{ Sábado – Dia da Feira de Produções }
☕ Bárbara Narrando ☕
Encaro o espelho aflita com o horário.
Eu precisava pensar.
Tinha que vestir algo rapidamente, para que eu chegasse junto com os meus amigos e termos tempo de ir vendo as coisas.
Não sei o que vestir.
Acordei meio chateada comigo mesma.
Não sei ao certo o porquê.
Só, não estou gostando da maneira que eu estou.
Venho tentando focar na minha melhora, mas às vezes é complicado.
Pego uma camiseta bem grande que eu tenho no meu armário e uma calça jeans.
Básico, bom e prático.
Pego também um par de All Star para calçar.
Visto todas as peças, faço um coque rápido, passo um pouco de maquiagem, e estou pronta.
Vejo meus brincos de argola, em formato de coração em cima da prateleira do banheiro.
Sorri vendo a joia.
Era de prata real, e eu me lembro de ter ganhado no meu aniversário de 15 anos. Foi um presente de Lizzie para mim.
Nunca mais usei ela depois que minha irmã se foi.
Eu usava esses brincos todos os dias. Agora, eu nem lembrava direito deles.
Decidi coloca-los em mim, para ver como seria.
Estranho, as eu me senti bonita.
Impedi que memórias voltassem a me caçar naquele momento.
Mudei minha perspectiva sobre o passado durante esse progresso: não o vejo mais como uma tortura aberta.
Agora, eu o encaro como uma coisa que já foi, que eu sinto falta, mas que eu preciso deixar para trás.
Eu só vou melhorar quando parar de pensar tanto no meu tempo de boa saúde mental.
Fazer as pazes com o passado, para haver paz.
Não é que eu vou esquecer de tudo, eu apenas vou paralisa-lo. Como se, meu passado fosse uma foto rasgada, que não sabemos a verdade toda por trás dela ou de seu pedaço perdido. Mas, vou esquecer desse detalhe e vou coloca-la em um quadro na parede.
Comparação meio estranha, mas é o meio que eu achei de explicar.
Pego um moletom qualquer, apenas para caso faça frio. Pego também minha bolsa e saio do meu quarto.
Meus pais já me esperavam no carro.
─ Vamos logo Bárbara! – ouço minha mãe gritar do lado de fora da casa.
─ Estou descendo as escadas! – eu grito de volta, descendo as rapidamente.
Corri até a porta de casa, saí e a tranquei.
Entrei no carro às pressas, e logo saímos da garagem.
Não era muito tempo da minha casa até a escola.
Encostei minha cabeça na janela, observando o dia.
Era um calor ameno e gostoso, mas com um pouco de ventania.
Esses dias de primavera tem sido bem assim, nesse clima.
A viagem de carro foi rápida, chegando na escola em menos de 10 minutos.
Meu pai achou uma vaga no estacionamento e descemos do carro.
Respirei fundo antes de entrar pelas portas de vidro.
Era a primeira vez em um ano que eu ia para a escola aos sábados.
Logo que entramos, já conseguimos ver a parede cheia de desenhos de crianças pequenas.
Sorri vendo os desenhos.
Tentei impedir que a memória de Lizzie desenhando viesse em minha mente, mas, ela veio.
Sorri, sentindo um pouco de lágrimas invadir meus olhos rasamente.
─ Ei. – meu pai me chama e eu o olho. – Por que não vai se encontrar com seus amigos? Eu e sua mãe vamos ir vendo aqui...
─ P-pode ser... – eu respondo. – Eu só não sei onde eles estão...
─ Bom, eu acho que eles estão vindo ali atrás. – meu pai diz e eu me viro, vendo meus amigos e Victor vindo em minha direção. Tia Angélica também estava com eles.
─ Anjinho! – Victor diz me vendo e vem até mim, me abraçando.
─ Oii. – eu respondo.
─ Eu não estava te achando... – ele diz.
─ Eu me atrasei um pouco... – eu digo. – Desculpa.
─ Não tem nenhum problema, até porque, isso aqui não tem hora para acabar! – ele diz e eu rio.
Victor me encara e deposita um selinho em meus lábios e eu sorrio corada.
─ Chega né? – Mob diz e nós rimos. – Me poupem.
─ Oii Babi! – tia Angélica me abraçando.
─ Oii tia! – eu digo a cumprimentando também.
─ Vou me juntar aos seus pais, divirtam-se crianças! – Angélica diz caminhando até meus pais.
