa a se esfregar nela por muita saudade e preocupação pelo sumiço de sua dona, e a Kamari só segura o pássaro e o abraça, enquanto chorava levemente, tanto pelo que passou, quanto por saudades de seu bichinho, o qual também deixou escapar uma fina lágrima de seu pequeno olho, nada iria descrever a saudade que estavam sentindo de ambos, nada... e nem ninguém...

-.....

  Passados já os dois dias do sistema de casa de detenção, eram por volta das nove da manhã do terceiro dia, ela ainda estava naquela mesma parede, abraçada em seus joelhos e com seu patinho de estimação sentado ao seu lado. Ela não queria comer ou tomar qualquer coisa, o máximo que fez foi tomar um copo d'água, e ela só saía de lá para tomar banho e outras necessidades externas, mas depois... ela sempre voltava para a mesma posição de antes.. ela não queria ser incomodada e não queria falar com absolutamente ninguém.. ela permaneceria naquela solidão quase absoluta, até que alguém queira chegar para realmente conversar com ela, e bom... foi o que aconteceu naquele momento, pois alguém bateu á porta de sua casa, chamando a sua e a atenção do Toby.

Toby: Quack? Quack... - a jovem levanta os ombros e depois se levanta para ir atender á porta, e quando ela a abre quase totalmente, é permitida a vista do professor Aizawa, quem é recebido com um olhar indiferente da Kamari.

Aizawa: Mitsubuji.

Kamari: Professor.. - abriu totalmente a porta - O que foi?

Aizawa: Na verdade eu venho para trazer alguns recados. Um deles é da polícia, a corporação pede desculpas a você pelo modo que você foi tratada ultimamente, e querem que você volte a ter uma vida normal.

Kamari: ... Jura? Uma vida normal? Depois de ser acusada injustamente de agir contra os heróis por meros 32 segundos que eu ataquei outros policiais por influência inimiga e, além disso, ser forçada e ser presa na prisão para VILÕES mais rigorosa do Japão e ter uma pena de cárcere habitacional com acompanhamento policial, hmp.. isso não cola professor... - falou com total repulsa para o Aizawa, realmente mostrando o quão ruim aquela experiência havia sido para ela.

Aizawa: Mitsubuji, aquilo foi para te proteger e proteger as pessoas.

Kamari: Me colocaram uma focinheira. - falou com mais seriedade e dando ênfase na última palavra - Eles não me viram como uma pessoa, eles me viram como uma besta, e eu tenho que lembrar que eu vi o All for One ser preso, mas ele só tinha uma máscara que o alimentava.. dava oxigênio e tudo isso? Professor... me acorrentaram do início ao fim do percurso da Tartarus com correntes que continham mercúrio.

Aizawa: Isso foi uma maneira de prevenção.

Kamari: Mesmo que eu tenha sofrido efeitos por causa dos vilões, e não por conta própria? Além de ter passado por ainda mais perigo nas mãos da polícia? Por favor... me diga o que te disseram quando você ou o All Might vieram pra minha cela. - o professor ficou em silêncio - Me chamaram de selvagem... e eu não ouvi uma palavra sequer do senhor... só me explica.. onde se encaixam as suas palavras diante de tudo isso?! - quando o professor ia respondê-la, uma voz o interrompe.

Tsukauchi: Eraser, por favor.

Aizawa: ... (suspiro) Tá bem, podem vir. - o professor sai um pouco do marco da porta para dar espaço aos policiais e ao diretor com cara de cachorro.

Tsuramagae: Senhorita Mitsubuji, nós, do corpo de polícia, viemos aqui para pedir desculpas por nossos atos agressivos au. A nossa apreensão para você foi um pouco exagerada, visto que uma ação como aquela é muito imprópria para uma aluna que é a favor dos heróis e é agregada á eles au.

Policial 1: Você agora pode sair da sua casa, e.. pode nos devolver a gargantilha. - a garota retira o objeto de seu pescoço e entrega ao policial.

Tsukauchi: Aliás, não precisa se preocupar com o restante de sua história. O seu nome e histórico desde o terceiro dia de detenção foram limpos, ninguém irá ver o seu histórico de julgamento, e seus exames e documentos judiciários vão ficar arquivados em propriedade privada no quartel da polícia, e nenhuma punição será agregada á você.

Pensamentos de Kamari: ''A frase correta deveria ser: 'Mais nenhuma punição será agregada á você' ''

Tsuramagae: Então, agora com tudo esclarecido, nós.. vamos deixá-la sozinha agora. E novamente... - fez uma reverência - Nossas sinceras desculpas au. - se recompõe e caminha para longe com seu grupo de policiais, deixando somente o Aizawa e ela no ambiente.

Kamari: ''Tudo esclarecido''... irônico...

Aizawa: Eu sei que isso não é nada natural pra você, mas você tem que entender que só queremos te ajudar.

Kamari: (suspiro) Professor.. sejamos francos... se fosse realmente uma ajuda, não teriam que limpar o meu nome ou o meu histórico dessas acusações, e muito menos usar de métodos tão... como o chefe disse.. agressivos, por favor só vai embora. - falou enquanto fechava a porta, mas foi impedida pela mão do professor, que voltou a abrir a porta.

Aizawa: Espere, eu tenho mais um recado. - ela abriu novamente a porta para ouvir o comunicado - A U.A implantou um sistema de dormitórios para a segurança dos alunos. E como você não tem outros responsáveis que não seja o Tadashi, se você quiser se mudar pra lá, a decisão é sua. - de início, a Kamari ficou com dúvida sobre sair de casa, tanto que ela olhou para trás e visualizou os arredores vazios de sua casa, mas por fim... ela voltou a olhar o professor e deu a resposta.

Kamari: ... Eu aceito. Mas.. eu posso levar ele? - perguntou apontando pro pato, e o Eraser assentiu com a cabeça.

Aizawa: Certo. Você pode ir para lá hoje pra arrumar suas coisas e se você for reformar o quarto. - ele fica somente com metade da sua silhueta no marco da porta - Todos da sala vão ter uma semana ou dez dias pra se adaptar, tente aproveitar o tempo lá. - andou para frente e fechou a porta atrás dele, deixando a Kamari pensar sozinha... e com o Toby sobre isso.

Kamari: (suspiro) Bem... vamos lá né.

Toby: Quack. - balançou um pouquinho a cauda, e a jovem foi primeiramente em direção ao quarto dos seus pais no andar de cima, e quando ela ficou de frente pro pequeno santuário deles, ela se ajoelhou, fechou os olhos e juntou suas mãos.

Kamari: Mãe.. pai.. eu tenho que dizer que... eu vou me mudar daqui. Eu sei que eu nunca deveria deixá-los, mas... eu não posso ficar só eu aqui entendem? Me.. me desculpem mesmo.. eu... - sua fala foi interrompida por um grande calafrio que ela sentiu, e foi tanto que ela abriu seus olhos novamente.

Yota: Tá tudo bem filha...

Zetsuji: Nós sempre estaremos com você...

Pensamentos de Kamari: ''... Mãe e pai?'' - ao ter essa revelação, a jovem começou a chorar silenciosamente e depois deu um sorriso melancólico - ''Obrigada...''

  Ela só terminou de ajuntar suas coisas ás 16:00 p.m, incluindo levar seus três instrumentos favoritos, claro que ela iria dar um jeito de levar o piano depois, mas o restante necessário e alguns materiais para reformar seu quarto estavam todos com ela, e também o Toby estava num bolso grande na lateral da mochila dela (das três que ela levava, tirando a mala).

Toby: Quack quack.

Kamari: É... hora de ir... - andou até a porta e olhou para trás novamente - Adeus... eu acho... - abriu a porta, saiu de sua casa, a trancou e saiu em direção á escola. Ela não sabia, mas ela não sentiu uma ''última'' sensação de calafrio que ela sentiu dentro da casa, mas na verdade era os pais dela a observando enquanto caminhava.

Zetsuji e Yota: Fique bem.. filha...

Kamari: Hm... vou ver se o Tadashi pode cuidar daqui. - ela pega o celular e liga para ele.

Tadashi: Oi Kamari. - atendeu com felicidade, pois eram raras as ocasiões que ela ligava pra ele.

Kamari: Oi. Olha.. é o seguinte... eu vou me mudar agora pro sistema de dormitórios da escola, então eu queria saber se você tem como cuidar da casa, se.. não for muito incômodo.

Tadashi: Ora, claro que posso. Eu mesmo não vou poder ir por causa do serviço do orfanato e tal, mas eu vou mandar algumas pessoas irem cuidar daí em intervalos específicos, tá tudo bem assim?

Kamari: Sim, obrigada Tadashi.

Tadashi: Por nada, é um prazer ajudar você. Até mais. - se despediu com bastante alegria.

Kamari: Tchau. Novamente muito obrigada. - voltou a agradecer e em seguida desligou o telefone.

Pensamentos de Kamari: ''Hmp.. eu tenho que agradecer mais a ele pelo que ele já fez por mim...''

  Chegando bem perto do dormitório da U.A, já era quase fim de tarde, e a jovem avista o grande prédio que agora iria morar.

Pensamentos de Kamari: ''Caramba... que coisa hein'' - ela caminha até a porta e a abre com um pouco de esforço por conta da bagagem, mas ela a abre, só que quando a silhueta dela fica á frente da porta, os amigos (quase todos, o Shoto e o Bakugo não estavam lá na hora) todos da turma estavam no hall principal, e eles, ao verem-na, ficaram chocados, preocupados e aliviados de certa forma, assim então andaram até ela para perguntar coisas como: ''Você está bem? O que aconteceu? ou Que bom que voltou'', mas a Kamari realmente se sentia mal, ela não queria conversar ou qualquer outra coisa, e por isso.. ela abaixou seu olhar e andou em frente para ver onde seria seu quarto, mas esse ato preocupou a todos, visto que ela já tinha o coração mais amolecido do que antes, mas por algum motivo que eles desconheciam.. o coração dela voltara a endurecer novamente... - ''Uhum... quinto andar... ah, ô coincidência.. eu estou justamente no quarto em frente ao do Shoto... (suspiro) vida.. você quer me dizer alguma coisa?'' - a jovem foi em direção ao elevador e entrou no mesmo, para depois subir para o seu andar. E ao chegar lá, ela adentra em seu cômodo, fecha a porta e começa a arrumar tudo para ficar bem parecido ao seu quarto de casa.


*(Algumas horas depois)*

  Ainda nos dormitórios, já eram basicamente 19:40 da noite, e a Kamari já havia terminado a reforma e a organização de seu quarto, e agora só estava sentada em sua cama descansando do longo trabalho que havia feito, mesmo com as luzes apagadas e as cortinas fechadas, e é nesse exato momento que o bicolor acordou do seu sono de duas horas, e saiu de seu quarto para depois descer para a sala. Ao chegar lá, todos já estavam jantando, porém o Shoto percebeu que eles estavam com uma expressão um pouco mais confusa e um pouquinho soturna.

Shoto: Por que tão com essa cara?

Mina: Ah, é que... a Kamari chegou aqui faz umas horas e.. ela não falou com ninguém. Inclusive não saiu do quarto desde que chegou. - ao ouvir essa notícia, o heterocromático se focou mais na parte que a Kamari havia voltado, e imediatamente, uma alegria e um calafrio o invadiram brutalmente - Ah, é mesmo... - ela se levantou de sua cadeira e pegou uma bandeja com comida, para depois se dirigir ao bicolor e entregá-la - Entregue isso pra ela tá. - ele assentiu com a cabeça e se foi em direção ao elevador para subir pro quinto andar. Quando chegou lá, ele se lembrou aonde era o quarto da heterocromática, e se dirigiu para lá, e bateu á porta, porém... não conseguiu nenhuma resposta, portanto ele bateu á porta novamente e abriu a mesma, se deparando com uma visão no mínimo desconfortante... a Kamari sentada em sua cama, que fica no canto da parede oposta a porta, e a garota estava abraçada em seus joelhos e com o olhar baixo, as luzes estavam apagadas e a cortina estava fechada, mas ao ver que a porta havia sido aberta, ela mirou para a mesma direção. Apesar da cena, o Shoto esboçou um pequeno sorriso enquanto dava um só passo adentro do quarto, mas... esse sorriso não duraria muito... pois a heterocromática fixou seu olhar para baixo novamente e disse em baixa voz...

Kamari: ... Vai embora... - essas duas palavras.. fizeram toda a felicidade do bicolor se esfumar e ser substituída por preocupação, e ele também apagou seu sorriso e sentiu como se seu coração tivesse sido quebrantado.

Shoto: Mas... você não vem?

Kamari: .. Vai embora...

Shoto: Kamari, eu... - foi interrompido.

Kamari: Por favor... só vai embora... - nesse instante... o Todoroki ficou parado por uns segundos no marco da porta, com uma expressão confusa, desolada e melancólica, mas ele escolheu por deixar a bandeja no chão amadeirado escuro e saiu lentamente do cômodo, e fechar a porta á sua frente, porém... dentro do quarto... a jovem olha para a bandeja deixada no chão, e ao perceber o peso de suas palavras, ela começou a cair em prantos, choro esse que o bicolor escuta e se sente muito mal por ela, e não lhe restou muito a fazer.. senão sair dali com um peso enorme em sua mente.

  Mais ou menos dois dias depois, já era bem de noite, mais ou menos umas 21:00 da noite, e nesse tempo todo, desde o primeiro dia, o Todoroki levava as refeições á Kamari, por mais que ela quisesse ficar sozinha e o rejeitasse de forma bem fria, e o garoto estivesse com um estado sentimental bem abalado. Naquele horário, a maioria das pessoas da sala já tinham ido para seus quartos, não diferente dos dois heterocromáticos (embora a jovem estivesse em seu quarto desde que entrou nele). Algo havia acontecido nos dormitórios que ninguém sabia, primeiro: o piano da Kamari já havia sido entregue sem ninguém saber, e segundo... ela estava trabalhando em uma coisa nesses pouquíssimos dias... ela estava terminando o desenho que o Shoto havia de ganhar, e nessa mesma noite, a heterocromática terminou a pintura completamente, e então ela se levanta de sua cama e caminha até a porta de seu quarto, para depois abri-la e se ajoelhar para passar a folha por baixo da fresta da porta do quarto do Todoroki, e em seguida voltar para seus aposentos, porém... o bicolor só percebeu a folha alguns segundos depois por causa de sua distração, mas mesmo assim ele andou até o dito papel e o pegou, primeiramente ficando muito curioso por um pequeno recado no verso em branco á mostra, escrito com a letra indisfarçável da Kamari.: ''desculpa.. e obrigada'', e logo depois ele virou a folha, se deparando com o desenho totalmente pronto. Ele ficou tão surpreso, que imediatamente se dirigiu ao quarto da jovem, se deparando com ela na mesma posição, mas desta vez, segurando um pincel, e então ela olha para ele e continua na mesma pose, porém... o heterocromático não... ele deixa a porta quase fechada e se ajoelha no chão, deixando o papel da pintura ao seu lado, e então ele estende um pouco os braços, deixando em seu rosto.. um leve sorriso, a jovem encara tudo isso com dúvida e surpresa, mas mesmo assim... ela resolve fazer algo... a Kamari deixa seu pincel seco em cima da cama, e então se levanta lentamente de seu leito e fica parada na lateral do mesmo por alguns momentos, mas depois ela anda um pouco mais rapidamente em direção ao Shoto e se ajoelha para abraçá-lo fortemente pelo torso, e o Todoroki corresponde-o imediatamente.

Kamari: ... Shoto... Shoto eu... - falou em uma baixa voz de choro, mas ela é interrompida pelo bicolor.

Shoto: Shhh... tá tudo bem. - diz com uma voz calma, baixa e um pouco grave, e com essa fala, a jovem fortifica um pouco mais o seu agarre e começa a chorar silenciosamente, e o Shoto, ao perceber isso, tenta confortá-la um pouco mais - Tá tudo bem agora... pode chorar tá... - disse isso como uma forma de dizer que não haveria qualquer outra aversão contra ela, e que poderia deixar tudo o que havia acumulado, lá... isso lembra vocês de algo?... pois é... ela se lembrou... Com aquele comentário, ela quase imediatamente deixa que seu choro ganhe um pouco mais de intensidade, porém mantendo seu rosto aferrado no corpo do Todoroki para não fazer muito barulho, e o bicolor continuava a abraçando e acariciando suavemente os cabelos da jovem.

Kamari: ... Me desculpa.. me desculpa... - falou numa voz de lamentação e entre soluços, se contendo o máximo possível pra não ultrapassar o volume que estava, e o bicolor fortificou um pouco mais o seu agarre. Nem ela, e nem ninguém sabia, mas no momento de desculpas da jovem, o heterocromático deixou um par de lágrimas descerem de seus olhos, e dessa vez, eram lágrimas de alívio por ela estar bem fisicamente, mas agora ele sabia que teria que ajudá-la mentalmente também, e na mesmíssima hora que ele fortaleceu o abraço, aproveitou para secar as lágrimas em seu ombro, tendo a certeza de que a heterocromática não teria que se preocupar com mais nada.. além do seu próprio estado.

  Alguns poucos minutos depois, a jovem enfraquece seu agarre um pouco, mas o Todoroki continua com a mesma força. O silêncio do lugar era quase total, sendo cortado somente pelos mínimos e acelerados suspiros da garota por causa do choro, e então, esse silêncio foi basicamente interrompido pelo Shoto, que separou um pouco a Kamari de si e observou seu rosto neurastênico com lágrimas bem marcadas em seu rosto.

