♡︎ Victor Narrando ♡︎
Terminei de amarrar meus cadarços e peguei minha mochila.
Eu estava praticamente pronto para ir buscar Bárbara e irmos para a escola.
─ Tchau filho. – minha mãe diz beijando minha bochecha.
─ Tchau mãe. – eu digo a abraçando.
Coloquei minha mochila nas costas e abri a porta.
Quando eu ia sair, recebi uma ligação.
Você está recebendo uma ligação de Minha futura e eterna Sogra 🌠
( ) Rescusar
( X ) Atender
Você está em ligação com Minha futura e eterna Sogra 🌠
─ Alô? – eu pergunto.
─ Oi Victor! – tia Flávia diz do outro lado da linha.
─ Oi tia! Tudo bem? – eu pergunto.
─ Bom, comigo tudo bem, mas com Bárbara, eu já não posso dizer o mesmo. – ela diz dando um suspiro.
─ O-o que que aconteceu? – gaguejo nervoso.
Ah meu Deus...
─ Calma, não é nada grave... – ela diz e dá uma pausa. – Eu fui até o quarto dela perguntar se ela já estava pronta para ir para a escola, porque eu achei estranho ela já não ter ido... Mas quando eu abri a porta, ela ainda estava deitada na cama. Tentei falar com ela, mas ela disse que não quer ir. Ela estava bem mal e pra baixo. Eu sei que você já ia vir buscá-la de qualquer jeito, então achei melhor te avisar...
Ah merda.
─ Ok, eu estou aí em três minutos. – eu digo.
Você encerrou a chamada com Minha futura e eterna Sogra 🌠
Desligo meu celular e coloco-o em meu bolso rapidamente.
─ Mãe, a Bárbara não está bem, eu tenho que ir... – eu digo.
─ Vai lá filho, boa sorte. – ela diz.
Saio de casa e vejo o tempo nublado, garoando e frio.
O clima que Bárbara ama.
Peguei as chaves do meu carro, entrei no mesmo e dei partida.
Minhas mãos soavam frio, eu sentia minha respiração se alterar e um frio na barriga imenso.
Odeio quando isso acontece.
Isso que eu sempre tive medo...
Parei em uma loja especial, que Graças a Deus estava aberta e comprei algo que a animaria.
Dirigi por mais alguns minutos até chegar na casa de Bárbara.
Estacionei ele de mal jeito, saí, tranquei ele e bati na porta.
Rapidamente tia Flávia abriu.
─ Oi querido... – ela diz me abraçando.
─ Oi tia... – eu digo retribuindo o gesto. – Cadê o Carlos?
─ Teve que ir trabalhar. – ela diz. – Vai lá, só você tira ela daquele quarto.
Agradeci a mulher e subi as escadas.
Fui até o quarto de Bárbara e abri a porta sem fazer algum barulho.
E ela estava lá, deitada na cama, como o cabelo preso em um coque bagunçado, olhando para a janela.
Sua cama estava entre a janela e a porta, então ela não podia me ver.
Coloquei minha mochila no chão, tirei meus Jordan e me deitei em sua cama, cobrindo parte do meu corpo com sua coberta quentinha.
Abracei sua cintura por trás.
─ Anjinho... – eu digo.
─ Oi. – ela diz desanimada.
─ O que aconteceu? – eu pergunto.
─ Nada. – ela diz.
─ Não mente para mim... – eu peço e Bárbara suspira.
─ É só que, eu me acho um lixo. – ela diz.
─ Quer me falar o que você está sentindo? – eu pergunto.
─ É um sentimento de incapacidade. – ela começa a falar. – Como se, tudo de ruim acontece com as pessoas que eu gosto e eu não consigo fazer nada para impedir. Eu não dou conta nem da minha vida...
─ Por que você acha isso? – eu pergunto.
─ Porque é o que eu sinto. Sinto que eu não consigo fazer mais nada. Eu apenas existo. – ela diz. – Não faço a mínima diferença aqui.
─ Para mim, faz. – eu digo.
─ ... – ela fica em silêncio.
─ Para mim, você estar viva, faz a total diferença. – digo alisando seus cabelos. – Você é importante para mim, você é importante para sua mãe, para seu pai. Você é importante para o Crusher, para a Carol, para a Thaiga, para a Milena, para o Gs e para o Mob. Você é importante para os seus primos e enfim, você é importante. Arrisco dizer que você mudou a vida de umas dez pessoas. E principalmente, a minha.
Permanecemos em silêncio por alguns minutos, até Bárbara se virar bruscamente e se agarrar ao meu corpo, abraçando meu pescoço, enquanto chorava.
Conversei uma vez com a tia Flávia sobre isso. Ela me disse que Bárbara raramente chora na frente deles ou de outras pessoas. Ela só chorava na frente da Lizzie. Era a única pessoa com quem ela tinha confiança.
Eu fico feliz por ela ter a mesma confiança comigo.
Comecei a acariciar suas costas, enquanto ela me abraçava.
─ Está com saudade da Lizzie? – eu pergunto enquanto fazia carinho nela.