─ Tchau mãe! – Victor se despede de sua mãe.
─ Ok, por onde começamos? – Carol pergunta.
─ Vamos pela ordem crescente, andamos até a sala do primeiro ano, e no caminho, vamos entrando nas outras salas! – Crusher sugere.
─ Não entendi nada. – Thaiga diz seca e nós rimos.
─ É só na prática para entender o raciocínio do lindão aqui. – Crusher diz jogando seus cabelos falsos pelos ares e nós rimos.
Fomos seguindo Crusher e observando a exposição nas paredes e cantos dos corredores.
─ Eu tô muito feliz de você estar aqui. – Victor sussurra em meu ouvido e eu sorrio.
─ Também estou feliz de você estar comigo. – eu respondo no mesmo tom.
Victor se aproxima e deixa um beijo no canto da minha boca.
Ele passa o braço pelo meu pescoço e continuamos a andar com o pessoal.
─ Eita. – Gs diz parando de andar.
─ O que foi? – Milena pergunta.
─ Esses desenhos não são seus, Babi? Aqueles que o Victor achou? – Gs diz apontando para a parede.
Olhei para a parede e vi um cartaz escrito:
"Apenas, sentimentos – 2º anos A e B"
Tinham vários desenhos que fizemos nas aulas de artes.
Vi os desenhos que eu havia jogado no reciclável no início do ano.
─ Como isso veio parar aqui? – pergunto.
─ Então... – Victor se pronuncia primeiro.
─ Ferro. – Crusher sussurra e nós rimos.
─ Aqueles desenhos que eu achei, eu devolvi para a professora de artes. – Victor diz.
─ O que? – eu pergunto incrédula.
─ Se eu te desse, você jogaria todos eles fora, e eu não podia deixar. – ele diz.
─ Ah meu Deus Victor. – eu digo incrédula e ele ri.
─ Desculpa. – Victor diz me dando um selinho, mas eu viro o rosto, fazendo virar um beijo na bochecha.
Victor fez uma cara triste e eu ignorei.
Não digo que fiquei totalmente chateada com isso, mas acho que ele devia me perguntar antes.
Continuamos a ver os desenhos.
Tinha desenhos meus, o desenho de I Love You do Victor, desenhos de todos nós.
─ Alguém me dá uma caneta aí? – Victor diz.
─ Do nada. – Thaiga diz e nós rimos.
─ Espera. – Crusher diz entrando na sala do 3º ano, indo até os achados e perdidos e pegando uma caneta preta comum.
Victor pega a caneta, destampa e vai até seu desenho.
Ele risca o "You" e coloca "Bárbara Passos".
Rimos com o ato bem besta dele.
Achei fofo.
─ Agora sim. – ele diz e nós rimos.
─ Cara, pensar que no começo desse ano, tu tava falando que ia pegar todo mundo da turma B. – Crusher diz em sinal de advertência e nós rimos.
─ Acabei pegando só uma mesmo. – Victor diz e nós rimos.
Dei um tapa em seu braço e ele riu.
─ É BRINCADEIRA! – ele grita passando a mão aonde eu tinha batido. – Dueu.
─ Que ótimo, era pra doer mesmo. – eu digo e nós rimos.
Continuamos a andar pelas salas, até chegarmos na sala do 9º ano.
A sala não tinha nada de exposição, estava apenas vazia.
─ Nossa, que nostalgia. – Milena diz e nó rimos.
─ Sim vey. – Crusher diz. – O Victor ainda namorava a Suellen.
─ Cala a boca Crusher. – Carolina diz e nós rimos.
─ Foi um ano daora, né? – Thaiga diz dando um leve sorriso, e passando a ponta dos dedos levemente por uma mesa. Creio que seja aquela que ela sentava.
─ Não tenho tantas lembranças boas assim... – Victor murmura, olhando pelos cantos da sala.
─ Ei. – eu digo pegando sua mão. – Já passou.
─ Eu sei. – ele sussurra beijando minha testa. – Brinco novo?
─ Não, eu tinha ele faz tempo... – eu digo.
─ E por que nunca usou? – ele pergunta.
─ Porque foi Lizzie que me deu. – eu digo.
Victor fez carinho na minha mão e eu sorri.
─ MEU DEUS. – Crusher grita rindo. – A CANETA DE COLA.
─ AH NÃO MANO. – Victor diz e nós rimos.
