Capítulo 18

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– Podemos conversar? – Pergunto aos meninos que assentem. Oli beija os cabelos do meu filho que dormia no sofá da sala.

– Você está bem? –Ethan questiona preocupado.

–Estou bem. – Afirmo. – Sei que estamos nos dando bem, mas precisamos falar de Bryan. Vocês passam a maior parte da semana aqui, e me corrija se eu estiver enganada, mas aposto que é por minha causa. Ele está começando a se apegar a vocês e para ser sincera, eu também. –Digo baixo, um pouco envergonhada em admitir que em pouco tempo já me sinto tão dependente deles.

–Sabemos que você tem medo de se magoar, mas não se preocupe.  Não vamos a lugar algum, a não ser que você nós mande embora – Ethan garante

–Lily, nós queremos você, queremos cuidar de você e amamos o Bryan. E posso estar sendo muito direto quando digo que amo você e nada pode mudar isso. – Oli se aproxima tocando meu rosto. Fecho os olhos tentando processar suas palavras.

Toco as mãos de Ethan e as ponho em minha cintura. Beijo os lábios de Oliver que retribui imediatamente, Ethan aperta minha cintura e solto um gemido baixo, seus lábios passam pelo meu lóbulo até meu pescoço me provocando arrepios.

– Acho que também gosto de vocês. –Sussurro.

***

–Essa bota. –Helena diz a encarando. – Você não acha que ficaria perfeita com aquele vestido preto que comprei ontem. – Sorri e a encaro com as sobrancelhas arqueadas.

–Você disse isso de todos os outros sapatos que viu, Lena. – Digo rindo.

– Porque todos são bonitos. – Revira os olhos. –Precisamos fazer compras, não tenho nada para vestir. –Resmunga colocando os sapatos no carrinho lotado de roupas.

–Acho que se você abrisse seus dois closets não teria espaço nem para uma formiga, então não me venha com essa. 

– Tá, tá legal, eu posso estar exagerando, mas aquelas roupas não transmitem mais que eu sou. Por isso preciso comprar outras. – Dá de ombros. – Quando voltarmos para casa você vai me ajudar a separá-las para abrir espaço para novas roupas. Você vê se alguma te agrada, se sim fica com o que quiser e o resto doamos para aquele orfanato que tem no centro. – Propõe e assinto. Lena sempre gostou de ajudar as pessoas.

– Vão querer mais alguma coisa? –A vendedora pergunta e Lena sorri mordendo os lábios.

– Será que pode nós mostrar a seção de lingeries? – Pede. – Minha amiga aqui vai querer uma de cada cor. – Diz e a encaro confusa.

– Ah não, obrigada. –  Agradeço negando.

–Qual é, Lily, não pode achar que será virgem para sempre. Ainda mais agora que está namorando meus primos. –Sorri, e a forma como diz, não sei muito bem, mas faz tudo parecer mais real.

–Não estamos namorando, somos só amigos. E minha virgindade não tem que ser discutida no meio da loja. –Digo corando quando a vendedora me encara espantada.

–Imagina! Se vocês não estão juntos poderia me contar o motivo deles estarem dormindo lá em casa ou o que vocês fazem quando somem, os três ao mesmo tempo, por vários e vários minutos. – Cantarola com malicia.

–Helena, fica quieta! Você fala demais. –Reclamo.

–Desculpa me meter, mas você namora dois caras ao mesmo tempo e eles são primos da sua melhor amiga? – A vendedora pergunta curiosa e coro.

–Nós nã...

–E exatamente isso. –Lena diz me interrompendo e impedindo de negar. Não sei se o que temos é mesmo um namoro, mas fico constrangida ao pensar que as pessoas podem me julgar por isso –Dá para acreditar? Quantas pessoas tem essa sorte? –Pergunta.

–Se sua amiga apoia seu relacionamento e você parece gostar deles, o que te impede? –A mulher pergunta. Mordo os lábios, não adianta mais usar Bryan como desculpa da minha insegurança.

–Eu tenho um filho, ele é pequeno e tenho medo de que ele se machuque caso isso acabe mal. –Digo.

–Corta essa Lily, essa desculpa não cola mais. –Lena revira os olhos. –Nós duas sabemos que você tem medo sim, mas não por causa de Bryan. Tem medo de se apegar a eles, tem medo de amar e de construir uma família. Sei que se culpa pela morte da Lídia, mas a culpa não é sua. Tudo bem seguir em frente, é o que ela ia querer. –Diz e me abraça.

–Sabe, conheço pessoas que já viveram uma situação parecida. –A morena ao nosso lado diz. – Minhas mães, são irmãs e se apaixonaram pelo mesmo cara e bom.... Eu sou o exemplo vivo de que dura. Eles estão juntos a mais de 40 anos. –Diz sorrindo.

–Me deixa te fazer uma pergunta, espero não estar sendo muito invasiva. Você disse que é virgem, certo? –Pergunta e assinto. –Mas também disse que tem um filho pequeno então...?

–Ele é filho da minha irmã, mas ela morreu no parto. Cuido dele desde então. –Explico.

–Ah, sinto muito. –Diz constrangida. – Meu pai sempre diz que sou curiosa demais, igualzinho a minha mãe Kim

–Não se preocupe...? –Sorri de lado e aguardo saber seu nome.

– Clark.

– Sou Lily, é um prazer conhecê-la. E essa é minha amiga Helena – Nos apresento.  

–Ótimo, vamos acabar com esse clima mórbido. – Lena diz. –Vamos escolher lingeries e você seduz os meninos com elas. – Ela me puxa sorrindo e Clark nos acompanha.

– Essa? – Lena pergunta balançando um pedaço minúsculo de renda vermelha na minha frente.

– Sem chances – Nego veementemente. – Eu nem saberia como usar isso.

– Uma calcinha? Não sabe mesmo como usar uma calcinha? – Pergunta debochando e não me contenho, caio na risada.

– Para! Você entendeu o que eu quis dizer

– É claro que entendi, você é minha melhor amiga, sei tudo sobre você – A forma convencida como Helena lida com tudo pode incomodar algumas pessoas, mas não a mim.

Ela é a melhor amiga que eu poderia ter.

♥♥♥

Our Sweet LilyWhere stories live. Discover now