Shoto: Tudo bem agora? - perguntou naquele mesmo tom grave e baixo, e como resposta, a jovem desvia um pouco o olhar, e logo em seguida, o bicolor põe uma mão no rosto da adolescente, mais especificamente por cima do rasto das lágrimas da heterocromática, ganhando novamente o olhar dela - Kamari... - demorou um pouco, mas a resposta da garota foi uma negação com a cabeça - Pode falar.. O que aconteceu? - a jovem abaixou um pouco o olhar.

Kamari: ... É que... eu.. eu fui manipulada... e depois, julgada.. e acusada de... - o bicolor volta a acarinhar os cabelos da heterocromática - Fui acusada de trair os heróis... - com essa fala, o Todoroki fica bem surpreso, mas não demonstrou muito.

Shoto: Como?

Kamari: Foi quando o All for One me injetou adrenalina no sangue... e então o lobo tomou conta de mim e eu ataquei o All Might e um grupo de policiais que lutavam contra os Nomus, inclusive... foi por isso que eu não fui com vocês... - nessa fala, ela diz isso com uma outra voz de choro - ... Eu.. preocupei vocês demais... me desculpa... - a jovem fecha um pouco seus olhos e deixa algumas lágrimas saírem de seus olhos, e nesse instante, o heterocromático a aferrou novamente contra si.

Shoto: Fica calma. Nós não nos preocupamos por sua culpa, foi mais porque... nos preocupamos ao não saber onde ou como você estava. - no momento dessa fala, a Kamari derramou ainda mais lágrimas.

Kamari: ... Eu... fui para a Tartarus... Eu fui tida como uma criminosa... - disse com um pouquinho mais de força em sua voz de choro, tanto que o Toby acordou de seu sono dentro do bolso da mochila, mas ao ver o que estava acontecendo, ele resolveu ir dormir novamente (vida de pato é simples né), porém.. o bicolor fortificou um pouco o seu agarre e prosseguiu cariciando a cabeça da jovem - .. Eles... me chamaram de selvagem... basicamente... me mantiveram.. em cativeiro... foi.. muito ruim...

Shoto: Eu sei, mas você não está mais lá.

Kamari: Sim, mas... é.. muito difícil esquecer isso. - uns segundos depois dessa fala, o bicolor sem querer encosta nas bandagens que a jovem tinha no pescoço, razão essa que o deixa com bastantes dúvidas.

Shoto: Uma pergunta.. o que são essas bandagens aqui? - a garota hesita um pouco em responder, mas logo depois se lembra de que era melhor contar á ele do que manter tudo pra si.

Kamari: ... O vilão Dabi.. me queimou... - depois de mais um comentário inusitado, desta vez o Shoto não conseguiu esconder sua preocupação, e então separou-a lentamente de seu torso e observou as faixas envolvendo o pescoço da Kamari, e também chegou a aproximar sua mão das ataduras e encostar um pouco nas mesmas, porém, ele é impedido por uma leve expressão de dor por parte da heterocromática, o que faz com que ele recue rapidamente sua mão.

Shoto: Desculpe.. mas... como aconteceu?

Kamari: Bem... eu estava falando contra eles num posicionamento em relação aos heróis, mas.. o Shigaraki o mandou me queimar, tirando outra vez que ele me queimou por vontade própria. Eu sei que o correto seria ficar quieta, mas... eu não pude deixá-lo falar o que quisesse... - falou a última frase com o olhar um pouco mais baixo e com o tom de voz mais apenado, mas uns segundos depois, o Todoroki direciona sua mão ao rosto da heterocromática, mais especificamente no queixo dela, levantando levemente a face da garota e fazendo com que ela olhe para ele novamente, e quando o viu... ele estava com um pequeno sorriso acolhedor.

Shoto: Viu? Mais uma prova de que você nunca trairia os heróis. - disse com o mesmo tom de voz de antes, porém levando consigo um pouco mais de empatia, ainda mais do que antes, e foi exatamente isso que tocou o coração da jovem, pois ela sentiu um calor em seu interior que não poderia ser descrito, parecendo que automaticamente os seus pensamentos á cerca da liga ou da prisão desaparecessem como areia ao vento, se livrando de qualquer peso que ela tivera. Ela o olha com uma expressão levemente surpresa e fica com um pequeno rubor em seu rosto, e ao ver o dito rubor, o bicolor até expande um pouco o sorriso que tinha, pois era grande a saudade que ele tinha de ver a Kamari com uma manifestação no mínimo anormal para ela em termos de sentimentos, e até poderia ser menos do que um simples rubor, poderia ser somente um brilho a mais no olhar.. que já bastava. Totalmente surpresa pela situação atual, a jovem quase que não se conforma de primeira.

Kamari: Mas... e as pessoas que eu feri?

Shoto: Você não vai feri-las mais.

Kamari: E a preocupação que eu causei?

Shoto: Não vai causar mais.

Kamari: ... Mas.. eu... - foi interrompida pelo bicolor, que aproveitou a insistência dela e a distância entre eles dois, e num movimento ágil, ele afasta os cabelos da testa da heterocromática e dá um suave beijo na cabeça dela e mantém o dito contato por mais alguns segundos, visto que havia basicamente uma semana que não a via ou sentia, então... ele queria aproveitar (quase) tudo naquele momento... (já já eu explico o 'quase'). Quando ele separou seus lábios da testa da Kamari, ele continuou a observando com um sorriso cativante e um olhar acolhedor, e a garota estava com um rubor enorme no rosto, porque né.. e também estava com um olhar extremamente brilhante e surpreso - ... S-Shoto... - diz ela com uma voz até que bem trêmula e fina, e o heterocromático muda um pouco sua expressão para um sorriso e olhar um pouco mais... fofos.. eu diria (imagine algo como o Kakashi sorrindo com os olhos).

Shoto: Não fique se acusando assim, o pior já passou... pode ficar tranquila agora. - a Kamari desvia seu olhar um pouco, mas logo em seguida ela acena levemente com a cabeça, então o bicolor volta a colocar sua mão quase atrás da cabeça da jovem e a trás novamente em direção a si, abraçando-a novamente - Tente não puxar tudo pra você mesma. Todos sabemos que você jamais será capaz de fazer algo assim, e aliás... - ele lentamente e curtamente abre seus olhos e vai se acercando da cabeça dela outra vez, para deixar outro amparo por cima da mesma, e mais uma vez o mantendo por alguns segundos e, logo em seguida ele apoia seu queixo na cabeça da Kamari - ... Eu nunca.. iria desconfiar de você. - finalizou com uma voz um pouco mais grave, deixando a heterocromática com um rubor ainda maior em seu rosto, não muito diferente do Todoroki, quem estava com uma vermelhidão relativa em sua face, mas de repente, a garota o abraça novamente pelo torso com uma aura bem mais calma do que antes.

Kamari: Shoto... obrigada.. - falou numa voz mais neutra e movendo um pouco seu rosto.

Shoto: ... Eu que agradeço.

Kamari: Mrrp? Por quê?

Shoto: Por você ter voltado. - depois dessa fala a heterocromática esboçou um pequeno sorriso e fortificou um pouco o seu agarre - Aliás, por que você fez esse barulho de gato?

Kamari: Eu também não sei. - disse com um tom de voz mais plena e feliz, o que fez com que o Todoroki expandisse um pouco o seu sorriso e que também voltasse a acarinhar os cabelos da jovem, inclusive fazendo-a ronronar levemente sem querer.

Shoto: Bem.. - ele separa levemente a heterocromática de si - Vou deixar você jantar tá, depois durma. - ele então se separa dela para se levantar, porém, a garota segura a mão do bicolor e o olha com uma cara bem parecida com a do Gato de Botas, e então o Todoroki a olha por alguns segundos e com um rubor médio no rosto, tanto por não saber o que aquilo significava, quanto por ele estar tentando entender (icônico), e por não ter mais o que tentar achar daquilo, o heterocromático se vira para ficar de frente para a Kamari e segura a mão dela, para depois deixar um amparo nas costas da mesma, obviamente deixando a jovem com um rubor desproporcional no rosto e com uma expressão bem confusa, e logo depois o Shoto solta a mão da garota e sai do cômodo, deixando a heterocromática com uma postura de nervosismo polido e surpresa enquanto o bicolor entra em seu quarto com uma expressão calma, recatada e silenciosamente feliz e amorosa, porém... ... ... o bicolor realmente teve que aproveitar 'quase' tudo naquele momento, até porque a heterocromática estava num momento muito difícil, então.. ele até que conteve um pouco a sua expressão de saudade que tinha pra ser mais fácil dialogar com a jovem, e esse beijo que aconteceu agorinha foi o máximo que ele pôde demonstrar lá. Enquanto tudo corria bem, tudo corria rápido demais pra Mitsubuji.

Pensamentos de Kamari: ''Calma... o quê?! Por que que ele fez aquilo? Eu só.. queria que ele ficasse mais um tempo... mas.. tá bom né, fazer o quê'' - ela então pegou a bandeja da janta e começou a comer, para depois ir escovar os dentes e ir dormir.

  Na manhã seguinte, mais ou menos umas 7:30 da manhã, basicamente todos da sala haviam acordado e descido no salão principal pra tomarem café, porém... a heterocromática não havia descido, embora ela tenha acordado ás 2:00 da madrugada, sim.. ela ficou esse tempão todo olhando pro teto e pensando na vida. Num determinado momento a jovem piscou e finalmente acordou do seu transe.

Pensamentos de Kamari: ''Tá tá tá tá... cansei de ficar parada aqui, mas.. ao mesmo tempo... eu não sei como eu vou encarar todos lá... eu meio que.. ignorei todo mundo por dias... mas... hm... eu acho que já sei'' - ela finalmente se meche de sua cama e se levanta, para depois caminhar em direção ao seu criado mudo de tamanho médio e abrir a gaveta do meio, para tirar de lá... o seu violino que estava guardado numa bolsa especializada para o instrumento, então ela a abre e pega o artifício para em seguida sair de seu quarto para ir pro elevador e descer pra sala principal - ''Ok, agora eu estou um pouco apreensiva.. eu não sei se eles aceitariam só isso como forma de desculpas mas... tá né.. vamos torcer...'' - o elevador para no dito andar, e na hora que as portas se abrem, ela começa a tocar.

(Vocês já sabem o que têm que fazer né :33)

 Ao ouvirem o som do violino, todos voltaram a olhar para a direção do som e ficaram muito surpresos quando viram que era a Kamari quem estava tocando, e a mesma andava lentamente pelo salão enquanto tocava, mas uma coisa que realmente chamou bastante a atenção da heterocromática.. foi o olhar do Shoto, quem estava sentado na ponta do sofá com o braço apoiado no suporte, e seu olhar estava brilhante e admirado com aquilo, tanto que, ao encontrarem os olhares, a garota sorriu e mudou o acorde enquanto tocava e prosseguiu a música de forma calma e serena. Ao passar entre seus amigos, ela se aproxima de um lugar um pouco mais á frente do sofá da sala e fica lá parada enquanto tocava, se envolvendo com os últimos acordes e com a sintonia, tal como seus colegas que, quando ela terminou de tocar e olhou para todos de lá, iniciaram-se alguns esperados aplausos e elogios morais por parte de seus amigos.

Kaminari: Caramba.. sabe que eu jamais imaginaria que você tocava violino. - disse animadamente e com um sorriso encantado.

Uraraka: Isso foi muito lindo.. - disse enquanto enxugava lágrimas hipotéticas do seu rosto com uma poker face simplista.

Izuku: Eu gostei muito da melodia, você é muito talentosa. - falou num tom um pouco empolgado e levantando seus polegares levemente.

Tokoyami: Vou admitir.. concordo com os outros. - esses e mais alguns comentários por parte de seus colegas foram ditos á heterocromática, quem ficou com um leve rubor no rosto e esboçou um pequeno sorriso, porém... ao encontrar novamente o olhar do Todoroki, ele estava com um sorriso um pouco mais expandido e um olhar mais afeiçoado, até que ele pisca um olho para ela, o que imediatamente faz com que o rubor da garota aumente violentamente, mas o clima logo é interrompido por alguém.

Jiro: Opa opa, pera aí, deixa eu ver se eu entendi.. - falou apressadamente com um sorriso esperançoso e se girando no sofá para ver sua companheira - Você.. toca violino. - a Kamari assentiu com a cabeça - E.. como você consegue mudar o acorde enquanto toca? Eu sinceramente nunca vi isso na vida, é impressionante.

Kamari: Ah.. bem... foram anos de prática, mas... na verdade eu.. queria me desculpar com vocês.

Sero: Ué, por que exatamente?

Kamari: Por.. eu ter.. ignorado vocês há um tempo. Eu tinha muita coisa na cabeça e.. (suspiro).. eu ainda estava muito abalada com o que aconteceu e... acabei que... Me desculpem. - disse num olhar baixo e uma voz mais fraca, o que deixa seus companheiros um pouco preocupados, até aquele silêncio ser quebrado.

Kirishima: Hmp, não precisa pedir desculpas. A gente também entende que aquilo foi difícil pra você, tá tudo bem. - falou numa voz calma, porém motivadora, ganhando o olhar da heterocromática.

Tsuyu: Gero. - concordou com a cabeça.

Mina: Verdade, todo mundo passou por apertos aqui, pode ficar tranquila. - disse com um sorriso mais expandido e levantando levemente a palma da mão. Tanto esses como mais alguns outros comentários positivos fizeram a heterocromática se desligar de suas dificuldades e esboçar um sorriso de agradecimento, além de encher um pouco o seus olhos com lágrimas de felicidade.

Pensamentos de Kamari: ''Eles... parecem como uma família pra mim..''

Sato: Bem, já com tudo certinho, você tem que tomar café. - falou enquanto chamava a jovem para mais perto de seus outros amigos, e ela assentiu e caminhou até se sentar no sofá com uma tigela de cereal e frutas que lhe tinham oferecido, e então ela tomou o café da manhã de boa, o povo tava conversando e quando ela terminou ela lavou o pote e voltou pro sofá, mas.... (sempre tem um 'mas') uns segundos depois dela sentada lá e conversando com o povo... (detalhe.: ela estava sentada ao lado do Shoto, então.. já vai preparando essa cena na sua cabeça), o bicolor se inclina um pouco em direção á jovem, praticamente se apoiando um pouco nela, para depois virar levemente sua cabeça em direção á ela.

Shoto: Viu? Tá tudo bem agora. - disse com uma voz grave de sussurro, relativamente perto do ouvido dela, com a intenção de reforçar o que ele disse no dia anterior, mas.. sem querer ele deixou a coitada da Kamari vermelha que nem algo que eu nem sei explicar direito o que era, mas estava, e isso até o final do dia, até mesmo no momento em que o professor Aizawa entra nos dormitórios para avisar sobre algumas coisas sobre a escola ou algo do tipo, ela ainda estava vermelha. Já de noite, quando ela entrou em seu quarto pra dormir, ela se deitou na cama de barriga pra cima, ficou abraçada com sua pelúcia de sashimi e ficou olhando pra cima ainda com a cara incrivelmente rubra.

Kamari: Por que que a minha cara continua vermelha? - perguntou com uma voz meio baixa e num tom duvidoso, e então o Toby sai do bolso da mochila da jovem e anda até ficar sentado perto da garota.

Toby: Quack quack. Quack.. quack?

Kamari: O pior é que não foi nada demais, ele só falou perto de mim.

Toby: ... Quack?

Kamari: Não tem graça. - respondeu em tom sério e a ave só balança um pouquinho a sua cauda.

Toby: Quack. Quack, quack? Quack... quack quack? (Eu tava só brincando. Aliás, o que ele disse pra você ficar assim? Será que... tem algo relacionado a ele gostar de você?) - depois dessas duas perguntas, a Kamari só abraça ainda mais forte a sua pelúcia e enterra seu rosto na mesma.

Kamari: Não fala disso não porque senão você vai estender a minha sentença.

Toby: Quack? - falou ladeando um pouco a sua cabeça.

Kamari: Sim. É que eu acho que descobri que eu tenho uma personificação muito limitada em questão de sentimentos, tipo... como eu não estou acostumada com isso que aconteceu hoje.. eu meio que... fico muito tempo fixada num sentimento só... Você se lembra perfeitamente de quando eu e ele voltamos do festival tradicional eu fiquei o resto do dia da cor de uma cereja em conserva.

Toby: Quack.

Kamari: Aliás.. por favor para de tocar no assunto que ele gosta de mim porque eu tenho certeza que eu vou ter uma hipertermia, já não basta o que o Shoto ''coincidentemente'' faz, mas aí vem você com um incentivo também? Aí não dá.

Toby: Quack, quack.

Kamari: Ás vezes não é tão adequado falar a ''verdade'', mas.. (suspiro)... eu nem sei o que sentir agora, embora eu já saiba o que eu sinto por ele.

Toby: Quack.

Kamari: Não, mas é diferente quando eu assumo os meus sentimentos e quando você fala de mim e dele. Enquanto eu falo só o que eu realmente acho que é, você fala algo do tipo...: 'Ele vai te pedir em casamento amanhã'.

Toby: Quack, quack?

