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Oliver
Na primeiras horas do dia seguinte Ethan me ligou. Lily ainda estava dormindo quando eu sai para encontrá-lo em um café próximo ao nosso apartamento.
Durante todo o caminho para encontrá-lo as lembranças invadiam minha cabeça a fazendo doer, lutei anos para me esquecer disso, mas simplesmente tudo voltou a cerca de um mês. Não culpo Ethan pelo que aconteceu a mim e Tália, mas meu irmão insiste que a culpa foi dele e acaba se distanciando de mim nessa época do ano. Só não imaginei que isso nos afetaria tanto quanto está nos afetando agora.
Entro no estabelecimento praticamente vazio e o vejo sentado em um canto mal iluminado, olhar para ele é como me ver no espelho. Me sento a sua frente e suspiro fundo me sentindo mal ao ver olheiras evidentes em seu rosto.
– Você está péssimo – Digo.
– Não preciso que você me diga coisas que eu já sei, Oliver – Responde, seu tom engraçado e brincalhão se dissipou dele. – Eu só te chamei para conversarmos por que estamos deixando Lily triste com toda essa situação.
– Não sei o que você quer que eu te diga Ethan, esse assunto já está saturado, só você que não consegue entender isso! – Não sei mais o que fazer para que ele entenda isso.
– Oli, eu não consigo não pensar nisso – Ele diz, a voz chorosa e os olhos lagrimejando. – Não consigo parar de pensar que eu arruinei suas vidas. Ela morreu por minha causa, e você é um idiota por não me culpar por isso!
– A culpa foi dos pais dela! – Quase grito. – Se aqueles irresponsáveis que se preocupavam mais com as aparências do que com a própria filha... – Puxo o ar com força e aperto minhas mãos com força. – Não tivemos culpa Ethan, irmão, por favor... o que eu posso fazer para que você se sinta melhor? Porque eu não posso vê-lo assim e não fazer nada.
– Eu... você pode ir comigo até o túmulo dela? – Não tenho certeza se essa é a melhor ideia, mas faria tudo para ter meu irmão de volta.
– Quer ir até lá agora?
– Sim – Murmura.– Quanto mais rápido eu resolver meus sentimentos confusos mais rápido tudo vai voltar ao normal.
Entramos no meu carro e em poucos minutos estaciono na frente do jazido da família de Tália. Meu irmão suspira e abre a porta caminhando lentamente até seu túmulo, pequenas flores mortas estavam no chão, orquídeas. As preferidas dela.
***
Autora
Quando eles eram adolescentes, Oli e Tália namoravam, Ethan gostava dela e um dia se passou pelo irmão e dormiu com ela, acontece que ela sabia desde o inicio que estava com Ethan e não Oliver.
Quando Oli descobriu que o irmão havia dormido com a garota que ele amava ficou extremamente bravo. Ela era a única garota por quem já havia se apaixonado na vida. Ele terminou com ela e ficou sem falar com o irmão por dois meses.
Um dia Tália vai até a casa deles e diz que está grávida , acontece que Ethan não tinha o menor interesse em ser pai e Oli não queria vê-la de forma alguma.
Eles perceberam que estavam deixando a raiva tomar conta e magoando a menina, resolveram falar com ela, só que descobriram que os pais dela haviam a mandado para uma clínica de aborto e que ela havia morrido no processo.
Desde então Ethan se culpa pela morte da garota.
***
Oliver
– Oi – A linda garota de cabelos loiros por quem sou perdidamente apaixonado diz sorrindo. Ela vem correndo e puxa Ethan e eu para um abraço apertado. – Eu não acredito que vocês fizeram as pazes! Estou tão feliz por ter meus bebês de volta.
Ethan a pega no colo e a gira no ar, nossa garota sorri alegremente e abraça seu pescoço.
– Estou feliz que tenhamos nos resolvido também, meu amor – Ele beija seus cabelos.
Ajudo Lily a ajeitar a mesa do café da manhã e logo Helena, Samuel e Connor se juntam a nós. Pego meu filho no colo e beijo suas bochechas gordinhas.
– Que tal irmos na sorveteria hoje? – Sussurro em seu ouvido e ele sorri assentindo.
– Eu já disse – Ouço Lena dizer para Samuel. – Não vou usar uma aliança, não quero e não tenho interesse em ser associada a você – Ela praticamente joga um anel na cara dele.
– Mas... – Lena enfia um pedaço de melancia em sua boca. Ele resmunga alguma coisa e volta a comer.
Ethan mexe os ovos em seu prato sem comer, puxo o garfo de sua mão e ele me encara confuso. Coloco um pouco de bacon e ovos no garfo e o ajudo a comer.
– Ah, se resolveram? – Helena pergunta em murmurio. – Que bom, Lily estava quase tendo uma falência multiplas de órgãos por causa disso.
– Querida, acho que a gravidez está a deixando um pouco... sincera demais – Samuel diz tocando seu rosto e recebendo um tapa por isso.
– Sempre fui assim, a gravidez só acabou com o restante da paciência que havia me sobrado depois que eu conheci você!
Ele tem que ser muito apaixonado por ela para aguentar tudo isso, Lena o trata da pior forma possível. Uma hora fofa e amorosa e na outra chata e ranzinza. Não sei como suas costas aguentaram tantas noites no sofá.
– Não sei porque está me tratando assim – Ele murmura chateado.
– Sim, você sabe exatamente o motivo Samuel!
– Você ainda está chateada por aquilo? – Pergunta exasperado. – Hel, eu não podia tomar o sorvete da mão da mulher só porque você queria daquele sabor e não tinha mais!
Soltamos uma risada ao escutar o motivo do mal-humor dela, Helena nos encara fulminantemente e rapidamente desviamos o olhar.
– Mais eu queria – Resmunga chateada, lágrimas rolam em seu rosto e logo ela começa a chorar copiosamente.– Amor, eu queria tanto aquele sorvete.
–Eu sei bebê, se quiser posso ir lá ver se tem do sabor que você queria – Ele propõe a puxando para seu colo.
– Não
– Te compro a loja se quiser, só não chore por favor. Odeio te ver triste, minha linda tulipa roxa – Ela esconde o rosto em seu peito envergonhada. Não quero nem imaginar o que isso significa, para deixá-la com vergonha com certeza não deve ser algo que vale a pena entender.
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Our Sweet Lily
RomanceLivro 1 LIVRO 2 ( LA MIA DEA HELENA) Aos 17 anos teve que assumir a responsabilidade de cuidar de uma criança que não era sua. Lily se vê em uma encruzilhada, sua irmã grávida Lídia morreu na hora do parto. Não poderia deixar seu sobrinho nas mãos d...