Capítulo 30

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Não vejo Oli a uma semana. Tenho conversado com ele todos os dias por telefone, mas não é a mesma coisa, sinto falta de dormir ao lado dele. Ethan parece abatido, tentei fazê-los conversarem e se entenderem, porém, eles não querem me ouvir. Lena disse que eu não deveria me culpar, eles sabiam que isso poderia acontecer.

Hoje Oliver volta e Ethan vai para o apartamento que eles costumavam dividir, não estou feliz com essa situação, vê-los tão distantes um do outro e de mim me deixa chateada.

- Já arrumei minhas coisas, ele deve estar chegando então vou indo para o carro - Ethan tem estado distante, não pronuncia o nome do irmão e eles não se falam nem mesmo por mensagens.

Preciso fazer algo relacionado a isso, essa situação já está passando dos limites! Cerca de dez minutos depois dele sair ouço o barulho do carro de Oli, me levanto do sofá e corro até a entrada me jogando em seus braços assim que ele abre a porta do apartamento.

- Ei pequena, senti saudade - Ele diz sorrindo e beijando meus cabelos. Me afasto levemente e encaro seu rosto com seriedade.

- Mentira - Murmuro voltando a me sentar no sofá.- Se sentisse minha falta ou a do nosso filho não teria ido embora.

O sorriso em seus doces lábios morre aos poucos dando lugar a uma expressão triste, ele solta um longo suspiro e joga a mochila no sofá se sentando ao meu lado.

- Eu nunca quis isso, amor - Oli segura minhas mãos as beijando. - Ethan decidiu que seria melhor assim. Tivemos uma briga terrível a alguns anos atrás e ele parece nunca se esquecer daquilo e para ser sincero com você, eu as vezes me pego remoendo esse assunto.

Olho para ele esperando que ele dê continuidade a história, mas isso não acontece.

- Acho que essa é uma conversa que precisamos ter quando estivermos os três juntos, - Pela sua expressão percebo que esse é um assunto muito difícil para eles. - Você disse que estava um pouco triste então te trouxe algumas coisas.

Oli pega a mochila e tira de dentro dela uma caixinha de doces banhados em chocolates coloridos. Me lembro a primeira vez que ele me deu esses docinhos, nos três passamos a noite comendo besteiras e assistindo vários filmes infantis que eu adoro. Sorri quando essas lembranças e me sento em seu colo.

- Os meus favoritos, obrigada - Sorri e entrelaço meus braços em seu pescoço selando nossos lábios. Oli se levanta comigo em seu colo e sinto meu corpo ser deixado na cama macia. Toco a barra de sua camisa, mas ele segura minha mão levando-a até a boca e a beijando levemente.

- Podemos só ficar deitados e abraçados? - Pergunta em um sussurro baixo. - Sinto falta de dormir ao seu lado.

Sorri e assinto, por mais que eu sinta falta de ter seu corpo nu colado ao meu, acho que Oli só precisa de amor neste momento. Me ajeito na cama e abaixo minha blusa, ele se aconchega a mim sugando meu seio.

- Amor?- O chamo. - Bebê? - Olho para ele e percebo que ele já pegou no sono.

Escuto alguém bater na porta e puxo uma coberta nos cobrindo.

- Pode entrar - Murmuro alto. A porta se abre em uma pequena fresta e Sam põe a cabeça para dentro do quarto.

- Atrapalho?- Pergunta. Ele coloca meu filho adormecido no berço e se senta na beirada da minha cama.

- De jeito nenhum! - Sorri, tenho me aproximado dele nos últimos dias, sinto um pouco de dó quando vejo a forma que minha amiga tem o tratado. Ele parece fazer de tudo para agradá-la. - Você parece alguém que precisa conversar.

- Não sei mais o que fazer - Sam suspira fundo olhando para a mão que tem uma aliança prateada. - Tudo o que eu faço resulta em algum tipo de briga, se ofereço ajuda estou a chamando de inválida, se não faço nada significa que eu não me importo - Fico em dúvida sobre o que dizer, Helena está agindo de uma maneira horrível com ele, mas não posso dizer nada. Não sei das coisas que aconteceram quando estavam juntos na Toscana. - Lily, eu amo ela, você sabe disso, mas Hel não me deixa ajudá-la, nem mesmo posso a acompanhar na consulta que terá semana que vem!

Me lembro de ter ouvido essa discussão, ela não o quer por perto nas consultas para ver como está o bebê. Ela nem queria fazer nenhum exame, disse que não quer saber o sexo nem nada disso, o que vier vai ser perfeito. Minha amiga parece bem feliz com a gravidez, todo dia compra alguma coisa de bebê.

- Sam, não sei o que eu posso fazer para te ajudar - Digo tirando meu seio da boca de Oli e ajeitando minha roupa. Me sento ao lado dele e seguro sua mão. - Olha, eu vou tentar falar com ela, mas não prometo nada. Esse é um assunto que vocês têm que resolver sozinhos, não posso tentar interferir nas escolhas dela porque não sei praticamente nada da história de vocês. - Ele aperta minha mão levemente e assente. - Eu percebo que você gosta dela, mas Lena nunca foi muito apegada em sentimentos.

- Lily, você viu minh... - Helena abre a porta e para de falar quando vê Sam ao meu lado, seu olhar desce para nossas mãos juntas e depois para atrás de mim onde Oli dorme. - Esquece, não é nada importante.

- Helena, você pode ficar? - Peço - Sam, depois continuamos nossa conversa.

Ela fica parada de costas para nós até que ele sai. Lena se vira para mim e suspira fundo tocando a barriga e se sentando ao meu lado.

- O que você quer falar comigo? - Pergunta, pelo seu tom de voz percebo uma pontada de ciúmes.

- Sam está chateado com essa situação, acho que vocês poderiam conversar sobre seus sentimentos. Vocês terão um filho Lena!

- Sam... - Ela diz pensativa. - Quando foi que vocês ficaram tão próximos? Não era você que não gostava dele?

Solto uma risada e a puxo para mais perto.

- Helena, eu tenho problemas demais na vida para perder tempo odiando as pessoas. Deveria pensar nisso, está mais do que na cara que vocês se amam, mas como eu havia dito a ele, não cabe a mim dizer o que devem ou não fazer, a vida é de vocês. Mas nunca te vi tão feliz como está agora.

- Eu amo ele - Ela sussurra baixinho. - Amo tanto que me odeio por isso, mas Lily... O que eu devo fazer?- Seus olhos lagrimejam e ela suspira olhando para cima. - Sam não é a pessoa com quem você se casa, tem filhos e vive feliz para sempre. Você não entenderia, é muito pura e inocente.

Minha amiga toca meu rosto com carinho antes de se levantar e sair. Os sentimentos deles parecem muito mais profundos e perigosos do que eu seria capaz de entender.

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Our Sweet LilyWhere stories live. Discover now