O Lado Mais Sombrio de Nova I...

By saraleao16

21K 1.5K 5.8K

"Uma cidade, cinco adolescentes, um assassinato. A elite nova-iorquina nunca se mostrou muito mais do que ape... More

DEDICATÓRIA
PRÓLOGO
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
AVISO

20

380 36 159
By saraleao16

Na manhã da segunda-feira, acordei disposta, graças ao fato de eu ter ido para a cama relativamente cedo. Consequentemente levantando-me em um horário que eu não costumo quando se é feriado, podendo ter calma e tranquilidade ao me preparando para o dia que vinha pela frente.

Tive, também, a oportunidade de tomar café da manhã com meu pai, aproveitando para avisá-lo que sairia com Audrey para vermos nossos vestidos para o evento anual realizado por nós. Claro que não era somente por isso que eu sairia, eu só precisei omitir a segunda parte, porém não deixei de dizer a verdade já que Audrey e eu realmente planejamos ver nossos trajes logo após atendermos àquele pequeno primeiro compromisso que vocês sabem bem qual é.

-Querida, se conseguir, depois de ver os vestidos e tudo mais, passe no hotel, estarei praticamente o dia todo resolvendo certas coisas da decoração e do evento, em geral, e, embora seu velho aqui tenha um gosto refinado, não se compara ao seu e eu gostaria da sua opinião.

-Vou tentar sim, pai. – Afirmo para ele de forma verdadeira, tentaria sim ajudá-lo com isso, caso meus compromissos não tomassem muito de meu tempo, o que eu, particularmente, espero e muito.

-Eu já vou indo, querida, afinal a temporada está só começando e nós ainda temos um império para reerguer! – Diz extasiado, assumindo o espírito quase que natalino, fazendo me rir e quase engasgar-me com o chá matinal que sempre tomava.

-Tchau, pai! – Grito da cozinha quando ouço o clique da porta se abrindo.

-Tchau, filha. – Ele retribui e então a porta se fecha mais uma vez.

Uma vez sozinha, pego meu celular e abro no meu contato frequente: Audrey.

Vou bebericando meu chá enquanto mando para a mesma uma rápida e curta mensagem, nela sugerindo que eu lhe dê carona para irmos juntas ao café, e então meu motorista poderia nos aguardar e nos levar para as lojas onde veríamos nossas roupas do Dia de Ação de Graças, afinal, de um jeito ou de outro iriamos juntas.

Demorou alguns minutos para que ela respondesse confirmando, acatando minha sugestão e dizendo que já estava indo se arrumar, deixando avisado quando eu poderia passar.

Decido que, assim como Audrey, iria me arrumar, já estava mais do que na hora, e, de qualquer forma, detesto atrasos, como já disse outra vez, e bem, este é o tipo de compromisso no qual eu nem sonharia chegar atrasada, nem um segundo sequer se passaria do combinado.

Hoje é possivelmente o dia em que saberíamos quem assassinou Rose. E isso me deixava em total êxtase.

Sigo para as escadas e, em um piscar de olhos, me encontro no meu quarto escolhendo a roupa que usaria para pegar um assassino.

Cara, é, de fato, empolgante dizer isso, não?

Eu, Ashley Scott, juntamente com uma equipe seleta – ou não tão seleta assim – prenderemos o maldito desgraçado que matou Rose.

Rose, eu prometi que te vingaria e estou cumprindo.

Pelo menos, no final, essa missão serviu para alguma coisa, não sendo inteiramente assim tão ruim.

Visto minha calça preta de couro não muito justa e uma blusa de mangas e que preenchia todo o meu pescoço da mesma cor, esta, porém, sendo colada ao meu corpo, combinando perfeitamente com a jaqueta, também de couro, que preparei.

Me sentia uma superagente secreta muito bonita, dotada de qualidades valiosas para uma boa... boa não, uma ótima detetive. Confesso que é este o único e solene motivo da minha escolha da paleta de cores.

Certifico-me se meu carro já me aguarda e, uma vez tendo a confirmação, pego minha bolsa com a minha carteira e meu celular e sigo para o elevador.

O carro, como de esperado, estava a minha espera logo a frente do prédio.

Era impressionante como o sr. Brooks sempre encontrava o estacionamento perfeito para pôr o carro e deixá-lo da melhor forma possível.

-Bom dia, senhorita, qual a primeira parada?

-Vamos para a casa da Audrey. – Meu tom é confiante, e fazia um tempinho que eu não me sentia assim, tão certa sobre algo tão instável.

-Certo, então. – Ele assente e da partida no carro.