Kamari: O que impede é que a gente não está na Índia ou nos Emirados Árabes pequeno Toby, mas enfim... eu acho melhor eu dormir pra esquecer isso. - a jovem se vira para seu lado direito e se cobre com sua manta, e o pato anda mais um pouco e fica próximo á barriga da heterocromática, e logo em seguida os dois pegam no sono. Porém... nesta noite.. tanto a metamórfica quanto o bicolor tiveram sonhos... peculiares...


*Sonho da Kamari*

  Era uma visão em primeira pessoa de um espaço totalmente branco, só que alguns segundos depois, mudou o ambiente para um lugar bem parecida a uma... praia? Sei lá, parecia um pôr-do-sol numa praia ou algo parecido, só que o que chamou a atenção da jovem foi a aparição de uma coisa um tanto inusitada... Foram vistas três sombras de três pessoas andando em direção ao sol, as duas da esquerda tinham uma altura um tanto questionável, mas a da ponta esquerda ainda era um pouco mais alta do que a do meio, e a outra da direita era bem mais alta, e de repente a pessoa da ponta vira levemente o seu rosto em direção ao elemento da direita e fala numa voz feminina até então desconhecida.

???: Sabe... você tinha razão... - e 'frames' antes da jovem acordar, três outras sombras pequenas aparecem num instante, e logo depois.. a jovem acorda, e olha confusa ao seu redor, olhando o seu quarto, a porta pra varanda, a pelúcia de sashimi que estava abraçando...

Pensamentos de Kamari: ''Mano.. que brisa foi essa?''

  Enquanto isso.. o Todoroki também tinha lá seus sonhos peculiares, na verdade... ainda mais misteriosos...


*Sonho do Shoto*

  Na realidade, o sonho em si não tinha nem imagem nem nada, era um espaço totalmente negro e obscuro, porém... ao fundo desse espaço.. podia-se ouvir algumas vozes...

?: Obrigada.. muito obrigada... - e como se não pudesse ser mais estranho, essa voz era familiar pro heterocromático...

Shoto: M-mãe...? - falou em baixíssima voz enquanto se movia levemente em sua cama, bastante confuso com a situação atual.

???: Finalmente... eles foram... eles foram unidos...

Shoto: ... Fuyumi...? - se contrai mais um pouco, e logo em seguida ele ouve um barulho de uma pequena chama se apagando lentamente, mas que depois de uns segundos de silêncio, a mesma chama volta como se a intensidade das chamas fosse a de um quase incêndio, fazendo o bicolor levantar seu torso de uma vez por causa do susto, ele estava com a respiração meio acelerada assim como seus batimentos cardíacos, e também estava suando um pouco. Ao não entender o que era aquela situação e muito menos aquele sonho, ele decide sair um pouco de seu quarto para ir tomar um ar.


Narra Kamari

  Depois daquele sonho maluco que eu tive, eu pensei sabiamente... ''Tá, tá na cara que eu não vou conseguir dormir de novo.. (suspiro) melhor eu descer um pouco'' - e dito e feito, eu saio da minha cama com todo o cuidado do mundo pro Toby não acordar e pego um livro de filosofia dos sonhos pra pelo menos tentar entender o que diabos foi aquilo, logo depois saio do quarto com a mesma cautela pra não acordar ninguém, e eu desço pra sala principal e ando em direção ao sofá que tinha lá, só que eu percebi que o dito móvel tinha uma pequena manta dobrada em cima - ''Ah... eu acho que a Uraraka esqueceu ele aí depois que a gente foi pros quartos, quando ela acordar eu devolvo pra ela'' - me sentei de pernas cruzadas no sofá, me apoiei um pouco no encosto e na parte da frente da almofada do sofá e comecei a ler um pouco. Um tempo mais tarde, eu continuava lendo tranquilamente, até que... eu ouço um som ''desconhecido'', eram barulhos de passos relativamente profundos e de velocidade mais desacelerada, eu imediatamente me ponho em alerta e trato de identificar a fonte do som, só que pro meu desespero.. aparece uma sombra perto da parede em meio ao ambiente amplo da sala escura, e foi nesse exato momento em que eu crio uns poucos espinhos de porco-espinho numa região dos meus ombros, e então eu pego um e miro para finalmente lançá-lo em direção ao elemento, que fica com o projétil fincado na parede e ao lado de sua cabeça, mas alguns segundos depois de receber o ataque, o ser acende uma pequena luz no interruptor, revelando assim... o bicolor me observando com uma expressão bem espantada e com um braço um pouco suspenso - ''Meu Deus.. eu quase matei o Shoto''

Kamari: Ah, Shoto.. me desculpa mesmo, e-eu... não sabia que era você. - falei numa voz bem baixa e meio apenada, então ele caminha na minha direção ate chegar bem próximo do sofá e acende uma lâmpada de mesa de um pequeno aparador ao lado do móvel, para depois se sentar ao meu lado direito.

Shoto: Tá tudo bem, não se preocupe. - falou no mesmo tom e desviando um pouco o olhar, só que soltando um pequeno suspiro ao final de sua frase, aparentemente demonstrando que estava meio cansado ou algo do tipo, mas mesmo assim ele voltou seu olhar para mim - Mas.. o que faz aqui?

Kamari: Bem, eu tive um sonho meio estranho e depois.. não consegui mais dormir.

Shoto: Hm.. eu também. - ''Brincadeira... sério? Coincidência'', eu obviamente fiquei muito surpresa com esse comentário.

Kamari: Como que... será que a gente teve o mesmo sonho também?

Shoto: Na verdade eu acho que não. No meu sonho tinha a minha mãe e a Fuyumi, e você nunca viu as duas.

Kamari: Certo... me equivoquei... - respondi num tom mais vago.

Shoto: O que você está lendo? - eu fecho o livro e mostro a capa pra ele - 'A etimologia dos sonhos'... parece que o seu sonho foi mais estranho do que o meu.

Kamari: Na verdade eu não sei se posso dizer assim, mas... é muito estranho eu não conseguir dormir depois daquilo... - disse com um tom de voz mais receosa, o que talvez preocupou o Shoto um pouco, e então ele se aproxima um pouco mais de mim.

Shoto: Com o que você sonhou? Claro, se.. você quiser contar. - no começo eu hesitei um pouco, mas depois eu contei á ele todo o meu sonho, inclusive eu consegui me lembrar das três sombras que apareceram antes de eu acordar, e é lógico que ele não entendeu bulhufas do que seria aquele negócio, então ele só ficou calado por um tempinho com uma cara de dúvida e olhando pro chão.

Kamari: Eu sei que é tudo muito... irreal, mas.. eu realmente queria que isso significasse alguma coisa.

Shoto: Por quê?

Kamari: Pra alguém que eu nem sei quem é ter razão, ainda mais no meu sonho, deve ser alguém muito importante. - ele só acena levemente com a cabeça - E você?

Shoto: Bem... eu.. não sei descrever direito, mas.. eu vou te contar. - a partir daí ele me contou tudo o que aconteceu em seu sonho, e sinceramente... eu também não entendi lhufas, não tem muita coisa pra fazer pra se interpretar um sonho a não ser que se esteja no mesmo sonho que a pessoa, e no caso... não foi o caso.

Kamari: Olha.. talvez... as chamas representem o seu pai..? E... a sua mãe e a sua irmã podem significar que ela estão... agradecendo ele...? Desculpa, eu não sou intérprete. - falei com uma voz apenada e o olhar baixo, e então coloquei o livro ao meu lado.

Shoto: Tudo bem, talvez eu descubra mais tarde. Posso te fazer uma pergunta? - eu olhei novamente para ele.

Kamari: Pode.

Shoto: Você... está bem com o que aconteceu com você? - despois dessa pergunta eu o olho com uma expressão de dúvida.

Kamari: Por quê?

Shoto: Eu só... fiquei preocupado com você, e.. queria saber se está tudo bem. - disse desviando o olhar e colocando uma mão atrás de sua nuca, e eu só encaro essa situação com bastante surpresa, já que ele realmente se mostrava preocupado comigo mesmo depois de ele já ter resolvido, e eu só dou um pequeno sorriso e me recosto sobre seu ombro, fazendo-o voltar seu olhar para mim.

Kamari: Sim, eu estou bem. - eu então sobreponho as minhas pernas sobre o sofá e fico com os braços levemente cruzados, e então o Shoto passa seu braço atrás de mim e põe sua mão no meu braço, me fazendo me encolher um pouco na minha cauda, e depois de uns segundos, ele pegou a manta dobrada no sofá com sua mão esquerda e a colocou sobre mim, me fazendo enrolar minha cauda um pouquinho, e o fato de eu estar apoiada no lado esquerdo dele me fez ficar ainda mais confortável, e... eu não aguentei.. e dormi, pois é... quem diria que eu iria conseguir dormir de novo, isso também me surpreende. (eu pareço um hamster dormindo, só aquelas bochechas redondinhas)


Narrador Onisciente


  E lá estava o jovem cas... digo... os dois jovens, a questão é que assim que a heterocromática dormiu, o bicolor não demorou muito em dormir também, pois é né.. quem diria... eu, eu digo.

  No começo da manhã, mais ou menos umas 7:30 por aí, algumas pessoas já estavam acordando para descer, e essas pessoas eram.: Mina, Sero, Sato, Uraraka e Kirishima, e estavam conversando naturalmente enquanto desciam o elevador, só que.. só que só que... quando as portas do elevador se abriram e o grupo começou a andar um pouco, a primeira pessoa que viu os dois jovens dormindo no sofá foi a Mina, quem imediatamente sinalizou silêncio á todos para não acordá-los, e encarou com muita surpresa e felicidade aquela cena, para segundos depois pegar seu celular do bolso da calça e andar só mais alguns passos para frente e tirar umas duas fotos deles, e ao virar-se para trás, o Kirishima tenta falar com ela através de leitura labial, então ele fala: ''Tá tudo ok?'', e a Mina respondeu fazendo um ''joinha'' com a mão.

Sato: É a primeira vez que isso acontece? - perguntou sussurrando num volume baixíssimo em direção á Uraraka.

Uraraka: Parece que sim. - responde no mesmo tom - Mas não tira o fato de que isso é extremamente surpreendente. - disse com um pouco mais de ênfase em sua fala, com um olhar mais brilhante e levantando seus punhos um pouco.

Sero: Hmp, engraçado.. ninguém nunca disse pra gente que eles estavam namorando. - falou com um sorriso sincero e cruzando os braços.

Mina: Sabe o que é pior? É que eles realmente não estão, mas eu vou mudar isso. - falou levantando um pouco o seu punho e dando um sorriso mais esperançoso.

Sero: Como assim? - perguntou com uma expressão duvidosa.

Mina: Depois você fala com o Kirishima sobre isso. - no exato momento em que ela terminou sua fala, a porta do elevador se abre novamente, revelando o Kaminari, o Aoyama e o Bakugo.

Pensamentos de Mina: ''Ah... droga.. o Bakugo tá aqui, agora ferrou''

Kaminari: E aí gen... - cumprimentou seus colegas num tom animado, mas foi interrompido pela Mina, quem sinalizou silêncio com o indicador e depois apontou com o polegar pra Kamari e o Shoto, surpreendendo o Denki, porém, o Katsuki olha pros dois heterocromáticos com um certo desprezo e revira os olhos.

Bakugo: Tsk, fala sério. - fala em tom irritado e começa a andar em direção aos jovens, nessa hora a Mina estava num pânico que vocês não têm noção, só que o loiro para no meio do caminho e olha para os dois de maneira séria - Aí, vocês não se ligaram que esse sofá tem mais de um metro não é? - disse num tom furioso enquanto fazia uma tentativa de ameaça aos dois jovens, e então o Kirishima caminha até ele pra tentar acalmá-lo, porém, a dupla de adolescentes já haviam entrado no estado de esperar a alma voltar pro corpo depois de acordar, e então a heterocromática abriu um pouquinho os olhos e voltou a os fechar para se virar de frente e estender seus braços levemente para se espreguiçar, porém, ela sem querer havia transformado seus braços em patas de gato preto enquanto dormia. O bicolor começou a acordar, e então abriu escassamente os olhos e esfregou um com seu punho, para depois arrumar um pouco o seu cabelo e olhar na direção do povo que estava mais ou menos reunido á frente do elevador, e ao perceber que todos estavam os olhando, ele ficou com bastante dúvida.

Shoto: Que foi? - perguntou com a voz um pouco baixa, grave e rouca por causa do sono, e então algumas pessoas desviam o olhar para disfarçar e falam um: ''Nada...'', deixando o Todoroki um pouco mais confuso, porém sua atenção volta na Kamari novamente.

Kamari: .. Mrrrp... mrrp... - encolheu seus braços novamente e esfregou um de seus olhos fechados com sua pata - Alguém poderia por gentileza me dizer que horas são? - a Mina olha a tela de seu celular para respondê-la.

Mina: 8:03.

Kamari: Mrrp.. excelente.

Sero: Que barulhinhos são esses? - não foi nem isso que surpreendeu o pessoal, foi quando a jovem resolveu sair de cima do sofá, e foi quando ela revelou que.. por acidente, ela também havia transformado suas pernas em patas de gato, além de sua cauda também, e ao perceber os inúmeros e surpresos olhares de seus amigos e a perspectiva estranha que tinha do lugar em si, ela ficou cheia de dúvidas.

Kamari: Que foi gente?

Mina, Uraraka e Kaminari: Ahhhhhh! Que fofinha!!! - falaram com bastante animação e andando um pouco para perto da garota, e a Mitsubuji só encara com muita confusão e estranheza aquela cena, e o bicolor opta por somente adquirir um pequeno rubor em seu rosto ao ver a situação da jovem.

Kamari: O que aconteceu? E.. quando foi a última vez que vocês ficaram tão alt... ah? - falou apontando pros seus amigos, mas ao perceber seus braços ela rapidamente se alertou - Ah... tá, mas.. é só isso?

Shoto: Kamari.. - ela olha para ele - É que.. as suas pernas estão... - a jovem fica bem confusa e olha suas pernas, que estavam um pouco visíveis por causa do short que ela tinha posto antes de dormir no dia anterior, e ao ver que as mesmas também se tornaram patas de gato, ficou bastante estupefata, visto que ela nunca havia treinado intensamente para esse tipo de coisa.

Kamari: Hmm... interessante. Tá, agora é só descobrir como eu consegui essa proeza. - se perguntou enquanto andava com um passo quase tão rápido quanto o do Snoopy, só que nesse meio tempo, os outros da sala iam chegando aonde estavam os outros companheiros e iam os cumprimentando, e por consequência.. todos conseguiram ver um cotoquinho de gente andando pelo espaço até que bem grande do salão, e vinham a questionar.

Izuku: P-pera aí.. Aquela lá é.. a K-Kamari? - falou confuso e apontando pra heterocromática.

Tsuyu: Parece que sim apesar do jeito que ela está, gero. - disse colocando um dedo em sua bochecha.

Mina: É ela mesma. - nesse momento a Hagakure se apoia no ombro da Mina e olha (aparentemente empolgada) para a meio-felina.

Hagakure: Ahh... ela tá muito fofa! Aliás... - no momento em que ia falar, a Yaoyorozu também muda o curso de sua fala.

Yaoyorozu: Você está menor do que antes não está? Com quanto de altura você está agora? - com essa pergunta, a heterocromática olha para ela e depois faz uma cara pensativa.

Kamari: Hm... - ela então olha pro bicolor - Vem aqui só um instantinho. - ele caminha em direção á ela com uma expressão um pouco confusa, e quando ele para seu andar, a jovem fica ao lado dele e olha um pouco para cima (Detalhe: com os 1,37 dela, ela fica mais ou menos perto do tórax do Shoto, e com esses 1,10 ela fica um pouco mais abaixo do abdômen dele) - Eu estou com 1,10 m nessa forma. - com essa revelação, todos os seus amigos ficaram muito estupefatos, menos.. uma pessoa... o Kazinho obviamente, só que pouco tempo depois o Mineta começa a falar.

Mineta: Finalmente... finalmente uma.. - sai correndo em direção á Kamari com um olhar muito... muito... muito, e babando quase igual a um buldogue com raiva - Finalmente uma a minha altura!! Isso é golpe baixo!! - no momento em que o ''uvinha'' estava a pouco mais de um metro da heterocromática, o Todoroki rapidamente o congela, deixando somente seu rosto pra fora da película de gelo.

Mina: Que protetor né.. - falou em volume reduzido e com um pouco de surpresa, e logo após, a heterocromática dá mais um passo em direção ao Mineta e o olha com uma cara bem furiosa, porém com um sorriso pequeno e sádico estampado em sua face e uma pequena veia em sua testa.

Kamari: ... Só pra você saber Mineta... o meu golpe vai ser mais baixo ainda se você voltar a fazer comentários como esse tá bom.. Que esteja avisado. - depois do alerta altamente sinistro, deixando o ''uvinha'' até tremendo mais um pouco, a jovem volta a sua forma original e estala um pouco os pulsos, porém, alguém abre a porta principal do dormitório, chamando a atenção de todos.

Aizawa: É o seguinte, lembram quando eu disse á vocês que teriam uma semana de adequação? - muitos acenaram com a cabeça ou responderam ''Sim senhor'' - Pois bem... - ele deu aquele sorrisinho que dá medo - Era uma brincadeira.. vamos retornar às aulas amanhã, além de iniciarmos um outro projeto que estamos preparando pra vocês... se preparem. Isso é tudo por enquanto. - finalizou fechando a porta e saindo do local, deixando muitos de lá com dúvidas.

