– Caramba, Lily! Fala logo – Ela reclama entrando no banheiro e tomando os testes da minha mão. – Puta que pariu! Estou muito ferrada.
– Lena, não surta nós vam....
– Não precisa se preocupar, Lily – Diz me interrompendo e beijando minha bochecha e saindo do quarto. – Vou dar um jeito nisso.
– Lena! – Chamo indo atrás dela, mas não a alcanço a tempo.
Espero que ela não faça nada de imprudente.
– O que deu nela? – Ethan pergunta entrando no quarto.
– Não faço ideia, estávamos conversando e ela saiu dizendo que ia resolver algumas coisas – Me sento na cama em cima dos testes de gravidez.
– Vamos fazer o almoço – Oli avisa.
– Precisam de ajuda?
– Não, mas se quiser ficar sentada na bancada a comida vai ficar mais gostosa – Ethan diz sorrindo. Me levanto e vou até eles beijando seus lábios e segurando na mão de Oliver.
– Então vamos. Tenho que fazer a sopa de Bryan antes dele acordar.
***
Já fazem 3 horas e Lena ainda não voltou e não atente o celular, estou muito preocupada, e se o maníaco italiano a levou de novo? Ou ela sofreu um acidente? Ou está em alguma clínica de aborto?
Céus! Não quero nem pensar nessa possibilidade, acho que ela não seria capaz de fazer um aborto.
Não, ela não faria, não é?
– Mama, nós vamos no parque? – Bryan pergunta tentando subir no sofá.
– Vamos sim meu amor – Respondo rindo com sua fofura e o ajudo a sentar no sofá.
– Eba! Passeio – Grita escorregando dos meus braços e correndo desengonçado até o quarto.
Vou até lá e vejo Oli com uma toalha enrolada na cintura e Ethan só de calça jeans penteando o cabelo.
Bryan corre até eles e se agarra as pernas de Oliver.
– Papai, papai, nós vamos no parquinho – Bryan diz gritando com sua vozinha fofa. Arregalo os olhos e sinto minha garganta se fechar, ele disse papai? Quando foi que Bryan passou a associá-los assim?
Ethan vê a confusão em meu rosto e vem até mim beijando minha testa.
– Ele começou a nos chamar assim depois que fomos busca-lo no outro apartamento – Diz observando o irmão fazer cosquinhas no meu nosso filho.
– Tudo bem – Murmuro, percebo que meu medo e insegurança só vão fazer com que meu bebê sofra. Ele está feliz, que tipo de mãe eu seria se tirasse isso dele? – Isso não me incomoda.
– Fico feliz em ouvir isso, Little Lily, tudo que queremos é fazer parte da vida de vocês – Oli se aproxima de nós com Bryan sentado em seus ombros.
– Eu amo vocês – Sussurro tão baixo que eles não me escutam. – Amo os três.
Oliver.
Lily sorri animada enquanto tenta bater no meu carrinho, Bryan está sentado em outro carro junto com Ethan que bate em todos os carros que vê, fazendo o pequeno gargalhar. Estamos no parque a quase duas horas e a cada brinquedo que nós vamos meu irmão quer fazer uma pausa para lanchar. Sinto um baque em meu carro e vejo minha linda garota loira me olhando sorrindo travessa enquanto tenta dirigir seu carro rosa pink para longe do meu.
– Oli, não! Era só uma brincadeira – Ela diz rindo enquanto a persigo tentando tirar seu carro da mini pista.
– Aceite as consequências, querida – Digo rindo e acerto seu carro fazendo com que ele bata na grade e ela fique garrada sem conseguir sair.
Procuro Ethan e Bryan até localizar o carro verde em que eles estão. O garotinho aponta para algumas pessoas e Ethan bate no carro delas. Vou até eles com a intenção de bater em seu carro, mas eles são mais rápidos e me fazem deslizar até onde Lily está, ainda tentando fazer seu carro voltar a pista.
– Precisa de ajuda? – Pergunto sorrindo. Ela me olha brava e não responde. – Lily, é só uma brincadeira.
– Namorados não batem no carro da namorada, carrinho bate-bate é uma coisa séria – Ela resmunga irritada e eu só consigo sorrir como um idiota.
Namorados.
– Então somos namorados, hum? – Pisco para ela que cora abaixando a cabeça.
– Ah, você entendeu o que eu quis dizer.
– Entendi sim, entendi que está apaixonada por mim, quase suspirando de amor – Provoco. Gosto de ver como ela fica vermelha de vergonha.
– Vou ir buscar um cachorro-quente – Diz sem me encarar e olha para Bryan antes de sair da pista. Desço do carro e sinalizo para Ethan que estamos saindo, meu irmão gesticula em concordância e bate no carro de um garotinho que tentava tirá-lo da pista a todo custo. O carro do menino derrapa e ele começa a chorar.
Vou atrás de Lily, vejo um cara se aproximar e sorrir para ela. Eles começam a conversar e ele toca no braço dela. Caminho rápido até eles e seguro na cintura dela encarando o rapaz com raiva. Quem ele pensa que é para tocar nela? Ergo as sobrancelhas e continuo o fuzilando com o olhar.
– Ahn... Foi bom te ver, Lily. Vê se não some – Sorri para ela e me encara antes de sair.