Aquilo me fazia bem, mesmo que fosse fora da minha zona de conforto. Talvez, tudo o que eu precisava era de um toque de adrenalina.

Mexo nos meus dedos, os estalando e entrelaçando uns nos outros, durante todo o caminho. Entretanto, não estava nervosa ou hesitante, era mais uma ansiedade boa, estava extasiada com as horas seguintes da minha vida. Era quase palpável o sentimento de que algo importante estava prestes a acontecer.

-Ash! – Audrey diz da porta de sua casa quando me vê pela janela aberta do carro.

-Audrey! – Posiciono-me ainda mais próxima ao vidro.

Ela caminha a passos largos e autoritários até o carro, abrindo a porta e sentando-se ao meu lado.

-Está pronta, minha cara Scott, para uma grande aventura com a sua melhor amiga? – Diz brincalhona, mas nem tanto, arqueando uma das sobrancelhas.

-Prontíssima, cara Leblanc. – Inclino-me um pouco para a frente sob o meu assento. – Sr. Brooks, próxima parada: Birch Coffe, o senhor já conhece. – Lhe comunico e o homem ri com a minha animação.

-Estaremos lá em quinze minutos. – Diz ligando as engrenagens e nos tirando da frente da casa da minha melhor amiga.

-Olha, sei que tudo isso começou da pior forma possível, e sei que é horrível o motivo pelo o qual estamos fazendo tudo isso, mas... não sei, sinto que estamos tirando lições valiosas... disso, você sabe. – A morena fala olhando diretamente para mim.

-Também sinto, Audrey. – Sorrio para ela. – Mas eu não vou negar que estou aliviada que estamos tão próximos do fim. Só quero que isso acabe e tudo volte a ser como antes.

-Não vou discordar de você. – Ela ri com a própria fala.

Uma onda de esperança repentinamente atravessou meu corpo, fazendo-me relembrar de quando pensei que tudo isso duraria meses e meses até ter um fim, mas não, tudo o que precisávamos eram das pessoas certas com as habilidades certas reunidas em um único lugar com um objetivo em comum. E assim, quase que em um passe de mágica, abracadabra, mistério resolvido. Fácil, fácil.

Eu sei de tudo que pensei ontem, e sei que posso ter razão sobre isso ser algo maior e eu estar mais envolvida do que parece, contudo, tudo depende de quem é o assassino, e eu prefiro acreditar que seja qualquer pessoas aleatória e que não tenha nada a ver comigo. Desejo com todas as minhas forças estar errada sobre as teorias que mentalizei. Sinceramente, depois que descobrirmos o assassino de Rose, e eu tiver completado a missão do cavaleiro, entregarei tudo isso para a polícia e deixarei que eles lidem com o resto, afinal, esse é, literalmente, seu serviço, serviço qual eu estou fazendo, o que é bem errado, mas quem se importa, hum? Eu fui obrigada e uma vez liberta da tudo isso, deixarei esse tipo de confusão para os profissionais.

Eu só quero me sentir em paz e segura.

Isso não pode ser, pelo menos uma vez, fácil de se conseguir?

Podem me chamar de covarde, me processem se for o caso, mas eu não troco a minha o meu bem-estar por uma aventura adolescente. Eu já perdi pessoas que eu amava, e sim, eu continuo tendo medo de perder, portanto, não arriscarei eles por um pouco de êxtase.

Uma alma vale mais do que toda a fama e o sucesso que o mundo poderia te oferecer.

O restante do caminho foi silencioso, não de uma forma constrangedora que experimentei com Jacob ontem a tarde.

-Estamos aqui, senhoritas. – O sr. Brooks comunicou eu abro a porta do meu lado, o lado da calçada, para que ambas saíssemos.

-Ei, Ash, esses não são os...? – Audrey fala assim que sai, ainda fechando a porta, olhando a limusine que deixava três garotos bem ao nosso lado.

-Acho que são. – Aproximo-me deles sendo acompanhada por Audrey.

-Ei, meninos. – A morena diz em alto e bom som, atraindo a atenção dos três que continuavam de costas para nós, conversando entre si.

-Garotas... – Nick virou-se, sorrindo para nós ao notar que também estávamos ali. – Pelo visto chegamos juntos. – O loiro comenta.

-Sim, reconhecemos os três-.

-Sem tempo para papo furado, descobrimos algo, vamos entrar e terminar com isso de uma vez. – Jacob me corta e então o encaro.

-Descobriram? – Permaneço boquiaberta, completamente maravilhada.