Kaminari: Aff, nem estamos aqui a tanto tempo mas... (suspiro) eu desisti de não esperar surpresas como essas na U.A.

Jiro: Pois é, por essa eu nem esperava.

Bakugo: Tsk, o que eu ainda tô fazendo aqui vendo vocês? Aí ô diabético. - falou se referindo ao Sato - Quando você vai tomar uma decisão da sua vida?

Sato: Ah é mesmo, eu tenho que preparar o café da manhã. - falou andando para a cozinha aberta que havia perto do espaço da sala (eu amo esse design).

Kamari: Não não, deixa que eu faço, pode ficar tranquilo. - disse com tranquilidade e caminhando vagarosamente em direção ao Sato.

Sato: É sério, não precisa. - diz com um sorriso sem graça.

Kamari: Por favor, eu insisto. Eu sou apaixonada em cozinha, e eu realmente gostaria muito de cozinhar pra vocês de novo. - falou mais animadamente e com um sorriso um pouco mais amplo e um olhar mais carismático e brilhante, deixando o jovem cozinheiro completamente convencido, e então ele pega seu avental laranja-escuro e a entrega, deixando a jovem ainda mais feliz - Obrigada Sato. - agradeceu aprazivelmente para depois vestir o avental e entrar na cozinha, e logo em seguida, a galera da sala começou a se acomodar no ambiente, seja sentando-se nas mesas ou alguns no sofá, já o bicolor foi pro seu quarto para vestir uma roupa mais casual (casual, super casual, casualidade). Mas na verdade... a Mitsubuji tinha pedido isso ao Sato por.. necessidade de preencher algo vazio... mostrarei isso mais tarde...

Pensamentos de Kamari: ''Boa... aqui tem uma chapa, agora sim o meu plano está completo'' - ela então começa a pegar os ingredientes necessários, como farinha de trigo, açúcar, leite entre outros.

Mina: Mas fala aí Kamari, vai preparar o quê? - perguntou desde a mesa em que estava, meio que inclinando sua cadeira para ver a jovem.

Kamari: Hm.. vai ser uma surpresa.

Mina: Ah, tá bom então. - voltou ao seu lugar normal. Neste momento, o Shoto já havia voltado, e agora estava indo em direção á cozinha para ver o que a heterocromática estava cozinhando.

Shoto: Quer uma ajuda? - perguntou apoiando suas costas um pouco na entrada do balcão.

Kamari: Agradecida, mas não precisa. - disse enquanto terminava de preparar a massa e
praticamente lotar a chapa com porções dessa mesma massa meio espumosa (sim, eu vou deixar vocês na curiosidade também >:3) - Inclusive, eu gostaria de pedir pra você ir lá pra sala, é porque eu quero fazer uma surpresa pra todo mundo.

Shoto: Eu não tenho com quem conversar. - no momento dessa fala, a jovem pausa seu serviço por um segundo e observa o Todoroki com uma expressão um pouco surpresa, mas depois ela exibe um pequeno sorriso e continua a preparar outra etapa de sua receita.

Kamari: Tá bom, podemos conversar então. - o bicolor imediatamente se senta em um pequeno banco sem encosto na frente da bancada que separava a sala da cozinha, e apoia seus braços na mesma - Então... quer falar sobre o quê?

Shoto: Na verdade... eu queria te perguntar novamente sobre.. a possibilidade de você ir conhecer a minha mãe algum dia desses. - diz com um volume e um olhar relativamente baixos, deixando a heterocromática um pouco pasma pela situação dada, e quase imediatamente adquire um rubor médio em seu rosto, porém ela se concentra ao máximo pra não perder o foco no que estava fazendo.

Kamari: (engole seco) Bem.. claro que eu adoraria ir, mas.. quando mais ou menos? - disse num tom também mais baixo para ter a certeza de que ninguém mais os ouvisse.

Shoto: Depende dos compromissos que a gente vai ter, mas tirando isso tá tudo bem pra irmos.

Kamari: Talvez no fim.. melhor dizendo, em algum dos fins dos dias ou num fim de semana tá tudo bem?

Shoto: Claro, eu vou falar pra ela sobre isso.

Kamari: Hm? Mas como? Eu não sabia que ela tinha número de telefone.

Shoto: Na verdade ela não tem, eu.. estou mandando cartas pra ela lá no hospital basicamente todos os dias.. e... eu também tenho falado de você pra ela. - falou a última frase num tom ainda mais baixo e com o olhar desviado para um lado aleatório e um rubor em seu rosto, não muito diferente da Mitsubuji, quem alargou sua ruborização amplamente, porém... sua reação foi bem diferente (ela já estava montando os pratos, então ela podia parar de boa), a jovem andou até o Todoroki, se apoiou na bancada e deu um leve sorriso, para depois dirigir sua mão para a bochecha do bicolor, pois é.. nem eu esperava uma dessa, e quando a garota se deu conta do do que estava fazendo, ambos... sentiram o fogo queimar suas faces... mas a Kamari tentou manter a normalidade, então ela manteve seu olhar calmo e um pequeno sorriso, por mais que sentisse que talvez fosse desmaiar.

Kamari: Isso é muito bom Shoto, tenho orgulho de você. - recitou em uma voz serena, para depois soltar o rosto do Todoroki e voltar á montagem dos pratos, deixando o bicolor ali mesmo, com um rubor gigantesco na cara e um monte de perguntas rondando sua mente - Quantas cartas você já mandou até agora? - perguntou acordando o Todoroki de seus pensamentos.

Shoto: B-bem... eu não sei dizer ao certo, mas eu tento mandar mais de uma por dia.

Kamari: Uhum, isso é bom. Aliás, eu acho muito fofo da sua parte informá-la sobre mim. - no momento em que ela terminou essa frase, o heterocromático cobriu parte de se rosto com sua mão e desviou o olhar.

Pensamentos de Shoto: ''Eu não devia ter falado sobre isso agora...'' - só pra tentar disfarçar seu nervosismo, coisa a qual ele não é tão bom assim... ele volta a observar a jovem e muda sua expressão para uma neutra.

Shoto: .. Obrigado... e também, você é a única pessoa da sala que eu tenho muita afinidade, então ela quase sempre quer saber como você está. - a jovem se vira um pouco para olhá-lo e dá um sorriso agradecido.

Kamari: Espera só um instantinho sim? - sussurrou em tom baixo enquanto caminhava um pouco para fora da cozinha - Gente, café pronto. - anunciou num volume médio, e então todos foram até as mesas para tomarem café da manhã.

Kaminari: Caramba, foi bem rápido até. - comentou enquanto se sentava em sua cadeira, então logo em seguida, a Mitsubuji se apoia novamente no balcão na frente do bicolor, quem fica com outra expressão de surpresa.

Kamari: Na verdade.. pode me dar uma ajudinha pra servir os pratos?

Shoto: ... Posso, claro.

Kamari: Ok. - ela deu um curto beijo na bochecha do bicolor - Obrigada. - se virou pra pegar um prato em cada mão e mais dois no antebraço, para em seguida sair em direção á uma mesa. Ela estava com um rubor enorme no rosto, enorme mesmo.. gigante, se controlando o máximo possível pra não sair fumaça de sua cabeça.

Pensamentos de Kamari: ''Kamari sua estúpida.. por que diabos você fez aquilo caramba? É nisso que dá ficar colocando os conselhos do Toby em prática...'' - ela serviu a mesa e saiu para pegar outros pratos juntamente com o bicolor, o qual estava já pegando outros pratos, e detalhe.. ele também estava com um rubor estratosférico na cara.

Uraraka: (espasmo) Caramba, que prato bonito! - comentou animadamente enquanto olhava as panquecas de suflê com chantilly ao lado e alguns morangos.

Kaminari: Como você preparou isso tão rápido? - perguntou de outra mesa observando a heterocromática servir a terceira mesa.

Kamari: Foi como eu disse lá no acampamento, eu cozinhei por muitos e muitos anos, então eu
me habituei. - os dois heterocromáticos terminaram de servir as mesas, eles foram se sentar em suas respectivas mesas, a Kamari se sentou junto com a Mina, Uraraka, Tsuyu e Hagakure, e o bicolor se sentou junto com o Izuku, Kaminari, Kirishima e Sero.

Mina: Aí Kamari, esse prato realmente perece estar muito bom. - falou enquanto tinha leves devaneios, a heterocromática deu uma leve risada e todos começaram a comer, e em menos de DOIS segundos que o pessoal colocou o garfo na boca, basicamente todos começaram a ter devaneios também, com aura de florzinha e tudo, bem como o dia em que a Mitsubuji cozinhou pra turma durante o acampamento, só que a própria Kamari era a única com uma expressão normal, tirando o Bakugo porque.. né... é o Bakugo.

Kamari: Hm, não é que ficou bom mesmo? Fiz bem em botar fé nessa receita.

Kaminari: ... É uma das melhores coisas que eu já comi... - falou num tom calmo enquanto degustava a panqueca.

Uraraka: Não sei o que poderia ser melhor que isso hoje... - disse no mesmo tom. Perante a esses e outros comentários parecidos, a jovem diminuta não soube como reagir e só ficou com uma expressão sem graça e fechou levemente os olhos num sorriso simples.

  Quando todos terminaram de comer, agradeceram á Kamari e elogiaram-na mais algumas vezes, e logo a estudante iria recolher os pratos e os talheres para lavá-los, porém o Sato a interrompe.

Sato: Não não, pode deixar que eu lavo. - disse com um pequeno e sincero sorriso enquanto estendia levemente suas mãos para pegar os pratos.

Kamari: Não precisa, pode deixar que eu lavo.

Sato: Eu estou insistindo. Você já fez um café da manhã até que bem complicado pra sala toda, fica tranquila, deixa eu te ajudar um pouco. - o estudante pega os pratos e depois caminha em direção á cozinha, e a adolescente dá um curto sorriso.

Kamari: Obrigada Sato. - agradeceu com uma voz afável e foi conversar com suas amigas num lugar um pouco perto do sofá. Enquanto isso, o Shoto continuava em sua mesa com os mesmos companheiros que estavam lá, e ele estava mexendo em seu celular tranquilamente.

Sero: Ô Kirishima, o que era aquilo que a Mina me disse pra perguntar pra você?

Kirishima: Ah sim.. - o Eijiro sinaliza pro Sero segui-lo, e ambos se levantam da mesa, até que são interrompidos pelo Denki.

Kaminari: Ué, onde vocês vão?

Kirishima: ... Hm... - pensou segurando seu queixo com a mão - Na verdade, pode vir você também. - sinaliza com o mesmo gesto e, ele e o Sero caminham para fora dos dormitórios, e logo o Kaminari os segue também.

Kaminari: Certo, chamou a gente aqui por quê?

Kirishima: Pra explicar pra você e pro Sero o que a Mina me disse pra explicar. (respira fundo) Seguinte gente, melhor dizendo.. Sero, a Mina me disse pra te explicar o plano que a gente estava fazendo.

Sero: Plano? - pergunta ladeando sua cabeça.

Kirishima: Vou chegar lá agora. - o Eijiro se dirige a ambos - Eu e a Ashido estamos bolando alguns planos pra fazer que o Todoroki e a Kamari fiquem juntos e... - foi interrompido pelo loiro.

Kaminari: É o quê?! Por que não me chamou de uma vez no começo? Eu poderia ter ajudado.

Kirishima: Por que você acha que eu também te chamei agora? - respondeu com um sorriso confiante e cruzando um pouco os braços.

Sero: Ah tá... isso explicaria o porquê deles dois estarem dormindo lá no sofá hoje cedo, digo... na verdade eu não sei se isso foi planejado. - comentou colocando uma mão em seu queixo e abaixando um pouco a cabeça.

Kaminari: Hm.. verdade, eu tinha até esquecido. Mas... o que é esse tal de ''plano''?

Kirishima: Seguinte... dois já foram feitos. - sinalizou um ''dois'' com a mão - Um foi um 'empurrãozinho', e o outro foi convencer o Todoroki pra chamar a Kamari pro festival tradicional de antes do acampamento de verão, inclusive... eu até esqueci de perguntar pra Mina no que deu... pera aí só um instante. - sinalizou enquanto pegava seu celular e abria o contato da ''rosinha'' e mandava a seguinte mensagem:


Shark Tank (⌐■_■)
- Ô Mina, eu esqueci de perguntar o que foi que deu o encontro do Todoroki e da Kamari, você sabe o que aconteceu lá?


  Logo após a mensagem, a destinatária imediatamente sentiu seu celular vibrar, e o pegou para ver o que era, e ao ver que era uma nota do Kirishima e o dito assunto, ela se afastou um pouco do seu grupo de amigas e se pôs a respondê-lo.


Alien ._____.
- A partir de agora vou contar relatos do que a mesmíssima Kamari me disse
- Ela não deu muitos detalhes, porém, contudo, todavia... ela me falou o
seguinte...: eles comeram alguns mochis, ficaram vendo o pôr-do-sol, e que o
Todoroki tinha tentado beijar ela duas vezes :3


  Quando o Eijiro leu aquela mensagem, ele não acreditou mesmo no que ele estava lendo, e ficou extremamente surpreso.


Shark Tank (⌐■_■)
- É O QUÊ!??!?!?!
- SÉRIO ISSO!??!?

Alien ._____.
- Seríssimo. Ela mesma me disse quando nós fomos pra piscina naquele dia

Shark Tank (⌐■_■)
- Então como não foi??

Alien ._____.
- Ela disse que não tinha coragem pra aquilo e hesitou ;-;

Shark Tank (⌐■_■)
- ;-;-;-;-;-;-;-;-;
- Hm.. pena... teria sido mais dois planos em um.


  Após mandar sua resposta, o Kirishima mostra as mensagens aos outros dois, e ambos ficam boquiabertos com a notícia.

Kaminari: Mentira...

Kirishima: Verdade.

Kaminari: Uma pergunta.. como é que eles conseguem se tratar como amigos normais mesmo depois disso?

Kirishima: Não sei, mas o nosso objetivo é virar esse jogo. Então.. o que me dizem? - o Sero e o Denki acenaram com a cabeça, e a partir dali... eles começariam um novo plano.

  Ainda dentro do dormitório, a Kamari estava conversando um pouco com suas amigas, porém o assunto começou a dar aquela baixa, e nesse exato momento... a jovem lembrou de uma coisa que ela tinha que fazer, então ela saiu do grupinho lentamente e foi em direção ao bicolor, o qual já estava sozinho, mexendo no celular e ainda sentado naquela mesma mesa de antes.

Kamari: Ei. - falou num tom de voz quase sussurrando, ganhando a atenção do Todoroki, e então ela sinalizou com a mão para ele a seguir, e assim fez, ele guardou o aparelho eletrônico no bolso e se levantou para andar junto com a garota. Eles acabaram indo até o elevador, e a heterocromática apertou o botão para subir, e logo o botão do quinto andar, deixando o bicolor ainda mais confuso.

Shoto: O que a gente tá fazendo exatamente?

Kamari: Na verdade é uma novidade que eu queria que você soubesse. - com essa frase, o bicolor nada disse e só aceitou o seu destino, que no caso foi o quinto andar, só que quando eles chegaram lá, a heterocromática entrou dentro de seu quarto, e o Todoroki permaneceu no meio do corredor, até que a jovem o chama novamente, e sem muita escolha, ele caminhou vagarosamente até a frente da porta do cômodo, então a garota o puxa levemente pela mão e o deixa mais ou menos no meio do quarto, para então se dirigir ao canto onde há o seu piano e pega um papel um pouco amarelado para entregar ao heterocromático, quem ficou com uma expressão bem confusa.

Shoto: O que isso deveria ser?

Kamari: Uma partitura.

Shoto: Sim, mas... por quê? - nessa hora, a Mitsubuji mostrou um pouco mais de empolgação e se apoiou um pouco em seus calcanhares.

Kamari: Significa que eu aprendi a estudar partituras novamente. - responde com um tom um pouco mais baixo, porém mais calibrado de alegria, e essa resposta deixa o Todoroki um pouco surpreso.

Shoto: Isso.. quer dizer que...

Kamari: Sim... eu consigo tocar piano de novo. - após essa resposta, a heterocromática lentamente caminha até se sentar no banco relativamente longo em frente ao grande instrumento.

Shoto: Eu... - a Kamari o observa novamente - Eu posso...? - falou apontando pro assento, e a jovem dá um pequeno sorriso e acena com a cabeça, e então o bicolor anda até o banco e se senta á esquerda da Mitsubuji, quem começa a tocar...


Narra Shoto


  Poucos segundos depois de eu me sentar ao lado dela, ela põe suas mãos nas teclas do piano e começa a tocar.

  A música é extremamente bem estruturada, e a Kamari sabe exatamente onde ficava cada nota, ficando até mexendo suavemente suas orelhas a cada período ou tom que se passava, inclusive.. a música é muito calma, mas ao mesmo tempo tem uma certa essência misturada em sua composição, ''Agora eu acho que entendo o que ela quis dizer com 'instrumentos neutros' ''. Quando ela terminou de tocar, ela retirou suas mãos das teclas, e então se apoiou no meu ombro e deu um suspiro de calma.

