O Delator de Copas - Jikook

By Posionevil01

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⊰LIVRO FÍSICO PELA EDITORA YELLOW (link na bio) ⊱ [CONCLUÍDA] Park Jimin é o único médico da família, na verd... More

𝐂𝐎𝐍𝐒𝐈𝐃𝐄𝐑𝐀𝐂𝐎𝐄𝐒
𝐀𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞𝐝𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐂𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐢𝐬
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Prefácio
Capítulo Um - II
Capítulo Dois - II
Capítulo Três - II
Capítulo Quatro - II
Capítulo Cinco - II
Capítulo Seis - II
Capítulo Sete - II
Capítulo Oito - II
Capítulo Nove - II
Capítulo Dez - II
Capítulo Onze - II
Capítulo Doze - II
Capítulo Treze - II
Capítulo Quatorze - II
Capítulo Quinze - II
Capítulo Dezesseis - II
Capítulo Dezessete - II
Capítulo Dezoito - II
Capítulo Dezenove - II
Capítulo Vinte - II pt. I
Capítulo Vinte - II pt. II
Prefácio
Capítulo Um - III
Capítulo Dois - III
Capítulo Três - III
Capítulo Quatro - III
Capítulo Cinco - III
Agradecimentos
Epílogo
Bônus
Versão Física
Bônus - Jungkook e Yoongi

Capítulo Seis

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By Posionevil01

Capítulo Seis

──────⊱◈◈◈⊰──────

"Ele estava sentado em uma espreguiçadeira de madeira ao lado da outra ocupada pelo Comandante. Não estavam na beira de uma piscina, nem mesmo tinha um sol sobre suas cabeças, tudo ao seu redor apenas estava engolido pela escuridão da noite, nem mesmo no céu noturno havia uma lua.

Você não vai comer, mi hijo?

Ele virou o rosto num ato conciso na direção da voz grossa.

Preciso voltar para casa.

O velho enfiou a mão dentro do balde de pipoca e levou o punhado até a boca sem desviar os olhos da tela a alguns metros, onde passava um dos filmes da franquia de Alice No País Das Maravilhas.

Você sabe a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha, Delator?

Há mais de uma interpretação, senhor.

A risada pesada e gutural adentrou sua audição.

Qual a situação de Kim Taehyung? — El Capo perguntou quando cessou o riso doentio.

Estou o observando como posso, ele não está tão perto, mas desconfio que esteja escondendo informações de sua equipe.

Há algo que precisa fazer.

Ele sentiu aquelas falas causarem peso em sua mente e certa euforia em seu peito.

Investigue Kim Taehyung. Eu quero conhecer sua fraqueza, quero o máximo de informações possíveis, desde sua bebida à sua pessoa preferida apoiou sobre seu ombro coberto pela camisa, a mesma mão que pegou a pipoca, então apertou a região. Você fará isso para o seu pai?

Farei sim, senhor respondeu com firmeza, porém submisso a quem tanto admirava."

#NaoConfieNasCartas

#FantasmaJeon


Seu primo, Choi Soobin, havia conseguido passar no exame da Ordem, o que seria ótimo, claro, antes não fosse o jantar que sua mãe iria dar em comemoração. Jimin nunca quis tanto que alguém pedisse para ele trocar de turno, Jimin nunca quis tanto que aquele dia fosse um dos dias em que visitava Sam. Sentiu-se péssimo por sua mente maléfica ter tentado fazê-lo fugir de seus problemas, ele era um adulto de quase trinta anos e ainda corria dos problemas familiares.

Ele tinha quase certeza de que sua mãe só o convidou para aquele jantar porque ele era seu filho, a mulher tinha consciência de como a relação dele com os parentes era um tanto instável, mas não podia deixar de convidá-lo.

Desceu do táxi e enfiou as mãos dentro do sobretudo preto. De sua boca saiu uma fumaça cinzenta, evidenciando a colisão de sua expiração quente com a temperatura baixa do ambiente. Há alguns passos estava sua antiga casa, ele morou ali por dezoito anos completos e só saiu quando começou a faculdade de medicina. Aquele lugar, em sua cabeça, era erguido por paredes de lembranças, algumas estavam mais propícias a cair do que outras e ainda, algumas já haviam caído ao passo que outras mantinham-se estáveis.