─ Eu sempre tenho saudade da Lizzie. – ela diz. – Ela era meu tudo.
─ Babi, você mudou a minha vida, e continua mudando a de muitas pessoas. A Carolina está praticamente louca, porque não te viu nas férias. – eu digo e ela ri. – É sério, olha.
Entrego meu celular para ela ver as mensagens que Carol me mandou.
Hoje – 06:08h AM
Carolina
VICTORRRRRRRRRRRRRRRRR
EU VOU TE MATAR
SUA PESTE
QUE VEIO DO QUINTO DOS INFERNO
Victor
Bom dia para você também Carolina
Que foi?
Carolina
VOCÊ NÃO TROUXE A BÁRBARA PARA FICAR COM A GENTE NEM UM MINUTO NESSAS PORCARIA DE FÉRIAS
SEU POSSESSIVO
JURO POR DEUS
QUE NESSE VOLTA ÀS AULAS
EU VOU ARRASTAR ELA PARA AS FESTAS
VOU FAZER ELA SAIR COM A GENTE
E VOCÊ VAI ASSISTIR DE CAMAROTE
Victor
Ela não gosta de festas
Esqueceu?
Carolina
EU NÃO LIGO
QUANDO ELA ENTRAR NA PORTA DO COLÉGIO
A GENTE VAI GRUDAR NELA IGUAL TRÊS CARRAPATO
E VOCÊ QUE SE VIRE
ABRAÇA O TRAVISSEIRO
COMPRA UM PORQUINHO DA ÍNDIA
COMPRA UM HAMSTER
SEU
SEU ESTÚPIDO
Victor
Tá bom.
Eu tenho que ir buscar a Bárbara
Tchau estressada
Carolina
Idiota.
Bárbara ria com as mensagens de Carolina.
─ Está mais calma agora? – eu pergunto.
─ Sim... – ela diz.
Bárbara me abraça um pouco mais e eu a acolho, fazendo carinho em suas costas.
Entrelacei nossas mãos e ela sorriu.
─ O que mais você ficou pensando? – eu pergunto.
♡︎ Bárbara Narrando ♡︎
Era a mesma vibe de acordar e estar chovendo com o dia nublado.
Era a mesma vibe de ouvir Stars Shopping em pleno 06:00h da manhã.
Era um sentimento de você apenas existir. Sem poder de fazer nada.
Victor provavelmente não entendia esse sentimento. Ele tem sorte de não saber como é.
Sinto que eu não que eu não fiz nada em relação a Lizzie.
Eu sinto uma culpa infinita.
As pessoas não entendem esse sentimento. Mas é como se, você visse alguém morrer na sua frente, mas você está congelado, você não pode ajudar. E isso, gera um baita sentimento de incapacidade.
A partir do momento que eu perdi o pouco que tinha, eu me perdi. Eu perdi minha essência, perdi minhas emoções, vínculos...
Eu perdi tudo.
Eu estou começando a reconstruir a minha vida. Estou tendo novas amizades, um relacionamento sincero e perfeito, tentando interagir com a minha família de novo...
Sinceramente, não é tão fácil quanto montar um quebra-cabeça.
Você precisa perder o medo e se abrir para algumas pessoas.
É como se na sua frente, tivesse um vidro. As pessoas de fora te veem e você vê elas. Porém, ninguém entra tão perto ao ponto de entrar no seu vidro.
Victor rompeu essa barreira. Ele entrou na minha vida sem nem pedir permissão.
Em um dia, um novo idiota entrava na minha sala e no outro, estavamos numa festa nos beijando.
Pode ter sido rápido, mas foi uma das melhores pessoas que eu deixei entrar no meu vidro, na minha bolha.
─ Eu comprei uma coisa para você no caminho para cá. – ele diz raspando nossos narizes.
─ Sério? – eu pergunto e ele assente.
─ Fecha os olhos. – ele diz.
Fechei meus olhos e esperei ele pegar a tal coisa.
─ Pode abrir. – ele diz.
Abri meus olhos devagar e vi um urso de pelúcia grande na minha frente.
─ Você comprou isso para mim? – eu pergunto e ele assente.
─ É para quando eu não estiver aqui... – ele diz.
Abracei o urso e senti seus pelos sintéticos em minha pele.
Isso me lembra de quando eu e Lizzie brincávamos juntas.
Tudo lembra ela.
Senti o cheiro de pelúcia nova vindo do urso.
─ Tem o seu cheiro. – eu digo e ele ri.
─ Eu passei o meu perfume nele, para você lembrar ainda mais de mim. – ele diz.
─ Que horas são? – eu pergunto.
─ São 06:45h... – ele diz.
Nem parecia que ele ficou tanto tempo assim comigo.
─ Você faz as horas parecerem minutos. – eu digo e ele sorri.
Victor se aproxima devagar de meu rosto e sela meus lábios com os seus.
Ele dá início a um beijo tímido e que durou pouco, mas logo Victor unia nossas bocas de novo, fazendo o mesmo movimento.
