SFOGARSI

By FranFWotkosky

184K 12.1K 1.7K

Trilogia Europeus 1° ERLEBNISSE 2° SFOGARSI 3° INEFABLE Não é necessário ler o primeiro livro para que haja c... More

Oi + Book Trailer
Personagens
▪︎ uno
▪︎ due
▪︎ tre
▪︎ quattro
▪︎ cinque
▪︎ sei
▪︎ sette
▪︎ otto
▪︎ nove
▪︎ dieci
▪︎ undici
▪︎ dodici
▪︎ tredici
▪︎ quattordici
▪︎ quindici
▪︎ sedici
▪︎ diciassette
▪︎ diciotto
▪︎ diciannove
▪︎ venti
▪︎ ventuno
▪︎ ventidue
▪︎ ventitrè
▪︎ ventiquattro
▪︎ venticinque
▪︎ ventisei
▪︎ ventisette
▪︎ ventotto
▪︎ ventinove
▪︎ trenta
▪︎ trentuno
▪︎ trentadue
▪︎trentatré
▪︎ trentaquattro
▪︎ trentacinque
▪︎trentasei
▪︎trentasette
▪︎trentotto
▪︎trentanove
▪︎quaranta
▪︎quarantuno
▪︎quarantadue
▪︎ quarantatré
▪︎ quarantaquattro
▪︎ quarantasei
▪︎ quarantasette
▪︎ quarantotto
▀ finale

▪︎ quarantacinque

2.5K 213 13
By FranFWotkosky

Lembro-me como se fosse hoje o dia do nascimento dos meus primeiros filhos, foi um dia de muita tensão para mim e ainda mais para Michela que urrava de dor a cada contração que vinha, mas eu estava ao seu lado, segurava sua mão com força a deixando segura e mostrando que não estava sozinha.
O semblante de sofrimento da mulher durante o parto me despedassava inteiro, na minha percepção não era justo ela estar passando por tudo aquilo sozinha já que estava dando a luz aos nossos filhos, de nós dois, não somente dela. A falta de lógica da situação me fez entrar em uma crise existencial intensa, na qual eu me questionava o porquê só ela estar sofrendo se eu também fazia parte daquilo, as crianças também eram meus filhos e portanto a dor física teria que ser de nós dois.
Apesar de estar ali me sentia impotente e inútil, tendo em vista que minha única função era segurar sua mão e a assistir sofrer para que meus dois primeiros filhos nascessem saudáveis. Em contrapartida, apesar de toda a inconstância mental que a situação me trouxe eu estava perto de Michela, quando nos olhávamos eu conseguia identificar que apesar de tudo que estava vivendo a mulher se sentia segura, sabia que não estava sozinha e que eu não sairia do seu lado, ela tinha consciência de que a dor que nela era física em mim era emocional, a ver naquele estado fazia meu coração se contrair e eu só mantive minha força por ela e por eles.

Quando penso que Lorena passou por todas essas fases sozinhas a culpa que senti a 19 anos atrás no parto de Michela volta com o peso de uma âncora em meu peito três vezes mais pesada.

Quando minha filha chutou pela primeira vez eu não estava ali, e quando a sua primeira ultrassom foi feita eu não estava ali. Eu não estava ali nos primeiros centímetros de dilatação, não ajudei a montar seu quarto rosa e tampouco comprei sua saída da maternidade, quando sua mãe estava em uma cama de hospital chorando para tê-la eu já estava na Itália e sequer passava pela minha cabeça que um anjo denominado Serena estava sendo concebido.
Dói ainda mais quando me lembro que não ouvi teu primeiro choro, vi teu primeiro sorriso, a ajudei a dar seus primeiros passos e também não a assistir ploriferar suas primeiras palavras.

Quando Lorena a agarrou em seus braços como uma leoa não havia medo em seus olhos, ela alinhou Serena em seu colo em pleno estado de alerta e qualquer um que ousasse encostar na criança naquele momento pagaria por isso. Todos seus instintos foram acionados e naquele momento eu enxerguei que a menina que eu conheci a quatro anos atrás não é mais a mesma, mas em contrapartida eu notei aquela garota escondida em algum lugar dentro dela, foi um misto de passado e um presente do qual eu não imaginava.

Dou uma pousa nos meus devaneios e olho para o meu relógio e me assusto com a hora, se eu não sair logo irei me atrasar. Chamo Antonela que logo aparece no meu campo de visão, juntos saímos do apartamento as pressas, assim que entramos no elevador a jovem aperta o botão da garagem e a grande caixa de metal começa a descer.

— Está ansioso papa?

— Um pouco – respondo.

— Hoje vai ser o seu primeiro encontro com ela depois de três anos.