Achava que apesar de tudo, aquela fosse a lei natural das coisas. Relacionamentos eram como construções, nem sempre mantinham-se de pé por toda a vida.

Pressionou a campainha e esperou ser atendido.

— Mãe, é o Jiminnie — ele ouviu a voz de Taehyung do outro lado. Em seguida, a porta automática fez um barulho e abriu uma fissura para ser empurrada.

Jimin deixou os sapatos na entrada e atravessou a antessala e a sala antes de finalmente encontrar sua família reunida na sala de jantar. Ali estavam sua mãe, seu irmão, primos, tios e avós maternos. O combo quase perfeito do caos. Ele tirou o sobretudo quando a governanta o pediu, ficando apenas com seu casaco de lã, cor creme, embora a gola e os punhos fossem vermelhos. Adorava vermelho.

— Olha só quem veio nos visitar — sua mãe deixou a taça de vinho que segurava sobre um descanso de parede e caminhou em sua direção. — É bom vê-lo, Jimin.

— Digo o mesmo, mãe — abraçou a mulher num ato rápido, em seguida, fez uma mesura generalizada, não estava disposto a cumprimentar pessoa por pessoa e ele duvidava muito que seus parentes fizessem questão.

— Felicite seu primo pela grande conquista, Jimin. Não é todos que conseguem uma profissão tão nobre — sua mãe o incentivou.

A juíza Kim Haesoo sempre tinha aquele tom de dominância. Jimin sentiu-se tal como uma criança é tratada.

— Fico feliz que tenha feito uma boa prova, Soobin — ludiciou.

— Poucos de minha turma conseguiram passar de primeira.

— Provas não validam intelecto, uma vez que existem mais de um tipo de inteligência — ele disse, genuinamente. — Espero que os outros passem na próxima tentativa.

Jimin só se deu conta do que tinha falado quando sentiu sua pele queimar por causa dos olhares julgadores sobre ele. O silêncio caiu não como uma pluma delicada e sim como rochas de ferro. Foi esmagador.

— Você poderia... Tentar não nos diagnosticar a cada palavra que dermos, querido? — Haesoo pediu, dentes travados e um sorriso completamente forçado.

Jimin procurou por Taehyung, seu irmão parecia tão constrangido que sequer mantinha o olhar erguido. Quando ele voltou a própria atenção para a mulher que estava ao seu lado, ele abriu um sorriso complacente.

— Posso fazê-lo se vocês não me olharem com tanta acusação — apesar de falar com honestidade, ele tentou seu tom mais benevolente.

— Jimin, sente-se comigo e com a Chae — seu irmão o chamou, antes que a situação piorasse. Jimin apenas aceitou a sugestão e ocupou o assento ao lado do irmão.

Chaewon era a namorada de seu irmão e era advogada. Porém, ela era a mais tolerável entre seus parentes de sangue.

Depois de algumas conversas e risos que Jimin não fazia parte, o jantar foi servido. Ele iria manter sua atenção apenas em sua refeição, antes não fosse sua mãe.

— Pensei que você iria convidar Minho, Jimin — ela comentou enquanto cortava um pequeno pedaço de carne.

Jimin sabia que ela estava se esforçando para introduzi-lo, para ser tolerante, mas não poderia existir hora pior para aquilo do que na hora de um jantar com toda sua família. Ele abaixou os talheres e deu atenção para a mãe.

— Ele está ocupado com o trabalho — na verdade, eu não quis que ele passasse pelo constrangimento da última vez, completou mentalmente.

— Ele trabalha? Achei que você o sustentasse — Soobin perguntou com um tom a mais, o sorriso no rosto assinalou a diversão.

— Claro que não, o salário de médico psiquiatra neste país não deve ser tão generoso — Nayoon, irmã gêmea de Soobin respondeu em meio a risos.

Jimin pestanejou várias vezes seguidas antes de inflar o peito e colher toda a paciência do mundo para manter a educação.

— Minho é programador de jogos. Seu trabalho de conclusão de curso resultou no ExplosionX, que por sinal, ganhou grande visibilidade entre a população Sul Coreana — Jimin não era alguém que costumava se gabar de seus feitos e dos feitos de seu namorado, mas viu necessidade naquele momento.