Victor soltou minha mão e foi ver o que Crusher estava vendo.
Fiquei um pouco confusa com o que estava acontecendo.
─ Mano, eu lembro que as meninas passavam cola para a gente nessa caneta vey... – Crusher diz.
─ É, eu perdi um monte de caneta colorida por sua causa Crusher. – Thaiga diz e eles riem.
─ Mano, vocês derrubavam a caneta e a gente pegava, fingindo que era nossa... – Victor explica.
─ E quando a gente escondia nossas canetas normais na mochila e falava para a professora que perdemos, aí as meninas davam a caneta com o papelzinho da reposta dentro... – Crusher diz.
─ Meu Deus, você eram uns capetinhas mesmo. – Tainá diz e nós rimos.
─ Você estava no 9º ano também, né? – Milena pergunta.
─ Sim, mas eu era da turma da tarde... – Tainá diz.
Eles continuaram a conversar sobre a turma de dois anos atrás.
Meu 9º ano foi, legal.
Comecei a namorar com o Alex, eu tinha as minhas amigas, tinha tudo para ser perfeito.
Mas, no final do ano, na semana que as aulas acabaram, eu perdi a Lizzie.
Então, e vim para São Paulo.
Comecei o primeiro ano do colegial aqui.
Nos primeiros dois meses, eu tinha a Clara, a Bruna e a Alice.
Mas depois, as três me deixaram também, o que eu não julgo ser totalmente ruim.
Então, eu estava sozinha por praticamente o primeiro ano inteiro.
Literalmente, eu não me interessei em uma amizade com ninguém, e, acho que as outras pessoas também não se interessaram.
Mas, chegou o 2º ano.
Então, um certo cara chegou na minha sala.
Eu ouvi muitos sussurros e cochichos sobre o novo garoto.
Não me interessei muito.
Mais uma pessoa que entra na sala.
Mas, eu não imaginava o quanto ele iria mudar a minha vida.
Me sinto mal pelo meu primeiro ano nessa escola...
Queria ter tido senso o suficiente de me permitir conhecer pessoas novas.
Mas, eu estava primeiro tentando resolver minha saúde mental, o que me fez cada vez mais me esconder de outras pessoas.
Sou tirada de meus pensamentos com a conversa deles.
─ Tá, como vamos tirar a foto? – Carolina pergunta pegando seu celular.
─ Acho que na selfie não vai caber todo mundo... – Milena diz.
─ Alguém vai ter que tirar então. – Mob diz.
─ Eu tiro. – eu digo.
─ Certeza? – Victor me pergunta.
─ Sim. – eu digo.
Carolina me entrega seu celular e eu coloco na câmera.
Eles ficaram nas suas poses para tirar a foto.
Tirei umas três fotos e dei o celular de volta.
─ Valeu Babs. – Carolina diz pegando seu celular.
Eles comentaram sobre a foto, postaram em suas redes sociais e ficaram conversando.
Fiquei olhando a escola pela janela da sala.
Tinha um pouco de vento no ar, o que fazia as folhas caídas no chão ficarem se movimentando sobre ele.
─ Ei. – Victor me chama, colocando as mãos em minha cintura por trás de mim. – Você está bem?
─ Sim. – eu respondo.
Ele passa os braços por minha cintura e deixa um beijo na minha bochecha.
─ Tá se sentindo excluída? – ele pergunta apoiando sua cabeça em meu ombro.
─ Não... – eu digo me virando de frente para ele. – Eu estou bem, não se preocupe.
Mentira.
─ Ok. – ele diz. – Que bom que você tá bem.
Victor se aproximou e deixou um selinho nos meus lábios.
─ Quero te levar em um lugar... – ele sussurra.
─ Tá bom... – eu digo.
Victor pega a minha mão e saímos da sala do 9º ano.
Lembrei de que eu também queria leva-lo em um lugar.
Passamos na frente da sala do quarto ano, e eu decidi parar.
─ Espera. – eu digo.
─ O que foi? – ele pergunta.
─ Quero te levar em um lugar. – eu digo puxando ele até a sala do quarto ano.
─ Ok... – Victor diz me seguindo.
Deixo Victor no lugar exato que ele estava quando vi ele pela primeira vez.
─ Ok, fique parado. – eu digo. – Foi aqui que eu vi você pela primeira vez.
─ No.... 4º ano? – ele pergunta confuso e eu rio.
