blue boy, gilbert blythe

By msattu

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Me perdi em meio as suas palavras, reparando na forma em que seus olhos se comprimiam quando dizia algo. Ador... More

.𝐁𝐋𝐔𝐄 𝐁𝐎𝐘
.𝐂𝐇𝐀𝐑𝐀𝐂𝐓𝐄𝐑𝐒
𝟎.𝟎𝟎 'uma viagem de barco
𝟎.𝟎𝟏 'daniel pilpert
𝟎.𝟎𝟐 'uma mulher elegante
𝟎.πŸŽπŸ‘ 'joseph e sally templeton
𝟎.πŸŽπŸ’ 'bonito, mas meio triste
𝟎.πŸŽπŸ“ 'torta de maçã
𝟎.πŸŽπŸ” 'acidente
𝟎.πŸŽπŸ• 'o que diabos Γ© isso?
𝟎.πŸŽπŸ– 'garotos
𝟎.πŸŽπŸ— 'vocΓͺ Γ© um idiota
𝟎.𝟏𝟎 'flutuando
𝟎.𝟏𝟏 'pantomima
𝟎.𝟏𝟐 'mar
𝟎.πŸπŸ‘ 'janela
𝟎.πŸπŸ’ 'violino
𝟎.πŸπŸ“ 'a primeira parte da festa
𝟎.πŸπŸ” 'a festa
𝟎.πŸπŸ• 'algo azul...
𝟎.πŸπŸ– 'consegue me ver casando com alguΓ©m?
𝟎.πŸπŸ— 'latente
𝟎.𝟐𝟎 'confuso
𝟎.𝟐𝟏 'coisas estranhas
𝟎.𝟐𝟐 'uma parÑbola sobre um conto de abril
𝟎.πŸπŸ‘ 'espere por mim
0.24 'deverΓ­amos nos casar
𝟎.πŸπŸ“ 'romance ligado ao fracasso
kind witch; ato dois
1.00 'apenas diga
𝟏.𝟎𝟏 'sobre palavras arredias
𝟏.πŸŽπŸ‘ 'sobre coisas que queimam o Γ’mago
𝟏.πŸŽπŸ’ 'respostas seguras
𝟏.πŸŽπŸ“ 'senti saudades de vocΓͺ
𝟏.πŸŽπŸ” 'mary
𝟏.πŸŽπŸ• 'cartas & abraΓ§o
𝟏.πŸŽπŸ– 'aula na floresta
𝟏.πŸŽπŸ— 'danΓ§a
𝟏.𝟏𝟎 'beltane
SAUDAÇÕES, AMIGOS (detalhes importantes, casamento e um quase hot)

𝟏.𝟎𝟐 'dizendo

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By msattu

.junte todos os pedaços que for encontrando

gostaria de poder te beijar

1

— Você sabia que — Oli havia acabado de entrar em meu quarto. Estava fazendo as malas quando ouvi o barulho da porta abrindo, esta que eu sempre deixava destrancada pelo começo da noite, anunciando sua chegada. Ele não olhou em volta, muito menos percebeu o quão ocupada eu estava, apenas encarou uma das pilhas dos livros franceses e não tardou a continuar: — se afogar em água salgada é diferente de se afogar em água doce? Demora muito, e ela puxa o sangue das células para os pulmões. Você, basicamente, se afoga no próprio sangue.

Não era como se eu não estivesse acostumada com as suas milhares de informações esquisita — Oliver vinha me contando sobre coisas inimagináveis desde que nos tornamos amigos —, porém ainda me surpreendia com a capacidade que ele tinha de mastigar as palavras e as jogar de uma vez. Ele, que com o tempo vinha perdendo o sotaque, falava tão rápido quanto Anne Shirley. Se juntasse os dois, acontecimento engraçadíssimo em minha opinião, seria impossível interrompê-los.

Desta vez eu estava preparada!

— São dez minutos de pura dor — finalizei, soltando um risinho sem graça. Água doce, água salgada, me remetiam ao poema de mamãe, que me remetia ao mar. E o mar, em questão, se tornava praia e me fazia lembrar de Gilbert Blythe.

Gilbert Blythe e sua maneira esquisita de me arrastar até a água. De dizer que se ele era louco, podíamos ser loucos juntos. De ficar tão bonito mesmo sem os suspensórios e os botões da camisa abertos. De me abraçar e me jogar contra a maré congelante. Gilbert Blythe e sua risada suave enquanto nadava. Seu riso, seus olhos. Gilbert Blythe e seu sorriso bonito, certeiro e devastador que me corroía a alma e me matava durante a noite. Gilbert Blythe e suas mãos em minha cintura. Seus dedos grandes e finos sobre o tecido do meu vestido. Suas palavras. O fato de eu me encaixar nele. Gilbert Blythe e o meu primeiro beijo roubado. Beijo este que havia se tornado dele, totalmente.

Mas no que estava pensando? Eu só poderia ser estúpida!

Balancei a cabeça rapidamente, me recusando a lembrar dele.

