▪︎ cinque

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Passei a tarde atordoada, me sentindo culpada e inquieta

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Passei a tarde atordoada, me sentindo culpada e inquieta. Todos em casa perceberam minha feição, tomei diversos banhos gelados na esperança de tirar esse sentimento de mim, mas ele não sai.

A pior parte é que foi bom, foi muito bom. Eu gostei do jeito que ele me olhou, me tocou, gostei da maciez de seu beijo e da brutalidade de seus dedos entre meus cabelos, por mais que eu tente não consigo esquecer o que aconteceu a horas atrás, mas de alguma forma eu gosto de reviver tudo em meu pensamento, de imaginar o que poderia acontecer se eu aceitasse o ver de novo, mesmo sabendo que eu não posso e não vou fazer isso.

As horas se passaram lentamente, meus pensamentos me torturaram cada segundo do meu dia, ora culpa, ora o desejo por mais. Agora estou sentada em frente a TV enquanto minha mãe prepara o jantar, minha vó está ao meu lado e eu continuo perdida em meus pensamentos, sem tirar o ocorrido da minha cabeça.

A porta é aberta, meu pai adentra o lugar seguido de Victor. Meu namorado me avisou que viria aqui depois de seu expediente, eu simplesmente me esqueci dessa informação e só me lembrei agora vendo-o chegar. O rapaz cumprimenta a todos e por fim senta-se ao meu lado, peço bênção ao meu pai ele me concede e logo em seguida sentar-se em sua poltrona de costume, me surpreendo pois a primeira coisa que ele faz quando chega em casa é correr para tomar um longo banho.

- Alguém aumente a televisão, vai passar uma reportagem da Costatine no jornal daqui a pouco - pego o controle que está ao meu lado e faço o que foi pedido.

- O que aconteceu para que ela aparecesse no jornal papai? - questiono.

- Fizeram uma denúncia sobre estarem jogando lixo industrial no Rio Doce, eu nem acreditei, seu Luigi sempre foi tão correto com tudo. Hoje rodou o boato de que ele estava cuspindo fogo pelas ventas, tem algo muito errado nisso - sua declaração me surpreende, fico estática e as pessoas ao meu redor começam a conversar entre si.

Falar de Luigi parece me fazer entrar em transe, a notícia que acabo de ouvir me surpreende, não o conheço o bastante, mas realmente não pensei que ele tivesse o caráter duvidoso dessa forma. A Costatine sempre foi uma indústria modelo na região, sempre passou muita credibilidade aos cidadãos e por isso mesmo antes de conhecer o italiano eu o idealizava  como um homem correto.

- Ele é uma boa pessoa, sempre educado conversando com todos os funcionários - indaga meu pai.

- Me desculpe Sérgio, mas se ele fosse tão bom a empresa dele não estaria jogando lixo industrial no rio - rebate Victor.

- Ele tem um bom coração, no dia que a Lorena foi levar minha marmita no sol quente ele até se compadeceu e deu uma carona a ela de volta - engulo seco, o olhar de Victor se dirige a mim no mesmo instante - Não foi filha?

- Foi sim papai - tento responder com naturalidade.

- Você entrou no carro de outro homem? - Victor questiona ignorando a presença de todos ao nosso redor.

SFOGARSI Where stories live. Discover now