– Quem era esse? – Pergunto em um tom casual dando de ombros. – Não sabia que conhecia muitas pessoas da cidade.
– Ah, ele – Ela diz rindo. – É só o Sa, um cara que conheci no meu primeiro dia aqui em Londres. Ele me ajudou e nos tornamos amigos eu acho.
– Hum...
– Vou pegar um cachorro-quente, você vai querer? – Pergunta analisando o cardápio.
– Sim, claro – Sorri. Meu celular apita e vejo que é uma mensagem da minha mãe.
"Amor da mamãe, pode me fazer um favor? Seu pai e eu precisamos fazer uma viagem e Lua não pode ficar sozinha. Vocês podem tomar conta dela?"
"Claro mãe, quando vocês irão?" Envio a mensagem enquanto Lily faz o pedido.
"Hoje, temos que estar Manchester o mais rápido possível. Você pode busca-la agora?"
"Mãe eu estou um pouco ocupado no momento, mas vou pedir para meu motorista traze-la para mim. Pode ser?"
"Tudo bem querido, obrigada. Mande um beijo para seu irmão"
– Aqui – Lily me entrega um cachorro-quente e um copo de suco. – Pedi o seu sem molhos, não sabia se você gostava ou não.
– Assim está ótimo obrigado.
Vejo que ela segura uma espécie que vasilha retangular com três cachorros-quentes dentro. Um deles estava coberto de molhos coloridos. Ela pega ele é dá uma mordida fazendo seu rosto se sujar.
– Vem cá – Chamo rindo. – Está um pouco sujo aqui – Digo pondo a vasilha na mesa e a puxando para perto. Beijo o canto de seus lábios onde estava sujo e passo a língua no local limpando e beijando seus lábios. – Prontinho.
Ela abre os olhos devagar e suspira.
– Obrigada.
Ethan vem em nossa direção carregando Bryan de uma forma engraçada.
– Comida! – O garotinho grita animado descendo do colo e estendendo as mãozinhas.
Lily o pega no colo e se senta, Bryan tenta puxar a vasilha a todo custo.
– Calma Bryan! – Diz sorrindo. Ela pega um dos lanches e tira um pedaço entregando para nosso pequeno que come com pressa.
Esse menino parece um saco sem fundo.
– Ethan – Chamo meu irmão. – Luana vai ter que ficar conosco essa semana. Eles vão viajar e não podem leva-la. Vou pedir para o motorista ir buscar ela, mas como vamos fazer? Praticamente moramos com Lily, acho que seria demais levar a pequena para ficar lá também. – Murmuro.
– Pode deixar que eu vou busca-la e levo para meu apartamento. Já ia para lá hoje mesmo – Diz sério, Ethan nunca fica sério desse jeito.
– O que aconteceu? Você está estranho – Comento.
– Não é nada, eu só... Esquece isso, ok? Vou passar no apto das meninas, pegar algumas coisas e voltar para minha casa – Diz passando por mim e indo até Lily.
– Já vai? – A ouço dizer. – Não... Fica mais um pouco Ethan, por favor.
– Não dá eu... Nos falamos amanhã – Ele diz, Lily fica nas pontas dos pés para beijá-lo, mas Ethan beija seus cabelos e vai embora.
– O que deu nele? – Pergunta chateada.
– Não sei, ele ficou estranho depois que voltou.
– Será que ele não gosta mais de mim? As coisas estão indo rápido demais? – Ela pergunta, vejo seus olhos se encheram de água e lágrimas descem pela sua bochecha.
– Não Lily, nós amamos você. Não tem nada disso. Estamos completamente apaixonados por você.
– Ele não gosta de parques? É isso? – Choraminga abraçando o filho.
– Você viu como ele estava? – Pergunto rindo. – Ethan adora parques, se diverte mais do que qualquer criança. Deve ser algum problema na empresa.
– A culpa é minha? Quer dizer, vocês quase nunca estão lá. Sempre estão comigo ou fazendo alguma coisa para mim – Diz. – E eu nem vou mais trabalhar! Oliver, não quero que vocês me paguem por um trabalho que não estou executando. Semana que vem vou procurar outro lugar para trabalhar – Avisa.
– Lily, não se preocupe. Não tem nada a ver com você, e não é sua culpa.
***
Ethan.
Bryan estava cansado e com fome, descemos do carrinho e vamos procurar Lily e meu irmão.
Eles estavam em um quiosque, uma mulher passa ao meu lado enquanto amamenta o filho. O que me chama a atenção é como a criança está calma e serena enquanto mama. Me lembro do gosto doce do leite de Lily, minha boca saliva ansiando provar novamente. Lágrimas brotam em meus olhos e meu coração dói, balanço a cabeça espantando esses pensamentos e secando meus olhos. Pego Bryan no colo e o ponho sentado de um lado do meu ombro, ele sorri e analisa tudo lá de cima.
Chegamos perto de Oliver e Lily, a loira comia um cachorro-quente cheio de molhos que sujaram seu rosto. Bryan solta um gritinho e corre até a mãe.
Uma tristeza toma conta de mim, não sei se Lily gostaria que eu dissesse que quero mais de seu leite, talvez ela me chame de estranho ou não me queira mais. Me pergunto se Oliver não pensa como eu, sei que ele gostou do leite dela, mas não sei se ele sente tanta vontade quanto eu.