▀ finale

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Quando tinha seis anos me arrumava cedo para ir a igreja aos domingos, um vestido rodado com uma estampa floral, um exuberante laço no cabelo e sapatilhas rosas, esse era meu traje dominical

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Quando tinha seis anos me arrumava cedo para ir a igreja aos domingos, um vestido rodado com uma estampa floral, um exuberante laço no cabelo e sapatilhas rosas, esse era meu traje dominical. Me sentava em uma cadeira de madeira com mais aproximadamente doze crianças a fim de ouvir os ensinamentos e as primícias do livro sagrado, me perdia nas histórias dos imbatíveis heróis e reis da Bíblia e também da fé que carregavam em si, mas em contrapartida todas as limitações que vinham depois dessas histórias fantasiadas de lições me causavam arrepios. 

Porque eu não podia me deitar com um homem antes do casamento? E o que isso significava?

Qual o problema de ir a festas? Porque só devo usar saias?

Porque dizem que é errado amar alguém que não esteja aqui.. na igreja?

Por muitos anos guardei esses questionamentos dentro de mim, pois os fazê-los mesmo que apenas em pensamento era pecado. O sagrado não deveria ser questionado, ele era absoluto e um só, mas os porquês nunca me abandonaram, sempre estiveram guardadinhos dentro de uma caixinha interna escondidos e todos eles foram sanados apenas quando vieram na personificação de um homem confrontar-me da forma mais direta e cruel possível.

E sobre as respostas? Até hoje não as encontrei, e me sinto liberta por não mais me importar com quais sejam. 

Este homem não chegou para sanar minhas dúvidas e sim para destruir quaisquer que fossem meus dogmas. O impacto de sua presença em minha vida foi devastador, os rastros que ele deixou por cada âmbito da minha existência foram milimétricamente importantes para que eu conseguisse me tornar o que sou hoje.

Um dia em um dos mirantes mais altos da cidade ele afirmou que o meu processo de amadurecimento seria árduo, que a desconstrução seria conflituosa, mas que em contrapartida um dia eu seria livre. Ele estava certo, hoje sou verdadeiramente livre, livre de juízo de valor, livre das demandas mentais que antes me assolavam e principalmente livre pra ser quem sou verdadeiramente, ao lado do meu grande amor.

Hoje olho para minha vida como se estivesse assistindo um sonho, o que sempre almejei não chega perto do que tenho.

Sentada em uma das mesas externas da nossa área de lazer sorrio sozinha enquanto alimento meus pensamentos mais íntimos, vejo enquanto Antonela se aproxima de mim sentando-se em minha frente com o mesmo semblante eufórico do qual já me acostumei. 

— Oi madrasta.

— Olá enteada – respondo dirigindo minha atenção a ela — Como estão os preparativos?

— O que poderia dar errado comigo no comando? – indaga de forma sarcástica.

— Acredito que nada dará errado. Por isso estou sentada tranquilamente tomando um pouco de vitamina D enquanto confio em você e no seu bom gosto. 

— Papa te diria para não confiar tanto em mim. 

— Convenhamos que ele já tenha dito, mas eu confio mesmo assim – dou uma piscadela para a garota que sorri em resposta. 

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