Kamari: Faz muito tempo que eu não tocava... - falou mansamente enquanto passava sua mão direita suavemente pelo marfim das teclas - Eu vou confessar que.. eu tinha um certo pressentimento de que dos meus pais pras gerações passadas.. talvez eles ficariam um pouco bravos comigo por causa que eu não tocava... (pequena risada) Parece ridículo, mas... eu não penso mais assim... - ela se afastou um pouco do meu ombro e olha para mim diretamente - ... porque agora.. eu tenho você pra me ouvir. - disse com um sorriso ainda mais sereno e com um olhar cativante e brilhante, me deixando fascinado com aquela visão tão... bela... Então eu dei um pequeno sorriso e levantei levemente a minha mão até pô-la na lateral do rosto dela, e acariciar suavemente a bochecha dela com meu polegar, fazendo com que tanto ela quanto eu adquiríssemos um rubor um tanto aparente, porém.. um barulho interrompe nossa troca de olhares, um som vindo... da cama dela?

Toby: ... Quack. - soou enquanto colocava seu bico um pouco pra fora do cobertor da Kamari, visto que a coberta havia estado um pouco volumosa e o pássaro estivesse praticamente todo embaixo dela.

Shoto: Ah..? Você trouxe ele pra cá. - falei olhando como o animal colocava sua cabeça para fora da borda da manta.

Kamari: Claro, o professor me autorizou a trazê-lo aqui. Eu não ia deixá-lo sozinho em casa. - depois dessa fala, ela então se levanta do banco e caminha até sua cama, aonde se senta e pega o pato por debaixo da coberta, ficando com o animal em seus braços, e eu só olho aquela cena com um sorriso calmo, até que a ave fica com os pés apoiados no antebraço dela e depois ele apoia sua cabeça no torso dela - (pequena risada) Poxa, ele tá com bastante saudade da gente. - após alguns segundos ela me mira novamente, e sinaliza para que eu me sente junto á ela também, e eu o faço, e imediatamente o Toby se apressa para subir no ombro da Kamari e depois subir em cima da minha cabeça, ela só dava umas risadas devido a situação.

Shoto: Por que será que ele gosta tanto de subir na minha cabeça?

Kamari: O seu cabelo é macio, deve ser isso. E também... eu percebi que o Toby gosta de lugares altos. - ''Deu pra ver..'' - E você é o sexto mais alto dessa família. - ''Espera... f-família...?''. Quando ela falou aquilo, por algum motivo, o rubor que eu tinha no meu rosto aumentou de tamanho, uma sensação diferente me percorreu por inteiro, mas pra falar a verdade.. era basicamente o que eu já sentia por ela, mas parecia que... tinha algo a ver com o sonho que eu tive, ou até com o que ela me disse que sonhou... eu não sei...

Shoto: .. Família...?

Kamari: Uhum. É que já que agora eu estou morando com você e com o povo da sala, eu estou considerando vocês como família pelo modo que vocês me acolhem e conversam comigo, inclusive.. eu lembrei que a minha mãe tinha até um jeito de representar isso. - falou com um sorriso nostálgico e o olhar levemente baixo.

Shoto: Como assim?

Kamari: É que quando ela dizia 'família' na forma semântica... ela fazia isso.. - ela vira seu torso um pouco na minha direção e levanta levemente as mãos, juntando-as, dobrando seus polegares e unindo seus outros dedos verticalmente - Eu até lembro que ela também falava..: ''Isto é família. Ninguém se separa... - simbolizou isso separando seu dedo mínimo dos outros - ... e ninguém vai embora... - representou dobrando o mesmo dedo que havia separado - ... todos.. ficam.. juntos...'' - finalizou voltando-se á sua posição normal e voltando o dedo mínimo para sua colocação de antes enquanto olhava para suas próprias mãos de forma meio melancólica. Eu sabia exatamente o porquê daquela reação, e portanto.. eu também sabia como livrá-la daquilo, então eu calmamente seguro a mão esquerda dela e a entrelaço com a minha, ganhando o olhar dela, que por sinal, já estava com os olhos meio úmidos, mas eu só a observo com serenidade e um pequeno sorriso indicando um.. ''Tá tudo bem'', como eu já estava mais habituado com a linguagem corporal dela, eu percebia quase imediatamente como lidar ou participar junto com ela, e pelo visto ela percebeu isso, já que ela me voltou seu olhar manso e apoiou sua testa no meu ombro - (pequena risada) Fala sério.. como você me conhece tão bem assim?

Shoto: Não sei, só conheço.

Kamari: Mas seja como for... - antes de completar a frase, ela dá um leve abraço na minha lateral com sua mão livre - ... I'll keep loving you... - disse em uma voz um pouco mais baixa e rasa, confesso que demorou um pouco pra eu entender o que ela estava dizendo por causa do volume da voz dela, mas quando eu percebi o que aquilo significava, a vermelhidão que eu já tinha no rosto ficou levemente maior, assim como o sorriso que eu esbocei antes.

Shoto: ... Me too. - falei numa voz relativamente mais grave e com um volume menor, e eu só pude fortificar o agarre em minha mão direita. ''Sinceramente.. agora eu não sei se o 'amor' que ela está falando é um amor familiar ou se é outro tipo, mas... eu sei qual é o tipo que eu sinto...''.
Alguns longos segundos se passaram enquanto nós estávamos naquele terno momento, eu realmente não queria terminar aquilo, o ambiente em volta tinha se tornado tão.. calmo, que eu não queria que fosse rompido, mas... eventualmente isso teria que acontecer.

Kamari: Uma pergunta, sabe que horas são? - perguntou sem sair de sua posição, então eu peguei o meu celular do bolso e conferi.

Shoto: São 11:27.

Kamari: Ah, excelente. - disse num tom um pouco mais alto e levantando sua cabeça de meu ombro - Preciso ir comprar algumas coisas pra fazer o almoço de hoje.

Shoto: Você está disposta pra isso também?

Kamari: Está falando com a pessoa que precisa de no máximo quatro horas por dia pra dormir e acordar estralada, inclusive.. como a gente dormiu demais eu acho que eu vou virar a noite por uns dois dias. - disse com um sorriso sem graça e passando sua mão atrás de sua nuca, eu só dou uma pequena risada e viro o meu rosto um pouco pra frente.

Shoto: Tudo bem então. Quer que eu vá com você? - ela não fala, mas acena levemente com a cabeça - Certo. - nós nos levantamos da cama e eu peguei o Toby para o deixar em cima do cobertor.

Toby: Quack.. quack?

Kamari: Desculpa, mas não podemos te levar. - disse num tom calmo e fazendo carinho na cabeça do animal, o qual ficou com uma leve carinha de sono e ficou parado com os olhos fechados, então a Kamari separou lentamente sua mão da ave - Pronto, consegui fazê-lo dormir, vamos. - sussurrou num tom extremamente baixo e andou cuidadosamente para fora do quarto, e eu a segui, para então entrarmos no elevador e nos dirigirmos á sala principal. Até o terceiro andar eu estava em silêncio, mas depois disso eu resolvi falar novamente.

Shoto: Você tem certeza que quer cozinhar de novo? É que é o Sato que sempre faz isso então...

Kamari: Não é incômodo nenhum, e nunca vai ser, aliás.. cozinhar pra vocês é uma honra pra mim. Você não faz ideia do quão bom é ter pessoas elogiando o que você fez. - eu apenas a observei e dei um pequeno sorriso. Quando chegamos no andar previsto, andamos uns passos á frente, e não demorou pra alguns olhares se direcionarem a nós.

Mina: Aí, onde vocês estavam? - perguntou andando até ficar de frente pra Kamari.

Kamari: No quinto andar. - depois dessa resposta, a Ashido ficou com uma expressão mais investigativa e com os olhos entrecerrados.

Mina: ... Fazendo o quê?...

Kamari: Ele eu não sei, mas eu estava musicando. - falou numa tentativa de fazer uma piada, e então eu a olhei curtamente e aumentei um pouco o mínimo sorriso que eu tinha.

Mina: ... Uhum... sei.. Mas enfim, onde vocês vão? - perguntou novamente enquanto voltava a andar ao nosso lado.

Kamari: Vamos comprar algumas coisas pra fazer o almoço.

Sato: Ah? Você não precisa cozinhar de novo, tá tudo bem, deixa que eu... - foi interrompido por ela, quem se virou em sua direção e começou a andar de ré.

Kamari: Relaxa Sato, pode deixar comigo. - falou levantando o polegar, e então voltou a andar em sua direção normal e eu abro a porta e deixo espaço para ela sair, porém, ela apoia metade de seu corpo no canto da porta e olha para todos da sala novamente - E se alguma forma de vida presente nesta sala duvidar eu faço a sobremesa na hora da janta também. - disse num tom um pouco mais alto e divertido, fazendo até que alguns do salão deem uma leve risada, e então nós saímos de lá e começamos a caminhar até a salinha ao lado do dormitório pra pedir autorização ao professor, eu bati à porta e poucos segundos depois o professor abre a porta com uma cara...

Aizawa: ... O que querem? - perguntou numa voz cansada e um pouco rouca.

Kamari: Só pedir autorização pra ir comprar algumas coisas pra fazer o almoço.

Aizawa: (bocejo)... Façam o que quiserem, contanto que não vão tão longe. - disse na mesma voz e se virou para fechar a porta novamente.

Kamari: Obrigada. Vamos lá. - se virou para voltar a andar pelo caminho de tijolos de pedra no chão, e eu segui seu passo. Um silêncio calmo tomava conta do lugar, somente se ouvia os escassos cantos dos pássaros e as folhas das árvores se movendo com o vento, eu me sentiria muito mal se eu quebrasse aquela quietude, mas se eu não falasse o que eu ia falar eu provavelmente iria esquecer do que eu queria dizer, então eu tive que romper o sossego.

Shoto: Kamari. - ela olhou levemente para mim.

Kamari: Diga.

Shoto: Como você conseguiu fazer o Toby dormir tão rápido? - na verdade não era isso o que eu queria dizer de fato, foi só um quebra-gelo pra eu perder o nervosismo de perguntar o que eu realmente queria perguntar.

Kamari: Ah sim, isso. - voltou seu olhar para frente - Eu aumentei um pouco a temperatura do meu sangue e acelerei só um pouquinho a velocidade dele, e eu sei bem que os animais em geral têm um certo apreço por coisas que os aquecem, por isso ele dormiu. - após essa fala, eu concordei com um fonema e voltei a minha vista para frente.

Shoto: Mais uma pergunta... o fato de você considerar todo mundo como sua família... me faz um irmão seu?

Kamari: (pequena risada) Na verdade, eu ainda não estou usando esse contexto de ramos familiares, embora eu considere a Mina como se fosse a minha irmã.

Shoto: Por quê?

Kamari: Ela é o meu completo oposto, simplesmente não tem como uma pessoa ser mais o meu oposto do que ela. - disse numa voz mais animada e gesticulando levemente com as mãos, me fazendo até sorrir um pouco mais por causa de sua ação terna, então eu mirei para frente novamente e olhei um pouco mais para baixo.

Shoto e Kamari: ... Falando nisso... - dissemos ao mesmo tempo, fazendo com que nós nos olhássemos e adquiríssemos um rubor bem aparente no rosto, para depois desviarmos os olhares para um lado aleatório - ... Pode falar prim... - ficamos em silêncio por alguns segundos, mas depois eu olho para ela novamente e sinalizo para ela falar primeiro.

Kamari: Obrigada.. Mas bem, eu ia perguntar pra você... ... como é ter irmãos? - depois dessa pergunta eu fiquei levemente surpreso, eu não sabia que ela queria saber de algo tão profundo que ela nunca teve... pensando bem.. agora que eu expressei em um tom mais audível eu vi mais sentido na dúvida dela.

Shoto: Bom... no geral, é ter mais alguém com quem compartilhar outras coisas em casa, mas como eu tenho dois irmãos mais velhos do que eu, eles costumam ser muito mais interativos do que se fossem mais novos que eu. A Fuyumi está constantemente me perguntando por telefone se eu estou bem ou algo assim, e o Natsuo vive fazendo brincadeiras comigo, por mais que eu não me expresse muito na maioria das vezes. - quando eu coloquei o meu olhar na Kamari novamente, ela estava com um olhar mais baixo e com uma expressão um pouco mais triste, o que me alerta um pouco - Kamari, tá tudo bem? - perguntei em tom preocupado enquanto levantava levemente a minha mão em direção a ela, porém ela somente segura suavemente o meu punho.

Kamari: Sim, eu estou bem. É que.. eu só estava pensando em como seria se eu tivesse um irmão ou irmã... seria legal... Você tem muita sorte. - ela falou a última frase virando o olhar novamente para mim e me mirando pacificamente, eu só dei um pequeno sorriso e segurei a mão dela um pouco mais forte - Mas bem.. o que você queria me dizer antes?

Shoto: Ah sim. - peguei o meu celular do bolso e abri o contato da Fuyumi, para depois mostrar a tela com a mensagem para a Kamari - Era isso. - na mensagem estava escrito o seguinte:


Fuyumi
- Por que você não chama a Kamari pra vir jantar com a gente algum dia??
*₁₁.₁₃ am*

Você
- Na teoria das questões formais não seria você quem devia convidá-la?

Fuyumi
- A questão pra isso é que eu estou cá.. e você está lá.

Você
- Ah tá.

Fuyumi
- De qualquer forma.. veja com ela se vocês podem vir ok.

Você
- Tá bem.


  Quando ela leu as mensagens, a expressão dela ficou levemente surpresa ou também comovida, e então ela virou seu olhar para mim novamente, com um brilho enorme nos olhos.

Kamari: Sério? - perguntou com um tom relativamente baixo e um pouco fino, e eu só aceno com a cabeça, e quase imediatamente ela expande seu sorriso e me abraça levemente forte pela lateral, me fazendo para o meu andar - Sim, eu quero. Pode falar pra ela que depois de a gente ver o projeto do professor a gente vê quando dá pra ir. - disse ainda mais animadamente e se separando de mim para continuar a andar pela calçada.

Shoto: (pequena risada) Tudo bem.

  Depois de um tempinho, nós estávamos basicamente entrando no mercado mais próximo que tinha da U.A, e então a Kamari começou a pensar no que iria precisar, e logo mais andou em direção a uma pequena pilha de cestas e pegou uma, para em seguida entrar num corredor de temperos, eu segui seu passo.

Kamari: Hm... daqui eu preciso de.. alecrim e de pimenta do reino, mas tem um problema..

Shoto: Qual?

Kamari: Eu não alcanço a quinta prateleira. - disse num tom mais baixo e decepcionado enquanto olhava para a estimada prateleira, então eu peguei os ditos temperos e os dei a ela, e os colocou dentro da cesta - Muito obrigada. - agradeceu e continuou a andar procurando outro corredor - Essas estantes são grandes e altas desse jeito só pra fazer bulling comigo.

Shoto: (pequena risada) Deve ser um pouco difícil, mas se você precisar eu te ajudo. - depois do meu comentário, ela me olha curtamente e alarga um pouco o seu sorriso calmo, e depois prosseguiu seu caminho para uma área que tinha alguns freezers. Uma coisa que eu achei engraçado foi que ela parecia que precisava subir na barra de ferro que tinha no chão á frente do freezer, realmente fazendo-a parecer uma criança, mas... não julgo - O que você está procurando?

Kamari: Um.

Shoto: Um?

Kamari: Salmãum. - 'badum tsss' - Pff... desculpa Shoto, durma com essa, meus pêsames. - disse numa voz mais animada e dando pequenas risadas. Eu confesso que eu estava me segurando pra não rir, eu sempre tento me manter sério, mas naquela hora eu tive que me esforçar muito - Aqui, achei. - ela puxa a maçaneta que vai de ponta a ponta vertical da porta, e pega o peixe de tamanho médio com um pouco de esforço, mas ela consegue e o mantém nas mãos enquanto andava procurando uma caixa de isopor, que era normalmente distribuída por lá para manter o peixe em qualidade de transporte favorável. Então eu fechei o refrigerador e a acompanhei até ela achar uma do tamanho ideal ao lado do congelador - Pron.. tinho. - falou colocando o peixe dentro da caixa e o fechando lá - Agora vejamos... o salmão... os temperos... alho-poró tem lá.. arroz também.. shoyo.. só falta wasabi. - dito isso, eu peguei a caixa de isopor e a segui até um corredor relativamente próximo dali, e então ela percorreu um pouco do espaço procurando pela pimenta em questão, e logo ela acha um pequeno disco de metal com o wasabi e o coloca na cesta - (suspiro) O meu dia não poderia ter ficado melhor.

Shoto: Por quê?

Kamari: Eu alcanço a prateleira. - depois desse comentário eu dei uma pequena risada e um curto rubor apareceu em meu rosto. Após o momento passado, nós nos dirigimos ao caixa praticamente na frente do corredor em que estávamos, só tinham três pessoas na fila, então foi bem rápido, só que quando chegou a nossa vez de passar os itens, ela insistiu um pouco pra pagar a conta, mas eu fui mais ágil e coloquei as moedas no balcão antes, fazendo-a me olhar com uma cara parecida com a de uma criança de desenho animado quando fica com raiva, o olhar um pouco entrecerrado e as bochechas um pouco infladas, então nós saímos do estabelecimento e levamos os materiais pequenos numa sacola de papel, e eu levei a caixa de isopor.

  Desde quando saímos do mercado até mais ou menos o meio do caminho do morro que dava acesso ao terreno da escola, o silêncio tomava conta do lugar, mas era óbvio que uma hora ele seria interrompido, assim como todos os outros.

Kamari: Hmp.. você nem cogitou a possibilidade de um par ou ímpar. - falou num tom meio frustrado e com a mesma feição de antes, além de estar com os braços um pouco cruzados.