— Isso é verdade — Chaewon afirmou. — Tenho dois sobrinhos com idades distintas e ambos jogam o ExplosionX. Também vi alguns artigos sobre o jogo, professores de grandes universidades elogiaram a inovação de Choi Minho ao elaborar uma técnica divertida para estudar e ele ganhou e ganha uma boa quantia de dinheiro por isso.

— No fim, Jimin parece estar certo sobre existir mais de um tipo de inteligência — sua avó finalmente falou algo.

Se a intenção de sua avó era ajudá-lo, ela não pensou direito quando invalidou o conhecimento de Jimin ao pronunciar um "parece", porém ele nada disse, ele sabia quando deveria parar. Bem como cessou suas falas, aquela conversa cessou sua fome. Ele simplesmente perdeu o apetite.

— Alô — Taehyung disse quando colocou o celular contra o ouvido e ficou de pé. Jimin sequer tinha notado o barulho da chamada. — Onde você está, Jeon? — Pareceu preocupado. O médico rapidamente começou a prestar atenção na conversa. — Ótimo, eu vou te mandar a localização, vou ficar na frente esperando.

— Algum problema, filho?

— Apareceu uma emergência, preciso ir para a Unidade. Sinto muito.

— Bom, eu acho que vou embora também — Jimin limpou a boca com o guardanapo e ficou de pé ao lado do irmão.

— Não vai ficar para a sobremesa, Jimin?

— Preciso estudar um caso — ele respondeu, vendo a governanta se aproximar com seu sobretudo e supostamente o de Taehyung.

— Falando assim, até parece um detetive — sua mãe riu, tentando usar humor para suavizar a situação. Teve um efeito totalmente oposto.

— Eu sou médico, mãe.

[...]

— Desculpa por não poder te dar uma carona até seu apartamento — Taehyung lamentou quando eles saíram da casa. — E me desculpe pela mamãe.

— Ela é minha mãe também, você não deveria se preocupar tanto.

— Vou chamar um táxi para você.

— Tae, não precisa. Eu quero caminhar um pouco.

— Você não pode voltar para casa andando. Essas ruas escondem o perigo, Jimin. Não posso deixar que se machuque.

Se fosse em qualquer outra ocasião, Jimin iria rir da preocupação exacerbada de seu irmão, mas ele sabia que não parecia ser o caso, Taehyung não estava agindo como de costume.

Um carro preto, com sirenes vermelha e azul que ficavam dentro da parte superior do parabrisa, estacionou há alguns metros. Pelo olhar de seu irmão, ele soube que aquele era o carro que o outro estava esperando. Provavelmente, Jungkook estava dirigindo, mas ele não pôde ver por causa dos vidros escuros.

— Eu vou ficar bem. Prometo chamar um táxi.

— Vá para casa em segurança, tudo bem? — Alertou e só se afastou após Jimin assentir.

Taehyung correu até o carro, deu a volta no veículo e entrou na porta do copiloto. Segundos depois, Jimin perdeu o carro de vista.

[...]

Jungkook não estava esperando por uma emergência, mas quando Lisa entrou no gabinete e informou que Lee Jungwook conseguiu fugir enquanto os policiais o levavam para o centro de detenção, ele rapidamente deixou a Unidade e começou a dirigir rumo à delegacia de Polícia. Nesse meio tempo, ele precisou contatar Taehyung e por sorte, o inspetor estava em uma residência próxima ao seu destino.

Estacionou em frente a casa informada por seu chefe, de relance viu Taehyung de frente para outro homem, ele não se preocupou em descobrir quem era, a vida pessoal de seu inspetor não cabia a ele.

Levou a mão esquerda na escuta posta em seu ouvido quando ouviu o sinal de contato.

— Detetive Jeon, na escuta.

Sunbae, desista da delegacia. Yoongi conseguiu imagens das CCTVs. Lee Jungwook nocauteou ambos policiais que o levavam e em seguida entrou em um sedan prata — Yeonjun explicou do outro lado da linha.

Jungkook praguejou baixinho e apertou o volante com a outra mão. Havia uma ruga no meio de suas sobrancelhas, ele estava irritado com muita coisa.

— Passe para Min Yoongi.

Yeonjun murmurou um "só um segundo" e então a linha mudou.

Agente Min Yoongi, na escuta.

— Você viu algum veículo estacionado próximo ao veículo do criminoso?