— Nela isso não é um encontro – saliento — Vamos sair com você e a Serena pra eu começar a criar um vínculo com sua irmã caçula.

— Está feliz paizinho?

— Muito – confesso — Eu só quero ficar perto da minha filha, compensar cada segundo que passei longe dela.

— Serena tem sorte em tê-lo como pai – fala Antonela fazendo com que eu me sinta ainda mais feliz — Digo com total propriedade que o senhor é o melhor pai do mundo.

A puxo para um abraço e a porta do elevador se abre, caminhamos até o carro e eu entro no lugar do motorista sentando-me e me surpreendo quando observo Antonela se sentar no bando de trás.

— Porque não se senta na frente? – questiono antes de dar partida.

— Quero ficar mais perto da minha irmãzinha – exclama com a voz divertida — E consequentemente te deixar mais perto da mãe dela.

— Antonela! – repreendo-a.

— O que é? – pergunta entre risos — Se não sairmos daqui logo vamos nos atrasar ainda mais, já são 14h.

Dou partida com o carro tentando ignorar as declarações da menina que ri e no banco de trás de todo meu nervosismo aparente.

Logo começo a dirigir pelas ruas de Milão e em pouco minutos já estou em frente o hotel em que estão hospedadas, Lorena e Serena que já nos esperavam do lado de fora caminham até o automóvel. Desço do carro para cumprimenta-las e minhas mãos começam a soar conforme as duas se aproximam, o coração está acelerado e as pernas bambas.
Quando estão próximas a mim pego a pequena no colo a dando um demorado beijo no rosto, em seguida abraço Lorena e todo meu corpo se arrepia com a nossa aproximação.

Caminho até o banco traseiro e abro a porta, sento a pequena na cadeira infantil que fiz questão de providenciar e a acomodo ali. Antonela logo começa a brincar com a criança e eu dou a volta no carro abrindo o banco carona para que a morena sente-se e assim ela o faz. Colocamos o cinto de segurança e nos entreolhamos cada um com um sorriso no rosto, logo ela desvia o olhar abaixando o rosto tímida e ali fico a observando e pela primeira vez enxergo nela a mesma inocência da menina que apareceu na Costatine suada com o almoço do seu pai em mãos.

— Papa? – ouço a voz de Antonela mas é como se meu corpo tivesse entrado em transe — Papa!! – exclama mais uma vez e finalmente desvio minha atenção a ela — Sei que a Lorena está deslumbrante, mas eu e a Sisi estamos famintas.

— Antonela! – chamo sua atenção totalmente constrangido — E quem é Sisi?

— Sisi é a minha irmã – olho para a criança que gargalha gostosamente de toda a situação — Você adorou ser chamada de Sisi, não é? Não é? – Nela brinca com a pequena enquanto faz cócegas na mesma.

Lorena ri da situação e eu finalmente arranco com o carro. A interação entre Serena e Antonela me deixa ainda mais animado, as duas parecem estar se dando bem e isso era tudo que eu mais almejava para hoje.

Logo paramos em frente à um restaurante ao ar livre, todos descemos do carro e andamos em direção ao estabelecimento. Checo minha reserva com a Hostess e enfim caminhamos até a mesa que escolhi, observo Lorena vislumbrava com o ambiente e comemoro internamente o sucesso que tive com a escolha do lugar.
Todos nos acomodamos na mesa e Serena é colocada na cadeira infantil pela mãe, então o garçom se aproxima e permito que a capixaba olhe o cardápio primeiro para que possa esolher o que mais lhe agrada.

— E então? O que vai escolher pra nossa entrada? – pergunta observando-a.

— E-eu não falo italiano. Não entendo nada que está escrito aqui – confessa tirando uma gargalhada de mim e Antonela — Mas se houver alguma salada talvez seja o ideal.

Faço o pedido para o garçom e para acompanhar um vinho branco. Com minha visão periférica noto o olhar da morena fincado em mim enquanto falo, isso me deixa tenso mas tento manter a postura e logo o garçom se vai.

— Você gosta de saladas Serena? – questiono a pequena que antes estava entretida com Antonela.

— Pizza! – responde tirando uma risada de todos presentes.

— Acho que isso responde bem minha pergunta – exclamo — Então esse será nosso prato principal hoje, pizza.

— Mas agora são quase 15h da tarde Luigi – indaga Lorena com a voz calma.

— Não há hora para comer pizza na Itália Bela Lorena – nesse momento nos entreolham e uma tensão aparece no lugar.

— Mamãe, quero blincá – externa a pequena apontando para crianças que brincam próximas ao chafariz do restaurante.

— Claro, vamos com a mamãe..

— Pode deixar que eu a levo – interrompe Antonela — Fique aqui Lorena, talvez vocês tenham alguns assuntos pendentes.