Shoto: (pequena risada) Por que você queria tanto pagar?

Kamari: Simples.. quem tem a ideia tem prejuízos a se pagar.

Shoto: Mas quem coabita a noção racha a conta.

Kamari: Droga... essa foi boa. - disse num tom um pouco mais frustrado e estalando os dedos - Mas da próxima vez eu pago. - eu encarei aquela situação com um pequeno sorriso compreensivo e um olhar calmo. Mais alguns metros pra frente, a Kamari volta a falar.. - Percebi uma coisa engraçada.

Shoto: O quê?

Kamari: Enquanto você dá um passo eu tenho que dar dois pra te acompanhar. - depois dessa informação eu olhei para baixo e, realmente era verdade, a cada passo que eu dava custavam dois dela, mas esse fenômeno me fez lembrar de uma coisa que eu queria perguntar pra ela.

Shoto: Eu quase esqueço, como você conseguiu transformar suas pernas em patas de gato hoje cedo?

Kamari: Olha.. sabe que eu também não sei como..? Eu só estou criando teorias, mas não tenho nada concreto.

Shoto: E o que você concluiu até agora?

Kamari: Acho que tem a ver sobre o modo como DNA do gato se comporta, ou seja, ele só faz dormir, e então... ele pode ter se manifestado mais um pouco já que o normal dele é assim e que eu não estou acostumada a dormir por tanto tempo.

Shoto: Então... a maneira como o seu DNA age pode ser uma contribuição pro desenvolvimento da sua individualidade?

Kamari: Aparentemente sim, mas o estranho é que eu já conseguia transformar as minhas pernas em patas de animais antes, na verdade eram insetos, mas eu conseguia.

Shoto: Quais insetos?

Kamari: Olha... de maneira como a que eu me transformei hoje, eu me transformei da cintura pra baixo com.. a formiga, a centopeia, e... eu poderia citar a aranha também mas... eu não considero como a forma mais adequada pra ela.

Shoto: Por quê?

Kamari: O abdômen das aranhas são muito grandes, e acaba que eu não tenho muita afinidade com isso, ainda que as patas não ficam lá em suas posições mais adequadas pra andar, mas.. eu até que consigo usar.

Shoto: Será que... tem algo a ver com as classes de animais mais complexos ou mais simples?

Kamari: Hm, boa teoria, mas... agora é só descobrir na prática. Eba.. mais um treinamento pra passar o tempo. - ela falou a última frase numa voz de quase sussurro e de maneira animada, quando eu percebo isso, eu volto o meu olhar para ela e dou um curto sorriso e logo olho para frente novamente. Depois de um tempo, nós já estávamos quase chegando nos dormitórios, praticamente a alguns metros do prédio, e pra mim parecia que ia ser só mais um almoço normal, enquanto a Kamari cozinhava eu iria conversar com ela, todo mundo iria comer e fim, mas.. tiveram duas coisas que mudaram totalmente essa percepção, a primeira foi... - Shoto..

Shoto: Hm? - quando eu virei o meu olhar para ela novamente, ela se apoia em sua cauda, mantém uma mão em meu ombro e.. da um beijo na minha bochecha, mas... outra coisa era que sua outra mão estava segurando lado esquerdo do meu rosto. Sei que isso pode parecer um pouco simples demais pra eu reagir daquela forma, mas eu fiquei extremamente ruborizado, mas eu também não sabia o porquê, já que provavelmente eu já deveria ter me acostumado com isso, só que parecia que era a primeira vez que ela fazia aquilo pelo modo como eu reagia, ''Eu sinceramente não me entendo...''. Quando ela se separa um pouco do meu rosto, ela não se afasta totalmente e permanece com sua mão no meu rosto.

Kamari: ... Obrigada por vir comigo.. - diz com uma voz de volume bem baixo e logo em seguida foi se afastando vagarosamente até chegar no chão, para depois voltar a andar em direção ao dormitório, ao contrário de mim, que continuei parado lá com um rubor imenso no rosto e um olhar surpreso, ''Por.. por quê...? Por que e como.. você me.... Por que eu estou assim...?''


Narrador onisciente


  A jovem prosseguiu seu andar até a porta do dormitório, só que quando ela ia abri-la, percebeu que o bicolor não estava a acompanhando, e então ela andou até ele e segurou seu antebraço para assim.. caminhar até o portal e abri-lo.

Kamari: Chegamos. - anunciou e fechou a porta atrás de si.

Kaminari: Uou, e essa caixa aí?

Kamari: É salmão, resolvi fazer algo diferente. - se encaminhou para a cozinha junto ao heterocromático e deixou as coisas em cima da bancada - Por gentileza, pode deixar a caixa aqui mesmo por favor. - o Todoroki acenou com a cabeça e colocou o cubo de isopor sobre a mesa de pedra ao lado da pia - Agradecida. - o jovem sai da cozinha e se senta no banquinho que fica em frente á bancada de entrada, porém ele fica com os braços apoiados lá e com o olhar um pouco desviado, talvez por causa do rubor gigantesco que ainda tinha e da situação motivadora da dita vermelhidão.

Kirishima: Na verdade.. - falou desde o meio da sala, chamando a atenção de seus amigos - Eu fiquei muito curioso em saber como você cozinha tão rápido. - andou até a bancada e se apoiou na mesma - Se você não se importar, eu posso te ver cozinhar? - a heterocromática olha para Eijiro com uma leve expressão de surpresa, mas que logo é substituída por um pequeno sorriso empolgado e um olhar brilhante.

Kamari: Claro, eu não me importo. - o Kirishima então se senta no banco pequeno em frente á bancada e ao lado do bicolor, quem vira o rosto um pouco pro lado com o intuito de não revelar seu rubor.

Pensamentos de Kirishima: ''Aha... tentativa falha.. eu já percebi faz um tempo''

  Depois de um tempinho, outras pessoas também se aproximaram da cozinha para ver o processo todo, e conforme a Mitsubuji ia cozinhando, o povo ficava ainda mais maravilhado com a rapidez e praticidade que ela mostrava enquanto preparava tudo o que precisava, e lógico.. a jovem ficou muito emocionada com o que vivenciava.

Uraraka: Ué, se você só vai usar metade do salmão agora.. o que você vai fazer com a outra metade? - (no caso.. ela ia usar metade do peixe pra fazer aquele prato japonês que são tiras de salmão cru, que nessa ocasião vão ser temperadas e sem a pele, acompanhadas com arroz, as ovas, cebolinha e wasabi).

Kamari: Eu escolhi assim por que eu já tenho uma noção do que eu vou fazer na janta, então.. eu já tenho meus planos. - disse enquanto separava a dita metade do salmão e cortava a cabeça e a cauda do animal, para depois tirar as escamas com uma faca.

Mina: Isso é uma baita de uma preparação.

  Um tempo considerável depois, todos já haviam almoçado e estavam á toa fazendo sei lá o quê, uns foram pros seus quartos, mas a maioria ficou na sala pra conversar, como no caso da Kamari, quem estava sentada no sofá junto com sua '''irmã''' e o heterocromático, e os três ficaram vendo vídeos de patos ou de gatos (entretenimento de qualidade), até que a Mitsubuji se dá conta do horário e se alerta um pouco.

Kamari: Caramba, quase 13:30, hora de treinar longo alcance. - disse enquanto guardava seu celular no bolso e se levantava do assento.

Mina: Oxi, á essa hora?

Kamari: Eu tenho uns horários de treinos muito específicos. ... Uma perguntinha... vocês podem vir comigo por favor? - perguntou num tom baixo e inocente enquanto olhava pros dois de forma insistente.

Mina: Tá bem. - afirmou e saiu da poltrona, assim como o bicolor, e o trio saiu do dormitório e se dirigiram á um campo pouco arborizado mais ao norte do prédio - Você treina aqui todos os dias?

Kamari: Sim.

Mina: Vidinha boa hein. - disse num tom brincalhão e cruzando um pouco os braços enquanto observava o lugar.

Kamari: ... Olha... - disse num tom um pouco mais baixo e um olhar um pouco profundo,
chamando a atenção de ambos - Eu.. tenho algo a contar pra você Mina.

Mina: O que foi? Tá tudo bem? - disse com uma expressão um pouco mais preocupada e se aproximando um pouco da heterocromática, então a mesma se senta na grama esverdeada, seguinte dos outros dois elementos, que se sentam próximos á jovem.

Kamari: Eu.. vou te contar a verdade. - essa afirmação deixou a Ashido com uma cara de dúvida e o bicolor com uma expressão preocupada e surpresa, e então ele põe levemente sua mão sobre a da Mitsubuji e a olha diretamente.

Shoto: Tem certeza disso? - perguntou em tom baixo, e a adolescente diminuta só o observou com calma e destreza e acenou com a cabeça, mas também segurando a mão do Todoroki um pouco mais forte.

Kamari: Mina.. eu nunca falo sobre mim pra vocês porque... a minha história... - a partir desse ponto, ela conta basicamente tudo o que contou ao bicolor quando desabafou com ele. Com certeza os relatos que foram ditos chocaram bastante a ''roseada'', tanto que da parte da morte dos pais da heterocromática até o final, ela não tirou a expressão de impacto de seu rosto, e desta vez.. a Kamari até que havia se contido bem para não chorar, mas chegou um ponto em que ela não suportou e deixou uma fileira de lágrimas sair de seu olho direito, mas o que impedia o aumento desse número era justamente o fato de que ela estava de mão dada com o Shoto, pois ele sempre deixa a jovem mais segura, querendo ou não.. - (suspiro)... É isso. E me desculpe ter que te contar isso só agora mas... é que eu tenho que te dizer mais uma coisa. - a Ashido nada disse, somente aguardou a fala da estudante - .. Como eu estou morando com todos vocês agora, eu os considero como família, embora eu não esteja usando o esquema de ramos familiares mas... - a heterocromática olha para a Mina com um pequeno sorriso e um olhar calmos - ... eu te considero como uma irmã. - esse comentário sem sombra de dúvida deixou a ''rosinha'' totalmente surpresa e comovida, tanto que ela abriu um pouco mais seu olhar e quase solta um espasmo.

Mina: ... Mas.. eu... por quê..?

Kamari: Você é o meu completo oposto, me apoia em basicamente tudo e gosta de brincar comigo falando outros idiomas apesar de você aparentemente não saber muito sobre os que eu sei, pra mim.. essa é a minha definição de irmã. - disse enquanto secava sua lágrima com sua mão livre e expandia um pouco mais o seu sorriso, até ''sorrindo com os olhos''. A Ashido, sem ter o que dizer, só expressa um sorriso simples, grato e alegre, e deixa que uma lágrima se forme no canto de seus olhos, porém essas não escorrem, e a adolescente se locomove um pouco para frente e abraça a Mitsubuji com bastante leveza, e ao perceber o que aquilo significava.. o bicolor solta lentamente a mão da jovem, quem faz uma expressão superficial de dúvida, e ele somente acena com a cabeça, fazendo com que a ''morfológica'' dê um pequeno sorriso e retribua o abraço.

Mina: .. Pode contar comigo... - ela se afasta da heterocromática - ... maninha.. - ela fala essa última palavra expandindo seu sorriso para um um pouco mais aberto e expressivo, também ''sorrindo com os olhos''. Uns segundos depois, a Döbutai seca sua única fileira de lágrimas e o trio se levanta da grama e começam a caminhar para uma área um pouco mais aberta ao norte de onde estavam - Mas espera aí.. você só contou a sua história pra nós dois?

Kamari: Sim, mas.. foi mais por razões de afetividade mesmo.

Mina: Tudo bem, sem problemas. ... Estou comovida.

Kamari: (pequena risada) Se nota.

Mina: Eu juro que eu nunca pensei que você tivesse um passado desses, ou que seria sentimental assim.

Kamari: Normal, até eu mesma desconfiava que eu poderia ser assim.

Mina: Agora só falta o... ô Todoroki, você é assim também? - o jovem só a olha um pouco dissimuladamente para a Ashido.

Kamari: (pequena risada) Não não, ele não é tanto assim não. É o mesmo bloquinho de gelo de sempre. - depois dessa breve brincadeira, o bicolor visa a Mitsubuji mais calmamente e dá um pequeno sorriso, adquirindo um mínimo rubor em seu rosto.

Shoto: Hmp.. talvez. - diz com uma voz relativamente baixa e um pouco grave.

-..........


  Num intervalo de duas ou três horas depois, eles treinaram quase em conjunto, e eu digo 'quase' porque na verdade quem ia treinar de fato era a Kamari, o Shoto e a Mina auxiliaram ela em algumas partes, como por exemplo na parte em que o ''meio a meio'' criou um pilar de gelo para que a heterocromática subisse e usasse a cauda de baleia-azul para tomar mais impulso ainda para cima, bem como ela fez no festival esportivo (só uma ressalva, a Mina quase morre de ataque cardíaco quando a Kamari mira a cauda pro chão), mas depois do uso da cola da baleia, ela iria recolhê-la e liberar asas de pássaros aleatórios para treinar uma possibilidade de voo, foram umas dez vezes que ela treinou isso, mas no fim ela só conseguiu ''voar'' por mais de quatro segundos e depois caiu. O treinamento terminou com a heterocromática sentada em cima de uma árvore e seus dois companheiros sentados em sua cauda de baleia, (só um disclaimer: ela meio que subiu na árvore e usou o rabo do animal como uma espécie de elevador pros dois) e estavam todos desfrutando do vento fresco e levemente forte do lugar, além de apreciar a vista da copa das outras árvores se movimentando muito cuidadosamente.

Mina: (suspiro de alívio) Ufa, treinozinho puxado esse que você tem. E você treinava assim todos os dias, várias vezes por dia e por vários anos? - perguntou num tom de surpresa.

Kamari: Na verdade, eu costumo treinar ainda mais tempo do que isso, e se você acha que isso é muita coisa, nem queira ver o que eu tive que fazer no meu estágio.

Mina: Caramba... parabéns pelo esforço. Aliás, que horas são agora?

Kamari: 16:27.

Mina: Ah, ótimo, então já podemos.. - falou enquanto esticava seus braços e sua coluna, mas ela mesma se interrompe - Espera.. como você sabe as horas mesmo não olhando nenhum relógio?

Shoto: Ela estudou relógios de sol e algumas coisas relacionadas a crepúsculos.

Mina: Sério?!

Kamari: Sim.

Mina: Esses anos todos?!

Kamari: Sim.

Mina: Caramba... não é á toa que você vai tão bem nas provas, você estuda pra caramba até o que não cai. - disse num tom animado e dando leves risadas, e a outra jovem alargou um pouco o seu sorriso.

Kamari: Pois bem.. podemos voltar agora. - falou abaixando suavemente sua cauda até chegar ao chão, e então a Ashido e o Todoroki descem de lá, e em seguida, a jovem recolhe sua cauda para voltá-la ao normal e fica de pé em cima do galho onde estava sentada.

Pensamentos de Kamari: ''(suspiro) Só mais uma vez...'' - ela libera suas asas de coruja de suas costas e salta da árvore para tentar voar pelo menos um pouco, mas quando ela alça suas penas e tenta as mover de cima para baixo para ter impulso, ela só consegue equilibrar dois desses impulsos e depois cai no chão enrolada pelas próprias asas.

Kamari: (suspiro) Não foi.. - disse em um tom meio frustrado enquanto se levantava e recolhia suas asas, e os outros dois elementos caminharam em direção á ela.

Shoto: Pelo menos você conseguiu controlar um pouco.

Mina: É mesmo, mais um pouco de treino e você consegue. - disseram na tentativa de animar a jovem, e eles alcançam seus objetivos no momento em que a heterocromática os observa e dá um curto sorriso, e em seguida voltam a andar em direção ao dormitório.

  Passadas algumas horas, já estava quase de noite, e esse era o momento de triunfo pra
Mitsubuji.. por quê? Porque ela iria fazer o jantar COM a sobremesa ainda, isso pode parecer algo bem ignorável, mas se vocês soubessem o que se passa na cabeça da jovem quando ela vai cozinhar... eu nem sei o que aconteceria. Mas ditos os combinados que ela havia feito com a turma, se pôs a se dirigir á cozinha e colocar seu avental, para assim começar a cozinhar. A primeira coisa que ela fez foi lavar as folhas e vegetais que precisava tanto pra montar os pratos quanto para a própria receita, e então deixa-os de molho em um pouco de água com uma pitada de sal, para logo em seguida aproveitar o tempo que as folhas demoram pra ficarem ideais e prepara a sobremesa, sim.. já, pois já que era um doce simples (mousse de chocolate meio amargo) e que leva um pouco mais de tempo na geladeira, ela faz o que tem que fazer e já coloca as tacinhas na geladeira.

Pensamentos de Kamari: ''Beleza.. agora é a hora...'' - pegou o salmão que havia estado no congelador e começou a cortá-lo, dividiu em vinte e uma partes, e imediatamente pegou cinco frigideiras, isso mesmo... cinco, e colocou quatro pedaços em cada uma, e as colocou mas quatro bocas do fogão que haviam (desconsiderando aquela grandona que fica no meio porque não precisa gastar aquele tanto de gás pra fazer um salmão. E como eu não posso descrever a receita toda porque ela é grande demais, eu vou deixar o link do vídeo dela aqui.. e no final do capítulo eu dou os créditos a quem fez a postagem :3   https://pin.it/hVXIdwn), só que ainda faltava um pedaço para ser feito, e então.. a jovem pensou na melhor solução possível.