— Dez minutos? Dessa eu não sabia, você me pegou de surpresa — ele sorriu envergonhado, passando os dedos longos pelo cabelo castanho. Eu deveria me concentrar em Oliver, apenas nele e em seu jeito bonitinho de fingir não notar as coisas. — Tem algo que você não saiba?

— Tem muitas coisas que eu não sei, Oliver.

Coisas que eu tinha o prazer de desconhecer.

— Por isso não gosto de conversar com você — ele diz, bufando. Elliot passa as mãos pelas bochechas rosas, como eu costumava fazer, e se joga na cama. Amava a maneira com a qual as coisas fluíam entre nós. Não tínhamos vergonha um do outro. Era satisfatório. — Você é aquele tipo de pessoa inteligente que não admite isso, é mesquinho.

— Você é mesquinho — respondi prontamente, de maneira infantil, enquanto fechava a mala com força.

Ele finalmente reparou nas bolsas. Quando me olhou, parecia não saber o que dizer.

— Já está arrumando as coisas pra ir? Pensei que fosse ficar até sexta.

— Vamos hoje à noite, papai errou na contagem dos dias. — Me deitei ao seu lado, não me preocupando com nossos pés se tocando. Eu o encarei e esperei por seu olhar para começar a falar novamente. — Você tem mais um fato?

— Um adulto... é feito de mais ou menos sete octilhões de átomos... e só tem trezentas bilhões de estrelas na nossa galáxia.

Quando Oliver Elliot ficava nervoso, o sotaque voltava com força. Como uma criança bobinha com medo de falar em público, ele travava no meio da oração, demorando a concluir o raciocínio. Nunca achei chato ou irritante, apenas fofo. Adorável a forma com a qual ele parecia fazer esforço para que as palavras saíssem da maneira correta.

E mesmo assim, ele conseguia dialogar melhor do que qualquer outra pessoa.

— Comparação estranha, isso é bom?

— Eu não faço ideia — deu de ombros, se aconchegando em um dos travesseiros. — Trago fatos, não explicações.

— Gosto de quando você me diz essas coisas de sabe tudo.

Meu corpo amoleceu enquanto a cabeça esvaziou, como se eu caísse no sono, ainda que estivesse tão acordada quanto antes. Despercebida, um suspiro escapou por entre meus lábios, quase num sussurro, quando vi o rosto de Elliot virar em minha direção. O rosto corado me chamando a atenção, emoldurado pelos fios de cabelo que caiam sobre a testa e os olhos, desta vez tão escuros e tão brilhantes que me prenderam. Ele, que nunca falou coisa com coisa, que esteve sempre interessado em me cantar de brincadeira, nunca me pareceu tão sério e atraente quanto naquele instante. Então ele sorriu, como se fosse um maldito demônio capaz de ler meus pensamentos.

— Amélia — meu nome escapou de sua boca quando fiz menção de me mexer. Elliot repetiu três vezes, como se quisesse ter certeza de que ele não se perderia em nenhuma outra palavra. Entregue às sílabas, à fonética. Disse primeiro o Amé, demorando no Lia. Pela primeira vez, eu achei meu nome bonito. — Gostaria de poder te beijar.

Meu coração parou por um segundo.

Você se encaixa, Amélia — E me segundos pelos ombros, repetiu: — Você se encaixa em mim.

Minha mente me castigou com seus próprios pensamentos quando senti os olhos de Oliver pesarem em mim. Deus sabe o quanto eu queria aquilo. Queria beijá-lo pelo resto da noite e dizer que era sua pelo menos uma única vez antes de ir.

Tão perfeitamente que mal tenho palavras para usar.

Eu odiava, mais do que tudo no mundo, não conseguir esquecer dos lábios de Gilbert. Me odiava ainda mais por estar pensando nele quando deveria estar concentrada no garoto a minha frente.

Eu sorri para Elliot, num sinal de aprovação, me sentindo uma hipócrita por fazer isso.

Eu não estava brincando com seus sentimentos, estava?

Seus lábios tocaram os meus e eu não pude evitar pensar no quão diferente aquilo era. Tomei fôlego pelo nariz, na surpresa, e busquei sua destra, a apertando. Não havia língua, mas sua boca colocada na minha era o suficiente para me fazer suspirar. Um selinho casto, inocente.

Beijos eram difíceis de descrever; eu nunca saberei ao certo o que senti naqueles poucos segundos — a única coisa que sabia era que queria que ele me beijasse outra vez, apenas para entender.

Oli é doce, gelado, o tipo exato de garoto que poderia roubar o meu coração.

Nunca me senti assim antes.

ele sabe
2

Novamente num barco.

Jurei a mim mesma, minutos antes de pisar no convés, que não passaria mal desta vez, me recusando a reviver o mesmo medo sem sentido e a apreciar os dias que viriam. Nao funcionou. No exato momento em que a âncora foi puxada e a viagem deu início, meu estômago embrulhou e eu pude sentir minha garganta se fechar.

A visão turva e úvula queimando com o refluxo que ameaçava subir - existia maneira melhor de descrever o quanto eu amava velejar?