Havia um caminhão baú.

— Preciso que encontre o número do dono do caminhão baú e quero que rastreie o sedan prata — ditou antes de travar a mandíbula. — Peça para Lalisa e Yeonjun falarem com o dono do caminhão para pedirem a gravação da câmera de segurança.

Taehyung entrou no carro, Jungkook o olhou apenas para apontar para o porta luvas e depois para o próprio ouvido. Em seguida, acelerou o veículo e deixou aquele lugar.

Eu preciso da permissão do inspetor chefe — Yoongi soou hesitante.

— Inspetor chefe, Kim Taehyung, na escuta — o homem disse após colocar a escuta reserva no ouvido e conectá-la. Jungkook sempre colocava elas no porta luvas. — Faça o que o detetive Jeon disse — Taehyung sabia que àquela altura Jungkook já tinha dado ordens.

Sim, senhor.

Jungkook arrancou a escuta e jogou no banco de trás. Seu celular vibrou em seu bolso, ele tirou o aparelho dali com rapidez e entregou para o inspetor.

— É a localização. Vou colocar no gps — Taehyung alertou. — Agora, informe.

O detetive Jeon explicou toda a situação. Taehyung se sentiu ainda mais frustrado com o ocorrido, era deprimente pensar que uma única pessoa tenha conseguido derrubar dois policiais, embora não fosse impossível. Contudo, não adiantava ficar estressado, Jungkook bem sabia. Tudo o que eles precisavam fazer era manter a calma para raciocinarem melhor.

— Aquele é o carro? — Ele perguntou ao seu superior.

— Sim. Precisamos para-lo.

Jungkook pisou fundo no acelerador, ultrapassando os carros que demoravam para abrir caminho — ainda que as sirenes estivessem ligadas —, ora ou outra cantando pneu. Ele não apertou tanto as mãos no volante, caso o fizesse, seus braços poderiam ficar tensos e ele não conseguiria dirigir com facilidade. Passou a marcha e acelerou um pouco mais, quem quer que estivesse dirigindo aquele sedan já tinha percebido a perseguição, uma vez que estava em alta velocidade também.

— Jungkook, reduza, ele vai virar na contramão — Taehyung alertou, porém Jungkook acelerou ainda mais e passou direto, ignorando o fato de que os fugitivos tinham realmente virado na contramão.

O detetive virou o rosto apenas para olhar rapidamente o percurso que o sedan estava fazendo e apertou a mandíbula, marcando sua determinação.

— Jungkook, você vai tentar chegar na frente? Você sabe que não vai dar tempo. Reduza!

— Preciso pará-lo.

— Não vai dar, Jungkook. Reduza!

— Vai dar sim — teimoso, Jungkook retrucou. — Ele está indo na contramão em uma pista tripla. Ele terá mais dificuldade para ultrapassar, isso vai fazê-lo reduzir — era uma droga ter que explicar, porque a cabeça de Jungkook simplesmente funcionava em uma velocidade absurda quando ele estava submetido a alguma pressão e colocar em palavras era muito mais complicado do que simplesmente fazê-lo.

— Você desobedeceu a ordem de seu superior — o inspetor disse depois de um tempo —, mas continue, você tem razão.

— Segure-se, eu vou frear — ele mal juntou os lábios quando virou na próxima esquerda e puxou o freio de mão, fazendo os pneus derraparem no asfalto, gerando um barulho alto, antes de soltar o freio de mão, colocar em uma marcha mais forte e voltar a ganhar velocidade.

Jungkook não estava preocupado com o rosto apavorado de Taehyung ao seu lado, de todas as fugas que ambos participaram, aquela com certeza estava sendo a mais almejada pelo detetive. Jungkook queria pegar aquele criminoso, ou melhor, ele precisava pegá-lo. Desse modo, ele virou à esquerda novamente e acelerou. Perfeito. Ele iria conseguir parar o sedan fechando a passagem no cruzamento a alguns metros. Quando chegou no ponto exato, ele pisou no freio aos poucos e puxou o freio de mão, evitando que o carro girasse muito na pista.

Segundos depois, os pneus do sedan derraparam no asfalto, a frente do automóvel foi de encontro com a lateral traseira do carro em que Jungkook e Taehyung estavam. O impacto afastou o carro da Unidade alguns poucos metros e quando finalmente parou, os dois agentes da NCI desceram do carro e correram até o sedan.

