Jorge
Eu tava cansadão pra caralho, tinha chegado da faculdade e só queria dormir, mas tinha prometido a dona Luana que jura passar aqui. Quando eu entrei na porta de casa, Sofia tava deitada no sofá mexendo no celular, eu olhei por volta vendo que só ela tava ali e fui até ela, me sentando perto.
Sofia: Oi, como cê tá? - Desviou o olhar pra mim.- Quer pedir pizza e pagar?
Jorge: Uhm, pode ser. Cadê geral? - Falei tirando a blusa e ela se sentou no sofá.
Sofia: Pai foi buscar a mãe na casa da tia Mari, o Lucas ainda não chegou.- Falou deitando a cabeça no meu peito, passei o braço pelo pescoço da minha irmã beijando a cabeça dela e olhei pro celular dela.
Jorge: Lucas tá na pracinha né? - Ela murmurou que sim.- Aquele moleque deve tá enchendo o cu de droga e bebida.
Sofia: Certo tá ele, errado somos nós que estamos aqui sem fazer nada.- Falou em tom de graça.
Jorge: Mãe fica preocupadona com ele e ele fica nessa, não quer outra vida.
Sofia: Se eu arranjar uma festa agora com os de fé, tu vai? - Me olhou e eu soltei uma risada.
Jorge: Só falar onde! - Ela revirou os olhos rindo.- É só que acho desnecessário ele tá botando a cara em qualquer lugar assim.
Sofia: Ele sabe, deixa ele curtir essa fase de novinho.- A porta abriu e minha mãe entrou, meu pai entrou uns segundos depois e eu encarei eles.
Gaspar: E aí.- Balançou a cabeça pra nós dois e a Sofia balançou a mão pra ele.- Cadê o Lucas?
Sofia: Bebendo na pracinha.- Falou antes e eu bati na testa dela.
Luana: Vou pedir pra ele subir, vamos jantar o que? - Falou beijando a minha cabeça e depois da Sofia.
Sofia: Pizza, pai vou pedir a de frango que cê gosta.- Apontou.
Jorge: Pede uma doce também.- Ela confirmou.
Luana: Nada disso, irei fazer uma janta pra vocês.- Falou tirando a graça de geral e todo mundo encarou ela.
Gaspar: Se manca, as vezes tu perde o senso de noção, malucona! - Falou puxando o cabelo loiro dela.
Eu soltei uma risada vendo ela reclamar e bater nele, o Lucas entrou com maior cara de curioso e fechou a porta se jogando em cima de mim e da Sofia. Sofia deu maior tapao nele e minha mãe reclamou, mas eu empurrei ele no chão rindo.
Eu era tranquilão com a vida, todo mundo me falava que eu era igual meu pai e isso era o maior elogio. Sempre fui chato pros bagulhos, sorriso só tem pros da família, e as vezes nem isso, sou mais calmo e observador.
Eu já morava sozinho desde os 16, o meu pai me botou uma fé do caralho pra isso, mas a minha mãe só faltou chorar e ainda ficou uma semana comigo. Mas era da hora, eu era do corre mas mariolava na faculdade de direito, era muito b.o pra estudar e eu nem sei como tinha paciência, mas achava da hora e tava até gostando.
Fora que dona Luana ficava no maior orgulho, já que a Sofia tinha ficado de vez no corre e o Lucas ainda tava decidindo qual vida queria. Mas pro meu pai não tinha essa, se eu tava curtindo o bagulho ele tava lá apoiando e felizão, acho da hora...
Sofia
Eu era a menininha do papai, ou pelo menos já fui muito mais quando era criança. Pelo que minha mãe fala, eu fui totalmente planejada, meu pai pediu mais um bebê depois do Jorge e cá estou eu.
Eu me lembro de crescer com o Jorge, de ver que nós tínhamos o mesmo tratamento e até hoje isso deixa meu coração quentinho. Mas, pra felicidade do meu pai e infelicidade da mãe, eu decidi que queria me envolver com as coisas erradas.
Não digo que meu pai ficou tão feliz assim, mas ele adorou a ideia. Já a mãe ficou brava, mas tá tudo bem, porque ela diz que se enche de orgulho quando me ver dando ordens, quando me ver assumindo o cargo de patroa.
Na verdade, acho que todos nós somos a cópia do pai. Menos o Lucas, eu e o Jorge somos mais quietinhos, gostamos de observar e ficar calado, não render pra quase ninguém. O Jorge é bem mais fechado e só mostra amor com as pessoas de casa, e raramente.
Já eu, sou quieta na minha, adoro ficar de cara fechada por aí e não render pra nada, mas as vezes gosto de ficar num grude o dia todo, principalmente com meus irmãos, eu sou uma mistura da dona Luana e do senhor João lucas.
O Lucas é mais vida louca, liga pra nada, só quer saber de viver a vida sem pensar no amanhã, e até hoje meus pais questionam de quem ele pegou esse lado, mas uma fez o Coronel disse que esse lado era do Gaspar quando usava muita droga, então eu achei justo.
Mas eu amo a minha família e viver cercada por eles é legal, porém sempre que a gente se junta é muita gente e eu odeio isso, não gosto de muitas pessoas juntas porque prefiro meu canto com poucas. Por isso, o meu melhor lugar do mundo é quando estou apenas com meus pais e meus irmãos, pois me sinto como se nada fosse me abalar em momento algum.
Lucas
Eu era tranquilão com a vida, não ligava pra muita coisa, me amarrava em conhecer os bailes da vida, pegar altas gatinhas, marolar mermo porque só se vive uma vez, eu ia desperdiçar pra que?!
Quem bate cabeça é os cara, meu irmão marola demais comigo, geral da minha casa é na maior marra, e eu sou a maior cópia da minha mãe, por isso geral fica maluco e dona Luana ama.
Apesar de meter o louco na vida, eu tentava ter a maior dedicação nos bagulhos, tava começando aos poucos no corre e nem sabia se eu realmente queria me envolver nisso, mas adorava a grana fácil.
Sou viajado pra caralho da mente, as vezes me perco na minha própria marola e fico tentando saber o que tava fazendo, mas sou da hora pra caralho! Um bagulho que eu amo pra caralho e quase ninguém sabe, é a Sofia.
Eu tenho maior orgulho da mulher que ela é, acho que de casa, ela é a princesinha de geral e fez por merecer esse bagulho, sabe?! Sempre fez os corre dela na maior dedicação, sempre deu a vida por qualquer um, eu me amarro na postura da minha irmã, e ela é o meu maior exemplo.
Mas o filho da puta do Jorge não fica atrás, só perco cabeça com ele quando ele resolve ser o chato dos bagulhos, fica lá na cara fechada rendendo pra ninguém, maluco parece uma estátua.
Mas se pá, era a cópia do meu coroa, mas é esses bagulhos né, alguém tem que ser a cópia da melhor da família, que é a minha coroa. E no final, eu era sortudo pra caralho, era o novinho da família, e o novinho mais requisitado, amado por todos!
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