Como se o universo estivesse conspirando ao meu desfavor, eu não aguentava mais o bolo que havia se formado em minha garganta (culpa do choro que segurei ao me despedir de forma dramática de Oliver) ou a ácida sensação que subia pelas paredes do meu estômago

Diferente de quase um ano atrás, meu pai me alcançou a mão e me guiou até a grade lateral do navio. Ele me confortou em seus braços, como se não soubesse que eu poderia vomitar a qualquer momento, e manteu-se calado por longos minutos. Me perguntou sobre o enjôo quando já não havia mais terra para ser vista, e depois voltou a fechar a boca.

Em todos os últimos cinco meses, esta foi a única vez em que nos mantemos em silêncio por mais de trinta segundos. Como se tivéssemos conversado tudo o que tínhamos para conversar naquele curto período e agora nos faltasse assunto — eu estava com medo de que nossa relação voltasse a esfriar quando pisassemos em Avonlea novamente.

— Eu sei sobre Katherine e sua mãe. Foi por isso que decidi vir para cá.

Informação demais. Me assustei tão rápido que quase caí para frente, e se não fossem as grades de proteção, já teria me jogado ao mar.

Eu deveria fingir que não tinha conhecimento algum sobre a situação ou aceitar os fatos e simplesmente discutir sobre o que lhe afligia?

— Se sabia sobre as duas, por que não se separou de mãe?

Pela primeira vez, pareceu possível sentir culpa e angústia por outra pessoa. Culpa: sempre soube, era como se eu estivesse envolta de uma rede de mentiras onde a maior culpada era eu. Como se eu tivesse obrigado mãe a ficar com Katherine, ou: traído meu pai, ou: lhe escondido algo que poderia, e pois, seu casamento e vida amorosa em risco. Angústia: há quanto tempo ele sabia? Podia sentir como ele deve ter se desgastado pensando nisso dia após dia, noite após noite, se perguntando se havia feito algo errado e, caso o contrário, o que deveria ter feito.

— Amo sua mãe como nunca amei outra mulher no mundo. E amo você e sua irmã, agora Joseph, que vejo como um filho, e nunca teria coragem de largar vocês.

Enterrei a cabeça nos braços apoiados e pensei seriamente em me lançar de cabeça no oceano.

Quando é que eu comecei a me colocar nesse tipo de situação? Praticamente não tinha relação com o casamento deles, por que me submetiam a essas conversas?!

Suspirei, e pensei em milhares de coisas diferentes para falar. Com a pose de passiva-agressiva e a recém descoberta necessidade contante de aprovação alheia, decidi que a melhor coisa a se fazer era dizer o que sempre me esteve entalado da forma mais suave que conhecia:

— Isso é injusto — comecei. — Principalmente com você. Não posso me ver em momentos como esse, nem ao menos sei o que faria em seu lugar, mas meu conselho é que desista. Não precisa sair de casa ou expulsar mamãe. Vocês sempre foram bons amigos apesar do casamento e não há nada de errado em ainda conviverem juntos.

"Do que adianta se prender numa relação ruim? É doloroso, mas vocês não se amam romanticamente falando. E o senhor sabe que não merece isso — se privar de encontrar alguém que realmente o faça feliz —, que não merece ficar fugindo sempre que algo der errado e não souber o que fazer."

Talvez eu tivesse puxado isso dele: correr para longe de tudo o que me aflinge, de pessoas que me machucaram mesmo sem querer. Não me orgulhava disso. E nunca iria. Teria coisa mais hipócrita do que reclamar desse comportamento?

— A que nível eu cheguei? — papai perguntou, segurando a própria risada. — Você deveria estar me pedindo conselhos, não eu os recebendo. Caramba, Amélia!

Arregalei os olhos ao ouvir o linguajar (papai nunca se atrevera a levantar a voz ou a praguejar algo ou alguém, independente da situação) mas não me contive e acabei rindo junto.

O fato de que ele sabia sobre Katty aqueceu meu coração — eu não precisaria mais carregar o peso do segredo em minhas mãos — mas me causou náuseas. Naquele instante, tudo o que eu queria, era fechar os olhos e imaginar que ainda estava no Florilège com Oliver, olhando as estrelas através do pessegueiro do jardim.

eu queria ter escrito mais sobre o oliver:(
ele é o meu personagem favorito e mesmo assim não aparece tanto aqui (mas, mesmo assim, já criei 283738 histórias diferentes com ele na minha cabeça)

EU NAO SEI ESCREVER BEIJOKKKKKJKK
EU TAVA DESCREVENDO E VIROU UMA COISA MUITO OBSCENA, TIVE QUE APAGAR E FAZER DE NOVO AFU

menina amelia ainda pensa em menino gilbert, o que será que vai dar, hm??

mas, enfim, tá tudo bem com vocês??
eu fiz meus exames e tô esperando o resultado até hoje, o sus ne sacomé (also, obrigada por terem me mandando mensagens de melhoras, vocês me ajudaram a não surtar com tudo isso <33)

tô escrevendo o próximo já
amo vocês

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