Jungkook abriu a porta do motorista e tirou a pessoa do assento, pressionando o peito alheio contra a porta traseira. Puxou os braços do suspeito para trás e o algemou com habilidade. Somente depois de ter feito isso, ele notou os cabelos compridos. O motorista era uma mulher. Ele içou o olhar para Taehyung e viu o inspetor segurando Lee Jungwook que já estava algemado.

— Precisamos de um carro — Kim Taehyung falou pressionando a escuta, em seguida ele passou a localização e encarou Jungkook, tentando regular a respiração. — Esse é o terceiro carro que você bate, Jungkook — acabou rindo do próprio comentário. — Deus, é ótimo estar vivo.

Jungkook abriu um pequeno sorrisinho, mas não disse nada, não era como se fosse preciso. A mulher que estava pressionada contra o carro por ele, subitamente começou a rir baixinho, como se não estivesse em sã consciência.

Ele vai saber — ela murmurou, mantendo o riso entre as palavras. Jungkook apertou o olhar e travou a mandíbula. — Ele vai pegar todos vocês.

— Você não sabe o que está falando — sua voz saiu rouca por entre os dentes travados.

A suspeita fechou o sorriso e então descansou a bochecha sobre a lataria do carro.

— Eu vou morrer — sua expressão foi tomada pela depressão em segundos. — Ei, detetive?

Antes que Jungkook pudesse responder, a mulher acertou seu estômago com um dos cotovelos, ele curvou-se levemente para frente, nesse meio tempo tudo passou como um raio. A suspeita girou os calcanhares rapidamente e o acertou um chute em sua região íntima antes de começar a correr em direção a via movimentada. Jungkook não teve forças para segui-la imediatamente, então caminhou o mais rápido que pôde até Taehyung e segurou Jungwook. O inspetor entendeu o recado sem precisar de falas e começou a correr atrás da garota que gargalhava em alto e bom tom.

Droga!

Ele observou a perseguição de seu inspetor, mas não fazia sentido. A mulher estava correndo direto para o perigo, era como se ela estivesse tentando... Sua mente iluminou-se tal como os céus durante uma tempestade de raios e trovões.

Hyung! — Ele gritou a pleno pulmões, desarmando-se de todas as suas armaduras. — Pare de persegui-la — ele fechou os lábios, então tudo o que ouviu foi o barulho estridente de pneus derrapando com uma freada brusca e o som alto da colisão entre a frente de um carro e o corpo da mulher. Aqueles segundos foi como se o mundo tivesse entrado em uma nova era glacial, Jungkook arregalou os olhos, seus lábios abriram-se em uma fissura involuntariamente; ele viu exatamente a maneira como o corpo da suspeita desafiou a gravidade e voou sobre o carro que a tinha atropelado.

[...]

O corredor que antecede a sala de necropsia sempre era frio e tinha um péssimo odor de água sanitária, de todos os lugares, aquele era com certeza o lugar que Jungkook mais odiava, estava ali apenas por causa do acidente que ocorreu horas atrás. Ele suspirou e esticou as pernas, estava sentado naquela mesma posição desde que tinha chegado, a única coisa que tinha feito foi ligar para sua casa, pedir para falar com seu filho e depois de uma chamada monologal, ele apenas ficou ali sozinho, esperando a necropsia ser feita para que ele pudesse analisar o corpo.

— Eles terminaram?

Moveu a cabeça para cima ligeiramente, elevando também as sobrancelhas quando a voz familiar adentrou seus ouvidos sensíveis. Taehyung sentou-se ao seu lado e apoiou os antebraços sobre os joelhos, juntando as mãos no meio.

— Ainda não — sibilou.

— Jungkook? — Taehyung chamou depois de um longo tempo em silêncio. Jungkook sentiu o que estava prestes a acontecer.

— Te chamei de hyung por puro instinto, não vamos começar uma bela amizade e tomar chá juntos na minha casa — adiantou-se, fechando os olhos, descansando a cabeça na parede fria atrás do banco que ocupava.

— Que pena, queria mesmo conhecer seu filho — tentou amainar a tensão da situação e até mesmo soprou um risinho baixo, porém não pôde dar-se ao luxo de ter assuntos divertidos, por isso continuou: — Você está bem?