-O quê estamos esperando mesmo? – Nick questiona, notando que continuávamos todos ali do lado de fora sem termos feito o óbvio: adentrado o estabelecimento.

-Também quero saber. – Andrew da de ombros.

-Vamos logo. – Audrey segura meu pulso com um mão, e com a outra empurra os garotos para a entrada da cafeteria.

Jacob segue a frente, avistando uma mesa e indo em sua direção. Em um questão de segundos, todos nos encontrávamos sentados, agoniados pela palavra de Andrew que agora, mais uma vez, estava com sua mochila, retirando seu laptop dela.

-Alguém quer, por favor, começar falar? – Questiono impaciente, pressionando para que desembuchassem de uma vez por toda.

-Andrew estava certo. Ele conseguiu recuperar o vídeo, encontrou o assassino. Andrew sabe quem foi. – A voz de Jacob é fria e inexpressiva, totalmente sem emoções.

-É alguém do seu hotel, Ashley. – É a única coisa que Andrew responde e mesmo assim meu sangue para de correr, tornando-se gelado e tirando o rubor das minhas bochechas.

-Homem ou mulher? – Pergunto mais uma vez.

-Homem, usava um uniforme do hotel, pode também ser roubado. Meia-idade provavelmente. – Formula um pouco melhor sua resposta. – Não faço a mínima ideia de quem possa ser, nunca vi esse homem em toda a minha vida.

-Consegue descrevê-lo? – Peço, mas ele levanta o dedo indicador em minha direção, me calando instantaneamente, pelo visto ele quer um pouco de concentração ao invés de uma tagarelando em seu ouvido e exigindo respostas que ele já estava prestes a dar, ou melhor, mostrar, de qualquer jeito. Ele acabou de abrir seu computador e está procurando seja lá o que, mas uma coisa é certa, esse "seja lá o que" deve conter o vídeo original do assassinato de Rose.

Minha expressão de fechou com a feição que Andrew fez, preocupada com o que está acontecendo, já que há algo definitivamente acontecendo nesse exato instante. Ele não estava tão contente para alguém que acabou de fazer uma super descoberta. Seu rosto sombrio, mandíbula tensionada e mãos agitadas diziam muita coisa sobre o seu estado.

Meu coração se acelerava com cada minuto que se passava sem respostas, todos continuando parados, imóveis, em um silencio ensurdecedor.

O pensamento de que talvez seria hoje o dia em que Clara sairia daquela horrenda prisão, enchia meu coração de esperança, uma esperança que eu não queria que fosse falsa e pisoteada com a realidade do mundo cruel.

-Não, não, não, droga, não. – Andrew disse conforme movia seus dedos de forma gradualmente mais rápida sob o computador.

Acho que eu disse aquilo cedo demais...

-O quê aconteceu? – Audrey exigiu saber.

Ele nada responde.

-Andrew! – Chamo sua atenção mais uma vez.

O moreno fecha o computador com toda a sua força, fazendo-me arfar pelo pequeno susto, afinal de contas, era eu quem estava bem do seu lado e viu de primeira mão seu ato descontrolado.

-O quê foi? – Jacob inclina-se sob a mesa, uma veia pulsando de sua têmpora, transparecendo toda a sua irritação.

Mesmo que nenhum de nós quisesse admitir, sabíamos que algo tinha dado errado.

Andrew suspira e encara o amigo de uma forma que eu teria me sentido extremamente intimidada, mas é de Jacob que estamos falando, o garoto não moveu o musculo.

-Desapareceu. – A voz de Andrew é baixa e enfurecida.

É, pelo visto minha paz e segurança não podem ser adquiridas da forma fácil, rápida e simples.

Falando sério, por que tudo sempre precisa ser tão desafiador?

-Como assim despareceu? – Nick, que estava na ponta, indaga o amigo.

-Simplesmente desapareceu. Tudo desapareceu. Todo o trabalho perdido, jogado no lixo.

-Não tem como recuperar? Tem que ter alguma forma de recuperar, não é? – Intercalo o olhar entre os presentes. – Não é, Andrew? – O garoto não me responde e meu sangue borbulha por debaixo da minha pele. – Você consegue, não consegue? – Insisto mais uma vez, não me convencendo de que a minha tão aguardada paz foi adiada.

-Você não entende, Ashley. Não foi algo que fizeram manualmente. Hackearam-me. Basicamente fritaram o sistema do meu computador. – Explica tentando controlar-se ao máximo antes de explodir de raiva pelo acontecimento.

-Então, deixa eu ver se entendi, um hacker hackeou outro hacker sem que ele percebesse? – Audrey diz em deboche para o moreno. – Isso não faz dele um melhor hacker?