Kamari: Ei Shoto, poderia me dar uma mãozinha por favor? - disse de onde estava, chamando a atenção do bicolor, quem se levanta de uma poltrona e vai em direção á cozinha - De preferência pode ser a mão esquerda por favor. - esse comentário deixou o Todoroki um pouco confuso, mas mesmo assim ele ficou na entrada do lugar.

Shoto: O que foi?

Kamari: Venha aqui só um instante. - o estudante caminhou até chegar ao lado da jovem - Coloque sua mão esquerda na bancada fazendo o favor. - dito e feito, ele pôs sua mão de palma para cima na superfície de pedra lisa, e enquanto isso a Mitsubuji flambava as peças de peixe em uma frigideira, e então abaixou o fogo de todas as bocas do fogão e pegou a outra que estava sobrando para colocá-la na palma da mão do bicolor - Pode ser no fogo médio por favor, 145°. - depois desse pedido, o ''meio a meio'' acende o fogo em sua mão - Muitíssimo obrigada meu amor. - olha... sinceramente... que ousadia essa hein.... E não deu outra, tanto ele quanto ela estavam um pouco ruborizados por conta da frase anterior.

Pensamentos de Kamari: ''Droga... eu sabia que o excesso da produção de dopamina e ocitocina ia dar muito ruim... o problema é que isso acontece quase todas as vezes que eu fico feliz...''

Kamari: O-obrigada pelo favor, e... me desculpe por ter que usar o seu lado esquerdo assim. - disse numa voz baixa e com uma expressão um pouco sem graça enquanto manuseava a frigideira.

Shoto: Tá.. tá tudo bem. Eu não me importo em ajudar. - respondeu num tom mais baixo também e um pouco grave, desviando seu olhar pro lado para não fazer contato visual com a jovem, só por vergonha mesmo, mas como eu sei que vocês a esse ponto já conhecem o sistema mental dos nossos dois queridos aqui, logo logo eles saem dessa fase, mas se alguma entidade aleatória mencionar algo parecido eles voltam a ficar assim de novo, eles disfarçam mas não esquecem.

  Um tempo depois... (eu estou pulando o tempo bastantes vezes porque ás vezes não tem mais nada pra acrescentar)... todos da sala já haviam jantado e inclusive, também haviam experimentado o mousse que foi preparado antecipadamente, todo mundo de 'buchin chei'.. que beleza, e a heterocromática estava perto do sofá conversando com a Tsuyu e a Jiro.

Kamari: Ótimo, agora é que eu não durmo mesmo.

Jiro: Por quê?

Kamari: Por causa do açúcar do mousse.

Jiro: Mas não era chocolate meio amargo?

Kamari: Acontece que eu não como um doce sequer há muito tempo, e ainda que o meu corpo leva o termo 'absorção de substâncias' muito a sério, é como se eu tivesse comido uma barra inteira de chocolate ao leite.

Tsuyu: Gero.

Jiro: Ah, que complicado. - num curto instante de intervalo de tempo, a Mina reaparece no salão juntamente com a Uraraka, Yaoyorozu e a Hagakure, e então.. a ''roseada'' faz um pequeno anúncio..

Mina: Então, a gente tava conversando.. - disse num tom tranquilo e secretamente empolgado, então sua frase foi completada pela Toru.

Hagakure: E tivemos uma ideia! - disse animadamente enquanto se apoiava em um pé só.

Mina: Que tal um concurso de apresentação dos quartos? - após essa ideia, algumas pessoas ficam bem pálidas, vulgo.. Izuku, Tokoyami e Mineta. E ao ver que estavam indo em direção ao seu quarto, o Deku dá um grito... um grito de tamanha estridência que até faz com que a Mitsubuji colocasse suas mãos sobre suas orelhas.

Izuku: Não não não não não! Pe-pe.. pera aí pera aí! - tarde demais... Eles abriram a porta e viram um quarto com basicamente tudo relacionado ao All Might, uma decoração peculiar.. mas criativa.

Uraraka: (espasmo) Só tá o All Might. É um quarto de nerd. - disse com uma aparente empolgação enquanto observava os posters do herói, e o coitado do Izuku ficou com a cabeça baixa e apoiado na escrivaninha de seu quarto.

Izuku: É porque eu admiro.. - a cara dele fica toda vermelha - Ai que vergonha..

Kaminari: Já era, já começaram esse negócio. - comentou na entrada do quarto juntamente com o Kirishima e o Sero.

Sero: Até que isso pode até ser bem legal.

  O próximo quarto foi o do Tokoyami, mas ele não queria deixar o povo entrar e ficou apoiado em frente á porta com os braços cruzados.

Tokoyami: Que bobagem... - no mesmo instante foram a Hagakure e a Mina pra tentar tirar o Fumigake da porta, e com o seu plano sendo bem sucedido elas entram no quarto junto com mais algumas pessoas, e quando entraram.. o quarto era todo escuro e com algumas poucas e pequenas luzes roxas no ambiente.

Kamari: Hm.. até que faz sentido pra ser do Tokoyami né. - disse colocando uma mão em seu queixo enquanto observava o lugar, e então o Kirishima pega um chaveirinho em forma de cruz com uns desenhos que eu sinceramente não sei dizer o que são mas beleza..

Kirishima: Eu também comprei um chaveiro desse quando eu tava no fundamental.

Mina: Garotos gostam desse tipo de coisa?

Tokoyami: Saiam daqui. - disse numa voz firme e um pouco irritada.

Izuku: Uma espada.. que demais..

Tokoyami: Saiam!

  O próximo quarto é o do Aoyama, e caramba.. quando eles entraram, uns cinco quase ficaram cegos, porque o cômodo era cheio de espelhos e de luzes ofuscantes.

Mina, Mineta e Kamari: Que brilhante.

Aoyama: Non non, não é brilhante.. é cin-ti-lante. - falou enquanto fazia algumas poses estranhas que eu nem quero comentar, e então começaram a sair do quarto.

Uraraka: Começou a ficar divertido. - falou animadamente e dando uns pulinhos - A última pessoa do segundo andar... - se virou para ver de quem era o quarto, só que tem um porém.. era o do Mineta, quem estava com metade do corpo pra fora da porta, olhando as garotas do grupo com uma cara que eu também não quero comentar sobre.

Mineta: Podem entrar.. eu vou mostrar um negócio incrível meninas... - todo mundo instantaneamente deu meia volta e foram até o elevador para subirem pro terceiro andar. O primeiro quarto de lá era o do Ojiro, e era um ambiente bem simples mesmo, normalzinho.

Uraraka: Uau, que normal.

Hagakure: Normal demais, que incrível.

Mina: Então é isso que é ser normal?

Ojiro: Tudo bem se vocês não tiverem nada legal pra dizer.. - disse numa voz um pouco frustrada, tadinho dele... Mas enfim, o próximo era o do Iida, que era um ambiente cheio de estantes de livros e um lugar extremamente organizado.

Mina: As prateleiras estão cheias de livros difíceis. Esse é o nosso representante.

Iida: Não tem nada de estranho aqui. - bem.. isso até a Ochako achar umas prateleiras com um monte de óculos nelas.

Uraraka: Pff.... quantos óculos...

Iida: O que tem de estranho nisso? Espero que sejam destruídos nos nossos treinamentos intensos! - eram tantos óculos que a Mina, a Uraraka e a Kamari pegaram um emprestado pra usarem.

Kamari: Ah, cinco graus. - falou colocando os óculos e os ajustando.

  O próximo quarto era o do Kaminari, que era... uma misturebinha de tudo, uma sopa de letrinhas basicamente.

Meninas: Que ostentação.

Jiro: Ele tem tipo.. um pouco de tudo aqui dentro.

Kaminari: O quê? Não é legal? - disse numa voz meio descrente.

  O quarto seguinte era o do Koda, que sinceramente.. era muito bonitinho, quase um quarto de criança, que inclusive.. tinha até um coelho de estimação lá.

Mina e Uraraka: Um coelhinho... que fofo... - então as duas foram lá e ficaram fazendo carinho no coelho, até a Mitsubuji se ajoelhou no chão e estendeu uma mão, e o roedor foi em direção á ela e apoiou sua cabeça na mão da jovem.

Kaminari: Não é justo ter um bichinho, isso é trapaça Koda. - disse com um olhar e uma voz frustrada, até que alguns se reuniram novamente - Isso não tá certo.. não tô satisfeito..

Ojiro: Ah que coincidência.. eu também não tô satisfeito nem um pouquinho. - disse no mesmo ar que o Denki.

Tokoyami: Eu também não.

Aoyama: É, nem eu. - e nesse instante, o Mineta aparece e anda até o meio das pessoas para dar um pronunciamento.

Mineta: Não é estranho que só os meninos mostraram os quartos? Não era um concurso de apresentação dos quartos? - ele então abriu os olhos num olhar um pouco bizarro e apontou pro grupo - Não é justo! Nós temos que ver o quarto das meninas antes de decidir não é!? Não é pra decidir quem tem o melhor gosto de decoração de interior de todos? Então temos que entrar no quarto delas também! - nessa hora, um curto longo momento de pensamento entre as meninas foi feito, e a decisão estava tomada...

Mina: Ótima ideia. - falou juntando suas mãos.

Jiro: Hã?

Kamari: Pois é...

Mina: Mas bem.. agora vamos decidir quem tem o melhor gosto em decoração de interiores da turma, ou melhor.. quem é o 'rei do quarto'.

Jiro: Rei do quarto?

Ojiro: A gente não tem que decidir isso não é? - enquanto esse momento era discutido, o Mineta secretamente bolava suas estratégias maliciosas e, que na verdade ele tinha se aproveitado do povo que não ficou satisfeito com as avaliações e queria só fuçar nas coisas das meninas, mas é um desgraçad... bem... e sem que pudesse se controlar, a Kamari sem querer (é sério) tem um pequeno tic em sua cauda, e acaba atingindo a face do ''uvinha'' e o fazendo cair pra trás, e olha que acabou que eladesviou um pouco esse curso de atos maliciosos do Mineta por causa desse tapão caudal? Quem coisa não?

Kamari: Eita, desculpa aí.

Shoto: Hm.. que sono...

  E então, o povo da sala se dirigiu até o quarto andar para ver o restante dos quartos.

Uraraka: Os quartos dos meninos do quarto andar são.. o do Bakugo, do Kirishima e do Shoji certo?

Iida: Cadê o Bakugo?

Kirishima: Mais cedo ele falou que isso era muito idiota e foi dormir.. Eu também tô só o pó. - disse numa voz meio baixa e colocando uma mão em sua testa.

Hagakure: Então.. vamos no quarto do Kirishima. - disse numa animação só e indo junto com a
Mina pro cômodo em questão, e então o Eijiro fica parado na porta para depois a abrir lentamente.

Kirishima: Olha, eu não tô nem aí.. mas eu acho que as meninas não vão entender. - quando viram o quarto, era todo personalizado de acordo com a personalidade do Eijiro - Isso é masculinidade.

Pensamentos de Kamari: ''Concordo, tem até um saco de pancadas aqui''

Hagakure: No ranking de considerando o quarto eu não ia querer esse cara como namorado, você tá em segundo.

Pensamentos de Kamari: ''Tadinho Toru, dá uma chance pelo menos..''

Uraraka: E eu já me sinto musculosa. - falou animadamente e levantando um pouco os seus punhos.

Kirishima: Viu só?

Hagakure: Agora o do Shoji. - todos se dirigiram até lá e o Mezo estava na frente do cômodo.

Shoji: Não tem nada de interessante aqui. - literalmente.. porque não tem praticamente nada no raio do quarto.

Mina: Nada de interessante? Não tem nada aqui.

Shoto: Você é um minimalista então?

Shoji: Bom, eu nunca gostei de ter muita coisa no meu quarto mesmo.

Kamari: Você é um tipo de pessoa que eu aprecio. - falou tranquilamente olhando pro ''prédio''.

Mineta: Caras como você costumam ser os mais pervertidos. - disse enquanto mexia nos níveis das cobertas e do colchão do Shoji. O próximo quarto seria no quinto andar, então todos vão até o elevador pra ir pra lá.

Mina: Vamo começar pelo Sero.

Sero: Precisa mesmo ver todos? - ele disse isso naquele momento, mas quando chegaram no cômodo dele, era um quarto muito legal e estilo asiático e bem cultural mesmo, com cores balanceadas e que relaxam a vista.

Mina e Uraraka: Uau, asiático, que exótico.

Jiro: Caraca Sero, não sabia que você gostava desse tipo de coisa.

Sero: (pequena risada) Cola em mim que vai ser só surpresa.

Kamari: Sinceramente.. eu amei esse estilo. - falou com um pequeno brilho nos olhos, que era mais ressaltado por causa das lentes dos óculos que ela estava usando.

Sero: Ah obrigado. - falou colocando uma mão atrás de sua nuca.

Hagakure: Ok ok, próximo próximo.

Yaoyorozu: O próximo é o Todoroki não é?

Pensamentos de Yaoyorozu: ''O aluno com mais capacidade da nossa turma''

Pensamentos de Mina: ''O cara mais bonito da turma''

Pensamentos de Hagakure: ''Vamos no quarto do Todoroki.. isso é tão emocionante'' - o bicolor coloca sua mão na maçaneta da porta e a gira vagarosamente.

Shoto: Vamo acabar logo com isso.. tô com sono..

Kamari: Tá bem 'bela adormecida'. - depois desse comentário relativamente engraçado, o heterocromático abre a porta e revela o espaço atrás da mesma, deixando muitos extremamente surpresos por causa da arquitetura diferente do quarto.

Sero e Mina: É no estilo japonês!?

Kaminari: O quarto dele foi construído diferente?!

Shoto: Minha casa é bem tradicional porque.. eu não sou muito fã de mobília moderna.

Kaminari: Quem liga pra isso?! - perguntou num tom um tanto indignado e se virando em direção ao Todoroki.

Mineta: Como você reformou tudo sozinho em um dia só?!?

Shoto: .. Trabalhei duro ué.

Kamari: Uhum.. aqui temos uma pessoa que mantém os próprios estilos a um nível bem alto, não é? - a última pergunta ela fez olhando calmamente pro bicolor, quem devolveu o olhar.

Shoto: É, por aí.

Mina: Ei ei ei.. pera aí. - falou chamando a atenção de praticamente todo mundo que estava lá - O que é esse desenho aqui nesse muralzinho? - falou apontando pra o dito papel numa placa da cor de um marrom um pouco mais escuro acima da escrivaninha de mesa baixa, e esse detalhe deixa os dois heterocromáticos com um rubor até que bem aparente, mas a ''metamórfica'' ficou com uma leve expressão de surpresa.

Shoto: ... Não é nada.. - falou desviando um pouco o olhar, deixando algumas pessoas bem confusas, e então saem do quarto, porém... a heterocromática fica ao lado do jovem e o observa com uma leve expressão de surpresa.

Kamari: Você o manteve ali? - perguntou em voz de sussurro enquanto o ''meio a meio'' fechava a porta para continuar acompanhando os amigos, e então ele somente a mira novamente e dá um pequeno sorriso, para logo depois acenar com a cabeça, fazendo com que a Mitsubuji também esboce um sorriso inocente e um pouco comovido.

Mina: Tá, o próximo. O último dos meninos é o...

Sato: Sou eu.. - disse com uma cara de frustração e uma voz no mesmo tom, e quando foi revelado o seu quarto, haviam bastantes itens de cozinha e coisas relacionadas, mas em geral era um pouco mais normalzinho - É um quarto bem chato né?

Kirishima: Acho que qualquer um seria depois do quarto do Todoroki.

Pensamentos de Kamari: ''Ah qual é, pensamento positivo maninho... Pera aí.. maninho?''

Ojiro: Hm, tem uma coisa cheirando bem aqui, quê que é?

Kamari: Verdade, é tipo uma baunilha..

Sato: Essa não, eu acabei me esquecendo. Eu terminei de arrumar minhas coisas cedo então eu fiz um bolo chifon. Eu queria comer com todo mundo junto, ia ficar mais gostoso com glacê. - falou enquanto abria a porta do forninho que havia lá e observou o bolo - Vocês querem? - imediatamente a Mina, a Uraraka e a Hagakure concordaram e foram provar um pedaço, mas logo mais as outras garotas também vão comer, menos a Kamari - E aí, você quer também? - falou oferecendo para a heterocromática.

Kamari: Ah, muito agradecida, mas eu já passei da minha cota de açúcar de hoje. - falou com uma voz um pouco apenada e colocando uma mão atrás de sua nuca.

Shoto: Com o quê?

Kamari: Com o mousse. - respondeu com o olhar meio baixo.

Shoto: Mas não era chocolate meio amargo?

Kamari: Ahh... longa história... - enquanto isso as outras meninas elogiavam o bolo que o Sato fez, o deixando um pouco sem graça até.

Mina: Beleza, terminamos os meninos, agora é a nossa vez. - então todos voltaram pro segundo andar pra rever um por um novamente.

Jiro: Ah fala sério, a gente vai ter que ver de todas? É isso mesmo?

Mina: É isso mesmo, eu acho.

Jiro: É que eu tenho vergonha.. - falou abrindo a porta de seu cômodo, mostrando um quarto bem.. estilo rock, com vários instrumentos variados dentro do quarto.

Kaminari: Tem mais instrumentos do que eu pensava! - exclamou numa voz surpresa.