─ Não, não. – eu digo. – Foi no ano passado. Eu tava passando com os meus pais por esse corredor, e, você e os seus amigos tavam tirando foto aqui. E aí eu vi você.
─ Você lembra disso? – ele pergunta e eu assinto. – Que fofo.
Victor deixa um beijo na minha bochecha e eu rio.
─ Eu não lembro de ter visto você... – ele diz.
─ Eu sei. Você não me viu mesmo. Não trocamos contato visual nesse dia. – eu digo.
─ Então, a primeira vez que nos vimo de verdade, foi no começo desse ano, né? – ele pergunta.
─ Sim. – eu respondo.
Victor sorri e me dá um selinho.
─ Minha vez. – ele diz e me puxa para fora da sala.
Andamos até a nossa sala de aula, a nossa atual, no caso.
─ Ok, fique sentada aí. – Victor diz mandando eu sentar na primeira carteira.
Sentei na cadeira e esperei ele falar.
Ele andou devagar até a minha mesa e se apoiou nela.
─ E foi aqui, que eu soube que era você, Bárbara Passos. – ele sussurra e eu sorrio.
─ Que era eu? – pergunto um pouco confusa.
─ É. – ele diz. – Que era você que eu queria, pra sempre.
Me levanto da cadeira e ando até Victor.
Ele pega minha cintura e sela nossos lábios.
Passei meus braços sobre seu pescoço e fiz carinho em seu cabelo.
Ele me abraçou mais e juntou mais nossos corpos.
Paramos por falta de ar. Meu namorado juntou nossas tetas.
Olhei para seu rosto. Sua boca estava vermelha e inchada.
─ Eu te amo. – ele sussurra e eu sorrio.
─ Também te amo. – eu digo.
Victor selou nossos lábios novamente.
Dessa vez, ele fazia carinho em minhas costas, e eu em seu rosto.
─ Olha que lindo. – a professora de artes diz na porta.
Nos assustamos e nos afastamos.
─ É sério professora? – Victor diz e ela ri.
─ Vai Augusto, fora da minha sala. – ela diz e nós rimos.
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Feliz ano novo fadinhas <33
Bom, o que dizer?
Vcs sabem que, eu passei por uma ano mega complicado.
Passei por uma doença psicológica terrível, e, esa fanfic foi o meu diário.
Eu agradeço muito, por tudo o que vcs fizeram para mim esse ano.
Começamos o ano com eu estreiando Eu te amo... Em segredo
Foi a minha primeira fanfic. E uma das mais especiais.
Eu pensava que eu só faria essa história, mas, quando ela acabou, eu me pegei fazendo uma pergunta:
E agora? Eu vou parar de escrever?
Pq, tinha se tornado uma rotina. Fazia parte do meu dia escrever páginas e páginas de capítulo novos.
Então, veio Herdeiros Distintos.
Ela na verdade, não foi bem planejada. Eu aidna estava com a mentalidade de Eu te amo... Em segredo.
Mas, eu decidi que com Desenhos Valem Mias que Palavras, seria diferente.
Eu planejei tudo, noites sem dormir imaginando as coisas kkkkkkkkkk.
Mas, tudo isso valeu a pena.
Eu perdi minha primeira conta, e eu fiquei muito mal.
Mas, quando eu recomecei, eu percebi o quanto isso era importante para mim.
Então, agora em Janeiro, se completa o meu primeiro ano aqui no Wattpad.
E, eu não pretendo que esse tempo acabe ;)
Tenho ainda muitas fanfic em mente, e eu tenho como meta fazer, criar e completar todas.
Me desculpem pela falta de frequencia aqui, mas demora MUITO para escrever desse jeito.
Eu tento dar coerência, tento deixar gatilhos para coisas futuras, imagino as falas. Apago, reescrevo...
É trabalhoso.
Mas eu não abandono por nada.
Muito obrigada mesmo por tudo isso nesse ano de 2021.
Então, eu evjo vcs amanhã, em 2022.
Desenhos Valem Mais que Plavras continua normalmente.
Não me abandonem pfvr 🥺
Pq, ainda vai demorar para essa fanfic acabar, mas eu prometo que vai valer a pena 🥺
Amo vcs fadinhas <33
Bom 2022 pra vcs, e, eu espero que vcs começem esse ano melhor do que começou 2021
Até o próximo capítulo, fadinhas 🧚♀️
ass; lívia🥀