Audrey está irritada, muito irritada. Sei bem como ela age quando algo sai como ela não gostaria e ela está agindo dessa exata forma.

Embora eu ame a minha melhor amiga, e vá ficar do seu lado em toda e qualquer discussão, acredito que este não era o melhor momento para provocar Andrew, dá para ver pelo seu olhar a fúria que sente em relação a tudo isso, e talvez há um pouco de culpa.

-Tão engraçada, Leblanc, quer vir tentar resolver? – Ele rebate, os nós dos dedos ficando brancos de tanto pressioná-los.

-Se você não está conseguindo... – Ela dá de ombros.

-Pelo menos eu estou tentando resolver ao invés de ficar apenas aí, sentada e criticando. Fui eu quem descobriu primeiramente, o quê teria feito sem mim? O quê você fez?! – Ele grita de volta com ela.

Ele não gritou com Audrey, gritou?

Conhecendo a melhor amiga que tenho, Andrew é um cara morto...

Quase posso ver fumaça saindo pelas narinas de Audrey, e quando ela abre a boca para retrucar, Nick se põe no meio dos dois.

-Ei, ei, ei! Vocês dois, relaxem, agora! – Nick interfere de forma firme e absoluta. O loiro pode ser o mais amável de todos nós, só que ele tem palavra e atitude se necessário. – Há pessoas olhando. – Avisa os dois por fim, escorando-se mais uma vez em sua cadeira.

Eu estou, no mínimo, chocada, não só por termos perdido tudo o que nos levava a resolução desse caso, mas também o fato de Nick ter conseguido a proeza de manter Audrey longe da briga com meras palavra sem nem a conhecer muito bem. Digo, ela só escuta quem quer, e é um número muito baixo, todavia, ela o escutou, e é isso que é o mais estranho, ou maravilhoso, ainda não consegui decidir.

De repente, uma revelação transpassa a minha mente, relembrando-me do presente que ganhei ontem. Alguém estava nos seguindo, nos observando, sabia do que sabíamos, viu tudo o que fizemos, e ele não deixaria que saíssemos com uma informação como esta. É claro que não deixaria.

Nossos concorrentes, pelo visto, são bons, melhores do que imaginei. Certamente não são amadores como nós.

Olho para Jacob, procurando em seus olhos alguma coisa que indicasse que ele pensou o mesmo que eu, que tivesse entendido o que eu entendi.

Felizmente, naquele lago de esmeraldas, pude encontrar a minha resposta. Com um aceno tão breve de cabeça que foi quase imperceptível, ele confirma as minhas suspeitas, demonstrando que havia pensado o mesmo que eu, se comunicando pelo olhar. Bem que dizem que os olhos são a janela da alma.

-Andrew, você disse que tinha um uniforme dos hotéis Scott, não? – Jacob confirma com o morena que ainda tinha uma feição irritada, o computador ainda aberto enquanto ele tentava encontrar alguma solução.

Ele somente assente, inábil de respondê-lo naquele momento.

Jacob tem algo em mente, eu conheço esse olhar, ele está maquinando algo, só nos resta saber:

O quê é?

Até onde ele quer chegar?

-Loirinha, consegue entrar na Sala de Arquivos de novo? – Ele se volta para mim, que estava a sua diagonal.

-Sim, bem provável que sim. Entrei uma vez, consigo de novo. – Respondo com o cenho franzido, ainda perdida com o que ele exatamente está pensando.

Percebendo minha curiosidade e dubiedade ele arqueia uma das sobrancelhas, semicerrando os olhos e esperando que eu entenda seu plano.

Franzo os lábios e inclino a cabeça para o lado, ainda procurando algo que me direcionasse ao seu pensamento, tentando ao máximo capitar sua mensagem que admito, estava difícil de ser interpretada.

Inspiro profundamente, relaxando o rosto e abaixando os ombros que antes estavam tensionados, quando, por fim, noto o que ele quer dizer, finalmente entendo todas as suas perguntas.

-Calma... acho que entendi, pode dar certo sim. – Concordo com ele e o vejo sorrindo sacana, orgulhoso de si mesmo.

-Entendeu o quê? – Audrey questiona, seu olhar saltando de Jacob para mim freneticamente. – Ashley, o quê vocês dois estão tramando? – Pergunta mais uma vez quando não obtém resposta alguma.

-Você já vai entender. – Viro-me para ela e levanto-me da minha cadeira.

Tá, detesto mais do que tudo ter de reconhecer isso, mas é um fato que Jacob e eu formamos uma ótima equipe.