Hagakure: Você é mesmo rockeira Jiro.

Uraraka: Você sabe tocar tudo isso?!

Jiro: Sim... pelo menos o básico.

Kirishima: Não é nada feminino.

Aoyama: E nem de donzela. - depois desses dois comentários eles só tiveram que aguentar um choque sonífero gigantesco por causa dos fones da Kyoka.

Jiro: Próximo, vamo pro próximo.

Hagakure: O próximo é o meu. - falou animadamente e dando pequenos pulinhos, e então todos se dirigem ao quarto, e caramba.. é um ambiente exageradamente feminino, com cores bem marcantes e alguns bichinhos de pelúcia.

Kaminari: Caramba.. é tipo uma garota normal, meu coração tá batendo forte. - nesse intervalo de tempo, o Mineta quase... que abre uma gaveta da escrivaninha da Toru, mas ela o avisou de quaisquer ação, e logo foram em direção ao quarto da Mina.

Mina: Agora é a minha vez, tcharam. - o lugar ali era bastante... peculiar, com algumas estampas de cores fortes e outros detalhes bem memoráveis. Depois do dela, o povo foi pro da Uraraka, que na verdade era um ambiente bem agradável e normal também.

Uraraka: Não é um quarto muito interessante. - falou com uma voz um pouco sem graça e coçando levemente seu pescoço.

Kamari: Ah, é bonitinho, você tem até um cacto na mesa.

Ojiro: Ô Tokoyami, ficar olhando os quartos de todas as meninas desse jeito.. é meio tarado né.

Tokoyami: É um jardim proibido.

  Um tempinho depois o Sero fez um casulo de Mineta com a sua fita pra evitar que ele fizesse alguma besteira.

Izuku: Agora é a vez da Asui.

Sero: Ué, cadê a Tsu? Ela não tá por aqui.

Kamari: Ah.. verdade.. A última vez que eu a vi foi quando a gente estava conversando no sofá.

Uraraka: Ah.. a Tsuyu disse que não tava se sentindo muito bem.

Kaminari: Bom, paciência então. Ela nos mostra quando se sentir melhor. - depois desse pequeno aviso, todos começaram a ir pro quarto seguinte, que era o da Yaoyorozu.

Yaoyorozu: Bom.. é que... é possível que eu tenha calculado um pouco mal. Ao contrário dos quartos de vocês cheios de originalidade.. o meu acabou ficando meio apertadinho. - detalhe.. tinha uma cama gigante no meio do quarto, era basicamente 3/4 do tamanho do cômodo.

Kaminari: Que enorme mas apertado! O que aconteceu Yaoyorozu?!

Yaoyorozu: É a mesma mobília que eu usava na minha casa.. mas eu não achei que os quartos aqui fossem ser tão pequenos assim.

Pensamentos de Mina, Izuku e Uraraka: ''Isso porque ela é rica..''

Kaminari: Pois bem pois bem, o último é..

Mina e Hagakure: Da Mitsubuji. - e com isso, todos foram pro elevador para subirem pro quinto andar, e quando chegaram, começaram a se encaminhar pro dito cômodo.

Mina: Confesso que tô um pouco curiosa.. - disse num leve tom de empolgação enquanto dava alguns pulinhos e juntava suas mãos, e então a heterocromática põe sua mão na maçaneta e olha para seus companheiros.

Kamari: Olha.. não tem muita coisa de interessante mas... (suspiro) Tá tá.. eu confesso que só falei isso pra ninguém querer olhar mas eu já vi que não vai dar certo então... - falou numa voz um pouco baixa e com um superficial rubor em suas bochechas, e abriu a porta, e o lugar deixou um monte de gente chocada também, no geral era quase igual ao quarto que ela tinha na casa dela, mas ela conseguiu encaixar os instrumentos que ela tocava, bastantes livros, algumas plantas, mudou sua cama de lugar pro canto da parede do fundo, e inclusive ela também fez algumas reformas no piso e nas paredes. O estilo tradicional e modernizado a fez inclusive deixar a maioria do quarto marrom, mas pintando os rodapés das paredes e do teto de um branco um pouquinho puxado pro bege pra ter mais destaque, além de colocar uma madeira lisa um pouco mais avermelhada no teto também.

Sero e Kaminari: Como é?! Outra que fez uma reforma?!

Kamari: Eh.. eu queria por favor pedir que abaixassem um pouco o volume da voz. - falou num tom um pouco preocupado e levantando levemente suas mãos enquanto se mantinha numa parte de seu quarto.

Sero e Kaminari: Desculpa aí.

Uraraka: Como você mudou o piso e o teto pra madeira sem alterar os volumes? E o papel de parede também.

Kamari: Bem.. com esforço tudo se consegue.. E... o papel de parede na verdade é de tecido.

(Tipo esse aqui ó)

(Só que no da Kamari, os bambus são mais destacados e o fundo é marrom café-claro)


Shoto: Eu não tinha reparado em tudo antes, mas ficou bem parecido com o seu mesmo. - disse se aproximando um pouco da Mitsubuji enquanto visualizava o ambiente.

Mina: Pera, o quê? Você já foi na casa dela? Melhor perguntando.. você já entrou aqui antes? - perguntou com um olhar um pouco mais investigativo e surpreso.

Shoto: ... ... Já. - a ''roseada'' somente aperta um pouco mais o seu olhar.

Hagakure: Ah, aqui tem uma gaveta, posso abrir? - perguntou se referindo a uma gaveta larga que a jovem tinha debaixo da cama, e então foi concedida a permissão, só que.. quando a Toru abre a gaveta, o Mineta vem voando em direção a mesma.

Mineta: O que tem aí relacionado a ''tesouros ocultos''?!? - ele nem pisca e já leva um tapa da
Kamari.

Hagakure: Caramba.. não sabia que você gostava de pintar, hobby bem característico o seu. - a garota invisível vê o interior da gaveta, o qual tinha bastantes papéis, telas e materiais de arte, e a ''morfológica'' adquire um pequeno rubor em seu rosto.

Yaoyorozu: São muitos livros de astrofísica e anatomia humana... tem até em edição limitada. - a Momo se dirigiu até outra estante - Livros de folclore... - falou observando a segunda das três prateleiras que haviam no quarto (duas acima da escrivaninha e outra acima da cama), o rubor da heterocromática se alargou um pouquinho.

Jiro: Quando eu vi que você tocava violino eu me impressionei, mas eu não sabia que você tocava outros tão distintos assim. - a heterocromática colocou uma mão em parte de sua face pra tentar dissimular a vermelhidão, até que um som chama a atenção do povo.

Toby: .. Quack? - soou enquanto levantava levemente sua cabeça para cima da pelúcia de
sashimi, da qual dormiu atrás até pouco tempo, mas ao ver muitas outras pessoas que desconhecia, ele ficou um pouco assustado e saiu de lá dando rápidos passos até se esconder atrás do bicolor.

Mina: Um pato? Como você conseguiu ele?

Hagakure: Ele é tão fofinho...

Kamari: Me.. desculpem essa reação dele. - falou enquanto pegava o animal e o segurava em seus braços, e então o bicolor começou a acarinhar o pássaro suavemente, o qual fica com uma leve cara de sono - É que ele ainda não conhece vocês, então.. ele fica meio tímido, mas logo ele se acostuma com vocês.

Uraraka: Ah, entendi. Posso fazer carinho nele?

Kamari: Pode. - o bicolor então separa sua mão do animal e a Ochako começa a acariciar a cabeça do pato.

Uraraka: Que.. bonitinho... - depois de alguns segundos, a galera da sala começou a sair do cômodo, porém.. os dois heterocromáticos ficaram um pouco pra trás, e a jovem continuava com o Toby nos braços, até que o bicolor coloca sua mão no ombro da Döbutai, que o olha com um pouco de dúvida.

Shoto: .. Achei legal.. - disse com uma voz calma e um pequeno sorriso simples, e essas duas palavras fizeram com que a jovem adquirisse um rubor bem grande na face, e fazendo com que a mesma desviasse o olhar e seguisse o caminho todo até a sala em completo silêncio.

  Quando todos estavam lá e a Mina já tinha tirado o sorteio no papelzinho, o resultado seria dado..

Mina: Bom galera.. todos já deram seus votos? Não vale votar em si mesmo. Então... com o Bakugo e a Tsuyu fora da competição, é hora de saber que é o primeiro rei provisório dos quartos, e... - ela pega um papel pequeno e começa a ler os resultados - Com o total de quatro votos disparado no topo, o vencedor para rei provisório dos quartos é... Rikido Sato.

Sato: O quê?

Mina: Foram todos votos das meninas, digo.. quase todos. - falou a última parte olhando pra heterocromática, quem estava de pé ao lado do bicolor com o Toby em mãos - E o motivo foi.. porque o bolo tava delicioso, foi por isso. - nesse momento o Kaminari e o Mineta ficaram bem bravos com o Rikido, falando que ele subornou as meninas.

Shoto: Kamari, você votou em quem?

Kamari: Eu votei no Sero, eu realmente gostei daquele ambiente.

Sero: Aha, finalmente alguém que reconhece o meu gosto de design. - disse com um sorriso sincero e cruzando um pouco os braços.

Shoto: Acabou? Posso dormir? - falou se dirigindo ao Iida.

Iida: Mas antes, não se esqueça de escovar os dentes. - falou num tom imperativo e fazendo gestos estranhos com a mão, e o bicolor começa a se encaminhar pro corredor onde ficam os banheiros, mas uma voz o para.

Uraraka: Ah, Todoroki, espera um pouco aí. Deko e Iida, vocês também, e o Kirishima, e a Yaoyorozu, vocês têm um tempinho? Ah e.. Kamari, você se importa? - esse pedido deixou os ditos jovens um pouco confusos, mas mesmo assim todos assentiram e foram com a Uraraka pra fora do prédio, onde a Asui também estava - Gente, a Tsuyu disse que tinha uma coisa pra dizer pra todos vocês..

Tsuyu: Eu.. normalmente não seguro a minha língua, só que.. tem vezes que.. eu não sei o que dizer. Vocês não lembram do que eu falei no hospital.. quando iam atrás do Bakugo e da Kamari..? - no caso, ela estava se referindo a quando ela comparou o ato de ir atrás dos dois como infringir a lei, e logo o pessoal do grupo de resgate seriam ''vilões'' - Eu não me segurei, e a forma como eu disse foi dura demais.. - abaixou um pouco mais o seu olhar, e a Ochako coloca uma mão sobre o ombro da rã - Mas mesmo assim.. vocês foram até lá... quando eu soube disso naquela manhã, eu fiquei chocada, achei que tinha impedido vocês mas não consegui.. fiquei decepcionada e com sentimentos muito ruins... eu não sabia o que dizer pra vocês.. eu não sentia que podia me divertir e conversar com todo mundo como se nada tivesse acontecido, e... - levantou seu rosto e derramou algumas lágrimas de seus olhos - ... isso.. me deixou muito triste... Além de que.. se não fosse pela insistência de vocês.. provavelmente.. - ela intensificou um pouco mais o seu choro - .. provavelmente nem a Kamari e nem o Bakugo estariam aqui com a gente... Por isso.. eu queria organizar meus pensamentos pra poder conseguir conversar.. e me divertir com todo mundo de novo... - passou o seu punho por um de seus olhos enquanto dava pequenos soluços, e isso deixou todos bem surpresos e preocupados.

Uraraka: Não é só a Tsuyu que se sente assim.. todo mundo se sentiu inseguro e todos queremos começar de novo. Isso.. que inventamos do rei do quarto e tudo mais... porque sabíamos o quanto todos estavam se sentindo mal, por mais que não demonstrem tanto, a gente não vai ficar chateado ou nada assim.. só que.. bom.. é difícil de explicar mas.. - ela deu um passo á frente e levantou levemente o seu punho enquanto dava um sorriso esperançoso - Queremos voltar pra quando a gente conseguia se divertir todo mundo junto. - depois dessa frase, uma coisa um pouco inesperada aconteceu... a Mitsubuji também começou a soltar algumas lágrimas de seus olhos, mas que logo também se transformaram em pequenos soluços, e então ela andou até a Ochako e a Asui e as abraçou pelo pescoço se colocando na ponta dos pés - Ah..? Kamari..?

Kamari: ... Olha.. eu também.. sentia isso... eu.. eu não via a possibilidade de me divertir de novo de verdade, por mais que eu demonstrasse que eu estava super bem... - nessa fala, ela intensificou um pouco mais o seu choro - É porque.. eu não queria preocupar vocês por minha causa.. ainda mais depois de.. muitos dias de minha ausência causando agonia em vocês... aliás... - ela se virou em direção ao bicolor e andou até ele para o abraçar onde sua estatura permitia - ... eu.. não te contei tudo naquele dia.. por causa disso... me desculpa.. me desculpa Shoto... - chocado com aquela situação, o Todoroki não conseguiu esboçar outra reação senão muita surpresa por aquilo estar acontecendo, ele não sabia que bem no fundo.. um pequeno vulto ainda a assombrava, mesmo depois de desabafar e demonstrar que estava 100%, ela não estava... e foi até por isso que ela resolveu contar pra Mina que a considerava como irmã naquele mesmo dia.. foi para tentar reestabelecer uns laços e cuidar de seu estado emocional interior... mas não deu muito certo... E depois de uns segundos, a heterocromática se afasta do bicolor e vai em direção a Asui - E Tsuyu.. não se sinta mal por mim.. - ela a abraçou pelo pescoço - .. o meu desaparecimento e retorno foram por outras causas, mas por questões legais.. eu não.. eu não posso falar... Só saiba que.. você nunca seria fruto de.. de alguma perdição.. mas eu... eu... eu não queria que.. o peso que vocês tinham seja maior ainda, eu sabia que algo estava acontecendo com todos e.. eu tentei disfarçar pra tentar concertar alguma coisa... me desculpem... - por uns segundos, todos ficaram estáticos enquanto a Kamari e a Tsuyu choravam por conta de seus mares de sentimentos.

Kirishima: Tsuyu, Kamari. - ambas se viraram para olhá-lo - Me desculpem, mas muito obrigado por terem contado isso pra gente.

Kamari: (funga).. Perdão por isso, mas... - foi interrompida por um abraço por parte do Kirishima, quem logo uniu a Asui também, e depois.. os outros também foram se juntando num abraço coletivo.

Yaoyorozu: Gente...

Iida: Desculpa.

Shoto: Me desculpem.

Uraraka: Tudo vai ficar bem agora.. - com todas essas frases cheias de um sentimento de reconstruir tudo o que haviam deixado passar, a heterocromática fecha seus olhos e se deixa levar pela mesma razão e dá um curto sorriso em meio ao choro.

Kamari: ... família... minha.. família... - naquele momento, todos sem exceção decidiram que a partir dali.. era hora de mudar absolutamente tudo.. ninguém iria sentir aquele vazio novamente.. nem com nada e nem com ninguém... todos iriam ficar unidos e mudarem suas perspectivas de quando eram.. e vão ser... amigos novamente... ou melhor... ... vão ser uma família novamente..


*(Dia seguinte... volta ás aulas)*

  Logo de manhã, a turma toda já estava disposta para recomeçar a rotina escolar normal, depois de terem feito tudo o que precisavam, tomado café e etc., foram todos pra U.A, e foi justamente no caminho do dormitório até o prédio da escola que algumas pessoas concentraram e renovaram suas energias, e entre elas.. bem...

Kamari: Finalmente a gente vai voltar pra U.A, eu estou muito empolgada. Você está também? Eu acho que sim, ou não.. depende, não sei, mas eu estou, e você tá também? - falou muito rapidamente enquanto segurava a mão do bicolor com suas duas mãos e observava o percurso com um olhar brilhante e um sorriso que mostrava suas presas.

Shoto: (pequena risada) Respira um pouco, nem entramos no prédio ainda.

Kamari: Mas já é o suficiente pra mim. Você me conhece, eu me surpreendo com pouco. - o Todoroki só acalma ainda mais o seu olhar e expande um pouco o seu sorriso também sereno, não era pra menos, afinal... finalmente iríamos voltar ás origens...



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Oi ',:3

Vortei com mais um capítulo pra vocês, e dessa vez esse aqui é grande '._.   Vai demorar um pouco pra ler assim como demorou pra caramba pra eu editar e corrigir tudo, mas eu espero que vocês gostem.. de verdade :33

Agradeço por mais um trabalho cultural e artístico-visual completo, votem nesse capítulo pro meu pato de estimação fazer ''Quack'' e comer alface, e... como na própria história influencia... economizem gás pra manter pelo menos 5 reais do salário da semana ;]

Bye bye :333




*Referências*:

-Músicas


-River Flows in You - Composto por Yiruma --> Link do canal: https://www.youtube.com/channel/UCj16_sROSTrwMSWW88fOJeg


-Cover de ''Spirited Away - Always with you'' por Julien Ando --> Link do canal: https://www.youtube.com/channel/UCDqWCA_TQ4XJVVAaMBs_FQw

-Link da música que foi coverizada (obs.: não achei o vídeo da criadora em si, então eu vou colocar um vídeo que tem a música original, o canal responsável pela postagem já está explícito) --> https://www.youtube.com/watch?v=oWt2aSLBwkw  -  Música feita por Youmi Kimura


-O vídeo da receita que foi mostrada pertence a:  Healthy Fitness Meals em sua página no pinterest  ou  healthyfitnessmeals.com

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