Começo a tossir diante a declaração de minha filha, a mesma pega a irmã no colo e sai da mesa deixando-nos sozinhos em uma situação bastante constrangedora.

— Me desculpe por Antonela, as vezes ela é mais transparente do que o necessário.

Lorena começa a rir me deixando ainda mais desconcertado.

—  O engraçado é que Serena tem exatamente a mesma sinceridade – exclama sorridente.

— Então provavelmente isso é uma herança da minha família – afirmo de forma descontraída — Isso é uma característica muito aflorada da minha mãe.

— É bom depois de tanto tempo ver em você características que ela carrega.

— Ela também tem muito de você – falo encarando-a — A doçura, o andar.. O olhar.

— Não – discorda surpreendendo-me — O olhar é nosso. Sempre costumo dizer que aquele verde é uma mistura do meu castanho e do seu azul.

— Realmente – concordo — Ela parece carregar o que há de mais bonito em nós dois.

— Durante toda minha gravidez a enxergava como um erro, fruto de uma traição.. uma bastarda – suas palavras atingem como um raio — Mas quando a vi pela primeira vez notei o quanto estava errada, quando aqueles olhos verdes olharam para mim eu vi você, vi você no tom pálido de sua pele, no nariz arrebitado e na forma singela em que ela conseguiu fazer com que todos se apaixonassem por sua simpatia e na presença marcante que tem em todo lugar que chega – a capixaba olha para baixo e respira fundo parecendo buscar mais palavras — Com o passar do tempo percebi que o fruto de um amor intenso e tão visceral não podia ser menos do que ela é – nesse momento ela lança seu olhar em minha direção — A Serena é o resultado mais lindo que podíamos ter de tudo que vivemos juntos, ela carrega em si todo amor, toda doçura e toda intensidade que temos.. ou melhor, tínhamos.

— Nós temos – afirmo — Serena é um laço inquebrável, se lembra? – pego o braço da morena levo minha mão até seu pulso, local que marquei sua pele a três anos atrás — Quando eu escrevi isso em seu braço afirmei que não importa o que acontecesse e quanto tempo se passasse, o que sentíamos um pelo outro nunca iria se desfazer e nossa filha é a prova disso.

Nesse momento um contato visual inquebrável começa, pego na mão de Lorena e a menina parece estática. Mesmo a centímetros de distância consigo ouvir seu coração tão acelerado quanto o meu, não estou em frente um espelho mas imagino o quão corado meu rosto deve estar agora.
Todo meu corpo está entorpecido e não vejo mais nada externo do ambiente além dela, levo a mão até o seu rosto colocando uma mecha de cabelo que antes estava ali atrás de sua orelha totalmente enfeitiçado pelo rosto que marcou minha vida e do qual nunca consegui esquecer.

Nosso transe é quebrado quando uma voz infantil gradativamente se aproxima de nós.

— Mamãe, mamãe – Lorena desperta imediatamente e transfere sua atenção a pequena — Pizza, pizza!

Antonela corre atrás da menina em passos largos para não perde-la de vista.

— Filha, agora são 3h da tarde – resiste a capixaba.

Pego a criança no colo e começo a balança-la. Ela gargalha fazendo meu coração se aquecer.

— O sangue italiano corre por suas veias bambina – falo enquanto ela ri — Você  mesmo minha filha.

— Mamãe é Lolena – indaga.

— Logo logo você vai entender – digo dando-a um beijo demorado na bochecha — Vou pedir a maior pizza desse lugar para você.

— Pizza! – comemora levantando seus pequenos bracinhos tirando uma gargalhada de todos os presentes.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°
Gente. Me desculpem de verdade, me sinto MUIO fracassada quando o bloqueio me pega desse jeito.

Não desistam de mim e tampouco de SFOGARSI, falta pouco para o fim dessa história e me comprometo a termina-la nesse novo mês que se inicia. ❤

Amo vocês. E mais uma vez, desculpa.

Continue Reading

You'll Also Like

3.6K 489 38
CRIANÇA FOFA - MELHORES AMIGOS - FRIENDS TO HATERS TO LOVERS - HOT - DESTINO Brooke Miller engravidou do seu melhor amigo depois de uma noite de des...
112K 6.7K 32
Joana Benett, vinte e oito anos, tem o sonho de ser mãe, mais não tem o cem por cento do apoio do marido. Depois de três terríveis abortos espontâneo...
160K 12.5K 38
Até que ponto um homem pode ir por um amor? Christian seria capaz de sofrer em prol da felicidade do grande amor de sua vida? Ana se dará ao direito...
445K 38.4K 55
Antonella era uma jovem sonhadora e romântica que cultivava um impossivel e platônico amor de infância pelo charmoso e sexy Theodore Grey. Ton e a fi...