É como se nossas mentes funcionassem da mesma forma, entendendo as mesmas mensagens e solucionando problemas com a mesma agilidade e estratégia.

Os outros quatro se levantam e, em questão de segundos, nós cinco estamos do lado de fora do café.

-Jacob, chama meu carro, ele tá estacionado naquele lado. – Peço sem esperar uma resposta, apenas imaginando, e torcendo que ele me obedeceria enquanto explicaria aos outros três, que aparentavam nada mais que imprecisão e confusão sobre os futuros acontecimentos, o que estava prestes a acontecer.

-Alguém tá entendo alguma coisa? – Ouço Nick questionar Audrey e Andrew um pouco antes de eu me aproximar. Os dois negam, mas olham em minha direção ao perceberem que me aproximava.

-Certo, Jacob e eu tivemos uma ideia. – Começo falando para que suas dúvidas cessem de uma vez. – Nós pensamos que, se o assassino for um funcionário, como Andrew falou, com total certeza haverá uma ficha dele na Sala de Arquivos, e Andrew poderá reconhecê-lo já que foi o único que o viu.

Seus rostos se iluminam com o entendimento do que estávamos prestes a fazer, pela segunda vez.

-Pelo visto temos uma saída... – Andrew cruza os braços, mas, felizmente, parece mais aliviado, como se tivesse tirado o peso de uma solução de si mesmo.

Havia visto como se sentiu responsável por termos perdido todas as provas.

-Conseguiria reconhecer, então? – Confirmo com Andrew já que isso seria essencial para o próximo passo da missão.

-Memória fotográfica, Scott. – Pisca para mim, seu ego voltando com tudo após a luz ter sido encontrada no fim do túnel.

-E quando, precisamente, vocês pensaram nisso? Só para saber mesmo – Nick pergunta, alguns segundos depois, levantando uma de suas sobrancelhas e pondo o braço direito a frente do corpo.

-Agora...? – Digo de imediato, apenas depois entendendo o motivo da pergunta e o quão estranho aquilo soava.

Eu e Jacob não usamos palavras em momento algum e isso aparentava nada mais do que uma certa insanidade mental.

-Agora? – É a vez de Audrey indagar. – São telepatas?

-Olha, não sei explicar, mas pensamos, de alguma forma faz sentido e resultou nessa solução. – Olho de soslaio para o lado quando Jacob se aproxima. – E meu carro acabou de chagar, portanto vamos todos entrando. – Viro-me ficando na direção do carro, sendo acompanhada pelos demais.

-Para onde iremos, senhorita? – O meu motorista pergunta, não questionando o motivo por aquelas pessoas todas estarem ali.

-Meu hotel, Quinta Avenida. – Aviso e ele assente, o carro se movendo logo em seguida.

Gosto de seu trabalho, é objetivo e rápido, sem perguntas, sem atrasos. Com pura excelência.

No caminho, conversamos mais sobre como iríamos agir, dando uma ênfase ainda maior no cuidado que tínhamos de ter se comparado ao da última vez. Claro, os três pensaram que era somente um comunicado normal, no sentido de que não queríamos que ninguém ficasse sabendo, e isso não saiu nem um pouco fora da lógica, o que fazíamos era suspeito e bizarro para adolescentes, e se nossos pais descobrissem... não seria muito legal. Todavia, no íntimo Jacob e eu sabíamos o que havia por traz dessa simples intimação: uma ameaça de risco que havia sido posta sobre nós e agora precisávamos nos precaver.

Não acredito que estamos fazendo isso, mais uma vez. E eu ainda havia dito a mim mesma que não passaria por aquilo de novo...

Como nos enganamos, não?




NÃO SE ESQUEÇAM DE COMENTAR, VOTAR E COMPARTILHAR!

Continue Reading

You'll Also Like

234K 17.2K 70
A garota da arquibancada pelo qual Kenma se apaixonou. Ela não teve uma infância das melhores, mas sua vida melhorou muito após conhecer seus amigos...
24.1M 1.4M 75
Maya Ferreira mora na California e tem a vida simples de uma adolescente de 17 anos sem emoção nenhuma, até que uma fofoca que mais parecia irrelevan...
32M 1.6M 65
Dois Mundos completamente diferentes, um só destino! Scott Tucker é aquele tipo de garoto do qual qualquer uma baba, um verdadeiro preguiçoso o qu...
Love Sea By ‎

Teen Fiction

12.2K 688 37
Tongrak é um escritor gostosão que está em busca de ideias para terminar seu romance ambientado no lindo mar. Mahasamut, um homem moreno e bonito, te...