Apoiei minha mão levemente em sua nuca, enquanto ele apoiava a suas em minha cintura.
Paramos o beijo e continuei a encarar seus olhos castanhos.
─ Já deu um nome para ele? – ele pergunta se referindo ao urso.
─ Vou chamar ele de Augusto Camilo. – eu digo e Victor ri.
─ Nossa, por que esse nome me soa tão familiar? – ele diz ironicamente e eu rio. – Vem, eu vou te levar para a aula.
─ Eu não quero ir. – eu digo.
─ Por que? – ele pergunta.
─ Que diferença vai fazer? – eu pergunto.
─ A diferença, vai ser que você vai me ajudar a entender toda aquela merda infinita. – ele diz e eu rio.
─ Interesseiro. – eu digo e ele ri.
Victor levanta de sua cama e vai até o meu armário.
Ele pega uma camiseta com estampa dele mesmo e uma calça jeans preta.
Levanto de minha cama quente e pego as roupas.
Vou até o banheiro, me visto, tento dar um jeito no meu cabelo.
Eu estava o puro relaxo.
Sai do banheiro, ainda desanimada.
─ Que foi? – ele pergunta.
─ Eu estou feia. – eu digo.
─ Ok, agora me diz, como é ser chega pra cachorro? – ele diz e eu rio.
─ Mas é verdade. – eu digo.
─ Anjinho, você está linda, eu adoro quando você usa as minhas camisetas, mesmo eu tendo que ficar quase sem roupa no armário. – ele diz e eu rio. – Você fica linda com elas.
─ Não é para tanto. – eu digo.
Terminamos de arrumar as minhas coisas, e saímos do meu quarto.
Sinceramente, eu não queria estar indo para aquela escola hoje.
{...}
♡︎ Victor Narrando ♡︎
Estacionei o carro no estacionamento da escola.
Tirei um moletom da minha mochila e dei para Bárbara.
Sei que ela odeia ir só de camiseta.
Desci do carro, peguei a minha mochila e a dela e fui abrir a porta para ela descer.
─ Não quero. – ela diz se fazendo de manhosa.
─ Eu vou estar com você... – eu digo. – Além de que, eu acho que tem umas certas pessoas te esperando.
Estendi minha mão para Bárbara descer do carro e ela desceu.
Passei meu braço por seu pescoço, mas...
─ BÁRBARA. – Carolina grita correndo em sua direção.
Carolina abraçou Bárbara, que ria.
Elas acabaram caindo no meio da calçada.
─ Vai com calma Carolina. – eu digo.
─ E você vai a merda. – ela retruca e eu rio. – Cara, eu preciso te incluir mais nos rolês.
─ Carol, eu não gosto de ficar saindo. – Bárbara diz se levantando.
─ Uma ótima oportunidade para aprender a gostar! – ela diz e nós rimos.
Entramos na escola, e ficamos no corredor conversando e esperando a aula começar.
Vi Bárbara com uma expressão de dor e segurando a mão esquerda.
─ Tá tudo bem? – eu pergunto.
─ Sim. – ela diz. – Só me ralei na calçada...
Abri um pacote de Band Aid que eu tinha na minha mochila, abri o pequeno papelzinho e coloquei com cuidado no ralado de Bárbara.
Sangrava um pouco e estava avermelhado.
Depois, encaixei sua mão na minha e a beijei.
Bárbara sorriu corada enquanto eu a admirava.
Às vezes eu nem me dou conta da sorte que tenho...
─ Não precisava. – ela diz.
─ Precisava sim. Já viu um anjinho com a asa ralada? – eu digo e ela ri.
{...}
─ Não quero te deixar... – digo estacionando o carro em frente à sua casa.
Já eram perto de 13:00h, o sol já saia de dentro das nuvens e um calor gostoso estava no ar.
Eu levei Bárbara de volta para casa, mas não quero deixa-la sozinha.
─ Esqueceu que você me deu um urso? O Augusto Camilo? – Bárbara diz e eu rio.
─ Eu vou sentir sua falta. – eu digo pegando sua mão.
Soltei meu cinto e deitei minha cabeça no colo dela.
Bárbara foi acariciando meu rosto com sua mão delicada.
Ela se aproxima e me dá um selinho rápido.
─ Promete que vai ficar bem? – eu digo.
─ Prometo. – ela diz.
E eu sabia que ela estava mentindo.
─ Eu te amo. – ela diz me abraçando.
─ Também te amo. – digo a abraçando de volta.
E esse sofrimento de hoje, era só a ponta de um enorme IceBerg...
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Volteiiii
Oia, esse capítulo ficou uma MERDA, não tem outra palavra.
Sem comentários.
Nn, vei, como q eu fiz uma ✨bosta✨ de capítulo?
Olha, vou falar a verdade: to com mttt bloqueio criativo, to desanimada tbm, ent assim. Eu vou reler a fic inteirinha, e qnd eu tiver alguma criatividade pronta, eu volto aq, blz?
Até o próximo capítulo, fadinhas 🧚♀️