— Considerando tudo o que eu já vi todos esses anos, sim, estou.

— Não estava falando sobre o acidente, exatamente. Você sabe, ela o acertou — virou o rosto em direção ao detetive. — Não vou contar para o Yeonjun e Yoongi, eles ficariam decepcionados — aquela foi sua última tentativa de fazer Jungkook abrir um sorriso.

— Não me importo — foi tudo o que Jungkook disse, sem mover um músculo facial.

— Aprenda a relaxar às vezes, Jungkook, você é muito rígido consigo mesmo.

— Eu estou bem.

— Detetive Jeon?

A voz feminina o motivou a ficar de pé. Taehyung o seguiu.

— Podem me acompanhar, por favor.

Jungkook atravessou todo aquele corredor e passou pela porta de vidro que separava o espaço de espera da sala de necropsia. Taehyung foi até a pequena mesa de metal posta perto de alguns armários e tomou liberdade para pegar dois pares de luvas, oferecendo um deles para o detetive.

— Fizemos o pedido da perícia toxicológica e encontramos diamorfina, ou seja, heroína — ela parou ao lado da maca iluminada por uma única lâmpada, onde estava o cadáver e puxou o tecido branco que cobria todo o corpo. — Além do exame toxicológico, encontramos outro fator que indica a dependência química da heroína — ela mostrou as várias marcas no braço direito do cadáver. Eram marcas antigas e recentes de agulhas. — A heroína é comumente injetada na veia pelos usuários.

Jungkook observou as marcas, em seguida puxou um pouco mais o tecido e gravou bem a aparência do rosto da mulher morta.

— O diagnóstico médico-legal foi feito? — Kim Taehyung perguntou em seu tom mais diplomático.

— Sim. Nossa avaliação foi enviada para a equipe Alfa da Unidade de Crimes Violentos, assim como o detetive Jeon pediu.

— Ótimo — assentiu.

— Quantos anos ela tinha? — Jungkook, que estava quieto, perguntou, quase alheio.

— Entre vinte e vinte e três anos, de acordo com o método Zambrano.

— O que é isso? — Ele apontou para alguns hematomas situados nas coxas do defunto.

— Ah — a médica legista pareceu se lembrar de mais uma informação. — Tudo aponta que são manchas de Púrpura por Melancolia. Essa doença é causada por estresse, ansiedade, principalmente por tristeza e motivos desconhecidos. As manchas quando apalpadas intensamente geram dores. Não encontramos nenhum outro indicador que justificasse os hematomas e pela região onde estão localizados, chegamos a esse resultado.

— Heroína muitas vezes é usada por depressivos, uma vez que ela causa efêmera euforia — ele passou o olhar para Taehyung.

— Isso quer dizer que, provavelmente, ela estava fazendo o uso da droga para obter resultados medicinais — o inspetor concluiu o raciocínio com facilidade. — Sempre é morfina e heroína — ele referiu-se às pessoas que supostamente tinham uma ligação com a máfia Jokers.

Jungkook retirou as luvas brancas que ele havia colocado sobre as suas pretas costumeiras e moveu a cabeça para que Taehyung o seguisse para fora daquela sala. Quando afastaram-se o bastante, o inspetor parou bem em sua frente.

— Eles poderiam estar fazendo o tráfico de qualquer outra substância, mas sempre encontramos morfina e heroína — Taehyung parecia perturbado.

— Há alguma pista importante nessa informação, só precisamos observar melhor.

Jungkook viu Taehyung encher o peito de ar e soltar o fôlego lentamente, enquanto apertava os olhos com o polegar e indicador.

— Vá para casa. Eu vou cuidar do resto. Amanhã podemos encontrar a identificação de pessoa física e os antecedentes criminais do corpo.

— E Lee Jungwook? — Jungkook quis saber.

— Ele será submetido a um novo interrogatório.

Ele assentiu, então enfiou as mãos nos bolsos.

— Tenha uma boa noite, inspetor Kim.

— Você também, Jeon. 

Notas:

Hoje não tivemos interação Jikook, mas descobrimos um pouco sobre a relação Taekook, relação do Jimin e família e um pouco sobre o trabalho de Jungkook. No próximo teremos Jimin vendo o abdômen do Jungkook. hehe

Até mais!

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